Podcast 45 minutos (92º) – Preparação local para 2015 e a tecnologia no futebol

Os grandes clubes pernambucanos já iniciaram a pré-temporada de 2015, com reforços chegando e muita especulação. Com o time completo, o 45 minutos debateu esse momento, comentando, entre outros pontos, a contratação de Leandro Euzébio, no Náutico, e a renovação de Diego Souza, no Sport.

Além disso, no embalo da NFL, foi discutido se o sistema tecnológico utilizado pela arbitragem no futebol americano poderia servir no “nosso” futebol.

Estou neste podcast (1h15min) ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

As bolas oficiais da temporada brasileira

Um calendário de bola cheia em 2015. Não teremos uma Copa do Mundo, infelizmente, mas a disputa entre seleções não passará em branco, uma vez que há a Copa América agendada para o Chile. Além disso, há campeonatos estaduais, regionais, nacionais e continentais. À parte dos regulamentos bem distintos, cada um conta com uma bola diferente, sobretudo visualmente.

Em relação aos modelos das pelotas, dois se destacam a partir do viés local. Um deles será utilizado nos gramados no Pernambucano e no Nordestão. Em ambos torneios, a bola ficou a cargo da marca Penalty, com a S11 Campo Pró. Trata-se de um tipo formado por apenas oito gomos.

O outro modelo, também oficial da Fifa, engloba vários torneios. A Série A e a Copa do Brasil contarão com o mesmo visual. Um colorido diferente da Ordem 2, da Nike, será aplicado na Libertadores (e demais torneios de clubes da Conmebol) e também na supracitada Copa América. Essa bola conta com “12 painés soldados por fusão num sistema de revestimento com três camadas”.

No fim das contas, o que vale é a qualidade técnica… ou não?

Para sair um pouco dos estádios da América, vale conferir ainda a bola que será usada exclusivamente na final da Uefa Champions League 2014/2015, em Berlim. Novamente produzida pela Adidas.

Campeonato Pernambucano (Penalty)

Bola oficial do Campeonato Pernambucano de 2015. Crédito: Penalty/divulgação

Copa do Nordeste (Penalty)

Bola oficial da Copa do Nordeste de 2015. Crédito: Esporte Interativo/youtube

Série A e Copa do Brasil (Nike)

Bola oficial da Série A e da Copa do Brasil de 2015. Crédito: Nike/divulgação

Taça Libertadores e Copa Sul-Americana (Nike)

Bola oficial da Libertadores de 2015. Crédito: Nike/divulgação

Copa América (Nike)

Bola oficial da Copa América de 2015. Crédito: Nike/divulgação

Final da Liga dos Campeões da Uefa (Adidas)

Bola oficial da final da Liga dos Campeões 2014-2015. Crédito: Adidas/divulgação

Final da Copa do Brasil sem gol qualificado

Copa do Brasil. Foto: Rafael Ribeiro / CBF

O “gol qualificado” foi instituído na Copa do Brasil já em sua primeira edição, em 1989. Ou seja, em caso de igualdade no número de pontos e no saldo de gols, o critério seguinte no confronto seria o maior número de gols marcados na casa do adversário. Só em caso de novo empate a disputa iria para os pênaltis.

Agora, após 26 edições, a CBF alterou o regulamento. A entidade tirou o valor do gol fora de casa, mas somente na decisão, que corresponde à sétima fase do torneio. O objetivo é “aumentar a emoção” da final, sobretudo para a tv.

Como curiosidade, vale dizer que cinco finais poderiam ter tido um desfecho diferente caso a regra tivesse sido implantada desde o início. Assim, teriam sido estendidas às penalidades – o que, diga-se, jamais aconteceu.

Em 11 de junho de 2008, por exemplo, Sport e Corinthians teriam cobrado pênaltis na Ilha do Retiro. O “gol do título”, apelido dado por Carlinhos Bala ao tento de Enilton aos 45 do segundo tempo no jogo de ida, no Morumbi, não teria pesado ao Leão de forma direta para a taça. No caso, só igualaria o saldo.

1991 – Criciúma x Grêmio (0 x 0 e 1 x 1)
1992 – Internacional x Fluminense (1 x 0 e 1 x 2)
1997 – Grêmio x Flamengo (0 x 0 e 2 x 2)
2008 – Sport x Corinthians (2 x 0 e 1 x 3)
2011 – Vasco x Coritiba (1 x 0 e 2 x 3)

Em todos os casos, o título foi obtido com um golzinho a mais fora de casa. Eis os campeões: Criciúma, Inter, Grêmio, Sport e Vasco.

Apesar da mudança, ela não é inédita no futebol. O mesmo já ocorre na Taça Libertadores e na Copa Sul-Americana, sem o gol qualificado somente nas finais. Contudo, nas duas disputas a igualdade após os 180  minutos leva a uma prorrogação de 30 minutos. Só depois vem a série de pênaltis.

Você é a favor da mudança no regulamento? A CBF acertou ao retirar o gol qualificado da final ou deveria ter feito em todas as fases do torneio?

Supercopa do Maranhão distribui premiação de R$ 300 mil. Timbu na briga

Supercopa do Maranhão 2015

A Supercopa do Maranhão 2015 foi elaborada pela federação maranhense de futebol. Segundo o regulamento oficial, a competição amistosa “harmoniza-se com o programa de treinamento de pré-temporada dos clubes participantes”.

Além dos dois principais times locais, Sampaio Corrêa e Moto Club, foram convidados Náutico e Vitória. De antemão, surpreende a premiação imposta ao torneio de tiro curto, com um total de R$ 300 mil.

O formato será com rodadas duplas no estádio Castelão, em São Luís, nos dias 22 e 25 de janeiro, com as semifinais (Náutico x Vitória e Sampaio x Moto) e, posteriormente, a disputa de 3º lugar e a decisão.

Para início do ano, literalmente, a chance de ganhar até R$ 100 mil sem despesas é atraente. Para justificar o investimento, todas as receitas com a renda dos jogos, publicidade estática no estádio (placas e tapetes em volta do gramado) e direitos de transmissão na tevê (Esporte Interativo) serão da FMF.

Com janeiro livre nos próximos anos, Pernambuco poderia seguir a ideia…

Qual tipo de torneio amistoso poderia ser proposto pela FPF?

Uma cruz no palco da Arena Pernambuco

Palco para show na Arena Pernambuco. Crédito: Arena Pernambuco

A Arena Pernambuco foi concebida para receber grandes shows, com até 55 mil pessoas acompanhando. O modelo principal seria a montagem de um palco em uma das metas, com o público no restante da arquibancada e no gramado. No entanto, este não é o único formato para um evento deste porte no estádio.

Um show religioso (25 anos da Obra de Maria) em janeiro deverá reunir até 35 mil pessoas no empreendimento em São Lourenço da Mata. Neste caso, com todos os espectadores sentados nas cadeiras da arena. Ninguém no campo. Lá, só o palco, mas no formato 360 graus.

Em vez de ocupar os 7.140 metros quadrados do campo, serão utilizados apenas 1.000 m², cobertudos com uma malha sintética de easyfloor. O palco propriamente dito, em formato de cruz (não por acaso) tem 500 m², com 15 metros de altura, com os artistas podendo circular nas passarelas.

Aqui, as projeções do novo palco para shows na Arena Pernambuco. A variação na estrutura, claro, aumenta a possibilidade de negócios.

Palco para show na Arena Pernambuco. Crédito: Arena Pernambuco

Naipe de alvirrubros, tricolores e rubro-negros

Baralhos do Náutico, Santa Cruz e Sport. Crédito: Mooz/facebook

O estúdio Mooz criou o projeto gráfico do plano comercial do Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste de 2015, a pedido da Globo Nordeste. No contato com os empresários, com o objetivo de vender inserções comerciais na tevê durante os torneios, foi apresentado um livro contendo informações do estadual e do regional, tendo como brinde baralhos exclusivos de Náutico, Santa Cruz e Sport. Na descrição, a frase “a sua torcida com cartas na manga”.

Os mascotes se transformaram no coringa. Em relação ao design, o que achou dos quatro naipes nas cores do seu clube?

Apesar da criação, ainda não há previsão de comercialização do produto.

Sobre o plano comercial do Estadual desta temporada, clique aqui.

Baralho do Náutico. Crédito: Mooz/facebook

Baralho do Santa Cruz. Crédito: Mooz/facebook

Baralho do Sport. Crédito: Mooz/facebook

696 mil telespectadores por jogo no Campeonato Pernambucano

Plano comercial da Globo Nordeste para o Campeonato Pernambucano e a Copa do Nordeste de 2015. Crédito: Mooz/facebook

A Globo Nordeste adquiriu os direitos de transmissão do Campeonato Pernambucano em 2000. Desde então, manteve o Estadual em sua grade de forma exclusiva, já com um acordo articulado junto à FPF até 2018. A cada temporada a emissora elabora um plano comercial para vender inserções na televisão dos patrocinadores interessados no produto futebol.

Há dois anos, a Globo anuncia o Pernambucano junto à Copa do Nordeste, torneio em que também detém a exclusividade no sinal aberto no estado. O plano de 2015 chegou ao mercado ainda no fim do ano passado, trazendo alguns dados. Um dos principais pontos se refere ao potencial de audiência no Grande Recife, com alcance de até 3,7 milhões de pessoas.

Os números de pontos, share e telespectadores em 2014 foram os maiores do Pernambucano nos últimos cinco anos. O formato enxuto, com hexagonal decisivo, semifinal e final colaborou, assim como o horário das decisões, nas noites de quarta-feira, cujo histórico aponta uma audiência maior que as tardes de domingo. Segundo o Ibope Media Workstation, o índice da competição chegou a 696 mil telespectadores por jogo – ao todo, foram exibidas 14 partidas.

Já o share indica que a cada 100 aparelhos de tevê ligados, 57 viram os jogos do futebol local no horário. Ainda há o perfil do telespectador específico, formado em sua maioria por homens, de classe C e com mais de 25 anos.

A audiência das últimas cinco edições do Pernambucano, segundo o Ibope:

2010
25 pontos de média
53% de participação nas televisões ligadas
541 mil telespectadores a cada jogo

2011
24 pontos de média
53% de participação nas televisões ligadas
526 mil telespectadores a cada jogo

2012
24 pontos de média
55% de participação nas televisões ligadas
524 mil telespectadores a cada jogo

2013
24 pontos de média
54% de participação nas televisões ligadas
555 mil telespesctadores a cada jogo

2014
28 pontos de média
57% de participação nas televisões ligadas
696 mil telespectadores a cada jogo

Plano comercial da Globo Nordeste para o Campeonato Pernambucano e a Copa do Nordeste de 2015. Crédito: Mooz/facebook

Rankings de clubes da Folha de S. Paulo, Placar e Pluri Consultoria e os mais variados critérios de pontuação

Como se mede a galeria de conquistas de um clubes de futebol? Pode parecer simples, pois bastaria em tese enumerar as taças de cada um. No entanto, publicações e empresas especializadas no meio criaram ao longo dos anos vários modelos de rankings, com critérios de pontuação completamente distintos. Com o fim da temporada de 2014, vamos a três exemplos no Brasil.

Qual ranking você considera mais justo? Comente sobre os critérios adotados.

A resposta também pode ser “nenhum”, se quiser…

Folha de São Paulo (jornal) / Veja a explicação aqui.

14º) Sport – 371 pontos
23º) Náutico – 200 pontos
* O Santa Cruz não aparece na lista

O ranking da Folha, organizado pelo tradicional jornal paulista desde 1996, pontua não só os campeões, como os vice-campeões de torneios estaduais, regionais, nacionais, continentais e mundiais. Contudo, a edição considera somente os times que já disputaram ao menos uma final nacional de elite ou decisão internacional – fazendo com que o ranking tenha apenas 35 clubes do país. Assim, não figura na conta títulos (ou vices) das Séries B, C ou D. Ou seja, mesmo 27 vezes campeão estadual, o Santa Cruz – cujo ápice na elite foi chegar na semifinal da Taça Brasil em 1960 e da Série A em 1975 – ficou de fora. O Náutico, com seis títulos a menos que os rivais, aparecem devido ao vice da Taça Brasil de 1967. O Sport soma quatro finais nacionais na lista.

Ranking de clubes da Folha de S. Paulo

Ranking de clubes da Folha de S. Paulo

Placar (revista) / Veja o critério de pontuação aqui.

14º) Sport – 169 pontos
21º) Santa Cruz – 82 pontos
26º) Náutico – 63 pontos

A lista elaborada pela revista Placar só leva em conta os títulos, mas todas as competições oficiais reconhecidas foram mensuradas de acordo com a tradição, grau de dificuldade e equipes participantes. Cada título do campeonato pernambucano, focando o viés local, vale 3 pontos, a mesma quantidade dos estaduais do Paraná e da Bahia. Está abaixo de São Paulo e Rio de Janeiro, com 6 pontos, e de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com 4, mas está à frente de outros 22 estaduais, variando de 1 a 2 pontos. Há uma polêmica, pois o ranking confere os pontos de campeão de brasileiro de 1987 tanto para o Sport quanto para o Flamengo, por mais que justifique a “chancela da CBF”. A mesma análise sobre a polêmica edição ocorre no estudo da Folha.

Ranking de clubes da Placar em 2014. Crédito: reprodução/internet

Pluri Consultoria (empresa) / Veja o critério de pontuação aqui.

13º) Sport – 289 pontos
19º) Santa Cruz – 136 pontos
34º) Náutico – 63 pontos

A Pluri Consultoria adotou outro sistema, bem mais complexo. Desconsiderou torneios de um passado distante, mesmo os títulos do Brasileirão e da Taça Libertadores da América, somando os dados somente a partir de 2008, com o objetivo de mostrar qual seria o maior clube brasileiro da “atualidade”, e não o de toda a história. Tanto que algumas competições pontuam até o 8º colocado, pesando a regularidade competitiva. Por outro lado, a curiosidade é o peso de rebaixamento, que reduz a pontuação das equipes.

Ranking de clubes de Pluri Consultoria de 2008 a 2014. Crédito: reprodução

Rubro-negros, tricolores e alvirrubros entre os 420 mil usuários do TCN

Divisão dos usuários do Todos com a Nota no Grande Recife em 2014

O programa estatal do Todos com a Nota, com ingressos promocionais no futebol pernambucano, conta atualmente com 420.698 usuários cadastrados na Região Metropolitana do Recife, portadores de cartões magnéticos. Desde a implantação do sistema, a inscrição de novos cartões não parou de crescer, mas vem num ritmo menor a cada ano. Hoje, se aproxima de meio milhão.

O coordenador de futebol do Todos com a Nota, Gustavo Aguiar, informou ao blog os dados absolutos das três maiores torcidas da capital na distribuição dos cartões solicitados desde o primeiro semestre de 2010, quando o processo foi informatizado. Os percentuais são praticamente os mesmos até hoje.

Para não haver confusão na compreensão dos dados, o quadro não se refere à quantidade de ingressos do TCN por time, mas à quantidade de pessoas capacitadas para a reserva do ingresso em cada agremiação. O Sport, por exemplo, conta com 207 mil cadastrados, mas só tem direito a 8 mil ingressos na Ilha. Já o Náutico, com 89 mil torcedores registrados no programa, pode ceder até 15 mil bilhetes promocionais na Arena Pernambuco.

Nº de portadores de cartões magnéticos
2011 – 200 mil adesões
2012 – 100 mil adesões (total de 300 mil)
2013 – 67 mil adesões (total de 367 mil)
2014 – 53 mil adesões (total de 420 mil)

Sport
2011 – 99.000 pessoas (49,50%)
2012 – 148.000 pessoas (49,33%); +49.000 adesões
2013 – 177.448 pessoas (48,27%); +29.448 adesões
2014 – 207.174 pessoas (49,24%); +29.726 adesões

Santa Cruz
2011 – 58.000 pessoas (29,00%)
2012 – 88.000 pessoas (29,33%); +30.000 adesões
2013 – 109.931 pessoas (29,90%); +21.931 adesões
2014 – 124.372 pessoas (29,45%); +14.441 adesões

Náutico
2011 – 43.000 pessoas (21,50%)
2012 – 64.000 pessoas (21,33%); +21.000 adesões
2013 – 80.240 pessoas (21,83%); +16.240 adesões
2014 – 89.152 pessoas (21,19%); +8.912 adesões

Este cenário é o reflexo geral das três maiores torcidas de Pernambuco?

Talvez o mais correto seja dizer o óbvio, que este quadro mostra uma camada da população que consome o futebol via TCN, na troca por notas fiscais. De toda forma, também serve como mais um indício ao velho debate.

Podcast 45 minutos (90º) – 45 respostas sobre jornalismo, futebol e bastidores

Existe imparcialidade no jornalismo esportivo? De cara, essa é uma das primeiras perguntas respondidas na edição especial do podcast 45 minutos, com 45 perguntas sobre futebol, jornalismo e bastidores. Ninguém ficou em cima do muro… respondemos tudo. Com histórias e bom humor.

Estou nessa gravação, dividida em três partes, com Celso Ishigami, João de Andrade Neto, Rafael Brasileiro e Fred Figueiroa. Oula agora ou quando quiser!

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