Campeonato da segunda divisão a definir

Tabela da Série A2 do Campeonato Pernambucano de 2013. Crédito: FPF

A FPF divulgou a tabela oficial da segunda divisão pernambucana de 2013.

Os 15 clubes estão divididos em três grupos. Ao todo serão dez rodadas.

As datas estão ok. Já os estádios… Mistério. Não há definição alguma.

Na Série A2 a capacidade mínima de público é de 3 mil espectadores. Não precisa sequer contar com iluminação artificial na fase inicial.

Na semifinal e na decisão do Estadual o número estipulado pela fedederação subirá para 5 mil torcedores, além da exigência de refletores. Porém, alguns times não contam com praças com as condições mínimas.

Basta ver a situação do estádio Jefferson de Freitas, em Jaboatão, a casa do Jaguar. Faltando um mês para o campeonato não existe nem grama.

De fato, os laudos técnicos dos palcos ainda vão chegar…

Confira a tabela completa clicando aqui.

Estádio Jefferson de Freitas, em Jaboatão, em julho de 2013. Foto: Washington Vaz/divulgação

Felipão ganhando as ruas, de novo

Charge do Diario de Pernambuco em 1º de julho de 2013. Arte: Jarbas Domingos

O trabalho de Luiz Felipe Scolari em sua segunda passagem na Seleção Brasileira tem apenas cinco meses. O treinador campeão mundial em 2002 só comandou o time neste ano em doze oportunidades.

Foram sete amistosos, com o time cambaleando. Somente no último jogo o país conseguiu vencer uma seleção tradicional. À vera, mostrou o velho perfil copeiro no Festival de Campeões, com cinco vitórias seguidas…

Felipão garante que do time tetracampeão da Copa das Confederações, cerca de 80% do grupo será mantido para o Mundial no ano que vem.

Quais são as peças que poderiam ser modificadas até 2014?

Amistosos
06/02/2013 – Brasil 1 x 2 Inglaterra
21/03/2013 – Brasil 2 x 2 Itália
25/05/2013 – Brasil 1 x 1 Rússia
06/04/2013 – Brasil 4 x 0 Bolívia
24/04/2013 – Brasil 1 x 1 Chile
02/06/2013 – Brasil 2 x 2 Inglaterra
09/06/2013 – Brasil 3 x 0 França

Copa das Confederações
15/06/2013 – Brasil 3 x 0 Japão
19/06/2013 – Brasil 2 x 0 México
22/06/2013 – Brasil 4 x 2 Itália
26/06/2013 – Brasil 2 x 1 Uruguai
30/06/2013 – Brasil 3 x 0 Espanha

O dia em que um clássico carioca foi atração no Recife

Amistoso 1947: Fluminense 1x1 Flamengo. Fotos: Revista Campeão/Recife

Fla-Flu.

Durante muito tempo, o maior jogo do país, com ícones disseminados pelas ondas do rádio na imaginação de torcedores de norte a sul.

Da Rádio Nacional, com alcance até o Recife.

O ano era 1947…

Nos campos pernambucanos o Sport gastava todas as suas energias para acalentar o sonho de receber a Copa do Mundo.

O Náutico, de forma paulatina, erguia o seu estádio em Rosa e Silva.

O andarilho Santa Cruz apenas desejava ter uma casa.

O nível técnico nos gramados era uma evolução de apenas dez anos de profissionalismo. A disparidade ficou clara naquele histórico 13 de julho.

Pela primeira vez o Nordeste receberia o grande clássico do Rio de Janeiro

O Fluminense, campeão carioca, tinha no seu plantel ninguém menos que o atacante Ademir Menezes. No Flamengo estava Jair Rosa Pinto.

Nomes consagrados na Seleção Brasileira. Oportunidade rara.

O convite aos dois clubes era proporcionar um verdadeiro espetáculo no Recife.

A Ilha, segundo o relato do Diario de Pernambuco, ficou abarrotada (veja aqui).

Numa estrututra muito menor que a atual, o público foi de 25 mil pessoas.

O retorno financeiro foi evidente, com a maior bilheteria da época no futebol da região, com Cr$ 4.252.600.

O empate em 1 x 1 foi repercutido durante dias.

Há 66 anos, o clássico carioca realmente foi uma atração.

Os tempos mudaram…

Amistoso 1947: Fluminense 1x1 Flamengo. Foto: Diario de Pernambuco

Seleção de base no raio de influência do laboratório do clube-empresa

Desportivo Brasil, Red Bull Brasil e Audax São Paulo

A convocação da seleção brasileira juvenil em 2013 apresenta um contexto cada vez mais presente nas composições da base nacional.

Três jogadores atuam em clubes poucos conhecidos no país, sediados em São Paulo e com algo em comum: a gestão via clube-empresa.

O goleiro Carlos, o lateral Victor Hugo e o atacante Bruno Gomes atuam no Red Bull Brasil, Audax São Paulo e Desportivo Brasil, respectivamente.

Estão entre os vinte nomes chamados pela CBF para o time Sub 17, ao lado de atletas revelados por São Paulo, Corinthians, Flamengo, Internacional…

Nada de torcida ou tradição. E não faz falta. Essas agremiações com menos de uma década de história contam com novos centros de treinamento e trabalhos maciços na formação de novos jogadores. A administração é toda voltada para isso, para obter o retorno financeiro através da venda de direitos econômicos de atletas, formados em laboratório. Aqueles que se mandam para a Europa sem ao menos vestir a camisa de um time renomado no país.

O perfil dessa convocação seria uma possível tendência, como consequência direta da estruturação dos clubes de empresários?

No estado, os casos mais famosos foram Unibol e Intercontinental (veja aqui).

Desportivo Brasil Participações Ltda.
Cidade: Porto Feliz. Administradora: Traffic, desde 19/11/2005

Red Bull Futebol e Entretenimento Ltda.
Cidade: Campinas. Administradora: Red Bull, desde 19/11/2007

Audax São Paulo Esporte Clube
Cidade: São Paulo. Administradora: Pão de Açúcar, desde 17/05/2004

Jogos com outras bandeiras na Arena Pernambuco, o preço pela rentabilidade

Arena Pernambuco. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

No Brasil, apenas cinco estados contam com torcidas locais massificadas, com a preferência da população acima de 50%. Rio Grande do Sul (97%), Rio de Janeiro (96%), São Paulo (94%), Minas Gerais (63%) e Pernambuco (60%).

Historicamente, mesmo com desempenhos apenas medianos no campeonato nacional, Náutico, Santa Cruz e Sport concentram a maioria dos torcedores pernambucanos. Uma “resistência” ligada culturalmente aos três times.

Não por acaso surpreendeu a notícia sobre o agendamento do clássico carioca entre Botafogo e Fluminense na Arena Pernambuco.

O consórcio, com mesmo nome do estádio, dá um forte indício de que partidas com times de outros estados deverão ocorrer na operação em São Lourenço. Mesmo que o estado já conte com um representante na Série A, por exemplo.

A partida no dia 7 de julho acabou gerando a mudança de data de Náutico x Ponte Preta, para o dia 6, o que tornou o episódio ainda mais insólito.

Repercutiu não só com alvirrubros, mas com tricolores e rubro-negros, com o principal cliente ficando em segundo plano, apesar do discurso das partes.

Esse clássico seria marcado em São Paulo, Porto Alegre ou Belo Horizonte?

Ampliando a discussão… A reclamação seria a mesma com times do exterior?

Aqui, claro, o objetivo é a rentabilidade do empreendimento público-privado. Mas veremos até que ponto isso pode gerar uma antipatia no torcedor local. É o risco desse negócio, que de fato precisa ser lucrativo. Com ou sem o Náutico.

Você concorda com a realização de jogos envolvendo times de outros estados na Arena Pernambuco?

  • Sport - Não (41%, 595 Votes)
  • Náutico - Não (17%, 239 Votes)
  • Sport - Sim (15%, 221 Votes)
  • Santa Cruz - Não (11%, 157 Votes)
  • Náutico - Sim (9%, 130 Votes)
  • Santa Cruz - Sim (7%, 106 Votes)

Total Voters: 1.444

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Certificado para os voluntários. Mas de cada 10 inscritos, 3 desapareceram

Certificado de voluntários na Arena Pernambuco. Crédito: Thais Lima/Instagram

Agora sim, dados oficiais.

A debandada de voluntários na edição brasileira da Copa das Confederações havia sido noticiada pelo blog.

No Recife, teve gente que fez todo o processo de treinamento apenas para pegar o kit da Adidas, cuja gama de produtos estava avaliada em R$ 1 mil.

Após a entrega, vários voluntários não deram mais as caras.

Dias depois, a Fifa confirmou o fato ao blog através de um e-mail (veja aqui).

Agora, a entidade divulgou números sobre o programa de voluntariado.

A média de ausência nas seis subsedes foi de 30% durante toda a semana. Nos dias de jogos o índice foi um pouco menor, 20%.

Ao todo foram 5.652 voluntários inscritos, dos quais 265 vieram de outros países. O perfil aponta 39% entre 16 e 25 anos e 38% entre 26 e 40 anos.

Vale destacar, claro, os voluntários que cumpriram toda a carga de trabalho no torneio em diversas frentes, como mídia, operação, hotelaria etc.

Ao fim do programa, cada voluntário recebeu um certificado oficial e uma medalha especial do torneio.

Em 2014, na Copa do Mundo, o programa deverá selecionar 18 mil pessoas.

Intransigência sobre as necessidades especiais a todo custo pelo Padrão Fifa

Imagens da acessibilidade na Arena PE. Crédito: Youtube/reprodução

A Arena Pernambuco foi concebida para receber torcedores com necessidades especiais, uma lacuna gritante nos estádios de futebol do país.

Em São Lourenço existem vários espaços para cadeirantes e acompanhantes, mas a estrutura não pode ser limitada a isso.

O entorno do estádio também precisa ser pensado desta forma.

E, sobretudo, a sua operação, com pessoas capacitadas, prestativas.

Na Copa das Confederações certamente teve gente assim.

Mas infelizmente também teve gente como essas do vídeo produzido por torcedores paraibanos no primeiro jogo na arena pela Copa das Confederações.

Em nome de um padrão quadrado a intransigência ganha corpo, com falta de educação, abuso de autoridade, desrespeito ao turista…

O vídeo acabou sendo divulgado pelo twitter pelo ex-craque e deputado Romário.

“Independentemente do problema do senhor…”

Os clássicos pernambucanos começarão no metrô, que fique claro

Metrô do Recife na Copa das Confederações. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O balanço da Secopa apontou que 55% dos 104.241 torcedores que assistiram aos três jogos na Arena Pernambuco nas Confederações foram de metrô.

Trata-se de um índice considerável. Corresponde a 57.332 pessoas.

O transporte através dos trilhos irá seguir como o principal modal para o novo estádio em São Lourenço da Mata.

Tanto nos torneios da Fifa quanto na operação regular nos próximos anos.

Focando esta, vale acrescentar a inclusão do estacionamento do estádio, com 4.700 vagas, não utilizadas na Copa por imposição da Fifa.

Ainda assim, a rede do Metrorec será o vetor principal.

E desde já fica a preocupação com a falta de um plano para a locomoção de torcedores riviais nos trens.

Metrô do Recife na Copa das Confederações. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Sim, pois a arena receberá em breve os grandes clássicos pernambucanos.

Os órgãos de transporte da cidade ainda não definiram o esquema.

Cada trem comporta até 1.200 torcedores, com todos eles desembarcando juntos na acanhada Estação Cosme e Damião.

Os torcedores rivais irão juntos? Um vagão para cada torcida?

E as torcidas uniformizadas? Pela distância de dezenove quilômetros a partir do centro da capital, a escolta policial não terá espaço.

Assim, integrantes das principais organizadas também irão de metrô.

Trens lotados, camisas rivais, falta de monitoramento… Pois é.

Que a decisão não seja tomada em cima da hora. Vide Espanha x Uruguai. Os erros foram listados e ignorados. E o plano ficou para a segunda rodada…

Num clássico será preciso acertar logo na primeira chance.

Metrô do Recife na Copa das Confederações. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Sombrinhas de frevo nas ilhas do Taiti

Taiti recebendo presentes dos voluntários pernambucanos. Foto: Fifa/divulgação

Último dia de trabalho na Arena Pernambuco.

Jogadores, voluntários e uma interação incomum nos dias anteriores.

Compenetrados na função durante duas semanas, os voluntários enfim tiveram uma folga, podendo sair um pouco da rigidez do programa da Fifa.

A troca de lembranças com as delegações foi algo comum.

A seleção do Taiti saiu do estádio de malas quase vazias. Deixaram camisas, colares e até uma bandeira.

Mas também levaram lembranças bem pernambucanas.

As sombrinhas de frevo.

Um pouquinho de Pernambuco na Polinésia Francesa…

As farras no futebol a uma língua soltinha da fúria

Mulheres e futebol

Impressiona a similaridade.

Começa em um viagem mais extensa, com clausura e treinos.

Uma folguinha aqui, outra ali.

E um rápido passeio para conhecer a cidade.

Sem alarde, a volta para o hotel, para dar sequência ao cronograma da comissão, com atividades, alimentação, preleção e vídeos de adversários.

Intertemporadas, torneios, sequência de jogos fora de casa, tanto faz.

Pode ser de um time da quarta divisão brasileira ou até a… Espanha.

Nível cultural e poder aquisitivo podem até separar esses mundos. A libido não.

Não são poucas as histórias no futebol com jogadores em farras suspeitas e declarações desencontradas em seguida, constrangidas.

Instiga num pagode, marcado por um amigo do amigo de um conhecido.

Segue a animação com baralho e dominó, muitas vezes a dinheiro.

Ah, as mulheres. As amiguinhas, presentes em qualquer cidade.

Lotam um carro, ou até dois. Surgem nos corredores do hotel, sob olhares desconfiados da gerência. Esta, aliás, mantém o sigilo.

Nos quartos, festa com doses a gosto até o sol raiar.

O futebol ainda flertava com o profissionalismo e já existiam histórias do tipo.

Veio a era digital, de fácil captação audiovisual, mas não o temor por um flagra.

Mas basta sumir um punhado de euros, dólares ou reais e uma língua soltinha, no sentido cabueta, e a farra vira polêmica.

Esposas, noivas e namoradas atônitas. Algumas até conscientes do perigo, mas sempre envoltas numa cortina de fumaça.

Difícil é explicar no dia seguinte…

Geralmente a coletiva é desmarcada. É preciso blindar o grupo.

Do XV de Novembro de onde Judas perdeu as botas à seleção campeã mundial.