Mapeamento municipal de torcidas: Goiana (Plural/2015)

Pesquisa de torcidas em Goiana, em junho de 2015, através do Insituto Plural Pesquisa.

Localizado na Mata Norte de Pernambuco, o município de Goiana tinha a sua economia fundamentada basicamente na produção de cana-de-açúcar, há bastante tempo. Mas a chegada de uma fábrica de veículos, com um investimento de R$ 6 bilhões e 5 mil novos empregos, transformou a cidade, já na divisa com a Paraíba. E o instantâneo patrocínio da Jeep ao Flamengo levantou uma polêmica sobre a “relação” da empresa com o cenário local.

Um mês após o episódio, podemos ver um raio x das torcidas na cidade de quase 80 mil moradores. O Instituto Plural Pesquisa, que já havia mapeado Caruaru, foi contratado para fazer um levantamento particular na região e, no embalo do estudo, adicionou aquela pergunta que sempre rende nas discussões entre torcedores: “Qual é o time de futebol que você torce?”. Com espaço para apenas uma opção, os três grandes pernambucanos ficaram à frente, com 45% da população. Entre os times de outros estados, o Corinthians se saiu melhor, com 6%. O Fla, o primeiro parceiro da Jeep, aparece com apenas 2%.

No estudo, também chamou a atenção a quantidade de gente sem clube. Na margem de 42%, um misto de desinteresse e falta de acesso aos times.

Plural / Goiana 2015
Período: junho de 2015
Público: 400 entrevistados
Margem de erro: 4,9%
População estimada (IBGE/2014): 78.287

1º) Sport – 25% (19.571)
2º) Santa Cruz – 13% (10.177)
3º) Náutico – 7% (5.480)
4º) Corinthians – 6% (4.697)
5º) Palmeiras – 2% (1.565)
5º) Flamengo – 2% (1.565)
5º) São Paulo – 2% (1.565)
8º) Seleção Brasileira – 1% (782)
8º) Vasco – 1% (782)

Outros times – 1% (782)
Sem clube – 42% (32.880)

* A soma pode não chegar ou mesmo ultrapassar os 100% por causa com arredondamento, via Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).

Pesquisa de torcidas em Goiana, em junho de 2015, através do Insituto Plural Pesquisa.

Com o alto escalão investigado por corrupção, CBF anuncia curso de gestão

Curso de Gestão de Futebol. Crédito: reprodução

“O Curso de Gestão de Futebol é uma iniciativa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), visando contribuir de forma relevante na capacitação dos gestores esportivos envolvidos com o futebol. Como estes profissionais têm papel fundamental no processo de planejamento e operação de suas instituições, é de suma importância estar informados e atualizados sobre os processos mais eficientes, inovadores e mudanças ocorridas na área nos últimos anos. A CBF tem grande preocupação com a capacitação dos gestores esportivos devido a relevância e impacto de suas atuações no mundo do futebol, seja em seu fomento e desenvolvimento ou na alta performance.”

Esta é a descrição oficial do Curso de Gestão de Futebol elaborado pela CBF. No campo teórico, uma ideia louvável, com oito módulos de estudo nas áreas de estrutura e governança, planejamento estratégico, gestão de competições, marketing esportivo, direito esportivo, gestão técnica e comunicação. Aulas dentro da sede da confederação, no Rio de Janeiro.

No entanto, anunciar a criação de um curso (R$ 6.600 por pessoa) numa semana na qual o ex-presidente José Maria Marin foi o preso por corrupção, o ex-presidente Ricardo Teixeira tornou-se alvo de investigação e o atual, Marco Polo Del Nero, está ameaçado no cargo é de um contrassenso impressionante.

Faltou timing na CBF. Aliás, está faltando muita coisa por lá.

Por mais que os convidados para ministrar o curso tenham capacidade reconhecida, a ligação direta com a entidade neste momento tão conturbado não pareceu o melhor planejamento estratégico e nem um sinal de governança…

Podcast 45 (138º) – Arrancada do Sport na Série A e pitacos de Náutico e Santa

A vitória do Sport sobre o Goiás, a terceira dos rubro-negros na Série A, é o tema principal desta edição do 45 minutos, com uma análise tática da equipe, das peças necessárias para a reposição no ataque e um balanço dos próximos jogos. As próximas apresentações de Náutico (América-MG, em casa) e Santa (Luverdense, fora) também entraram na pauta, assim como os pitacos para a decisão da Champions League, entre Barça e Juventus.

Confira um infográfico com as principais atrações desta edição aqui.

Neste podcast, com 1h33min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Classificação da Série A 2015 – 5ª rodada

Classificação do Brasileirão 2015 após 5 rodadas. Crédito: Superesportes

Caiu mais um invicto do Brasileirão. A vitória do Sport sobre o Goiás na Ilha, nos descontos, tirou o alviverde do G4. Melhor para o Leão, claro, que se manteve na zona nobre da competição, ainda invicto, mesma situação vivida pela Ponte Preta, que ocupa a vice-liderança por ter um gol a mais no saldo. À frente, apenas o Atlético Paranaense, único com quatro vitórias até aqui. Diga-se de passagem, o Furacão já foi duas vezes à Libertadores na era dos pontos corridos, terminando em 2º em 2004 e em 3º em 2013. Sabe o caminho das pedras.

A 6ª rodada do representante pernambucano
07/06 (19h30) – Fluminense x Sport (Maracanã)

Histórico no Rio pela elite: 4 vitórias do Sport, 3 empates e 11 derrotas.

Sport vence o Goiás aos 47 do segundo tempo, levanta a Ilha e se mantém no G4

Série A 2015, 5ª rodada: Sport 1x0 Goiás. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A partida entre Sport e Goiás reuniu dois dos três invictos do Brasileirão até então. Ambos com um bom começo, pontuando e jogando bem. Surpreendendo. Por isso, esperava-se uma partida mais técnica na Ilha do Retiro. Até o céu deu uma trégua, abrindo após dias de chuva intensa no Recife. Em campo, tivemos um jogo de muita correria e marcação forte, mas com poucas chances. Típico empate sem gols. Levando em conta o momento do adversário, a luta do Leão até mereceria aplausos da torcida presente, mesmo sem a vitória. Mas vamos colocar um molho nessa história, a determinação de um time até o apito final. Mais uma vez.

Aos 47 minutos do segundo tempo, com o relógio próximo do minuto final segundo o acréscimo do confuso árbitro Flávio Rodrigues (sempre mal posicionando), Renê iniciou a jogada, tocando para Samuel Xavier, que cruzou na área para Joelinton (participação efetiva) escorar de cabeça e Maikon Leite encher o pé, acertando o ângulo direito do goleiro Renan, pouco acionado até ali. E nem valeria o esforço, pois a bola foi indefensável, 1 x 0. Golaço para sacudir a Ilha, com a chuva de volta, lavando a alma da torcida. Maikon entrara no intervalo no lugar de Neto Moura (que jogou mal, oscilando, algo natural) e finalizou três vezes, justamente as melhores oportunidades. Uma bola de fora da área, raspando, uma cabeça na trave e o gol. Será que alguém sentiu saudade de Felipe Azevedo naquelas bandas do campo?

A forma emocionante como os três pontos foram conquistados, no último instante da 5ª rodada, manteve o Rubro-negro em alta no campeonato, com 11 pontos, lá no G4. No mesmo nível, ou até acima disso, está a confiança do time treinado por Eduardo Batista, com a mesma pegada de seus melhores momentos em 2014. Reforçando um pouco mais o elenco, sobretudo após a confirmação da grave lesão de Elber, novos caminhos podem ser abertos em 2015. Enquanto isso, o time vai criando gordura para fazer uma campanha segura. Ou talvez já esteja pontuando para realmente brigar lá em cima…

Série A 2015, 5ª rodada: Sport 1x0 Goiás. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Podcast 45 (137º) – Náutico vice-líder, Santa vice-lanterna e crise na Fifa

A disparidade entre Náutico (2º) e Santa Cruz (19º) na Série B é o tema principal da nova edição do 45 minutos, com uma análise completa dos jogos contra Ceará e Paysandu, respectivamente. Esquema tático, carência de reforços o “peso” do atraso salarial… Também entrou na pauta do programa a agenda de jogos do Sport, teoricamente favorável, além da crise na Fifa, com a renúncia de Joseph Blatter após a investigação do FBI (já foi tarde?).

Confira um infográfico com as principais atrações desta edição aqui.

O podcast, com 1h29min, conta com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

A 5ª classificação da Segundona 2015

Classificação da Série B 2015 após 5 rodadas. Crédito: Superesportes

Dez pontos separam o Náutico (vice-líder) do Santa Cruz (vice-lanterna). Um cenário surpreendente considerando o período de um mês desde o Estadual, com o Tricolor campeão e o Alvirrubro em último lugar no hexagonal. Na preparação para a Série B, os alvirrubros fizeram uma reformulação, enquanto os tricolores bancaram uma equipe com uma visível limitação técnica, apesar do título. E vale destacar que a liderança na 5ª rodada só não ficou com o Náutico porque o Botafogo venceu o Paraná aos 48 minutos do segundo tempo, com um gol de Rodrigo Pimpão.

No G4, um carioca (líder), um pernambucano, um baiano e um mineiro.

A 6ª rodada dos representantes pernambucanos
05/06 (19h30) – Náutico x América/MG (Arena Pernambuco)
06/06 (16h30) – Luverdense  x Santa Cruz (Passo das Emas)

Apagão do Santa Cruz na Segundona chega em Belém e Ricardinho balança

Série B 2-15, 5ª rodada: Paysandu 2x1 Santa Cruz. Foto: THIAGO GOMES/FUTURA PRESS

Os circuitos de um transformador explodiram, deixando a Curuzu na penumbra. A energia só foi restabelecida 54 minutos depois, não para o Santa. O título estadual foi comemorado com justiça, mas a limitação era evidente. Desde então, contra adversários de nível técnico um pouco melhor (do que Serra, Central e Salgueiro), o time se apagou. Quatro derrotas em cinco jogos e um início preocupante na Série B. Hoje, dez pontos separam alvirrubros (13) e tricolores (3). O revés para o Paysandu por 2 x 1, num jogo ruim, aumentou o questionamento sobre o trabalho de Ricardinho, num senso comum.

Uma visão mais periférica alcança a reposição ruim e a queda de rendimento de alguns atletas, como o meia João Paulo, eleito o melhor do Estadual. Mas há também uma parcela de culpa do treinador, que mesmo mudando cinco peças não abre mão de um sistema extremamente precavido – mas vazado dez vezes em cinco rodadas. Ao ensaiar um pouco mais de ofensividade, vem a carência máxima do atual campeão pernambucano. Bruno Mineiro, que em janeiro parecia uma ótima contratação, simplesmente não cumpre um papel decente. E depender só de Anderson Aquino, autor do gol de pênalti no Pará, não é o ideal.

A isso tudo, adicione um problema crônico no desempenho de qualquer time: salário. É simplesmente uma regra não escrita no futebol, a de que o um grupo com os ordenados atrasados (de forma recorrente) cai vertiginosamente. A bronca, claro, foi ver esse cenário estourar na competição mais importante do ano para o Santa Cruz. O texto soou pessimista demais? Para alguns torcedores, sem dúvida. Seguem com a visão turva em relação à conquista local. Enxergam a saída de Ricardinho como solução. Talvez a mais barata, só.

Série B 2-15, 5ª rodada: Paysandu x Santa Cruz

Náutico se impõe sobre o campeão do Nordeste e se mantém em alta na Série B

Série B 2015, 5ª rodada: Náutico 2x0 Ceará. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Hiltinho foi puxado na área aos 57 segundos. A cobrança de Ronaldo Alves, no cantinho direito, ocorreu aos 2min25s. E ainda havia gente demais chegando na Arena Pernambuco, com aquele recorrente problema de mobilidade. Ouvindo o gol pelo rádio, esse povo todo vestido de vermelho e branco se apressou para entrar no estádio. Valia o esforço (e o exercício de calma no trânsito) para curtir a boa fase do Náutico, numa metamorfose impressionante.

O 2 x 0 sobre o Ceará, com Willian Magrão ampliando no segundo tempo, também no comecinho, estendendo a série invicta do time pernambucano, com quatro vitórias e um empate. Uma campanha para acabar com as dúvidas sobre o objetivo do clube. Com uma largada assim, é difícil não enxergar o Timbu brigando nas cabeças até o fim da Série B. Irá oscilar? Provavelmente. A pressão aumentará? A cada rodada. Entretanto, se a motivação e a tática de Lisca (e os salários em dia) continuarem, a tendência é que a equipe ganhe ainda mais personalidade, algo que vinha faltando há tempos.

No gol, Júlio César (completando 50 partidas). Na zaga, a experiência de Fabiano Eller e Ronaldo Alves. Na cabeça de área, um ascendente João Ananias. À frente, Douglas (grata surpresa). Há uma espinha dorsal. Diante do campeão nordestino (com Ricardinho apagado), o mandante se impôs, mesmo contra uma marcação avançada, compacta. Num teste de paciência, após abrir o placar, o Alvirrubro conduziu a partida ao seu gosto, sem maiores sustos. No fim da partida nesta terça, os 10.997 torcedores se dispersaram na arena em São Lourenço, mas com uma vontade, creio eu, de permanecer mais alguns minutos. Criando cada vez mais afeição com um time, enfim, competitivo.

Série B 2015, 5ª rodada: Náutico 2x0 Ceará. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Joseph Blatter sucumbe à pressão e a Fifa enfim terá o seu 9º presidente

Lista dos presidentes da Fifa de 1904 a 2015

Com mais de um século de história, a Fifa teve apenas oito presidentes. O que assusta ainda mais nesta estatística é o tempo que uma mesma linha de administração ficou no poder. Durante 41 longos anos, os aliados Havelange e Blatter comandaram a poderosa entidade, com um sistema agora conhecido, poluído por negociatas e acordos escusos. E o suíço já estava pronto para um quinto mandato, até 2019, após uma votação no meio da crise imposta pela investigação do FBI, com a prisão de novo dirigentes do alto escalão.

A base de uma nova (e conturbada) gestão não durou sequer uma semana. Blatter parece ter sucumbido à pressão (semelhante à saída de Ricardo Teixeira da CBF, em 2012), colocando o seu cargo à disposição. Discurso direto.

”Vou continuar a exercer minha função como presidente até um novo presidente ser escolhido. O próximo congresso demoraria muito. Esse procedimento será de acordo com os estatutos. E com tempo suficiente para encontrar os novos candidatos e que possam fazer suas candidaturas”.

Com uma expectativa baseada numa certa ingenuidade, que essa renúncia seja realmente um sinônimo de reforma na estrutura com sede na Suíça, faturamento anual de US$ 2 bilhões e influência em todos os continentes. A isso, vale até a revisão da escolha (viciada) de torneios até 2022. Aqui no Brasil, contudo, a saída de Teixeira trouxe ninguém menos que José Maria Marin. Pois é. A eleição extraordinária ocorrerá entre dezembro de 2015 e março de 2016.

1º) Robert Guérin (França) – 1904-1906
2º) Daniel Burley Woofall (Inglaterra) – 1906-1918
3º) Jules Rimet (França) – 1921-1954
4º) Rodolphe Seeldrayers (Bélgica) – 1954-1955
5º) Arthur Drewy (Inglaterra) – 1955-1961
6º) Stanley Rous (Inglaterra) – 1961-1974
7º) João Havelange (Brasil) – 1974-1998
8º) Joseph Blatter (Suíça) – 1998-2015
Após a morte de Woofall em 1918, aos 66 anos, o então secretário-geral holandês Carl Anton Hirschman assumiu interinamente.

Fifa pedindo arrego e CBF na corda bamba. Se descer mais um pouco…