Corrida espacial no lançamento de uniformes

Lançamento dos uniformes de São Paulo (2013, Penalty) e Manchester City (Umbro, 2012). Crédito: montagem sobre reprodução do Youtube

Um lançamento inusitado, sem dúvida.

O novo uniforme do São Paulo para esta temporada foi lançado à estratosfera, no limite da camada de ozônio. A um passo da mesosfera…

A camisa tricolor alcançou 30 mil metros de altitude, num esacalada registrado por uma câmera digital, numa boa jogada de marketing da Penalty, a fornecedora.

Apesar do status de “inédito”, há uma campanha bem parecida feita há apenas um ano.

A Umbro aplicou a ideia de um torcedor, curiosamente, e mesma. Na ocasião, também enviou um balão com a camisa à estratosfera.

Lembrou até a carrida especial de soviéticos e americanos entre os anos 60 e 70…

São Paulo, Penalty – 2013

Manchester City, Umbro – 2012

Felipão retorna à Seleção com convocação de R$ 1 bilhão

Valor de mercado da primeira Seleção Brasileira convocada por Felipão em 2013. Crédito: Pluri Consultoria

Os vinte nomes convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari em seu retorno à Seleção estão avaliados em aproximadamente R$ 1 bilhão, segundo a Pluri Consultoria.

Mesmo jogando no Brasil, Neymar segue como o atleta mais valorizado do grupo, com quase 15% de todo o valor do plantel convocado.

Oscar, Lucas, Hulk e Neymar foram os únicos remanescentes dos Jogos Olímpicos de 2012. Do quarteto, apenas o craque do Santos não foi negociado no período. Os quatro valorizaram de R$ 318,8 mi para R$ 448,5 milhões, com aumento de 40%!

A avaliação é feita a partir de um software com 75 critérios sobre cada atleta.

Apesar da experiência maior em relação aos convocados por Mano, a média de idade ficou em 26,7 anos. Ou seja, caso for este o time em 2014, o índice será menor que o grupo de Dunga no Mundial da África, o mais velho entre os 32 países, com 28,7 anos.

O atacante Luís Fabiano, atacante titular naquela Copa do Mundo é o mais barato atualmente. Craque da última Série A, Ronaldinho Gaúcho é o segundo mis barato…

O que você achou dos primeiros nomes para o recomeço de Felipão na Canarinha?

O campeão regional de 1966 em busca da chancela da CBF

Diario de Pernambuco de 22 de dezembro de 1965. Crédito: Acervo/DP

Torneio Pentagonal dos Campeões do Norte-Nordeste, Torneio dos Campeões do Norte e Copa dos Campeões do Norte. A nomenclatura é dúbia pois os jornas variaram bastante a referência. No entanto, o torneio, histórico, é exatamente o mesmo.

Em 1966, os cinco vencedores da fase Norte-Nordeste da extinta Taça Brasil, curiosamente apenas nordestinos, disputaram um pentagonal em jogos de ida e volta.

Bahia (59, 61 e 63), Fortaleza (60), Sport (62), Ceará (64) e Náutico (65).

Foi realizado de janeiro a abril nas três maiores cidades nordestinas, Salvador (Fonte Nova), Recife (Aflitos e Ilha do Retiro) e Fortaleza (Presidente Vargas).

Após oito rodadas, o título ficou com o Náutico. Então tricampeão pernambucano, o Timbu empatou sem gols com o rival rubro-negro e garantiu a conquista regional.

Uma vitória leonina teria forçado um triangular extra envolvendo Náutico, Sport e Ceará.

O torneio consta no levantamento do blog sobre os campeonato nordestinos (veja aqui).

Esta postagem, contudo, visa tentar tirar uma dúvida sobre a chancela da competição. Foi organizada pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), precursora da CBF?

A pergunta se refere à polêmica sobre os títulos oficiais do Náutico fora do estado.

Mergulhando no acervo histórico do Diario de Pernambuco, as notícias relatam a organização por parte dos próprios times, sem uma relação direta com a CBD.

Com as maiores forças envolvidas, a tabela foi elaborada por Abdias Veras, diretor de futebol do Fortaleza. À frente de toda a articulação, o folclórico presidente do Bahia, Osório Villas-Boas, que viajou várias vezes às capitais alencarina e pernambucana.

Os últimos times a assinar o contrato de participação foram justamente os pernambucanos. Na apresentação, um trecho do texto original do Diario de Pernambuco:

“Realizando-se no próximo ano, em caráter experimental, o torneio poderá se transformar no futuro, dependendo o seu resultado financeiro, transformando-se num certame de alto gabarito.”

Confira a reportagem do Diario de Pernambuco em uma versão ampliada aqui.

Independentemente da chancela, a conquista alvirrubra, em sua fase dourada, foi relevante, ainda mais considerando que teve como adversários os vencedores da “Copa Norte”, como era chamada fase Norte-Nordeste da Taça Brasil, criada em 1959.

Analisar o título como uma “Copa do Nordeste” também não faz sentido, pois o critério de classificação e a própria nomenclatura foram bem distintas, chancela à parte.

Contudo, não há como não enxergar o triunfo do Náutico como um título regional relevante. Ainda mais com o precedente aberto pela CBF em 2010, unificando os títulos da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa ao Brasileiro, quarenta anos depois.

Até o momento, a entidade não se posicionou sobre o passado do Nordestão pré-1994.

Nessa dúvida histórica, há espaço para uma confusão interna. Com as numerosas nomenclaturas do supracitado torneio de 1966, o Timbu citou duas vezes a competição em sua lista de títulos. Ao Náutico, falta mesmo é atitude pelo reconhecimento…

Títulos do Náutico. Crédito: Site Oficial do Náutico/reprodução

A primeira classificação nordestina em 2013

A primeira rodada da Copa do Nordeste 2013 teve 20 gols nos jogos realizados no fim de semana, com média de 2,5 tentos por partida. Qual foi a sua primeira impressão?

Entre os pernambucanos, vitórias salgueirense e santa-cruzense, ambas no estado. O Leão tropeçou na terra dos dinossauros. Não por acaso apenas o Sport não teria vaga assegurada às quartas de final, pois divide a segunda colocação com o Sousa.

A segunda rodada dos locais começa na quarta-feira, com Vitória x Salgueiro (19h15) e Campinense x Santa Cruz (21h15). Na quinta,  Sport x Confiança (21h15).

Classificação da Copa do Nordeste 2013 após a primeira rodada. Crédito: Superesportes

Recarregando as energias do Santa Cruz em pleno Nordestão

Copa do Nordeste 2013: Santa Cruz 1x0 CRB. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Os reforços foram modestos, com o caixa bem apertado neste início de temporada.

No Santa Cruz, mais do que qualquer outro grande clube do estado, a superação é a palavra-chave. O último jogo-treino, um empate com o Chã Grande no Arruda, deixou a torcida coral desconfiada. Nada que influenciasse na ocupação do Mundão no domingo.

No jogo que encerrou a primeira rodada do Nordestão, já à noite, o Santa precisou de dois minutos para descarregar a adrenalina acumulada desde a Série C passada.

Renatinho cruzou, houve um bate-rebate e o atacante oportunista dominou e bateu rasteiro, certeiro. Philco, um daqueles nomes modestos anunciados recentemente.

Em sua apresentação, diante do CRB, Philco havia dito que daria mais entrevistas coletivas. Acertou em cheio logo na primeira oportunidade.

Instantes depois, o Tricolor ainda mandou outra bola pro gol, anulado. A blitz assustou o time alagoano, futuro adversário do Santa na terceira divisão nacional deste ano.

Após o baque inicial, o Galo de Maceió melhorou e buscou o ataque. Deu espaço para contragolpes. O time da casa mostrava empolgação, o que já era um alento, mas longe de ser suficiente para tornar-se competitivo. Tanto que não aproveitou as chances…

Ainda assim, como no sábado Feirense e Campinense ficaram no 2 x 2, a suada vitória tricolor por 1 x 0 já proporcionou ao bicampeão pernambucano a liderança de seu grupo.

A situação até parecia não indicar, mas 2013 começou com o sorriso tricolor. E foram vários, com 24.287 torcedores no Mundão. De cara, o maior público do ano no país…

Copa do Nordeste 2013: Santa Cruz x CRB. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Recomeço rubro-negro ficou para a próxima rodada

Copa do Nordeste 2013: Sousa x Sport. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Seria o recomeço para o Sport.

A reação no fim do ano passado não evitou o descenso. A autoestima da equipe e da torcida era prioridade para o clube neste início de 2013.

Alguns amistosos, pré-temporada em Alagoas, reforços e enfim uma apresentação oficial, agora sob o comando de Oswaldo Alvarez.

O condicionamento físico segue longe do ideal, sem surpresa na largada. O arranque, a movimentação e o entrosamento não seriam dignos de elogio neste domingo.

A superação, sim. Num sol daqueles em Sousa, o Leão estreou na Copa do Nordeste.

De cara, um gramado surrado, daqueles para deixar no ar a dúvida sobre a vistoria realizada pela CBF. Afinal, alguém teve que liberar.

Ruim, mas ruim para os dois times, é bom frisar. No embate, o primeiro susto do ano logo aos 19 minutos, com Toty acertando a trave de Magrão.

Uma ou outra estocada do time paraibano, mas o Rubro-negro passou a dominar e criar as suas chances, tendo Roger como referência e o goleiro Marcelo Silva bem colocado.

Por sinal, o centroavante por pouco não marcou aos 10 minutos da etapa final.

Aos 19 minutos, o gol do mandante, numa falha de marcação que lembrou os piores momentos da defesa do Sport na última Série A. Numa cobrança de falta pelo lado esquerdo, Leandro se abaixou, isso mesmo, para cabecear na pequena área.

Segue o jogo. Tentando evitar um revés logo de cara, Felipe Azevedo acertou a trave. Aos 43, Roger acertou um chutaço de fora da área e cravou o 1 x 1. Ufa.

Apesar da reação, vale relembrar a primeira frase do post: Seria o recomeço do Sport.

Ficou para a próxima rodada. Com mais movimentação, arranque e entrosamento.

Copa do Nordeste 2013: Sousa x Sport. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Ao campeão nordestino, a dúvida no ano seguinte

Copa do Nordeste. Crédito: Copa do Nordeste/Esporte Interativo

Há uma lacuna no Nordestão de 2013 que mais cedo ou mais tarde será descoberta…

O formato da Copa do Nordeste contempla sete estados da região. Cinco deles com duas vagas e dois, os melhores no ranking da CBF, com direito a três equipes.

Na soma geral, 16 times. Considerando a estrutura imutável, há a dúvida sobre a presença do campeão do Nordestão no próximo ano, pois a classificação é via Estadual.

Vale, contudo, relembrar o passado do torneio. A partir de 1998 a CBF passou a garantir vaga ao campeão e ao vice, tirando a terceira vaga de baianos e pernambucanos.

Em 1999 a final foi um Ba-Vi, o que deixou a Bahia com quatro times em 2000.

Nem todas as competições no formato “copa” garantem o campeão na edição seguinte, é verdade. Na esfera mundial, a Copa do Mundo e a Olimpíada, por exemplo.

Entre clubes, o Mundial da Fifa também não assegura um lugar ao detentor da taça, como nenhum outro torneio da Fifa atualmente. Porém, nos demais há a garantia, como Liga dos Campeões da Uefa, Taça Libertadores da América e Copa Sul-americana.

Por causa do calendário, a Copa do Brasil passou anos sem a presença do campeão, que cedia o seu lugar para poder disputar a Libertadores, paralela. A partir deste ano, o campeão do mata-mata nacional volta à disputa, já nas oitavas de final.

Ao Nordestão, segue a dúvida sobre o futuro campeão de 2013… Estará em 2014?

E se a resposta for positiva, qual seria a solução para manter o torneio com 16 times?

Você acha que o campeão nordestino deveria garantir vaga na edição seguinte do regional?

  • Sport - Sim (51%, 426 Votes)
  • Santa Cruz - Sim (24%, 202 Votes)
  • Náutico - Sim (15%, 123 Votes)
  • Sport - Não (5%, 38 Votes)
  • Náutico - Não (3%, 26 Votes)
  • Santa Cruz - Não (2%, 19 Votes)

Total Voters: 834

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O primeiro gol do Nordestão, o primeiro gol africano

América do Sul e África

Um gol emblemático no estádio Cornélio de Barros.

Em um jogo truncado, na tarde deste sábado, o tento da vitória do Carcará saiu aos 32 minutos do segundo tempo.

Peri cruzou da esquerda e Yerien mandou de canhota para dentro da meta do ASA.

Era o primeiro gol do Salgueiro na história da Copa do Nordeste.

Era, na verdade, o primeiro gol da renascida competição regional, iniciada no mesmo dia da Copa Africana de Nações, do outro lado do Oceano Atlântico.

Para mostrar que não estamos tão distantes assim, e a nossa miscigenação comprova isso há cinco séculos, Yerien é nigeriano.

Por sinal, foi o único gol africano do dia, pois as duas partidas na disputa continental, África do Sul x Cabo Verde e Angola x Marrocos, terminaram em empates sem gols.

Aposta no Sertão, o atacante só entrou na etapa complementar. Vestindo a camisa 16,  deu a primeira vitória a Pernambuco no regional desta temproada, 1 x 0.

Yerien Richmind Esukuriede, natural de Delta State, passou fome até começar a encarar uma carreira profissional no futebol brasileiro.

Aqui no Nordeste ainda perambulou de forma ilegal. Agora, aos 20 anos, arranha a língua portuguesa e enxerga um futuro melhor com a bola nos pés, na rede.

No Sertão, o africano é antes de tudo, um forte.

Trocando as bolas, Maxim e S11

Bolas oficiais de 2013, na Copa do Nordeste (Nike) e Pernambucano (Penalty). Crédito: Nike e Penalty/divulgação

Início de ano com torneios distintos para os times pernambucanos. Três deles na Copa do Nordeste e nove no campeonato estadual. No gramado, bolas diferentes em 2013.

Parceira da CBF, a Nike fornece a pelota oficial da Série A há vários anos. Como a Copa do Nordeste retorna com a chancela da confederação, a empresa lança no país o seu novo modelo justamente no regional. A bola Maxim Hi-Vis substitui a T90 Strike.

A nova bola já vinha sendo utilizada nas principais ligas nacionais do mundo, como a inglesa, a espanhola e a italiana. Neste ano também estreia na Taça Libertadores.

“O desenho geométrico intenso da bola Maxim gera potência visual extremamente forte, além das extremidades destacadas que deixam tudo igualmente visível tanto para quem está no gramado quanto para as arquibancadas. Conta com a tecnologia Geo II para oferecer mais equilíbrio nos chutes.”

Enquanto isso, no Estadual, a Penalty chega a seis anos seguidos produzindo a bola do torneio. O modelo é o mesmo da temporada passada, a S11 Pro. Outros nove Estaduais terão a mesma bola. A exceção será o campeonato baiano, com a nova Brasil 70 Pro.

“A S11 é construída em oito gomos, pesa entre 420 e 445 gramas e mede de 68,5 a 69,5 centímetros. A bola possui o sistema Termotec, que a torna impermeável, mais rápida, macia e com maior durabilidade e precisão, além de ter menor deformação”. 

Em Pernambuco, Náutico, Salgueiro, Santa e Sport jogarão com as duas bolas este ano.

Há 30 anos, o álcool afogou um gênio

Imagens da carreira de Garrincha

Por Lucas Fitipaldi*

Os últimos suspiros foram um espelho do pós-auge. Findado o período de glórias, deu-se início à decadência. Um dos maiores ídolos da história deste país fraquejou, tirou a própria vida sem cometer suicídio. Parou no único adversário capaz de contê-lo. Manuel Francisco dos Santos cumpriu os últimos anos de vida invisível. Pobre. Quase esquecido. Agonizou na cachaça. Mergulhado numa condição de vida precária.

Os últimos dias de vida foram regados a álcool, perambulando de bar em bar pela vizinhança, em Bangu, onde morava numa casa alugada pela Confederação Brasileira de Futebol. Bebeu do domingo, 16, até o dia 19 de janeiro de 1983: uma quarta-feira mais cinza que qualquer outra. O corpo sucumbiu aos excessos. Ficou a história. Eterna. Não há vício. Desleixo que consiga apagar.

Manuel definhou sem chamar atenção. Manuel. Garrincha jamais será esquecido. Um triste fim para quem era chamado de “a alegria do povo”. O mundo ficou mais sisudo. Sem a irreverência, o sorriso puro de Mané. Àquela altura, os dribles desconcertantes eram só boas lembranças. E quantos foram. Mané tinha o dom de fazer a bola sorrir.

Começou a jogar profissionalmente aos 19 anos. Aos 29, experimentou o auge. Pendurou as chuteiras dez anos mais tarde, aos 39. Morreu aos 49, de coma alcoólico. Como estaria neste sábado, exatos 30 anos depois? Muito provavelmente, levando a mesma vida simples e desregrada em algum subúrbio do Rio de Janeiro.

Garrincha também ficou marcado por uma certa ingenuidade, um certo desapego. Gostava mesmo era de tomar cachaça e jogar bola. Não importa se na Suécia ou em Pau Grande, seu cantinho predileto no Rio. Dos tantos feitos com as camisas da Seleção Brasileira e do Botafogo, um destoa.

Quem mais seria capaz de minimizar a perda de Pelé, no auge da forma, em plena Copa do Mundo? O uso do verbo minimizar, no caso, é apenas um gesto em respeito ao rei. Em 1962, no Chile, Garrincha fez o brasileiro ter um ataque de amnésia. Jogou pelos dois. A verdade é que ninguém sentiu falta do camisa 10. Nenhum outro jogador conseguiu jogar tanto numa mesma Copa do Mundo. Pelé teria feito o mesmo? A mais breve reflexão pontua a dimensão do gênio.

* Lucas Fitipaldi, repórter da editoria de esportes do Diario de Pernambucano