Uma final disputada anos depois. Mundial de 1978 em 2015, Brasileiro de 1987 em..

Sport final do Campeonato Brasileiro de 1987, em 7 de fevereiro de 1988. Foto: Ribamar/arquivo pessoal

Boca Juniors e Liverpool deixaram de jogar a Copa Intercontinental de 1978 por falta de datas. Foi a última vez que uma temporada não terminou com um campeão mundial interclubes. No entanto, a lacuna deverá ser preenchida.

Segundo a imprensa argentina, através do canal de televisão Tyc Sports, os dois clubes entraram num acordo para jogar a “decisão” em maio. A partida já contaria com o aval da AFA, a CBF dos hermanos. Os jogadores que disputariam o título aberto seriam os componentes dos elencos de 2015.

Uma outra edição da Copa Intercontinental segue sem campeão. Também sem acordo, Independiente e Bayern de Munique não se enfrentaram em 1975. Neste caso, ainda não há qualquer conversa para reagendar a disputa.

Por mais bizarra que a ideia possa parecer, há um precedente internacional.

Em setembro de 1999, Cruzeiro e River Plate disputaram o título da Recopa. Só que a taça sul-americana em questão era a de 1998, também não realizada no ano correto por falta de datas entre os campeões da Liberta e da Supercopa.

Fazendo um exercício de suposição, vamos a um outro ano… 1987.

Poderia ocorrer o mesmo no polêmico Brasileirão? Judicialmente, não haveria possibilidade de um confronto oficial entre Sport e Flamengo, uma vez que a questão está transitada em julgado, além do fato de o Leão ter vencido por W.O. em 27 de janeiro de 1988. De toda forma, se algo inacreditável assim saísse do papel, os rubro-negros se enfrentariam com os seus times atuais.

No post, as duas formações titulares nas decisões. A do Sport no último jogo do quadrangular final, contra o Guarani, em 7 de fevereiro de 1988, na Ilha, e a do Fla na decisão do módulo verde, em 13 de dezembro de 1987, no Maracanã.

Qual é a sua opinião sobre a disputa em campo de um título anos depois de sua data original? Entre a correção da história e o non sense.

Flamengo na final do Módulo Verde do Campeonato Brasileiro de 1987. Foto: Placar/reprodução

Sem resistência na estrutura e organização do Superclássico

Superclássico das Américas 2012: Argentina x Brasil, cancelado em Resistencia. Foto: Juan Mabromata/AFP

Antes fosse piada. Quase centenário, o clássico entre Brasil e Argentina viveu na noite desta quarta um de seus mais insólitos episódios desde 20 de setembro de 1914.

Não tem relação com o futebol praticado pelas seleções. Pelo contrário. O segundo jogo do Superclássico das Américas foi cancelado por falta de energia elétrica no estádio.

Se a história terminasse aí, seria um incidente. Mas vai além, como consequência da falta de organização de duas entidades de peso no esporte, CBF e AFA.

A acanhada cancha dos hermanos era até nova, inaugurada no ano passado. Fica na cidade de Resistencia, de 300 mil habitantes, a 941 quilômetros de Buenos Aires.

Seria o grande jogo da história da Província del Chaco, até porque o time local, o Sarmiento, nunca disputou a elite nacional. Pois três torres de refletores apagaram durante a execução do hino brasileiro, num portunhol desde já histórico.

Esperava-se que os geradores normalizassem a situação. Após mais de uma hora de indefinição, os dirigentes das duas poderosas entidades chegaram a um acordo.

Ou quase… Cancelaram o jogo, sem previsão para a realização da partida.

Numa situação normal de temperatura e pressão, seria no dia seguinte. Neste caso, a pressa em liberar os atletas, uma vez que não era uma data Fifa, inviabilizou a ideia.

O que parecia simples ficou para ser “conversado depois”, nas palavras dos cartolas. Com direito a frases como “o título é nosso”, levando em conta a vitória no jogo de ida.

Um desfecho constrangedor para duas escolas dotadas de arte no esporte.

A reedição da Copa Roca, de forma anual, surgiu como uma ideia interessante. Contudo, é grande o descaso com o que o jogo vem sendo tratado há dois anos.

Audiência baixa, regulamento sendo feito em cima da hora, jogadores recusando a convocação e agora um estádio sem estrutura, escolhido de forma meramente política.

Brasil x Argentina um dia foi um jogo de parar o mundo. Desta vez, a bola nem rolou…

Superclássico das Américas 2012: Argentina x Brasil, cancelado em Resistencia. Foto: Club Atletico Sarmiento/divulgação

O famoso Raúl Colombo. Famoso quem?

O jogaço agendado para o sábado entre Brasil e Argentina, em Rosário, será a 93ª edição do superclássico sul-americano, apontado como um dos maiores do mundo. Eu, particularmente, acho esse jogo o maior clássico do futebol.

Copa Raúl ColomboJogo de rivalidade tão grande que até a simples contagem de partidas gera polêmica. O número no início do post foi “93”, certo? Para eles será o 94º clássico.

Na contagem de confrontos feita pela Associação de Futebol da Argentina (AFA) está registrado um jogo a mais. Uma vitória argentina por 2 x 1 ( 😎 ), em 3 de dezembro de 1956, no Maracanã, pela Copa Raul H. Colombo, torneio amistoso disputado em jogo único.

Porém, nos registros oficiais da CBF, não foi a Seleção Brasileira que atuou, e sim o time da Liga Metropolitana do Rio de Janeiro – que contava com apenas dois jogadores da Seleção de fato. A escalação abaixo não nega que era de fato o time da Guanabara, por mais forte que fosse.

Escalação: Castilho (Fluminense); Pinheiro (Fluminense), Nílton Santos (Botafogo), Rubens (Flamengo), Zózimo (Bangu), Dequinha (Flamengo), (Benedito, São Cristóvão), Joel (Flamengo), Zizinho (Bangu), Índio (Flamengo), Didi (Botafogo) (Walter Marciano, Vasco) e Pinga (Vasco). Técnico: Flávio Costa

O Brasil… digo, o Rio de Janeiro até saiu na frente, com Indio, aos 15 minutos de jogo. Mas Sanfilippo, que havia entrado no lugar de Infante, empatou aos 24 minutos do segundo tempo. Um minuto depois, Antonio Héctor Garabal virou o jogo, dando a vitória a Argentina.

Que a Argentina venceu, todos sabem… Mas quem perdeu… Brasil ou Rio de Janeiro?

Em tempo: Raúl H. Colombofoi o dirigente que assumiu a presidência da AFA naquele ano. Ele comandou a associação argentina entre 1956 e 1965. Tempo inferior apenas à gestão de Júlio Grondona, o mandatário atual, que assumiu em 1979… 😯