Milagre do Couto

Série A 2012: Coritiba 2 x 3 Sport. Foto: ANTôNIO MORE/AGÊNCIA DE NOTÍCIAS

Futebol, football, fussball, calcio, soccer… Sempre imprevisível.

Vamos lá a mais um episódio empolgante desse esporte.

O Sport vinha tendo uma atuação apática neste domingo.

Marcava à distância, com um ataque inoperante no estádio Couto Pereira. Para o blog, o time rubro-negro fazia a sua pior apresentação na Série A, um tanto preguiçosa.

Diante do time reserva do Coritiba, que se poupou para a decisão da Copa do Brasil, o Sport não se encontrava em campo. Levou dois gols rapidamente, em 24 minutos.

Anderson Aquino e Tcheco. Ambos sem tanto aperreio na marcação.

Pior, o visitante não conseguia reagir. Seguia errando passes, irritando a torcida.

No finzinho do primeiro tempo, o alento. O atacante Henrique marcou o seu primeiro gol com o uniforme leonino. Bateu firme, no cantinho. A bola ainda chorou para entrar.

Na etapa final, com outra atitude do time pernambucano, o fim de um longo jejum no campeonato brasileiro. Após 28 partidas, o Rubro-negro venceu fora de casa.

A virada, com uma boa dose de emoção na segunda metade do cotejo, começou com Marquinhos Gabriel, aos 30 minutos. O empate já era um alívio, até porque o Coxa seguia contragolpeando. O alviverde chegou a acertar a trave, diga-se.

Vale ressaltar que o Rubro-negro, mais ligado, também oferecia perigo ao Coritiba.

Tanto que veio o terceiro gol da equipe de Mancini, que desta vez enxergou as peças sem eficiência na partida e modificou a tempo. Willians, enfim, quis jogo.

O lance derradeiro teve mais um atacante como protagonista, Felipe Azevedo, aos 41 minutos. Ele acertou a trave, mas a bola bateu no zagueiro adversário e entrou.

Em seguida, o Coritiba acertou o poste de novo. Nada foi fácil em Curitiba.

Sorte? Não importa no futebol, seja lá onde for. Coritiba 2 x 3 Sport.

A importante reação rubro-negra veio no Paraná. Já era hora, Leão!

Série A 2012: Coritiba 2x3 Sport. Foto: Coritiba/divulgação

Lições da Série A ao Alvirrubro pelo suposto domínio

Série A 2012: Náutico 0x2 Fluminense. Foto: Yanna Cavalcanti/Photocamera

Um campeonato que não permite erros. Assim é a Série A, sem injustiças.

Seja no ataque, com as inúmeras oportunidades criadas, sem que alguém competente consiga arrematar para o gol. Vai fazer falta.

Seja na defesa, onde um falha de posicionamento, com uma ação com um segundo de atraso pode ser tarde demais. Provavelmente, será mesmo.

Contra o técnico time do Fluminense, o Náutico foi um ótimo exemplo disso.

O time comandado por Gallo fez uma boa partida na tarde deste sábado. Empurrado por 14.401 torcedores nos Aflitos, o Alvirrubro foi absoluto no primeiro tempo.

A bola cansou de passar rente à meta do goleiro Diego Cavalieri.

Quando alguém não chutava, o camisa 1 do Flu fazia ótimas defesas, duas delas em finalizações do meia Souza, livre. Lances que reforçaram a confiança do adversário.

Na defesa, a marcação pernambucana estava apertada. Reclamando bastante do gramado, os cariocas mal conseguiam trocar três passes consecutivos.

Até uma falta bem marcada próxima à àrea timbu, aos 30 minutos.

Deco cobrou, a zaga não acompanhou, o goleiro não saiu e Samuel, completamente desmarcado, marcou de cabeça o gol do tricolor do Rio de Janeiro.

Aquela foi a única chance do time visitante, que desceu para o vestiário em vantagem.

No segundo o tempo, o Alvirrubro seguiu criando, porém, mais aberto. Kim, substituto de Araújo, fora da partida devido a uma cláusula contratual, não agradou.

Kim teve três chances, perdeu as três. Isso é venal no campeonato brasileiro. Como mostrou Samuel, aproveitando um rebote após jogada iniciada novamente por Deco.

Mesmo pressionando, o Náutico foi derrotado pela primeira vez em casa, 0 x 2.

Mais uma aula de Série A. Aprendizado mesmo. De que um time pode ser dominado durante 90 minutos e ainda assim vencer, sem que isso seja uma zebra.

Simplesmente porque foi eficiente no papel bem designado. Como o Flu.

Série A 2012: Náutico 0x2 Fluminense. Foto: Yanna Cavalcanti/Photocamera

Torcida local por Boca (Libertadores) e Coxa (Copa do Brasil)

Finais de 2012 na Libertadores (Corinthians x Boca Juniors) e Copa do Brasil (Coritiba x Palmeiras)

Com quase dois mil votos, os torcedores de Sport, Santa Cruz e Náutico registraram a mesma ordem na enquete em relação à preferência na torcida nas duas finais que agitam o futebol do país, na Taça Libertadores e na Copa do Brasil.

Considerando a soma das três maiores torcidas pernambucanas, a ordem geral, com 1.938 votos, foi a seguinte: Boca Juniors/Coritiba, 44,48%; Boca Juniors/Palmeiras, 25,70%; Corinthians/Coritiba, 20,43%; Corinthians/Palmeiras, 9,39%.

As finalíssimas serão em julho, primeiro com a disputa continental, dia 4, no Pacaembu, e em seguida no torneio nacional, dia 11, no Couto Pereira.

Saiba mais sobre as decisões da Libertadores e da Copa do Brasil.

Quem serão os campeões da Libertadores e da Copa do Brasil de 2012?

Rubro-negro – 796 votos
SportBoca Juniors e Coritiba – 49,50%, 394 votos
Boca Juniors e Palmeiras – 25,13%, 200 votos
Corinthians e Coritiba – 17,84%, 142 votos
Corinthians e Palmeiras – 7,53%, 60 votos

Tricolor – 572 votos
Santa CruzBoca Juniors e Coritiba – 44,41%, 254 votos
Boca Juniors e Palmeiras – 22,90%, 131 votos
Corinthians e Coritiba – 21,68%, 124 votos
Corinthians e Palmeiras – 11,01%, 63 votos

Alvirrubro – 570 votos
NáuticoBoca Juniors e Coritiba – 37,54%, 214 votos
Boca Juniors e Palmeiras – 29,30%, 167 votos
Corinthians e Coritiba – 22,81%, 130 votos
Corinthians e Palmeiras 10,35%, 59 votos

Celebrando uma década do pentacampeonato mundial

Copa do Mundo 2002: Brasil 2 x 0 Alemanha. Foto: Rivaldo/arquivo pessoal

Há exatamente uma década o Brasil inteiro acordou cedinho.

Era um domingo. No Recife, tempo nublado e pancadas de chuva.

Quatro anos depois da fatídica apresentação no Stade de France, a Seleção teria uma nova oportunidade para conquistar o pentacampeonato mundial de futebol.

Desta vez o jogo seria em Yokohoma. Pela primeira vez a Ásia recebia a Copa do Mundo.

A expectativa da torcida verde e amarela antecipou as festas na cidade, logo às 8h. Ruas desertas, televisões sintonizadas e foguetório acordando os dorminhocos.

Quis o destino que o primeiro jogo contra a Alemanha na história da competição fosse justamente em uma decisão. Duas camisas pesadas…

Tendo o renascido Ronaldo como artilheiro, marcando duas vezes na final, e Rivaldo como craque em toda a campanha, a Canarinha comandada por Luiz Felipe Scolari superou as críticas durante a fase de preparação e venceu os sete jogos no Mundial.

A vitória por 2 x 0 em 30 de junho de 2002 deixou a Seleção Brasileira com uma hegemonia que se mantém viva até hoje.

Campeã em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Pelé, Romário e Ronaldo. Gerações.

Onde você estava há dez anos, mais precisamente às 10h, quando o árbitro italiano Pierluigi Collina encerrou a partida?

Abraçado com amigos, parentes. Agradecendo aos céus. Jurando cumprir as promessas. Com alguns goles a mais. Sorriso fácil.

Em Pernambuco, os rubro-negros vibraram com o Brasil. Alvirrubros e tricolores foram além, disputando a final do Estadual no Arruda na tarde daquele mesmo dia.

O Timbu foi bicampeão, mas, excepcionalmente, naquele dia, todos foram felizes. A Taça do Mundo era nossa. Pela quinta vez.

Pois é. Já está fazendo falta essa alegria. Que venha 2014.

Copa do Mundo 2002: Brasil 2 x 0 Alemanha. Foto: Fifa/divulgação

Sexta-feira Treze

Grupo A da Série C 2012

Que sirva de lição, novamente.

O embate entre Justiça Comum e Justiça Desportiva só termina em entendimento…

Não adianta ameaça de suspensão de dois anos, multa milionária ou até desfiliação por parte das entidades que regulam o futebol, como CBF e a própria Fifa (veja aqui).

Se o direito legal for executado à risca, parece não haver escapatória.

Como em 2000, quando a CBF cedeu a favor do modesto Gama, do Distrito Federal.

Naquele ano, o módulo azul da Copa do João Havelange, como foi chamada a Série A, teve 25 clubes. A decisão foi tomada após 251 dias de paralisação.

Número ímpar. Algo que não condiz com a formação de campeonatos de grande porte.

A história se repete em 2012, na Série C.

O Treze, que enfrentou todos os tribunais para fazer valer o seu direito, controvertido ou não, disputará a competição, encerrando um imbróglio de 38 dias.

E o campeonato brasileiro da terceira divisão desta temporada terá 21 clubes, com onze times no grupo A, a chave dos pernambucanos, e o dez equipes no B.

De novo, ímpar, o símbolo maior de que algo está errado.

O nome do protagonista do novo episódio so aumenta a ironia dos casos históricos.

É preciso estruturar de uma vez por todas as soluções legais do futebol brasileiro, ou então um precendente perigosíssimo estará aberto para os próximos anos…

Neste caso, o número ímpar é necessário. Basta um vetor da justiça.

Ou será preciso enumerar treze motivos? Esta sexta-feira apresentou um.

Série D 2011: Santa Cruz 0x0 Treze. Foto: Roberto Ramos/Diario de Pernambuco

Do passe aos direitos econômicos, o sucesso do Porto

Centro de treinamento do Porto, em Caruaru. Crédito: Google Maps

Fundado com um propósito bem específico, o de formar jogadores profissionais, o Porto mostra mais uma vez a boa relação custo/benefício da empreitada.

O clube que revelou Araújo e Josué agora vai faturar R$ 5.173.134 com a venda do volante Rômulo, negociado pelo Vasco para o Spartak Moscou por R$ 20,7 milhões.

A negociação internacional  gira em torno de oito milhões de euros, e, de acordo com a legislação do futebol, o clube formador tem direito a 5%. Porém, o Porto tinha 25%.

Considerando que o time de Caruaru já havia faturado R$ 500 mil quando vendeu parte dos direitos econômicos do então jovem atleta ao clube carioca, então, com apenas um jogador, o Gavião irá abocanhar a bagatela de R$ 5,6 milhões.

A transação é a maior do futebol de Pernambucano no Plano Real (veja aqui).

E assim caminha o centro de treinamento Ninho do Gavião, na margem da rodovida BR-232, em Caruaru, funcionando há quase duas décadas.

O Porto é o melhor exemplo local sobre a transição da Lei Pelé, que decretou o fim do “passe” no Brasil, em 2001. Naquele ano, o Sport fechou o seu departamento.

Ao interpretar corretamente o novo formato do texto, a agremiação presidida por José Porfírio passou ganhar dinheiro com os “direitos econômicos”.

Alvirrubros, rubro-negros e tricolores ainda vêm correndo contra o tempo em relação à estrutura. Em Caruaru, além dos campos oficiais, existe um alojamento para toda a base e a formação social necessária. Há bastante tempo. Outros Rômulos estão a caminho…

A CBF pagou para ver a Terceirona

A multa diária imposta pela Justiça à CBF, de R$ 50 mil por não incluir o Treze no campeonato brasileiro da terceira divisão, pelo visto não assustou a entidade.

A Confederação Brasileira de Futebol depositou em juízo a quantia de R$ 2.488.000 para bancar a Série C sem o clube paraibano, assumindo os riscos até o julgamento.

Confira a íntegra do despacho do Superior Tribunal de Justiça Desportiva sobre o caso.

Saiba mais sobre o início da Terceirona clicando aqui.

Do tribunal para o gramado, Cobra-Coral e Carcará em ação

Série D 2011: Santa Cruz 0x0 Treze. Foto: Roberto Fernandes/Diario de Pernambuco

Durante 37 dias a Série C esteve suspensa pelo STJD.

O imbróglio jurídico, tendo o Treze como protagonista, travou a competição.

As demais torcidas, legalmente compromissadas com o campeonato brasileiro, ficaram de mãos atadas, a espera de uma solução por parte da diretoria da CBF.

Com a disputa ocorrendo em tribunais, com liminares expedidas em todos os cantos, houve uma manobra jurídica articulada para contornar a decisão favorável ao clube paraibano, que luta para ser incluído na competição, mesmo sem o acesso no campo.

Pontualmente às 15h18 desta quinta-feira, a Confederação Brasileira de Futebol publicou em seu site oficial o comunicado dando início à Série C.

Nos bastidores, os clubes já haviam sido informados sobre o provável desfecho, antecipando a logística, como viagens, hospedagem, venda de ingressos e transmissões.

E não foi diferente com os ansiosos representantes pernambucanos…

Santa Cruz x Guarany, no Arruda, no domingo, às 16h. Multidão à vista.

Rio Branco x Salgueiro, no Acre, também no domingo, às 19h30.

Após o período de preparação forçada, com jogos-treino de técnica duvidosa e irritação entre os adeptos, os pernambucanos darão início ao sonho de retornar à Série B.

Advogados ligados ao bicampeão pernambucano e ao melhor time do interior do estado saem de cena. O time de terno e gravata será substituído pelos uniformes oficiais.

Ao que parece a CBF vai bancar a multa diária de R$ 50 mil por não incluir o Treze no torneio, pois está confiante na vitória no julgamento a ser marcado.

O jogo continuará nos tribunais. Porém, agora também vai para o gramado. Enfim!

Torcida do Salgueiro. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Um campeão histórico a caminho da Libertadores

Libertadores 2012, final: Boca Juniors 1x1 Corinthians. Foto: Conmebol/divulgação

Na Bombonera, o agônico empate em 1 x 1 entre Boca Juniors e Corinthians.

Assim, com os gols de Roncaglia e Romarinho, o desfecho da final da Taça Libertadores de 2012 será no estádio do Pacembu, na próxima quarta-feira.

Seja qual for o campeão desta edição, será uma conquista emblemática.

Se o time argentino surpreender em São Paulo, como costuma fazer, se tornará o maior vencedor do continente, ao lado do também hermano Independiente, com sete taças.

O Boca ergueu o troféu em 1977, 1978, 2000, 2001, 2003 e 2007.

Já o Corinthians, que pode se tornar no nono clube do país a vencer a competição, quebrará um jejum de 34 anos em caso de triunfo.

Com o empate em Buenos Aires, o Timão só ficará com o título de forma invicta.

Até hoje, apenas cinco clubes ganharam a Libertadores desta forma.

Peñarol (1960, 7 jogos), Santos (1963, 4 atuações), Independiente (1964, 7 jogos), Estudiantes (1969 e 1970, ambos com 4 jogos) e Boca Juniors (1978, 5 partidas).

Nota-se que o Alvinegro estabeleceria também a maior campanha invicta da história, com 14 jogos ao longo do torneio. Até o momento são sete vitórias e seis empates.

Mais de 41 milhões de torcedores dos dois clubes estão na expectativa desde já…

Uma nova história será escrita nos gramados da América. Irá nascer em 4 de julho.

Libertadores 2012, final: Boca Juniors 1x1 Corinthians. Foto: Conmebol/divulgação

Casa Brasileira do Futebol segue os traços de Zurique

Sede da CBF. Foto: CBF/divulgação

Após pagar a bagatela de R$ 70 milhões, a CBF mudará a sua sede para um complexo de 5.560 metros quadrados na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

O imóvel fica a 3,5 quilômetros da sede atual. As sedes anteriores também eram no Rio.

O valor impressiona, mas a Confederação Brasileira de Futebol, uma entidade privada, vem acumulando sucessivos superávits nos últimos anos. Lucra mais que os clubes.

De acordo com o balanço de 2011, o patrimônio da “empresa” saltou de R$ 181 milhões para R$ 258 milhões em um ano. Um aumento de 42,5% (veja aqui).

Boa parte da receita de R$ 300 milhões veio através dos patrocinadores da entidade. São 14 ao todo. A Nike, a principal marca, bancou nada menos que R$ 59 milhões.

Curiosamente, a sede da Nike é vizinha da nova CBF, na Avenida Luís Carlos Prestes.

A entidade que regula o futebol nacional aprendeu bem com a Fifa, imitando os traços da sede de Zurique. Por lá, o cofre é maior, com um patrimônio líquido de R$ 2,3 bilhões.

Modernidade por fora, volume financeiro por dentro e outras cositas más.

Sede da Fifa em Zurique. Foto: Fifa/divulgação