Grama universal e nivelada por cima, a nova prioridade da Fifa para a Copa das Confederações

Gramado "Bermuda"

Um campo oficial de um torneio da Fifa tem 105 metros x 68 metros, segundo o caderno de encargos. Ao todo, uma ára de 7.140 metros quadrados. Levando em conta as doze arenas brasileiras para a Copa do Mundo, serão 85.680 m².

Na Arena Pernambuco, após um estudo que considerou o clima e o solo da região, a grama escolhida foi a Bermuda Celebration. Outras arenas fizeram o mesmo, sempre no padrão determinado pela Fifa.

Agora, a entidade resolveu focar de vez os campos. Naturalmente, tornou-se prioridade devido aos prazos apertados das obras nos estádios, o que leva consequentemente a um gramado finalizado em cima da hora.

Não por acaso, no Recife até o sistema de plantação e drenagem foi modificado. Em vez do plantio de sementes e drenagem à vácuo, reduzindo drasticamente a possibilidade de alagamento no campo, os gestores locais conseguiram dobrar os executivos da Fifa, uma vez que o prazo estava bastante curto.

Desta forma, o estádio em São Lourenço terá uma plantação em rolos, com a transição de placas de grama, e uma drenagem gravitacional, a mais tradicional nos palcos do país. Com pressa, placas soltas, como na Arena Grêmio.

“O importante é que seja qual for o jogo na cidade-sede, o gramado precisa estar em boas condições, pois serão 90 minutos para o mundo inteiro. E aqui todos vão ver Espanha x Uruguai”.

Palavras do francês Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, aqui no estado.

Uniformizar os gramados brasileiros parece ser uma missão mais difícil do que se imagina. Além do que, é preciso que seja nivelado por cima, sem placas soltas, gramado irregular…

Segurança através do monitoramento das redes sociais com viés futebolístico

Rede social

Desenvolvido em segredo há um ano, um software programado para combater a violência no futebol através das redes sociais será lançado em Pernambuco neste mês. Orçado em R$ 900 mil e criado por um pool de empresas, entre elas a Microsoft, o software será cedido à Secretaria de Defesa Social do estado.

Trata-se de um megacruzamento de dados e arquivamento de informações colhidas em redes como facebook, twitter, orkut etc. Segundo a Federação Pernambucana de Futebol, que participou do investimento com uma fatia de 10%, a ideia é mapear e monitorar os focos de violência na região metropolitana, uma vez que a mesma interação que as redes sociais fomentam para agregar pessoas serve também para agilizar processos um tanto controversos.

No futebol é comum a agenda negativa criada por supostos integrantes de torcidas organizadas, publicada nos respectivos perfis virtuais. No Recife, membros das três principais facções já brigaram nas ruas e nos estádios após ameaças na internet. Públicas, mas quase sempre descobertas após os fatos.

A nova plataforma, utilizada num modo semelhante por grandes companhias de segurança, deve ser a primeira em uma federação de futebol no país.

Fim das arquibancadas tubulares

Estádio Gileno de Carli, no Cabo de Santo Agostinho. Foto: Jaqueline Maia/DP/DA Press

A presença de arquibancadas tubulares no estádios pernambucanos é algo de praxe a cada campeonato estadual. Isso ocorre porque vários palcos não apresentam a capacidade mínima para a competição, de cinco mil lugares.

Geralmente contam com um ou dois lances de arquibancada de concreto armado, em um lado do campo. Dois no máximo. O jeito, então, é aumentar a quantidade de lugares com estruturas metálicas móveis, semelhantes àquelas usadas em torneios de vôlei de praia.

Há quase duas décadas é assim na disputa local. Entre os principais exemplos, os estádios Gileno de Carli,  no Cabo de Santo Agostinho, Otávio Limeira Alves, em Santa Cruz do Capibaribe, e Paulo de Souza, em Petrolina.

Essa fase, um tanto amadora, está com os dias contados. A Federação Pernambucana de Futebol expediu um documento proibindo as arquibancadas tubulares na primeira divisão a partir de 2015.

Portanto, o certame do ano que vem, o centésimo da história do futebol do estado, será a despdida dessas arquibancadas.

Ou se constrói uma arquibancada de verdade ou arruma as malas para jogar em outra cidade. Que esse cuidado se estenda aos gramados…

Estádio Otávio Limeira Alves, em Santa Cruz do Capibaribe. Foto: Marcelo Soares/Esp. DP/D.A Press

Campeonato Pernambucano exibido na TV para 56 países, mas com casa vazia

Pernambucano 2013, 2º turno: Náutico 5x3 Chã Grande. Foto: Daniel Leal/DP/D.A Press

O contrato de transmissão na televisão do Campeonato Pernambucano de 2013 prevê a exibição de uma partida às 20h de sábado. É um jogo disponibilizado para todo o Brasil através do canal pago PFC e também para o exterior via Globo Internacional, com 56 países no raio de atuação. Em relação à visibilidade, um bom negócio. No entanto, o horário não agradou o público.

No sábado, o jogo nos Aflitos reuniu apenas 5.718 pessoas. Na semana anterior haviam sido 8 mil tricolores no Arruda. Não por acaso o índice geral do Estadual está bem abaixo das últimas temporadas. No geral, o borderô contabiliza 276.451 torcedores em 54 jogos, com uma média de 5.119.

Na liderança das multidões, o tetracampeão das arquibancadas, o Santa Cruz, assumiu a liderança após os 17 mil presentes no Mundão. Ainda assim, segue com metade da sua média registrada no certame passado. Em relação à renda do torneio, o acumulado é de R$ 1.790.551, com R$ 33.158 por jogo. Pouco.

Confira as cinco maiores médias de público do Pernambucano de 2013.

1º) Santa Cruz (2 jogos como mandante)
Total: 25.757
Média: 12.878
Contra intermediários (2) – T: 25.757 / M: 12.878

2º) Salgueiro (1 jogo como mandante)
Total: 8.998
Média: 8.998

3º) Náutico (6 jogos como mandante)
Total: 42.721
Média: 7.120
Contra intermediários (6) – T: 42.721 / M: 7.120

4º) Sport (1 jogo como mandante)
Total: 7.101
Média: 7.101
Contra intermediários (1) – T: 7.101 / M: 7.101

5º) Central (6 jogos como mandante)
Total: 40.627
Média: 6.771

Dados da FPF. Confira os dados do Campeonato das Mutidões de 2012 aqui.

Ranking dos pênaltis e dos cartões vermelhos (3)

Pernambucano 2013, 2º turno: Náutico 5x3 Chã Grande. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A terceira rodada do turno principal do Campeonato Pernambucano de 2013 registrou duas pênalidades. Ambas convertidas pelos mandantes, nos Aflitos e em Petrolina. O primeiro gol da rodada, foi numa cobrança de pênalti, com Elton.

Vale lembrar que os dados são apenas do segundo turno, com os doze clubes.

Pênaltis a favor (8)
2 pênaltis – Sport, Porto e Náutico
1 pênalti – Ypiranga e Petrolina
Nenhum pênalti – Santa Cruz, Central, Chã Grande, Belo Jardim, Pesqueira, Salgueiro e Serra Talhada

Pênaltis cometidos
2 pênaltis – Salgueiro e Ypiranga
1 pênalti – Petrolina, Porto, Serra Talhada e Chã Grande
Nenhum pênalti – Sport, Náutico, Santa Cruz, Pesqueira, Central e Belo Jardim

Observações
Sport desperdiçou 1 penalidade
Porto perdeu 1 pênalti
Serra Talhada defendeu 1 cobrança
Salgueiro defendeu 1 cobrança

Cartões vermelhos (só para os grandes)

1º) Náutico – 1 adversário expulso; nenhum cartão vermelho
2º) Santa Cruz – nenhum adversário expulso, nenhum cartão vermelho
3º) Sport – nenhum adversário expulso, 1 cartão vermelho

Confira as edições anteriores dos rankings: 2009, 2010, 2011 e 2012.

Pernambucano em 2 linhas – 3ª/2013

Dos seis mandantes na terceira rodada do Estadual, apenas um, o Náutico, conseguiu vencer. Curiosamente na única partida no sábado. No domingo os visitantes fizeram a festa, embolando ainda mais a classificação. Basta dizer que os cinco primeiros colocados somam seis pontos. São quatro vagas…

Foram 20 gols na terceira rodada do turno principal do #PE2013, com a boa média de 3,3 por jogo. No geral são 139 tentos em 54 partidas, com índice de 2,57. Na artilharia, Elton fez um hat-trick e se isolou na artilharia, com oito gols.

Náutico 5 x 3 Chã Grande – Mais um jogo com oito gols nos Aflitos. Desta vez o Timbu viu sua meta vazada três vezes. Menos mal que segue forte no ataque.

Santa Cruz 0 x 1 Salgueiro – Invicto, os corais desejavam ampliar a liderança. Mostrando força, o Salgueiro também chegou aos seis pontos.

Central 0 x 1 Sport – Só um gol, mas o jogo foi até movimentado, nas duas metas. No fim, o Sport ampliou o tabu sobre o Central, agora com onze jogos.

Belo Jardim 1 x 1 Porto – Único derrotado nas duas primeiras rodadas, o Calango vencia até os 46 do 2º tempo. Apareceu, de novo, Joelson.

Petrolina 2 x 3 Ypiranga – A Fera vencia por 2 x 0 ensaiava uma recuperação no certame. Até que apareceu Paulo Krauss, que pediu a música.

Pesqueira 1 x 2 Serra Talhada – Num duelo pelo G4, Negretti desempatou para o Cangaceiro aos 44 do 2º tempo, deixando o Serra na vice-liderança.

Confira a tabela da competição clicando aqui.   

Destaque da rodada: Elton e Paulo Krauss. Ambos marcaram três gols. Decisivos.

Carcaça da rodada: Mando de campo. Apenas um time da casa venceu.

Classificação do Pernambucano 2013 na 3ª rodada do 2º turno. Crédito: Superesportes

Salgueiro cresce no Arruda e cai a última invencibilidade do Estadual

Pernambucano 2013, 2º turno: Santa Cruz 0x1 Salgueiro. Crédito: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Havia duas certezas sobre o duelo entre Santa Cruz e Salgueiro.

A primeira, óbvia, é de que a partida no Arruda, na tarde de domingo, registraria o maior público do Estadual até aqui. Fato consumado com 17.256 pessoas.

A segunda, não menos óbvia, é de que seria uma partida equilibrada, reunindo duas equipes que estiveram na disputa da Copa do Nordeste.

Ao Tricolor, a chance de manter os 100% da campanha neste turno decisivo do Pernambucano. Após o apito final, o percentual caiu para 66%.

Sem inspiração no primeiro tempo, com Natan isolado na criação de jogadas, o bicampeão estadual pouco fez.

No segundo tempo, o bote letal do Carcará, logo aos nove minutos. Presente na jornada coral na última Série C do Brasileiro, o centroavante Fabrício Ceará voltou a balançar as redes do Arruda.

Peri entrou livre pelo lado esquerdo e rolou para o centroavante, que bateu firme.

Foi o suficiente para a vitória do Salgueiro, por 1 x 0, embolando de vez o campeonato, tirando a última invecibilidade em jogo…

Pernambucano 2013, 2º turno: Santa Cruz 0x1 Salgueiro. Crédito: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Leão mantém a maior freguesia de Pernambuco e vence no Lacerdão

Pernambucano 2013, 2º turno: Central 0x1 Sport. Crédito: Helder Tavares/DP/D.A Press

A maior freguesia do futebol pernambucano continua. No Lacerdão, há mais de uma década, quem manda é o Sport. São dez vitórias e apenas um empate. O Central não vence desde o dia 2 de junho de 2002, quando fez 2 x 1. Faz tempo.

Neste domingo, mesmo vivendo uma duradoura rusga entre time e torcida, o visitante leonino venceu a Patativa por 1 x 0, diante de 9.362 torcedores.

O bom público em Caruaru viu praticamente o mesmo cenário desde 2003. O time da casa pressiona, cria boas chances, cansa de desperdiçar oportunidades e termina vencido pela eficiência do Rubro-negro, nesta tarde de todo branco.

Com Sandrinho no lugar de Gilsinho e produzindo mais no lado esquerdo do ataque do Sport, o time de Vadão perdeu algumas chances no primeiro tempo, com Marcos Aurélio, com o gol vazio, e Felipe Azevedo, acertando a trave.

O Alvinegro, com uma chuva de escanteios, também mandou uma na trave, é verdade. Na etapa complementar, no entanto, a equipe do Central cansou. Travado em campo, cedeu espaços. E o Sport marcou o seu gol.

Se bem que o atacante Roger teve uma baita colaboração do zagueiro Ítalo, que se atrapalhou todo com o quique da bola. Foi mais um a falhar nesse longo jejum. Mesmo em crise, o Sport volta para a Ilha no G4.

Pernambucano 2013, 2º turno: Central 0x1 Sport. Crédito: Helder Tavares/DP/D.A Press

Produção ofensiva, tensão defensiva. Esse é o Timbu em busca de equilíbrio

Pernambucano 2013, 2º turno: Náutico 5x3 Chã Grande. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

No mais ingrato dos horários no futebol pernambucano, com a partida iniciando às 20h de sábado, o Náutico voltou a mostrar uma instabilidade no seu sistema defensivo. Como ocorreu contra o Pesqueira, o Timbu sofreu novamente três gols de um estreante no Estadual. Agora foi diante do Chã Grande, nos Aflitos.

Com o estádio quase às moscas, com menos de seis mil torcedores, o Alvirrubro empatava com a Raposa até os 37 minutos do segundo tempo. Um movimentado 3 x 3, recheado de reviravoltas. Foi quando o volante Marcos Paulo aproveitou um rebote. No embalo, o atacante e agora artilheiro Elton completou o seu hat-trick, definindo o 5 x 3 a favor do Alvirrubro.

Vitória suada, mantendo em alta o rendimento ofensivo. São 15 gols em três partidas neste turno, com uma incrível média de cinco tentos. Ainda assim, o técnico Vágner Mancini admite a dor de cabeça com a estrutura defensiva, mesmo mudando a dupla de zaga, reposicionando os volantes e instruindo os alas. A marcação segue frouxa, longe da contundência na reta final do Brasileiro.

O seis gols sofridos nos últimos 180 minutos de bola rolando, diante de adversários bem inferiores tecnicamente, acenderam a luz amarela, ainda que em uma intensidade baixa. Mas deve servir para deixar o time mais alerta em campo. Ao Náutico, segue a busca pelo equilíbrio para mirar a taça.

Pernambucano 2013, 2º turno: Náutico 5x3 Chã Grande. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Jérôme Valcke volta a Pernambuco para sair novamente do discurso padrão

Jérôme Valcke em visita na Arena Pernambuco em 26 de junho de 2012. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Principal figura da Fifa em relação à preparação brasileira para a Copa das Confederações de 2013 e, sobretudo, a Copa do Mundo de 2014, o francês Jérôme Valcke é disparado o tom mais crítico em relação às obras no país.

Ao contrário dos gestores brasileiros, que sem surpresa alguma focam sempre o otimismo máximo, o secretário-geral da entidade que comanda o futebol não costuma economizar nos comentários.

No próximo dia 5 de março de 2013, o executivo visitará a Arena Pernambuco pela segunda vez. Na primeira, em 26 de junho de 2012, encontrou o canteiro com 43% de avanço. Na época, o temor era de que o Recife virasse uma nova Port Elizabeth, a cidade sul-africana cortada da última Copa das Confederações.

A esta altura, com milhares de ingressos do Festival de Campeões vendidos para os três jogos no estado, essa possibilidade tornou-se irreal. O que não significa que esteja tudo perfeito. Não está, mas a correria para a alcançar o prazo de conclusão agendado para abril elevou o panorama atual para 90%.

Na nova visita, o mesmo script, com Ronaldo e Bebeto atraindo as atenções, o governador de Pernambuco reforçando a parceria com o Comitê Organizador Local e, no fim, Valcke listando as verdadeiras prioridades.

Há oito meses, falou do estádio, da rede hoteleira, do aeroporto e da mobilidade urbana da capital. A sua última declaração expõe a situação (veja aqui).

“Não adianta fazer o estádio mais bonito do mundo, no meio do nada.”

Agora fica a expectativa sobre o que ele tem a dizer sobre a inauguração do estádio, uma vez que o Castelão e o Mineirão abriram os portões sob críticas.

Jérôme Valcke em visita na Arena Pernambuco em 26 de junho de 2012. Foto: Odebrecht/divulgação