O profissionalismo reticente nos dirigentes em Pernambuco

Diretor remunerado do Náutico em 2013, Daniel Freitas. Foto: Yuri Lira/DP/D.A Press

Superintendente, diretor executivo ou gerente de futebol.

Tanto faz a nomenclatura oficial, uma vez que a função na prática é quase a mesma.

Em comum, a remuneração para o dirigente profissional, um método tratado ainda como tabu no futebol pernambucano, sempre reticente a esse modelo de gestão.

Antes do novo nome no “mercado” local, um breve histórico.

No contracheque, o salário equivale ao de um diretor de uma grande empresa. Nos bastidores, de R$ 20 mil a R$ 50 mil. No Sudeste há quem ganhe R$ 100 mil.

A estrutura recifense viu o primeiro diretor remunerado em 1999, no Sport, com a chegada de Rudy Machado. O dirigente paulista ficou menos de um ano.

Trabalhou no Brasileirão, trazendo dois reforços que sequer foram titulares. Com o Leão na lanterna, a direção optou por enxugar a folha. Rudy encabeçou a lista.

De agosto de 2011 a 6 de dezembro de 2012, a segunda tentativa, com Cícero Souza. Consciente de que era um estranho no ninho, o gaúcho também acabou dispensado.

Cícero Souza, diretor remunerado do Sport de 2011 a 2012. Foto: Sport/divulgação

No Arruda, o Santa Cruz já contou com um dos maiores nomes do país, José Carlos Brunoro, protagonista da vitoriosa co-gestão Palmeiras/Parmalat de 1992 a 1997.

Além de Brunoro, com rápida passagem no Tricolor em 2001, o clube teve Joel Zanata, Galante, Antônio Capella e Raimundo Queiroz, sempre com períodos curtos.

A saída de Queiroz, o último nome no Arruda, aconteceu após uma eliminação na Série D, em 13 de setembro de 2010. Nota-se que o resultado de um torneio acaba sendo primordial para a continuidade do diretor profissional na mesa de articulações.

Por outro lado, o Náutico é o clube da capital com o histórico mais recente, quase sempre com um gestor profissional ligado ao presidente, com Sangaletti (2008), Gustavo Mendes (2011), Carlos Kila (2012) e agora Daniel Freitas (2013), que estava no Vasco.

Ao todo, 5 tricolores, 4 alvirrubros e 2 rubro-negros. Onze nomes em quinze anos.

Em quase todos os casos os dirigentes tradicionais justificaram o fiasco da ação por causa da “falta de experiência” no futebol pernambucano. Qual é a sua opinião?

Raimundo Queiroz, diretor de futebol remunerado do Santa Cruz em 2010. Foto: Nando Chiappetta/Esp.DP/D.A Press

O maior troféu nordestino

Troféu da Copa do Nordeste 2013. Crédito: Copa do Nordeste/divulgação

De volta ao calendário oficial do futebol brasileiro, o Nordestão terá 62 jogos em 2013.

Ao campeão, um prêmio de R$ 1 milhão. A partir de 2014, provavelmente o mesmo valor e de lambuja a aguardada vaga na Copa Sul-americana (veja aqui).

Obviamente, a glória virá acompanhada de uma taça, cuja imagem foi revelada.

Como ocorre na Liga dos Campeões da Uefa, a Taça do Nordeste também circulará nas cidades da região como forma de divulgação do torneio junto aos torcedores.

Por sinal, o modelo lembra a famosa Orelhuda, como é chamada a taça europeia.

O tour começará em Salvador e vai seguir em Aracaju, Itabaiana, Maceió, Recife, Campina Grande, Natal e finalmente Fortaleza, onde ficará dois dias.

Na capital pernambucana a exposição do troféu será em 13 de janeiro, no Shopping Recife. Neste ano é o objeto de desejo de tricolores, rubro-negros e salgueirenses.

Apenas quatro clubes conquistaram o título oficial da Copa do Nordeste. Abaixo, as taças do tetra Vitória (1997), América-RN (1998), bi Sport (2000) e bi Bahia (2002).

Torcedor, o que você achou do modelo do novo troféu do Nordestão?

Troféus da Copa do Nordeste de 1997 (Vitória), 1998 (América-RN), Sport (2000) e Bahia (2002)

O início da preparação para a nova e puxada temporada

Calendário de 2013

Com quatro competições marcadas, o trio do Recife terá uma agenda apertada em 2013.

Vários jogadores chegarão e outros tantos vão sair até o fim do ano. Considerando o planejamento executado até o momento, opine sobre o trabalho no seu clube.

O calendário dos grandes clubes do estado irá de 41 a 82 partidas oficiais no ano. A montagem do elenco atual será definitiva, com reforços pontuais, ou haverá reviravolta antes do Brasileiro, focado no segundo semestre? Planejamente, antes de tudo.

Náutico – Pernambucano, Copa do Brasil, Série A e Copa Sul-americana (a confirmar).
Mínimo: 65 jogos. Máximo: 80 jogos

Santa Cruz – Copa do Nordeste, Pernambucano, Copa do Brasil e Série C.
Mínimo: 41 jogos. Máximo: 68 jogos

Sport – Copa do Nordeste, Pernambucano, Copa do Brasil e Série B*
Mínimo: 61 jogos. Máximo: 82 jogos

No Estadual jogará mais quem disputar a fase do descenso. Pois é. Se for o Náutico, seriam 26 jogos. Se for às finais, 24. Com Santa e Sport, 18 e 15, respectivamente.

Nordestão: 20 de janeiro a 17 de março – de 6 a 12 datas
Pernambucano: 20 de janeiro a 19 de maio – de 15 a 26 datas
Copa do Brasil: 3 de abril a 27 de novembro – de 2 a 14 datas
Série A: 26 de maio a 8 de dezembro – 38 datas
Série B: 25 de maio a 30 de novembro – 38 datas
Série C: 02 de junho a 24 de novembro – de 18 a 24 datas
Copa Sul-americana: 14 de agosto a 11 de dezembro – de 2 a 10 datas

* O Sport tem chance de participar da Sul-americana. A princípio, irrisória.

O que você está achando da preparação do seu time para o início da temporada 2013?

  • Sport - Bom (27%, 257 Votes)
  • Náutico - Bom (24%, 234 Votes)
  • Sport - Regular (16%, 152 Votes)
  • Santa Cruz - Regular (8%, 80 Votes)
  • Santa Cruz - Bom (8%, 77 Votes)
  • Sport - Ruim (7%, 65 Votes)
  • Santa Cruz - Ruim (5%, 51 Votes)
  • Náutico - Regular (3%, 32 Votes)
  • Náutico - Ruim (2%, 18 Votes)

Total Voters: 965

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12 milhões de apostas recifenses em 5 anos da Timemania

Apostas acumuladas na Timemania em 2012. Crédito: Timemania

Encerrada a quinta temporada da Timemania, os times pernambucanos cadastrados na loteria federal registraram mais de quatro milhões de apostas, proporcionando um crescimento de 37,8% em relação ao ano passado.

Em 2012 os três maiores times do estado conseguiram ultrapassar pela primeira vez a barreira de um milhão de apostas cada um na Timemania.

Pelo segundo ano seguido o Santa Cruz foi o líder de apostas no estado. No dado acumulado nos cinco anos  da loteria, uma pequena vantagem do Sport.

Ao todo foram 12 milhões de apostas de alvirrubros, tricolores e rubro-negros. Apesar do aumento, os clubes não deverão ter uma grande margem de lucro.

Do faturamento absoluto da loteria, 22% é repassado para os 80 clubes inscritos, em uma verba destinada para abater dívidas com o poder público.

No entanto, do montante destinado aos times brasileiros 65% vai para os vinte primeiros colocados do ranking de apostas. Os demais dividem 35%. Pela colocação dos recifenses, nota-se que a fatia da última temporada foi econômica.

No G20 atual estão clubes como Goiás, Fortaleza, Ceará e América. O time nordestino com mais apostas no último ano foi o Bahia, em 13º lugar, com 2,6 milhões.

Apesar dos três times terem elevado o número de participações nos últimos quatro anos, em apenas uma oportunidade um deles terminou entre os 20 primeiros. No caso, o Sport, há 5 anos. Muito pouco para potencial das torcidas locais. É preciso reagir.

Número de apostas na loteria federal Timemania de Náutico, Santa Cruz e Sport, de 2008 a 2012

A beca das organizadas como escudo para pilhar a cidade

As camisas das torcidas organizadas Inferno Coral (Santa Cruz), Jovem (Sport) e Fanáutico (Náutico)

Atualmente, as três maiores torcidas uniformizadas do Recife têm 190 mil membros.

A Fanáutico, fundada nos Aflitos por cinco jovens alvirrubros em 5 de fevereiro de 1984, tem 20 mil torcedores cadastrados.

A Inferno Coral, formada em 25 de abril de 1992 a partir da união de três torcidas, a Santamante, a Força Jovem e Os Cobrões, conta com 80 mil torcedores associados.

Já a Torcida Jovem surgiu em 29 de Outubro de 1995 numa dissidência de outra torcida organizada rubro-negra. Atualmente, conta com 90 mil membros.

Agora, esqueça o futebol, pois os atores desta história sem fim não dão a mínima…

Nos estádios a arruaça é temida pela grande maioria dos torcedores e visada há tempos pela polícia. Longe dos jogos só faz crescer o número de episódios do mesmo naipe.

Usando como escudo a camisa de torcidas uniformizadas dos três grandes clubes do estado, ou “beca”, como chamam, alguns marginais vão pilhando a situação.

Em 19 de novembro de 2012, a sede da Fanáutico na Boa Vista foi invadida por supostos membros da Torcida Jovem (relembre aqui).

No mesmo dia, após mensagens nas redes sociais, supostos membros da Fanáutico resolveram vingar a organizada e tentaram invadir a sede da maior uniformizada do Leão.

Um confronto no meio da rua, com quarenta integrantes de cada lado. Tiros para o alto, pedaços de madeira e ferro arremessados de um canto para o outro e mais ameaças.

No réveillon, um galpão no estádio da Ilha do Retiro onde a Jovem guarda parte de seus materiais para as partidas – bandeiras e baterias – foi incendiado. Veja a imagem.

A invasão ao clube teria sido provocada por supostos membros da Inferno Coral.

Em 2 de janeiro de 2013, supostos membros da mesma uniformizada tricolor divulgaram um vídeo portando uma arma de fogo com ameaças a outras facções. Assista aqui.

E assim segue a rotina para quem o futebol está longe de ser o “esporte” preferido.

No post, todos os “membros” foram precedidos da palavra “supostos”, uma vez que não há provas por parte da polícia sobre a autoria desses crimes. Nem se os mesmos fazem parte dos quatros oficiais das organizadas ou apenas se usam a beca como disfarce.

Isso mostra a passividade do poder público diante de um cenário em expansão, da pior forma possível, caótica e sem localização definida.

Levar 500 policiais a um jogo já não é mais suficiente para conter os vândalos, que não cansam de manchar os nomes das próprias torcidas e daqueles que realmente torcem.

As brigas seguem no entorno, a quilômetros de distância. E cada vez mais em dias comuns, sem um joguinho sequer na cidade. É questão de segurança pública, urgente.

O cadastramento do governo do estado para os torcedores efetivos das organizadas nos jogos já deveria ter saído do papel. Segue afogado na burocracia.

Sobre o contexto, vale lembrar o número de crimes levantados pelo Ministério Público de Pernambuco envolvendo, mais uma vez, supostos integrantes das organizadas locais.

Foram 800 crimes listados em 5 anos na região metropolitana.

Pois é. Negligenciar uma investigação nas entranhas das uniformizadas é miopia pura.

Atos criminosos de supostos membros da Jovem, Fanáutico e Inferno Coral

Nordestão no Padrão Fifa e sob olhar da Fifa

Projeto da Arena Castelão. Crédito: Arena Castelão/divulgação

Uma rodada dupla no Castelão, em Fortaleza, deve marcar a exposição nacional da renovada Copa do Nordeste neste ano. De lambuja, um viés internacional…

Ainda que estejam agendados para a terceira rodada do torneio regional, em 27 de janeiro, Fortaleza x Sport e Ceará x Bahia terão uma presença ilustre na arquibancada.

No novíssimo estádio alencarino de 64.165 lugares, o primeiro da Copa do Mundo de 2014 a ser inaugurado, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, assistirá à primeira partida com o “Padrão Fifa” no Brasil, considerando as doze arenas.

“Em 27 de janeiro, estarei de volta ao Brasil para assistir pessoalmente ao jogo inaugural do Estádio Castelão, em Fortaleza.” 

Declaração em seu artigo mensal no site da Fifa sobre a preparação do país (veja aqui).

Valcke conhecerá algumas das mais apaixonadas torcidas da região e um dos maiores estádios do país. Espera, claro, ver uma organização no nível exigido pela entidade.

Sobre o nível técnico do futebol nos 180 minutos diante do francês… A conferir.

Jérôme Valcke, o secretário-geral da Fifa, na Suíça. Foto: Fifa/divulgação

Sul-americana ao campeão nordestino de 2014

Copa do Nordeste. Crédito: Liga do Nordeste

Entre 1997 e 1999 a Copa do Nordeste teve direito a uma vaga na Copa Conmebol.

Por isso, a expectativa de um lugar na Sul-americana ao campeão regional existiu desde a confirmação da reedição do torneio, no acordo judicial entre Liga do Nordeste e CBF.

Em 2013 a competição voltará à sua plenitude, após os esvaziados 2003 e 2010.

Contudo, não houve tempo hábil para articular junto à Conmebol a oficialização de uma das vagas brasileiras na segunda competição interclubes mais importante do continente.

Não em 2013… Neste ano, o prêmio será apenas em cash, R$ 1 milhão.

Nos bastidores, a vaga internacional ficaria mesmo para 2014. No entanto, há um indício fortíssimo de que essa expectativa do futebol da região já esteja consumada.

No plano comercial da Rede Globo na busca por patrocinadores para a transmissão da Copa do Nordeste, o documento é enfático sobre o futuro do regional (veja aqui).

“O prêmio do vencedor para 2013 será em torno de R$ 1 milhão, enquanto em 2014, além do valor, o vencedor terá vaga na Copa Sul-Americana de mesmo ano.” 

Sem especulação, o texto é categórico. Próxima à CBF, a Globo detém os direitos de transmissão do Nordestão pelos próximos cinco anos, num contrato de R$ 200 milhões.

Resta saber, portanto, se esta provável classificação à Sul-americana se tornará a 8ª vaga brasileira ou se a Conmebol dará à CBF o direito de inscrever um 9º clube.

O perfil do telespectador pernambucano no futebol

Perfil do telespectador do Campeonato Pernambucano 2012. Crédito: Rede Globo

Com uma média superior a 500 mil telespectadores a cada jogo do Pernambucano, surpreende a divisão de gênero, longe de qualquer imaginação machista no futebol.

De acordo com Ibope Media Workstation, em dados da Rede Globo, as mulheres que acompanham o futebol local representam quase a metade da audiência.

O gráfico sobre o campeonato estadual de 2012 também apresenta o avanço das classes D e E no bolo  saindo de 21% em 2011 para 23%.

Já sobre a faixa de idade, o perfil de 25 a 49 anos passou de 42% para 44%.

Mudanças pontuais uma tendência nos próximos anos?

Confira as maiores audiências televisivas do Campeonato Pernambucano aqui.

As maiores audiências televisivas do Pernambucano

As 5 maiores audiências do Campeonato Pernambucano 2012. Fonte: Rede Globo

Na média, o Campeonato Pernambucano de 2012 foi assistido na televisão aberta por 524 mil pessoas, com 24 pontos de audiência no Grande Recife. O percentual de televisões ligadas nas partidas chegou a 55%. Números positivos para o contexto local.

Nos gráficos acima e abaixo, as dez maiores audiências do torneio, segundo o Ibope Media Workstation, com dados da Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão.

O Sport aparece oito vezes no top ten, nos oito primeiros lugares. O Santa Cruz vem em seguida, com cinco partidas. Em terceiro, o Náutico, com três.

Em 2011, o Leão apareceu sete vezes, contra cinco da Cobra Coral e quatro do Timbu.

Em relação à audiência absoluta, a final de 2011 segue com mais torcedores. Foram 1.040.976 pessoas diante da TV. Em 2012 o número caiu para 863.818. No entanto, neste ano o “share” foi maior, com 79%, contra 77% na edição anterior.

Confira os dados da temporada passada no certame do estado clicando aqui.

Do 6º lugar ao 10º, as maiores audiências do Campeonato Pernambucano 2012. Fonte: Rede Globo

As doze melhores capas do Superesportes em 2012

As melhores capas do caderno Superesportes, do Diario de Pernambuco, em 2012

Na última capa do caderno Superesportes em 2012, neste 31 de dezembro, um resumo com as doze melhores edições publicadas nesta temporada.

Na escolha, uma edição por mês.

Sempre com feitos grandiosos, histórias diferenciadas e imagens marcantes.

A escolha foi feita por editores e repórteres, além da opinião dos leitores.

Que em 2013 a linha editorial do tradicional caderno esportivo do Diario de Pernambuco seja mantida, com novas capas para o torcedor guardar na memória e compartilhar com os amigos, sendo eles torcedores rivais ou não…

Confira a capa em uma resolução maior clicando aqui.