E se Pelé tivesse sido contratado pelo Sport?

E se Pelé tivesse sido contratado pelo Sport: Arte: Greg/DP/D.A Press

A temporada recifense do menino Pelé

O telegrama enviado por José Rozenblit foi entregue na Vila Belmiro, no serviço executado pela Western Telegraph, em 1957. Eram apenas duas frases. Modesto Roma, inteirado sobre o assunto, foi até o campo de grama alta e assobiou em direção a um franzino rapaz de 17 anos. “Pelé, chega mais”. Suado, já com a camisa na mão, Edson se aproximou, desconfiado como bom mineiro. Nem falou. Só ouviu. “Prepara a tua mala que você irá passar um tempo no Recife”. O juvenil arregalou os olhos. Antes de imaginar qual seria o seu novo clube ou a distância da cidade em relação à Baixada, já bateu a saudade de Seu Dondinho, seu pai e grande incentivador.

Pelé, o curioso apelido ganho ainda quando criança, era uma grande promessa do Santos. Faltava cancha para disputar o campeonato paulista, acreditavam os dirigentes do clube. A amizade entre o rubro-negro Rozenblit e o santista Roma viabilizou a solução, com um tempo em Pernambuco, no disputado campeonato citadino, com clássicos cada vez mais populares. Inicialmente, seriam apenas quatro meses. O tal telegrama era bem claro. “Queremos o garoto Pelé. Quatro meses de contrato e negociação para a renovação de mais oito meses, grato.”

O jogador chegou no Recife sem alarde e logo foi inscrito no Estadual. Na reta final, sem espaço, viu o Sport ser derrotado pelo Santa Cruz. Valeu a experiência de ter sentado no banco de reservas. Acreditava estar preparado para voltar a São Paulo. Conforme a negociação previa, não retornou. Com o certame terminando somente no ano seguinte, sem muito tempo de preparação, Dante Bianchi, o severo técnico do Leão, tentou implementar o ousado plano de jogo da Seleção Brasileira. Em vez de quatro jogadores na linha ofensiva, uma linha de ataque com três nomes. Ponta direita, ponta esquerda e o centroavante. Na Ilha do Retiro, já brilhavam Pacoty e Traçaia. A vaga estava aberta há tempos.

Técnico além da conta, de atrair torcedores para os treinos, o atacante logo ganhou a sua vaga. A vida, contudo, seguia simples, alojamento/campo, campo/alojamento. Certo dia, Pelé foi até o terraço da sede. Era 4 de maio de 1958 e outros jovens atletas e sócios leoninos acompanhavam via rádio o primeiro jogo da Seleção Brasileira no ano da Copa do Mundo. Que apresentação! No Maracanã, 5 a 1 sobre os paraguaios, com show do palmeirense Mazzola , autor de três gols. “Joga muito esse aí. É outro nível, entende?” A timidez deu lugar ao sorriso fácil, às cantorias com violão antes dos jogos. O menino foi ganhando personalidade.

Quatro semanas depois, após muito tempo de espera, surgiu a primeira chance como titular. O estádio apanhou um bom público. Os jornais locais já noticiavam os feitos do “menino de Santos” – mas natural, na verdade, de Três Corações. Contra o Íbis, o Leão arrancou de forma impiedosa, 5 a 0. Acredite, Pelé marcou cinco gols. Pé direito, pé esquerdo, cabeça, rebote e driblando toda a zaga do pássaro preto do subúrbio. O abraço de Pacoty, o apoio de Traçaia e o público de pé, aplaudindo. Tardes assim seriam uma rotina. Enquanto os dirigentes paulistas – cientes do talento extraordinário – tentavam antecipar a volta da revelação, o presidente do Sport, Adelmar da Costa Carvalho, assegurava o cumprimento do documento registrado na FPF.

Em 29 de junho, o Brasil enfim conquistaria o sonhado título mundial, numa apertada e inesquecível vitória sobre a Suécia em Estocolmo, 2 a 1. A primeira escala no país, curiosamente, seria no Recife, três dias depois. Festa nas ruas da capital, com a delegação no aeroporto. Único santista no elenco campeão, Zito enviou uma mensagem ali mesmo. “Pelé, eu sabia de toda a tua dedicação em Santos. Esse título mundial também é para você. Jogaremos juntos em breve”. Mensagem recebida, quase um presente. Após ser campeão pernambucano de 1958 com 41 gols marcados, à frente de Pacoty (36) e Traçaia (11), num  recorde ainda em vigor, Pelé deixou a torcida rubro-negra órfã. No ano de ouro do futebol brasileiro, se dizia que jamais haveria um ataque como Garrincha, Vavá e Mazzola. E nem como Pacoty, Traçaia e Pelé.

História real
O telegrama do Santos oferecendo Pelé ao Sport de fato existiu, datado em 05/11/1957, mas Rozenblit agradeceu a oferta e recusou o “jovem desconhecido”. Pelé explodiu no futebol em 1958, marcando 58 gols no campeonato paulista e seis no Mundial. No Recife, o Leão foi campeão pernambucano, com Pacoty como artilheiro, com 36 gols. O recorde de um goleador local segue com 40 gols (Baiano, em 1982 e 1983, e Luís Carlos, em 1984).

O texto da série “E se…” faz parte do especial do Diario de Pernambuco com a história de todos os Mundiais. Confira o hotsite aqui.

Eis os textos de escritores famosos sobre o tema, publicados no Diario de Pernambuco em 23 de janeiro de 2000, quando o telegrama foi revelado.

Luís Fernando VeríssimoPelé seria ainda mais Pelé!
Luiz Fernando Veríssimo

Combinado que em qualquer outro lugar o Pelé ainda seria Pelé, o que mudaria mesmo seria a história do Sport. O Santos, claro, não era só Pelé, mas foi ele o responsável pela projeção mundial do clube. O Sport teria tido a mesma projeção com Pelé no time? Naquela época havia pouco intercâmbio entre os times do Brasil, era raro times de fora de São Paulo e Rio serem notados, ou terem jogadores convocados para a Seleção. Se jogasse no Sport, Pelé não teria sido convocado para a Seleção de 58. Pelé teria que jogar mais do que jogou no Santos para ser notado. Conclusão: se Pelé tivesse ido para o Sport, seria obrigado a ser melhor do que foi. Pelé seria ainda mais Pelé!

Xico SáSorte do goleiro do Íbis
Xico Sá

Existem dois tipos de traição que não prescrevem nunca – a da mulher da sua vida e a do time do seu coração. Para evitar maiores constrangimentos durante o cozido dominical, tratemos apenas do segundo crime. E que traição dos velhos cartolas, senhores. Chifre é pouco. Último a saber, sonhei as últimas noites com as manchetes épicas que teriam sido possíveis. Leão conquista a América. Rei da Ilha humilha a Europa. Sport para a guerra em excursão à África. Pernambuco é bi do mundo…

Mas também fiquei pensando nas desgraças que isso poderia representar. Sonhei com um texto, no melhor futebolês: “Em tarde infeliz, o camisa 10 do Leão da Praça da Bandeira balançou apenas 15 vezes as redes do Íbis…”

Perdemos Pelé, numa bobeada imperdoável da cartolagem. Por ironia, os deuses do futebol ainda nos presentearam, tempos depois, com outro rei, Dadá Beija-Flor. Não conquistamos a América, não humilhamos a Europa, mas os goleiros do Santo Amaro e do pobre Íbis… sofreram como o diabo.

Minha sorte, nessa história toda, é que, graças a tios nordestinos que migraram para São Paulo nos anos 60, tive a felicidade de ganhar uma camisa do Peixe ainda menino, o que permitiu usufruir de todas as glórias da era Pelé. Naquele tempo já era Sport, por causa do Guarani de Juazeiro, que tinha as mesmas cores, o meu escudo, a mesma torcida cri-cri e o apelido de “O Leão do Mercado”, em virtude da paixão dos feirantes pelo time.

Raimundo CarreroPromessa de amor do Rei
Raimundo Carrero

Foi uma jura de amor. O raquítico Dico, ainda não transformado em Pelé, coberto apenas por um calção de veludo vermelho, bordado em lantejoulas, e exibindo sandálias imperiais de pom-pom, basta cabeleiras escaracolada, perdeu-se de paixão por uma garotinha que, recém-nascida, passeava nos braços da mãe na sede do glorioso Sport Club do Recife. Ele havia chegado ao Recife a bordo de um teco-teco, especialmente contratado para trazê-lo aos gramados pernambucanos, terror do tricolor Adelmar e do alvirrubro Caiçara.

Naquele instante, no solo sagrado do Leão e sob o testemunho do incandescente sol nordestino, Pelé vislumbrou a glória que haveria de se abir aos seus pés, e num gesto cavalheiresco, ajoelhou-se perante a garotinha, gritando: “Serei rei, ó bela dos meus olhos. Retornarei ao Recife para desposá-la, ó sonho dos meus sonhos, linda dama dos cabelos dourados”.

Naquele instante, num fenômeno da natureza, apareceu no céu a estrela Assíria. Anos depois, coroado rei nos estádios do mundo, Pelé voltou ao Recife, depois de enfrentar deuses e monstros, mouco ao cântico das sereias, e ainda no Aeroporto dos Guararapes, gritou apaixonado: “Voltei, minha princesa”. Casou-se com Assíria Seixas na Igreja Episcopal. E foram felizes para sempre.

Smartphones com capas alvirrubras, rubro-negras e tricolores

Capas de iPhone para Náutico, Sport e Santa Cruz

Com novos aplicativos a cada semana, os smartphones redefiniram o dia a dia das pessoas, com a possibilidade de serviços e comunicação.

Como aconteceu na geração passada dos celulares, as “capinhas” voltaram ao cenário, dando personalidade a cada aparelho.

Entre os números temas estampados, um espaço enorme para o futebol. Os grandes clubes da Europa contam com dezenas modelos de capas para cada modelo, como iPhone (4 e 5) e Galaxy (S3 e S4).

Com valores entre R$ 40 e 59, Náutico, Sport e Santa Cruz licenciaram as suas marcas com fabricantes nacionais. Confira alguns dos modelos no mercado…

Capas de iPhone para Náutico, Sport e Santa Cruz

O 100.000º curtidor de Sport, Santa e Náutico no facebook

Facebook de Sport, Santa Cruz e Náutico no dia 5 de março de 2014

A soma de curtidores nas páginas oficiais de Sport, Santa Cruz e Náutico no facebook chegou a 648.339 pessoas.

Nesta quarta, o Alvirrubro alcançou a expressiva marca de 100 mil torcedores em seu principal perfil nas redes sociais. Os dois maiores rivais do clube já haviam estabelecido esse número. Por sinal, os três grandes clubes do Recife lançaram postagens especiais para celebrar o número redondo de usuários.

Confira a quantidade atualizada no facebook e as datas que marcaram a 100.000ª curtida de cada agremiação.

Sport
382.875 torcedores
100.000 em 08/05/2012

Santa Cruz
165.090 torcedores
100.000 em 06/12/2013

Náutico
100.374 torcedores
100.000 em 05/03/2014

Saiba mais sobre as redes sociais dos clubes pernambucanos aqui.

Sport com 1987, Flamengo com Zico e o título do carnaval para Ayrton Senna

Thiago Correia/globoesporte.com, Romulo Tesi/Band e Marcos Ramos

Poucas vezes na história da Marquês de Sapucaí o esporte foi tão celebrado…

Começou com uma provocação futebolística em pleno sambódromo.

A ideia repercutiu além do que se imaginava, mas trouxe uma certa tensão sobre a votação à escola Mocidade Independente de Padre Miguel.

Estampar um “87” nas costas de uma camisa do Sport na avenida carioca, na mesma noite em que ídolo flamenguista Zico seria homenageado pela Imperatriz Leopoldinense foi demais.

O polêmico título brasileiro, decidido na justiça a favor do rubro-negro pernambucano, foi usado para alimentar a rivalidade entre as duas escolas.

Nesta quarta, houve a apuração dos dez quesitos avaliados nos desfiles.

Desfile da escola de samba Imperatriz Leopoldinense no carnaval carioca 2014. Fotos: g1.globo.com

Como sempre, critérios subjetivos através dos jurados espalhados na avenida.

E metade do juri seria formado por torcedores do Flamengo….

Retaliação? O profissionalismo na votação parece ser mais forte.

A Mocidade, que não é campeã do carnaval desde 1996 e mantém um orçamento menor que o das maiores escolas da atualidade, ficou em 9º lugar.

Só que a Imperatriz também não levou, terminando na 5ª posição…

O título de 2014 acabou com a Unidos da Tijuca, também com viés esportivo, mas em alta velocidade. Nada menos que a vida de Ayrton Senna.

Desfile da escola de samba Unidos da Tijuca no carnaval carioca em 2014. Fotos: Wilton Junior/Estadão

Uma nova Ordem nas bolas oficiais do Brasileirão e da Copa do Brasil

Bola oficial (Nike) do Campeonato Brasileiro e da Copa do brasil de 2014. Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

A bola oficial dos dois principais campeonatos nacionais do Brasil em 2014 chegou na sede da CBF no último dia 10 de fevereiro. Na verdade, foi entregue uma caixa com sete modelos, visando a aprovação da direção entidade.

A pelota produzida pela Nike – patrocinadora da Confederação Brasileira de Futebol desde 1996 – será utilizada na Série A e na Copa do Brasil, nos jogos de Sport, Náutico e Santa Cruz.

A bola havia sido lançada na Taça Libertadores desta temporada. No Brasil, um mês depois, o produto chegou com uma nova pintura, com o distintivo da CBF no lugar da Conmebol. Compare as duas versões clicando aqui.

A nova bola foi feita em 12 gomos soldados por fusão, numa mistura de camadas de filme plástico e látex de carbono. Com essas inovações técnicas – nem sempre perceptíveis para o público -, a empresa segue a tática de lançar no mercado um novo modelo a cada edição do Brasileirão.

2012 – T90 Strike (“com câmera butil, que garante maior retenção do ar”)
2013 – Maxim Hi-Vis (“a tecnologia Geo II oferece mais equilíbrio nos chutes”)
2014 – Ordem (“maior controle de voo com as ranhuras aerodinâmicas”)

Vale lembrar que mesmo com a chancela nacional, cada competição pode contar com uma bola específica, tanto nos modelos quanto nas fabricantes. No Nordestão, também organizado pela CBF, a bola oficial foi produzida pela Penalty.

Bola oficial (Nike) do Campeonato Brasileiro e da Copa do brasil de 2014. Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

Tomando conta das ladeiras em vermelho e preto

Carnaval do Sport. Fotos: sobreascidades.wordpress.com, Diario de Pernambuco  e Cláudio Maranhão/flickr

O carnaval rubro-negros não tem um bloco oficial na capital pernambucana. Até o início da década de 1990 havia o Leão Dourado. Mas nem por isso o frevo deixa de arrastar uma multidão de torcedores do Sport, com a maior quantidade de blocos espontâneos em Pernambuco.

Os frevos leoninos seguem em alto e bom som nos metais na Ilha, nas ladeiras de Olinda, no Galo da Madrugada e pelo interior do estado, com o maior número de blocos espontâneos. Na arquibancada, a orquestra da Treme-Terra puxa o frevo-de-rua mais famoso do clube, numa composição do maestro Nelson Ferreira, um tricolor, diga-se. A música Cazá Cazá, ainda tocada nas rádios, foi composta a pedido de Eunitônio Edir Pereira em 1955, ano do cinquentenário do Leão. O mesmo Eunitônio compôs o hino oficial anos do clube depois.

Seguindo o tom carnavalesco, há um frevo-canção ainda mais antigo, de 1936, também sob a batuta de Nelson Ferreira, em parceria com Sebastião Lopes, o “Pelo Sport Tudo”, o famoso dos brados. A música ficou conhecida como Moreninha, com vários elementos do carnaval, retrando bem a época.

Entre outros frevos do Sport, Haroldo Praça, autor do gol da vitória rubro-negra sobre o Santa Cruz por 6 x 5 na inauguração da Ilha do Retiro, em 1937, é citado no Frevo Nº 1 do Recife, de Antônio Maria, gravado em 1951 pelo Trio de Ouro.

No carnaval, acredite, há espaço até para homenagem a um dirigente após uma conquista emblemática. Com Jarbas Guimarães assumindo a presidência, em 1975 o Sport acabou com o jejum de doze anos. Mereceu um frevo-canção de Rogério de Andrade, “Este ano, nosso time / vai ser mesmo campeão / todo mundo vai cantar e dizer / ninguém segura o Sport não”.

Os blocos
Raça Rubro-negra (Bezerros/1994, terça-feira)
Leão da Barra (Goiana/2000, terça-feira)
Nação Rubro-negra (Pesqueira/2002, sexta-feira)
Rubro-negro de Coração (São José da Coroa Grande/2007, segunda-feira)
Cazá-Cazá (Nazaré da Mata/2008, terça-feira)
Cazá Cazá (Afogados da Ingazeira/2012, domingo)
Bloco do Sport (Condado/2012, terça-feira)
Leões da Mata (Palmares/2013, quinta-feira)
Leões na Folia (Ipojuca/2013, terça-feira)
Torcida do Sport (Bom Jardim, terça-feira)

As músicas

Pelo Sport tudo (Nelson Ferreira e Sebastião Lopes, 1936).

Moreninha que estas dominando
Desacatando agora pelo entrudo (2x)
Chegou a hora de gritares loucamente
Hip, Hip, Hip, Hurra Pelo Sport Tudo!
Vejo no batom dos teus lábios
E no teu cabelo ondulado
As cores que dominam altaneira por morena
Do meu glorioso estado
Moreninha que estas dominando
desacatando agora pelo entrudo (2x)
Chegou a hora de gritares loucamente
Hip, Hip, Hip, Hurra Pelo Sport Tudo!
Ter passado o carnaval
Pra que não te falte a boa sorte
Tira da minha vida e te manter eternamente
Tudo, tudo pelo Sport
Cazá, cazá, cazá, cazá, cazá
A turma é mesmo boa… É mesmo da fuzarca!
Sport! Sport! Sport!

O mais querido (Jovino Falcão, 1974)

Está comprovado
Já foi conferido
Que o mais amado
O mais amado é que é, é que é
É o mais querido
É ele o maior em nosso Estado
Destaca-se do remo ao futebol
É o consagrado campeão do Norte
O mais querido, o mais querido
É o nosso Sport

Ninguém segura o Sport (Rogério Andrade, 1975)

Este ano nosso time
Vai ser mesmo campeão
Todo mundo vai cantar e dizer
Ninguém segura o Sport não
Na Ilha vou ver, hei!
A turma pular, hei!
De alegria quando o time entrar
E mostrar a bola no pé
Meu Sport em ação
Cazá, cazá, cazá
Ninguém segura o Leão

Hino à Treme Terra (Renato Barros, 1979)

Chegando lá na Ilha do Retiro
Ô abre alas que o Sport vai jogar
O rubro-negro, é cor de guerra
É o super sport que estremece a terra
Chegando lá na Ilha do Retiro
Ô abre alas que o Sport vai jogar
O rubro-negro, é cor de guerra
É o super Sport que estremece a terra
Vivendo com o Sport esta emoção
A galera se engrandece muito mais
Quem não fala no Sport é mudo
Cazá, cazá, e pelo Sport tudo!

Pelo Sport Tudo / Moreninha (1936, Nelson Ferreira e Sebastião Lopes)

Cazá Cazá (1955, Nelson Ferreira)

Uma final inédita a caminho do Nordestão

Copa do Nordeste 2014, semifinais: Ceará x América-RN e Santa Cruz x Sport. Crédito: arte sobre imagem do Esporte Interativo

Pernambuco x Ceará ou Pernambuco x Rio Grande do Norte. A final da Copa do Nordeste em 2014 será inédita, independentemente da composição.

Dos quatro remanescentes pelo título regional do ano, três foram derrotados somente uma vez até aqui. O Ceará de Magno Alves, o América de Adriano Pardal e o Santa Cruz de Léo Gamalho, o dono da melhor campanha, com 17 pontos em oito partidas. Curiosamente, a pior campanha pertence ao clube de maior tradição no torneio entre os semifinalistas, o Sport de Neto Baiano.

Ceará e América de Natal vão medir forças em dois estádios de Copa do Mundo, no Castelão e na Arena das Dunas. Cearenses e potiguares empataram em pontos e saldo de gols nas duas fases e o mando de campo acabou sendo definido pela CBF através de sorteio. Ambos passaram com goleadas, sobre Vitória e CRB.

No Recife, o Clássico das Multidões, um duelo presente nas últimas três finais estaduais, todas tricolores. Única equipe a vencer os dois jogos na segunda fase, os corais decidirão a vaga no Arruda. Bicampeão regional, o Leão é o único presente na Série A. Mesmo assim, ainda busca uma formação ideal.

Ao futuro campeão nordestino, além da premiação acumulada de R$ 1,5 milhão, a garantia da vaga na Copa Sul-Americana deste ano.

Da taça regional ao voo internacional…

12/03 – Ceará x América-RN (Castelão, Fortaleza)
19/03 – América-RN x Ceará (Arena das Dunas, Natal)

Ceará (10ª participação)
4 vitórias, 3 empates e 1 derrota, 16 gols marcados, 6 gols sofridos
Melhor campanha: 4º lugar em 1997 e 2013
Presença internacional: Copa Conmebol de 1995 e Sul-Americana de 2011

América (11ª participação)
4 vitórias, 3 empates e 1 derrota, 14 gols marcados, 4 gols sofridos
Melhor campanha: campeão em 1998
Presença internacional: Copa Conmebol de 1998

12/03 – Sport x Santa Cruz (Ilha do Retiro, Recife)
19/03 – Santa Cruz x Sport (Arruda, Recife)

Santa Cruz (9ª participação)
5 vitórias, 2 empates e 1 derrota, 12 gols marcados, 6 gols sofridos
Melhor campanha: 4º lugar em 2002
Presença internacional: nunca disputou

Sport (9ª participação)
3 vitórias, 2 empates e 3 derrotas, 7 gols marcados, 4 gols sofridos
Melhor campanha: campeão em 1994 e 2000
Presença internacional: Libertadores de 1988 e 2009 e Sul-Americana de 2013

Na sua opinião, qual será a grande final do Nordestão de 2014?

Zona Mista, um novo espaço na arena para a reeducação das torcidas

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2x1 Sport. Foto: Heitor Cunha/DP/D.A Press

Uma das novidades estruturais da Arena Pernambuco é a diversidade de setores. A opção de ingresso não é restrita ao assento, no cimento, cadeira ou camarote. Se passa pelos serviços oferecidos, como lounge e bares exclusivos.

Esses novos ingressos apresentam valores acima dos preços comuns no Recife. O assento premium, por exemplo, custa R$ 120. No jogo Náutico x Porto, domingo, dos mil bilhetes disponíveis, apenas um foi vendido no setor.

No Clássico dos Clássicos na quinta-feira, na partida adiada da primeira rodada do Estadual, o número de ingressos comercializados foi bem maior  E aí há um outro aspecto sobre esse setor diferenciado, pois trata-se de uma “zona mista”.

Torcidas rivais sentadas lado a lado, como foi um dia num passado já quase distante. Hoje, o Maracanã e a Fonte Nova também contam com setores do tipo.

Porém, alvirrubros e rubro-negros chegaram a bater boca durante a partida.

Trabalho extra para os stewards, os seguranças treinados da arena.

Pela estrutura pernambucana, com cada grande clube tendo seu estádio, a medida nunca foi popular. Por isso, é preciso um plano de reeducação e respeito para que a ideia da zona mista não só continue como se torne comum.

Provavelmente, a mudança cultural não será rápida. Mas é necessária…

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2x1 Sport. Foto: Wellington Araújo/www.twitter.com/wareporter

Clássico às moscas numa soma de erros, cuja conta na arena será paga por nós

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2 x 1 Sport. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O primeiro Clássico dos Clássicos no estádio em São Lourenço da Mata válido pelo campeonato estadual teve um horário indigesto. O duelo entre Náutico e Sport foi iniciado às 20h de uma quinta-feira. Segundo os dirigentes, era a última data possível antes do colapso no Estadual.

Numa partida agendada nas coxas – sem levar em conta o potencial e os custos do jogo -, tudo pesou contra, pois a cidade fervilhando com o carnaval. Neste contexto, o torcedor, um aventureiro, teria que encarar a hora do rush na capital.

Justo entre 18h e 20h, na volta pra casa de grande parte dos trabalhadores. A falta de mobilidade, incentivo e informação prejudicaria o público, óbvio. Muitos desistiram de ir e outros tantos chegaram atrasados na arena.

O blog registrou uma visão panorâmica da Arena Pernambuco no início dos dois tempos. Houve um leve crescimento na etapa final. Insuficiente para registrar o bom público no clássico vencido pelo Alvirrubro.

O borderô oficial ainda apontou 8.784 torcedores presentes, num número bem superior ao visual. De toda forma, o público foi ruim. Vale lembrar que qualquer prejuízo na arena, e consequentemente do consórcio, é repassado ao governo do estado. Logo, todos nós pagamos a conta das cadeiras vazias…

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2 x 1 Sport. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

E o clássico aconteceu. Com polêmica, pouca gente na arena e vitória timbu

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2x1 Sport. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O clássico que ninguém queria jogar, que ninguém queria agendar…

Apesar da desorganização, o jogo adiado foi mais animada do que se esperava, com três gols, arbitragem polêmica (ruim mesmo) e um novo líder no Estadual.

O Náutico, após derrubar o rival rubro-negro por 2 x 1, nesta quinta.

No fim das contas, com o carnaval batendo a porta e a cidade travada nas ruas, alvirrubros e rubro-negros se enfrentaram na arena quase às moscas.

Logo aos 9 minutos, Carmona, o camisa 10 alvirrubro, abriu o placar. Toque rápido de Marcus Vinícius e finalização sem firula. Era o real início da noite.

Ainda no primeiro tempo, os rubro-negros reclamaram um pênalti não marcado em Patric. Na etapa complementar, com um público um pouco maior, o Sport devolveu o roteiro, marcando no comecinho, aos 3.

Numa bobeira de Izaldo, após passe de Renê, Ewerton Páscoa encheu o pé.

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2x1 Sport. Foto: Heitor Cunha/DP/D.A Press

Com a igualdade, o Timbu, então compactado, tentou se impor um pouco mais em campo. Já o Leão passou a ocupar melhor os espaços e cresceu no jogo.

O visitante ainda reclamaria de outra penalidade não assinalada, aos 25 minutos, – num lance ainda mais claro -, desta vez em Neto Baiano.

Enquanto os leoninos se preocupavam em cobrar o inseguro juiz Gleydson Leite, o Náutico trocou passes curtos e objetivos e Carmona, mais uma vez, girou pra mandar nas redes de Magrão.

Foi o gol da vitória timbu, numa partida que será tema de mesas redondas improvisadas nos próximos dias nas ladeiras de Olinda e no Recife Antigo.

Ainda mais após a ridícula discussão entre Neto Baiano e Lisca no apito final.

Com o placar sacramentado, o sorriso foi mesmo do Náutico…

Pernambucano 2014, turno: Náutico 2x1 Sport. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press