A estiagem nos gramados do interior pernambucano

Estádios Cornélio de Barros (Salgueiro) e Joaquim de Brito (Pesqueira) em janeiro de 2013. Fotos: Lucas Fitipaldi/DP/D.A Press

Uma duradoura estiagem vem castigando o interior do Nordeste.

Reservatórios em níveis cada vez mais baixos. Calcula-se que 80% dos açudes e barragens estejam secos. Caminhões-pipa circulam nas precárias estradas sem parar.

Mais de um milhão de pessoas afetadas pela seca somente em Pernambuco.

Aos cidadãos, àqueles com menor poder aquisitivo, até as cisternas vêm esvaziando. É um problema de alcance nacional, ainda que a busca por soluções não seja tão efusiva.

Indiretamente, mas numa importância infinitamente menor, como já dizia Nelson Rodrigues, o futebol também acabou prejudicado.

Aliado ao planejamento escasso, parte dos gramados do interior estão bem surrados.

Uma exceção é o Cornélio de Barros, a 518 quilômetros da capital. Inaugurado há um ano, o estádio em Salgueiro conta com reservatórios que garantem o gramado verdinho.

Apesar da distância mais curta em relação ao Recife, de 215 quilômetros, Pesqueira apresenta um estado crítico. O estádio Joaquim de Brito não tem condições de jogo.

Sem uma barragem próxima, sistema de abastecimento regular ou dinheiro suficiente para caminhões-pipa, o campo do município é praticamente inexistente.

“Das coisas sem importância, o futebol é a mais importante.” 

Obviamente, a famosa frase de Nelson Rodrigues se aplica a este contexto. Portanto, futebol à parte, voltemos ao problema principal, com a falta d’água geral.

Principal projeto para mudar o antigo cenário, a transposição do Rio São Francisco segue lenta e cada vez mais cara. Quase o dobro, batendo em R$ 8,2 bilhões. Fora o prazo de conclusão até 2015. O problema está longe de ser resolvido…

O independente primeiro turno do Estadual 2013

Pernambuco

Na prática, o primeiro turno não irá influenciar em nada no desfecho do Campeonato Pernambucano deste ano. A primeira etapa é um torneio à parte.

Campanha geral, vantagem por mais mandos de campo, nada será decidido nesta fase. Em jogo, uma vaga na Copa do Brasil da próxima temporada.

Ao campeão, o lembrete de que a vaga não elimina a chance de ser posteriormente rebaixado no mesmo campeonato estadual, devido ao polêmico regulamento.

Afinal, como foi citado há pouco, essa fase é independente. Serão nove clubes, em turno único. Oito jogos para cada um, quatro em casa e quatro fora.

A última vez em que o futebol local viveu algo semelhante, também por causa da Copa do Nordeste, foi em 2002. Na ocasião, a FPF desmembrou de fato o turno.

A competição foi chamada de Copa Jarbas Vasconcelos, sem o trio da capital. Campeão, o Central ganhou um prêmio de R$ 20 mil. Vice, o Petrolina recebeu R$ 10 mil.

Oficialmente, agora é o início do Campeonato Pernambucano de 2013…

Entre os intermediários, apenas Central e Salgueiro conseguiram conquistar um turno. No caso, o primeiro turno de 2011 e 2012, respectivamete.

Vamos então à enquete. Sobre o favoritismo e, consequentemente, à vaga na Copa do Brasil. Interioranos em formação e o Náutico com uma equipe mista. A conferir.

Quem é o favorito ao título do primeiro turno do Pernambucano 2013?

  • Náutico (50%, 495 Votes)
  • Central (27%, 270 Votes)
  • Porto (7%, 66 Votes)
  • Chã Grande (6%, 56 Votes)
  • Petrolina (3%, 25 Votes)
  • Serra Talhada (3%, 25 Votes)
  • Belo Jardim (2%, 23 Votes)
  • Ypiranga (2%, 22 Votes)
  • Pesqueira (2%, 18 Votes)

Total Voters: 1.000

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Sentimento dividido sobre a preparação dos recifenses

Pré-temporada de Sport, Santa Cruz e Náutico em 2013. Fotos: Lucas Liausu/Sport, Jamil Gomes/Santa Cruz e Simone Vilar/Náutico

Um sábado com as primeiras impressões dos grandes clubes do estado.

Dois entraram em campo. Ao todo, os técnicos Vadão e Marcelo Martelotte utilizaram 44 jogadores, com equipes completamente modificadas a cada tempo.

Em Maceió, no estádio do Corinthians-AL, o Sport venceu o desconhecido São Luiz de Alagoas por 2 x 1, de virada, com gols do zagueiro Gabriel e do atacante Sandrinho.

No primeiro tempo, a provável formação titular para o início do Nordestão. Naturalmente, a mobilidade da equipe ainda carece de um rendimento melhor.

Assim como o rival, o Santa Cruz também realizou um amistoso no local onde faz a sua pré-temporada. No jogo-treino contra o Porto no estádio municipal de Sairé, à tarde, o placar de 2 x 0, com tentos do ala Renatinho e do zagueiro César Lucena.

A torcida coral viu na segunda atapa a estreia de Danilo Santos no meio de garotos, numa correria que deve marcar os times do interior no Pernambucano.

Já o Náutico segue se condicionando e se organizando taticamente no centro de treinamento na Guabiraba, com tempo de sobra até a fase decisiva do Estadual.

Saiba mais sobre os modelos de pré-temporada  no futebol brasileiro aqui.

O que você está achando da preparação do seu time para o início da temporada 2013?

SportSport – 473 votos
Bom – 54,33%, 257 votos
Regular – 31,92%, 151 votos
Ruim – 13,74%, 65 votos

NáuticoNáutico – 284 votos
Bom – 82,39%, 234 votos
Regular – 11,26%, 32 votos
Ruim – 6,34%, 18 votos

Santa CruzSanta Cruz – 208 votos
Bom – 37,02%, 77 votos
Regular – 38,46%, 80 votos
Ruim – 24,51%, 51 votos

Aplicativo oficial do Pernambucano para smartphones

Aplicativo do Campeonato Pernambucano de 2013 para smartphones. Crédito: FPF/divulgação

Pela primeira vez o Pernambucano terá um aplicativo oficial para smartphones.

Desenvolvido pela empresa Look Mobile, focada na criação de softwares para dispositivos, o novo produto do Estadual terá tabelas, classificação atualizada, vídeos exclusivos e informações da competição desta temporada.

O aplicativo será disponível de forma gratuita para os sistemas Android e iOS para iPhone, iPod Touch e iPad. O lançamento será na abertura do campeonato estadual.

A iniciativa da Federação Pernambucana de Futebol se aplica bem ao cenário atual da tecnologia cada vez mais acessível aos torcedores locais.

Este modelo de informação já está virando uma tendência no esporte. Em breve, deverá englobar aplicativos oficiais dos próprios clubes do estado. O mais rápido possível…

O passado remoto dos álbuns de figurinhas do Pernambucano

Álbuns do Campeonato Pernambucano de 1992 e 1993. Créditos: Francisco Filho (1992) e Luiz Alberto Melo/Thiago Rabêlo (1993)

Num passado não muito distante era comum no futebol local o lançamento do álbum de figurinhas oficial do Campeonato Pernambucano.

Fotos  de todos os jogadores, com ficha técnica e curiosidades, dos clubes da capital e do interior, além de estádios, mascotes, distintivos e até as equipes da rádio da cidade.

Acabou caindo em desuso, mas ficou na memória de muitos jovens na época. Na troca de figurinhas, na compra de pacotinhos com figurinhas carimbadas etc.

Acima, as capas das edições de 1992 e 1993, lançadas pela editora Viver. Abaixo, os principais craques do álbum do Estadual de 1995, produzido pela Impacto Propaganda.

Paulo Leme (Náutico), Zé do Carmo (Santa Cruz) e Juninho Pernambucano (Sport), no álbum do Campeonato Pernambucano de 1995. Crédito: Marcelo Carvalho/divulgação

Duas décadas depois foi cogitada a volta do produto, com capas produzidas pela Aliança Comunicação. Não chegou às bancas, mas nota-se a diferença na concepção gráfica.

Sobre o álbum, em vez de cola, as figurinhas evoluíram para os cromos autocolantes.

Sem previsão de retorno para o Estadual 2013, até o momento, o álbum ainda se mostra rentável nacionalmente, com a publicação anual do Brasileirão, através da Panini.

Ainda há mercado para esse produto no cenário estadual? Público infantil, ávido.

Confira as capas antigas de 92, 93 e 95 em uma resolução maior clicando aqui.

Proposta para o álbum do Campeonato Pernambucano de 2012, não lançado. Créditos: Aliança Comunicação

Uma década de Nordestão, mas com exibição ainda restrita

Nordeste

Foi uma longa batalha para colocar o Nordestão novamente na mídia.

Uma articulação por um novo tempo, mas que ainda não acabou…

A ação judicial que a Liga do Nordeste movia contra a CBF desde 2003 devido ao corte do regional no calendário começou com um pedido de indenização de R$ 10 milhões.

As seguidas vitórias da liga na justiça acabaram aumentando o montante para R$ 30 milhões. Acuada, a CBF resolveu fazer um acordo, oficializando o retorno do regional.

A garantia da Copa do Nordeste no calendário oficial da entidade seria de cinco anos.

Tanto que este é o período do contrato firmado com a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão em sinal aberto. Ao todo, um investimento de R$ 200 milhões.

Desde então, havia a dúvida se a Confederação Brasileira de Futebol poderia riscar a Copa do Nordeste do mapa mais uma vez após o fim do acordo judicial.

Livre da indenização, a entidade não teria mais motivos para manter em atividade apenas um campeonato regional, pois as outras quatro regiões não se mexeram.

No entanto,a viabilidade da competição é bem maior do que se imagina.

A emissora Esporte Interativo adquiriu os direitos de transmissão da Copa do Nordeste por dez anos. O contrato que começará a vigorar este ano vai até 2022.

O contrato prevê a exibição dos 62 jogos de cada edição. Ou seja, 620 partidas.

O problema é o fato de que o canal ainda não faz parte da maior operadora de televisão por assinatura da região, a Sky.

Bastante questionada pelos torcedores, a operadora se posicionou (veja aqui).

“Não temos previsão de entrada e nem negociação em curso com este canal.”

Em 2012 a Sky viveu algo semelhante. A Libertadores só seria transmitida pela Fox, que não fazia parte de sua grade. Sob pressão dos torcedores, o canal foi incorporado.

Nas redes sociais, a tag #NordestãoNaSky ganha força.

A barreira do calendário, um entrave durante muito tempo, foi contornada. Agora, o objetivo é estabelecer a competição nos principais vetores da comunicação não só para a região como para o restante do país. A exposição do Nordestão é prioridade.

Vida longa ao Nordestão e que a sua exibição não seja restrita.

As marcas dos campeonatos estaduais do Nordeste

Marcas oficiais dos campeonatos estaduais do Nordeste em 2013, com naming rights da Chevrolet e Naming Rigths. Montagem: Cassio Zirpoli/DP/DA. Press

Cada vez mais o modelo econômico chamado naming rights se insere no futebol.

Em 2013, pela primeira vez todos os campeonatos estaduais do Nordeste estarão asssociados a alguma empresa, modificando os nomes oficiais das competições.

No caso, a apenas duas empresas para nove estados.

Em 2011, a Federação Pernambucana de Futebol firmou um contrato com a Coca-Cola com duração de quatro anos. A cada edição, R$ 600 mil.

Agora, a montadora Cheverolet entrou na parada e irá bancar vinte torneios regionais em todo o país nos próximos dois anos, com um emblema padrão. Na região, foram oito.

Apenas Pernambuco não entrou na lista recém-divulgada, até porque há uma multa rescisória com a gigante companhia de refrigerante.

No futebol local, apesar da marca exposta de forma pioneira, a projeção para um ano realmente rentável será a partir de 2015, uma vez que serão encerrados os contratos de naming rights (Coca Cola) e transmissão dos jogos (Rede Globo).

Ou seja, um novo patamar financeiro deverá ser estabecido (saiba mais aqui).

Até lá, que uma nova marca, mais moderna, também apareça nessas bandas.

Os modelos em vigor para a pré-temporada

Pré-temporada de Náutico, Santa Cruz e Sport em 2013. Fotos: Daniel Leal/DP/D.A Press, Jamil Gomes/Santa Cruz e Lucas Liausu/Sport

No calendário da CBF a pré-temporada deste ano seria de 2 a 18 de janeiro.

Trata-se de um período válido para todos os clubes profissionais. Obviamente, várias equipes, sem jogos oficiais, iniciaram a preparação ainda no fim do ano passado.

Outras, priorizando as fases finais dos primeiros torneios de 2013, irão demorar um pouco mais, focando o condicionamento do grupo principal.

O contexto se aplica de norte a sul. Além do período, o próprio local da pré-temporada é visto como fator de destaque para um melhor rendimento de novas e velhas caras.

Com uma condição financeira melhor, há quem opte por realizar o trabalho fora do estado, isolando o elenco e usufruindo da estrutura.

Buscar um novo clima e integrar o plantel é questão prioritária no período.

Deixar a sede a uma curta distância também pode ser determinante. Sobretudo com o apoio de prefeituras de cidades pequenas, dispostas a gastar para ter durante duas semanas um clube tradicional em seu território, movimentando a região.

Por fim, a estrutura completa dentro de casa. Alguns clubes, mesmo com centros de treinamento bem equipados, optam pela viagem. Mas boa parte das agremiações acaba ficando no próprio CT, ainda mais se o tempo for maior que o plano básico do futebol.

Em quase todos os casos são disputadas partidas sem apelo, o chamado “jogo-treino”, para soltar mais a musculatura e desenvolver o ímpeto para a longa temporada.

Na sua opinião, qual é o melhor modelo para uma pré-temporada, levando em consideração o tempo e a relação custo/benefício?

Entre os grandes clubes do estado, um ponto positivo. Bons gramados nos três casos.

Náutico
Local: Centro de Treinamento da Guabiraba, na região metropolitana
Distância dos Aflitos: 15 quilômetros
Período: 25 dias, de 4 a 28 de janeiro

Santa Cruz
Local: Estádio Municipal de Sairé, no Agreste de Pernambuco
Distância do Arruda: 141 quilômetros
Período: 10 dias, de 7 a 16 de janeiro

Sport
Local: Centro de Treinamento do Corinthians Alagoano, em Maceió
Distância da Ilha do Retiro: 265 quilômetros
Período: 12 dias, de 6 a 17 de janeiro

O profissionalismo reticente nos dirigentes em Pernambuco

Diretor remunerado do Náutico em 2013, Daniel Freitas. Foto: Yuri Lira/DP/D.A Press

Superintendente, diretor executivo ou gerente de futebol.

Tanto faz a nomenclatura oficial, uma vez que a função na prática é quase a mesma.

Em comum, a remuneração para o dirigente profissional, um método tratado ainda como tabu no futebol pernambucano, sempre reticente a esse modelo de gestão.

Antes do novo nome no “mercado” local, um breve histórico.

No contracheque, o salário equivale ao de um diretor de uma grande empresa. Nos bastidores, de R$ 20 mil a R$ 50 mil. No Sudeste há quem ganhe R$ 100 mil.

A estrutura recifense viu o primeiro diretor remunerado em 1999, no Sport, com a chegada de Rudy Machado. O dirigente paulista ficou menos de um ano.

Trabalhou no Brasileirão, trazendo dois reforços que sequer foram titulares. Com o Leão na lanterna, a direção optou por enxugar a folha. Rudy encabeçou a lista.

De agosto de 2011 a 6 de dezembro de 2012, a segunda tentativa, com Cícero Souza. Consciente de que era um estranho no ninho, o gaúcho também acabou dispensado.

Cícero Souza, diretor remunerado do Sport de 2011 a 2012. Foto: Sport/divulgação

No Arruda, o Santa Cruz já contou com um dos maiores nomes do país, José Carlos Brunoro, protagonista da vitoriosa co-gestão Palmeiras/Parmalat de 1992 a 1997.

Além de Brunoro, com rápida passagem no Tricolor em 2001, o clube teve Joel Zanata, Galante, Antônio Capella e Raimundo Queiroz, sempre com períodos curtos.

A saída de Queiroz, o último nome no Arruda, aconteceu após uma eliminação na Série D, em 13 de setembro de 2010. Nota-se que o resultado de um torneio acaba sendo primordial para a continuidade do diretor profissional na mesa de articulações.

Por outro lado, o Náutico é o clube da capital com o histórico mais recente, quase sempre com um gestor profissional ligado ao presidente, com Sangaletti (2008), Gustavo Mendes (2011), Carlos Kila (2012) e agora Daniel Freitas (2013), que estava no Vasco.

Ao todo, 5 tricolores, 4 alvirrubros e 2 rubro-negros. Onze nomes em quinze anos.

Em quase todos os casos os dirigentes tradicionais justificaram o fiasco da ação por causa da “falta de experiência” no futebol pernambucano. Qual é a sua opinião?

Raimundo Queiroz, diretor de futebol remunerado do Santa Cruz em 2010. Foto: Nando Chiappetta/Esp.DP/D.A Press

O maior troféu nordestino

Troféu da Copa do Nordeste 2013. Crédito: Copa do Nordeste/divulgação

De volta ao calendário oficial do futebol brasileiro, o Nordestão terá 62 jogos em 2013.

Ao campeão, um prêmio de R$ 1 milhão. A partir de 2014, provavelmente o mesmo valor e de lambuja a aguardada vaga na Copa Sul-americana (veja aqui).

Obviamente, a glória virá acompanhada de uma taça, cuja imagem foi revelada.

Como ocorre na Liga dos Campeões da Uefa, a Taça do Nordeste também circulará nas cidades da região como forma de divulgação do torneio junto aos torcedores.

Por sinal, o modelo lembra a famosa Orelhuda, como é chamada a taça europeia.

O tour começará em Salvador e vai seguir em Aracaju, Itabaiana, Maceió, Recife, Campina Grande, Natal e finalmente Fortaleza, onde ficará dois dias.

Na capital pernambucana a exposição do troféu será em 13 de janeiro, no Shopping Recife. Neste ano é o objeto de desejo de tricolores, rubro-negros e salgueirenses.

Apenas quatro clubes conquistaram o título oficial da Copa do Nordeste. Abaixo, as taças do tetra Vitória (1997), América-RN (1998), bi Sport (2000) e bi Bahia (2002).

Torcedor, o que você achou do modelo do novo troféu do Nordestão?

Troféus da Copa do Nordeste de 1997 (Vitória), 1998 (América-RN), Sport (2000) e Bahia (2002)