Tendência de queda

O formato atual da Copa do Mundo, com 32 seleções, foi implantado há doze anos, na França. Desde então, a competição passou a ter 64 jogos.

Já foram realizadas quatro edições nesta era do gigantismo.

E a média de gols vem caindo gradativamente… Será mesmo uma tendência?

Confira abaixo o total de gols dos últimos Mundiais, a média e o percentual de queda em relação à edição anterior. Será que teremos uma reviravolta em 2014? Tomara.

1998: 171 gols (média de 2,67)
2002: 161 gols (média de 2,51) -5,9%
2006: 147 gols (média de 2,29) -8,7%
2010: 145 gols (média de 2,26) –1,3%

Ataque dos campeões (pela ordem): França, 15 gols; Brasil, 18; Itália, 12; Espanha, 8.

A nova ordem do futebol

Final da Copa do Mundo de 2010: Espanha 1 x 0 Holanda

Acabou mais uma Copa do Mundo. A Copa de todos os povos na África.

Salve a nova seleção campeã mundial de futebol.

MundoA Espanha!

Campeã da Euro de 2008 e campeã do mundo em 2010.

O time de Xavi, Iniesta, David Villa, Casillas… Um grande time, com um futebol refinado, envolvente. Cadenciado em muitos momentos, de uma plasticidade impressionante, que abusa do (bom) toque de bola.

A nova dona da bola é aquela mesma Fúria que estreou na África do Sul com uma derrota surpreendente para a fraca Suíça. O time, um dos maiores favoritos ao título, se recuperou e engatou seis vitórias seguidas. No mata-mata, quatro triunfos por 1 x 0. Econômica e letal. O último deles no estádio Soccer City, neste domingo.

Foi a maior vitória da história do futebol espanhol. Muito acima das conquistas estelares de Real Madrid e Barcelona…

Para erguer a Taça Fifa, a Espanha precisou se superar nos últimos minutos da prorrogação em um duelo equilibradíssimo contra a Holanda. No primeiro tempo, muitas faltas. Foram cinco cartões amarelos. No segundo, gols perdidos. Cara a cara.

Na prorrogação, o novo herói: Iniesta. Vitória magra, por 1 x 0, mas muito além do suficiente. Até porque final não é mesmo para jogar bonito. É para ganhar! A Copa do Mundo é da Espanha. Com a melhor defesa da história, com apenas 2 gols sofridos, repetindo a campanha da Itália em 2006.

Mas é impossível não citar que a Fúria entra na história, também, com o pior ataque de um campeão… Foram apenas 8 gols em 7 jogos. Média de 1,14 por jogo. Pífia. Até este domingo, a pior média de gols pertencia ao Brasil, com 1,57 em 1994. Mesmo ali, fizemos 11 gols (veja AQUI).

Atualização da lista de campeões. Parabéns, Espanha!

1958, 1962, 1970, 1994 e 2002 – Brasil
1934, 1938, 1982 e 2006 – Itália
1954, 1974 e 1990 – Alemanha
1930 e 1950 – Uruguai
1978 e 1986 – Argentina
1966 – Inglaterra
1998 – França
2010 – Espanha

Foto: Fifa

1990, a escassez de gols

Poster oficial da Copa do Mundo de 1990A Copa da África está salva.

O recorde mais ingrato das Copas é mesmo do Mundial da Itália.

Realizada há 20 anos.

Uma competição repleta de empates insossos.

Apesar da primeira fase econômica, a Copa na África do Sul engrenou no mata-mata.

A dois jogos do fim, a competição “precisava” de mais três gols para superar a infeliz marca de 1990, como o blog já havia informado (veja AQUI).

Graças ao ótimo jogo entre alemães e uruguaios, neste sábado, acabou o temor. Com os cinco gols na disputa pelo 3º lugar, com a medalha de bronze para os germânicos, o Mundial chegou a 144 gols em 63 jogos, com uma média de 2,28.

Mesmo que a decisão no Soccer City acabe em um empate sem gols, a média já está garantida em pelo menos 2,25.

Em 1990 o índice foi 2,21. Ufa!

Mais três gols e o fim do fantasma

Copa do Mundo

Dos 64 jogos programados para a Copa do Mundo de 2010, 62 já foram realizados. Ao todo, foram 139 gols marcados, por 93 atletas.

Assim, a baixa média de gols na África do Sul é de 2,241.

O índice de gols nos estádios africanos está no limite para ficar com a infeliz marca de pior da história dos Mundiais. E olhe que foram 19!

Esse “recorde” pertence há 20 anos à Copa da Itália de 1990, com 115 gols em 52 partidas. A média daquela competição, repleta de empates insossos, foi de 2,211.

Numa conta rápida, basta que os jogadores marquem mais três gols neste fim de semana para superar a  pior média. Com a missão, uruguaios e alemães na disputa pelo 3º lugar e holandeses e espanhóis na briga pelo título inédito.

Se o total de gols de 2010 chegar a 142, em 64 partidas, a média ficará em 2,218.

Se forem marcados apenas dois gols, o índice ficará com 2,203.

Foto: Fifa

Jo’bulani, a prima rica da Jabulani

Jo'bulani, a bola da final da Copa do Mundo de 2010Jabulani, bola da Copa do Mundo de 2010A Jabulani já é a bola mais famosa da história da Copa do Mundo. Com o seu efeito pra lá de incomum e nome curioso, a redonda caiu no gosto popular na África do Sul.

Mas a Jabulani (à direita) não estará na decisão de 2010, no Soccer City. A bola, que será utilizada em 63 jogos da competição, vai dar lugar à Jo’bulani, à esquerda do post.

A nova bola, com o mesmo formato da prima famosa e que também foi produzida pela Adidas, mudou apenas o visual. A Jo’bulani mistura o dourado da Taça Fifa com o nome que é parecido com o apelido de Joanesburgo, conhecida também como “Joburgo”.

A ideia de uma bola especial para a decisão começou em 2006, quando foi utilizada a “Teamgeist Berlin”, também dourada, na disputa entre Itália e França.

Nations in the crusade

Copa do Mundo de 2010: Inglaterra x Eslovênia

Grupo C.

Pai e filho nas oitavas de final. As duas nações de língua inglesa mais ricas do mundo seguem na cruzada da Copa de 2010. Inglaterra, com direito ao manto vermelho campeão mundial em 1966, e Estados Unidos, o mais aplicados dos alunos no football, ou soccer para os norte-americanos.

São duas das maiores torcedores presentas na África. A maior? Surpreendentemente, é a dos EUA, que foi a torcida estrangeira que mais comprou ingressos para o Mundial.

Nesta quarta, a Inglaterra venceu a Eslovênia por 1  x 0. O English Team teve chance de fazer mais. Mas encontrou um adversário na parede e que chegou a ter a vaga na mão ainda na segunda rodada. Mas que sofreu um duro golpe no fim da chave.

Copa do Mundo de 2010: EUA 1 x 0 ArgéliaApesar do revés, o país menos populoso da Copa estava avançando. Mas a rodada dupla reservou um pouco de justiça. Jogando bem melhor, os EUA iam empatando sem gols com a Argélia…

O time norte-americano teve até um gol mal anulado, de Dempsey. Mais um! Já havia sido assim contra a Eslovênia, quando o “árbitro” não permitiu a virada para 3 x2.

Mas, aos 47 do segundo tempo, houve a implosão da vaga eslovena e a explosão de alegria da classificação dos EUA, com um gol na raça de Donavan, no rebote: 1 x 0.

Fotos: Fifa

Alegria de um bicampeão, tristeza de um anfitrião

Copa do Mundo de 2010: Uruguai x México

Grupo A.

Uruguai e México classificados. Antes da rodada decisiva, na terça, os dois times já eram os mais cotados da chave para avançar para as oitavas de final da Copa de 2010. Mas não foi nada fácil. Pelo menos para a seleção mexicana, eterna coadjuvante.

Em Rustemburgo, o Uruguai completou a sua grande campanha na primeira fase do Mundial diante dos próprios mexicanos. Vitória da Celeste por 1 x 0, com um gol de Luis Suarez. Sete pontos, 4 gols a favor, nenhum sofrido e liderança. Time aguerrido demais, e, depois de um bom tempo, seguro na defesa. Defesa = Lugano.

Glória em 1930, 1950 e 2010? Por enquanto, o tri é um devaneio. Mas a mística pesa…

Já o México, que lutou bastante (foi uma boa partida), suou frio… Ficou com a segunda vaga e já enxerga a Argentina em seu horizonte. Mas, por vários minutos, viu um fantasma chamado Bafana Bafana.

Copa do Mundo de 2010: África do Sul x FrançaEm Bloemfontein, a África do Sul não quis se despedir do seu próprio Mundial. A equipe atacou muito a atual vice-campeã França e fez 2 gols. Poderia ter feito mais.

Deveria ter feito mais! Mesmo com um a menos (Gourcuff recebeu o vermelho aos 25 do 1º tempo), os Bleus reagiram e marcaram um gol.

A África do Sul sai da disputa com uma vitória por 2 x 1. É a primeira vez, desde 1930, que o anfitrião sai logo na primeira fase. Uma pena, mas que agora siga a mesma festa na arquibancada. Valeu, África!

Fotos: Fifa

Seleção da tecnologia

Índice CastrolUma seleção escalada pela tecnologia.

Por mais que seja difícil de aceitar, mas a ideia é exatamente essa.

Que a Fifa está dando um show de tecnologia na Copa de 2010 já é notório. O assunto já foi até citado em um post do blog (veja AQUI).

Mas, ao criar o Índice Castrol, a entidade delegou aos computadores a missão de escalar a seleção da Copa.

Qualquer ação vale ponto (tanto a favor quanto contra). Dependendo da dificuldade, a pontuação varia. Um desarme na lateral vale menos que um desarme na área, por exemplo.

Ao lado, o time escalado após a 1ª rodada do Mundial da África do Sul. Nenhum brasileiro está lá.

Quem é o craque do banco de dados da Fifa até aqui…? O “craque da tecnologia”! 😯

O ala argentino Gabriel Heinze lidera com 9.51 pontos. O melhor brasileiro é o zagueiro Juan, em 14º lugar, com 8,84. Na lanterninha, o meia argelino Guedioura, com 3,96 pontos. Ao todo, 375 jogadores – dos 736 convocados – já entraram em campo.

Aviso dos céus

Diario de Pernambuco: 18/06/2010Chuva intensa no Recife.

Três dias seguidos com o céu cinzento e espelhos d’água por toda a cidade.

Caos, com 5.111 ocorrências de emergência.

Tragédia, com 3 mortes decorrentes da chuva. Fato que não acontecia há um ano. Exatamente no inverno da última temporada.

Leia a cobertura do Diario de Pernambuco AQUI.

Na manchete do DP, aliás, uma preocupação plausível. Como o blog havia comentado na segunda-feira (veja AQUI), a Copa do Mundo de 2014 será realizada em pleno inverno brasileiro.

Uma disputa entre 13 de junho e 13 de julho.

No Nordeste, esse será o período mais severo das chuvas. Justamente numa região contemplada com 4 das 12 subsedes do próximo Mundial de futebol (Recife, Salvador, Fortaleza e Natal).

Ainda na noite de quinta-feira, convictos da gravidade da situação e também da repercussão negativa devido à vigente Copa de 2010, o governador do estado, Eduardo Campos, e o prefeito do Recife, João da Costa, se reuniram no Palácio do Campo das Princesas para discutir soluções. Infraestrutura necessária para “ontem”.

Soluções imediatas e a longo prazo.

Imediata porque a cidade não pode esperar. Até porque foram apenas 3 dias de chuva.

A longo prazo pois a imagem definitiva do Recife no cenário internacional estará em jogo daqui a quatro anos. Cerca de 60% do público na arena da Cidade da Copa deverá ser formado por torcedores estrangeiros, como disse o consultor da Fifa Phillipe Bovy, em entrevista ao Diario em novembro de 2009 (veja AQUI).

Por isso, fica realmente a pergunta… Imagine a Copa aqui?