Odebrecht informa ao TCE que a Arena Pernambuco custou R$ 479 milhões. Acreditou? Nem eu

Arena Pernambuco na Copa das Confederações de 2013. Foto: Fifa/site oficial

Qual foi o custo total da construção da Arena Pernambuco? A pergunta é direta, objetiva. Só não tem resposta (verdadeira), mesmo dois anos após a sua inauguração. A situação chegou a tal ponto que a vice-governadoria e a Odebrecht, empresa vencedora da licitação, tiveram que detalhar os contratos da obra ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE). No limite do prazo estipulado, vários CDs de difícil compreensão foram entregues pela empreiteira.

Após somar todos os números – pois é, o “custo” não foi repassado de forma absoluta -, se chegou ao seguinte dado: R$ 479 milhões, desconsiderando projeto executivo e operação. Achou estranho? Eu também. Afinal de contas, depois de tanta celeuma sobre o valor, a construtora repassou apenas o dado original, a preço de maio de 2009, sem os aditivos.

Vamos então ao bastidores de mais um capítulo nessa busca por um número necessário para o entendimento da parceria público-privada. Já era noite na sexta-feira quando Julia Schiaffarino, repórter da editoria de Política do Diario de Pernambuco, recebeu a informação sobre o valor. Ela estava de folga e a notícia havia sido dado por uma fonte, sem anúncio oficial do TCE. Coube à editoria Superesportes questionar o consórcio, uma vez que os aditivos para antecipar a obra em oito meses, visando a Copa das Confederações de 2013, foram completamente ignorados.

Em 2014, o então secretário extraordinário da Copa, Ricardo Leitão, deu uma pista, revelando que o gasto final, incluindo os aditivos, já considerava uma “ordem de grandeza de R$ 650 milhões”. Por sinal, o próprio número de 479 milhões de reais já não caberia na prática, pois o reajuste acumulado de 22,95% no Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) elevaria o valor para R$ 569 milhões. Mas aí faz parte da engenharia financeira regulamentada, ok.

Para a assessoria de imprensa – a Odebrecht só se posiciona oficialmente desta forma -, o jornal enviou os seguintes questionamentos, por e-mail. Abaixo.

A gente recebeu a informação de que o TCE chegou ao dado final sobre o custo da Arena Pernambuco, a partir dos relatórios enviados pela Odebrecht. E o valor seria de R$ 479 milhões, justamente o original do contrato. Por que, mesmo com a exigência do TCE, a Odebrecht não informou os valores dos aditivos? Apenas com esses valores, ainda não informados (dois anos após a inauguração), se chegaria ao real custo do estádio.

Considerando a pressão da sociedade sobre o custo do estádio somada à exigência do Tribunal de Contas do Estado, a empresa não vê falha ao insistir em divulgar um valor que não condiz com a realidade? Qual é a dificuldade de se fechar esse número?

Qual foi o custo do aditivo (para antecipar a obra em oito meses), além do valor do contrato original? 

De fato, houve um posicionamento, também via e-mail. Eis a íntegra.

Nota oficial
Esclarecimentos a respeito do contrato de PPP devem ser encaminhados ao Poder Concedente (Governo do Estado de Pernambuco) responsável pelo contrato.

O governo do estado cobra a Odebrecht, que repassa a responsabilidade ao governo e ambos informam o mesmo número (anterior à obra) ao TCE. Que o grupo técnico do tribunal se faça realmente independente e siga investigando. Tudo para responder uma pergunta teoricamente simples

Pernambucano em 2 linhas – 7ª/2015

Pernambucano 2015, 7ª rodada: Serra Talhada 0x1 Sport, Náutico 2x2 Central e Salgueiro 1x0 Santa Cruz. Fotos: Paulo Paiva (Pereirã), Allan Torres (Arena) e Ricardo Fernandes (Cornélio de Barros), todos os DP/D.A Press

Restando apenas três rodadas para o fim do hexagonal do título, o G4 é formado por três times do interior e somente um grande clube da capital. Com 7 pontos ganhos em 21 disputados, Santa e Náutico ocupam os dois últimos lugares, num cenário inédito desde que o Campeonato Pernambucano passou a ter semifinal e final, em 2010. Até hoje, nenhum time grande ficou de fora. Para completar, o Timbu terá dois jogos no Sertão e o clássico contra o Leão, na Arena. Já os corais terão uma vida menos complicada, com três partidas no Recife, incluindo o Clássico das Multidões na Ilha do Retiro. A zebra já é real?

Saíram 44 gols nos 21 jogos desta fase do #PE2015, com média de 2,09. Em relação à artilharia oficial, na qual a FPF só considera o hexagonal e o mata-mata, Élber (Sport) e Josenildo (Serra Talhada) ganharam a companhia dos alvirrubros Josimar e Renato, todos com 3 gols.

Hoje, as semifinais seriam: Sport x Serra Talhada e Central x Salgueiro.

Serra Talhada 0 x 1 Sport – Desta vez, Eduardo Batista mandou o time titular. Queria se garantir logo na semi. Dito e feito, com Diego Souza guardando.

Salgueiro 1 x 0 Santa Cruz – O Tricolor voltou a ter uma atuação apagada, sobretudo seu ataque, e perdeu novamente para o Carcará. Saiu do G4.

Náutico 2 x 2 Central – Duelo movimentado na Arena, com o Timbu mostrando os mesmos erros, apesar do novo técnico. A Patativa consolidou o 2º lugar.

Destaque: Ana Karina. No Dia Internacional da Mulher, a árbitra da Fifa teve uma atuação sem qualquer aresta na Arena Pernambuco.

Carcaça: Ataque coral. Apenas quatro gols marcados em sete apresentações oficiais. Diz muito sobre a pífia campanha do Santa no hexagonal.

Próxima rodada:
14/03 (19h30) – Sport x Salgueiro (Arena Pernambuco)
15/03 (16h00) – Santa Cruz x Central (Arruda)
15/03 (16h00) – Serra Talhada x Náutico (Pereirão)

Classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2015 após a 7ª rodada. Crédito: FPF/site oficial

Nem a chegada de Lisca melhora o futebol do Náutico, agora na lanterna

Pernambucano 2015, 7ª rodada: Náutico 2x2 Central. Foto: Marlon Costa/FPF

O Náutico esteve à frente do Central, na Arena Pernambuco, dos 11 aos 24 minutos do segundo tempo. O placar parcial de 2 x 1 deixaria o time alvirrubro na terceira colocação do hexagonal, com nove pontos. Porém, durou pouco tempo a sensação de dias melhores em Rosa e Silva. O gol de Candinho, numa falha coletiva de Gastón e Júlio César, igualou a peleja que encerrou a 7ª rordada e derrubou o Timbu para a lanterna do Estadual. Sete pontos.

Foi o sexto jogo sem vitória do Náutico, já em seu terceiro técnico em 2015, entre efetivados e interinos. Nem a estreia de Lisca deu jeito no time, ainda afobado. Ele tentou fazer o que se esperava: mais vibração na beira do campo e composições táticas de última hora. Com boa vontade, esses elementos só foram vistos na segunda etapa, pois o primeiro tempo foi bem fraquinho.

Na volta do intervalo, jogo até ficou movimentado, com a Patativa marcando na largada, tomando a virada em apenas dez minutos e buscando o 2 x 2 na raça, para a alegria da torcida alvinegra presente no anel superior, fazendo bastante barulho e apoiando o vice-líder. Maioria entre 4.383 presentes, os alvirrubros também fizeram barulho, novamente por causa da insatisfação. E agora faltam apenas três rodadas para evitar um vexame histórico…

Pernambucano 2015, 7ª rodada: Náutico 2x2 Central. Foto: Allan Torres/DP/D.A Press

Podcast 45 minutos (107º) – Crise técnica no Náutico, Arena vazia e rodada local

O tropeço do Náutico na Copa do Nordeste, cedendo o empate ao Piauí no finzinho, na Arena instalou a crise no clube, ainda sem técnico. A situação foi analisada no 45 minutos, que tratou também dos públicos baixíssimos no estádio, sobretudo quando o Timbu joga no meio de semana. Contrato exigente além da conta? No fim, pitacos sobre a 7ª rodada do hexagonal do título do Campeonato Pernambucano de 2015.

A gravação deste podcast teve 1h164min. No fim do áudio, o anúncio do vencedor do uniforme laranja do Sport, a promoção anterior. Estou neste podcast ao lado de Celso Ishigami, João de Andrade Neto, Rafael Brasileiro e Fred Figueiroa. Ouça agora ou quando quiser!

O recorrente deserto do Náutico na Arena Pernambuco, um calvário sem fim

Assinatura do contrato do Náutico com a Arena Pernambuco. Foto: Aluisio Moreira/divulgação

A pauta estava no mesa do conselho deliberativo do Náutico: ir ou não à Arena Pernambuco? Dos 86 nomes presentes, 84 votaram a favor do acordo.

Jogar em um estádio moderníssimo durante 30 anos parecia um novo passo para o Timbu. Fora os detalhes do contrato, com percentual nos ingressos pagos, outro nos bilhetes subsidiados, luvas, investimento no CT etc. Dinheiro que em um primeiro momento seduziu os alvirrubros.

Em contrapartida da ida, esperava-se o óbvio. Um estádio funcional, com uma mobilidade ainda não vista no Recife, a partir de dois acessos viários e um metrô batendo à porta. Confortável e acessível. Como sabemos, não seria o caso. Já a votação do conselho resultou posteriormente, em 17 de outubro de 2011, nas assinaturas do consórcio que administra a arena, do governador Eduardo Campos e do então presidente timbu, Berillo Albuquerque.

E partir daí, mudando de casa em junho de 2013, o Náutico começou o seu calvário. O mosaico vermelho é praxe nos seus jogos, sobretudo à noite, no meio da semana. A queixa no acesso ao local, a 19 km do Marco Zero, é sistemática e o poder público não se mexe – nem para cumprir a promessa de implantar o BRT na Radial da Copa, que, apesar do nome, não ficou pronta.

Contudo, a própria operação da arena já recebe queixas, como a falta de guichês, a saída lenta no estacionamento e os poucos bares abertos. Em campo, a fase do time não ajuda? Talvez, mas é bem difícil acreditar que com o mesmo rendimento não haveria uma presença bem maior nos Aflitos

Jogos oficiais com 500 pessoas? Clássico com 4 mil? O empate em 3 x 3 entre Náutico e Piauí, pelo Nordestão, foi só mais um às moscas. No borderô, apenas 698 pessoas. Não dá, 30 anos assim não.

Hoje, o contrato em nada se parece com uma “parceria”. Nem para o Náutico nem para o consórcio. Não haver um plano B para o mando dos jogos já não faz sentido algum – ao contrário de Sport e Santa, sem contratos definitivos.

Abrir a arena para ninguém, de forma recorrente, é quase comodismo da empresa criada através da parceria público-privada, com a garantia de receita do governo do estado caso a previsão anual de faturamento seja abaixo de 50%. Francamente, hoje 50% seria um sucesso, pois o dado é muito menor. Enquanto isso, o estado vai se afundando para bancar a conta milionária. O fardo do governo anterior está pesado. Para mim, para você, para o contribuinte.

No cartaz que marcou a assinatura do contrato, havia a frase “Clube Náutico e torcida alvirrubra, bem-vindos à Arena Pernambuco”. Quatro anos depois, pouquíssimos alvirrubros se sentem à vontade por lá…

Nordestão 2015, Náutico x Piauí. Foto: Celso Ishigami/DP/D.A Press

Náutico cede empate e perde a chance de liderar no regional. Precisa de um técnico

Nordestão 2015, Náutico 3x3 Piauí. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Os 698 destemidos torcedores alvirrubros que foram à Arena Pernambuco, num jogo marcado para as 22h desta quinta-feira, conseguiram se fazer ouvir após o apito final. A vaia ecoou em todo estádio.

Uma frustração justa, ao ver a vitória escapar de forma inacreditável diante do adversário mais fraco do grupo, que nos três jogos anteriores pelo Nordestão não havia feito um gol sequer. Pois marcou três.  O empate em 3 x 3 com o Piauí manteve o Náutico numa situação complicada em termos de classificação às quartas de final do regional – lembrando, até aqui, a campanha de 2014, quando caiu na primeira fase.

Mesmo treinado de forma interina por Levi Gomes – no lugar de Moacir Júnior, que saiu sem deixar saudades -, o time tinha a obrigação de conquistar um resultado positivo. Tecnicamente, era melhor. Havia mostrado isso com sobras na peleja em Teresina, quando venceu.

Desta vez, os pernambucanos chegaram a abrir 3 x 1, até os 34 minutos do segundo tempo. O resultado elevaria o Timbu à liderança do grupo C. Cláudio, que entrara após o intervalo, marcou duas vezes, derrubando o Náutico na tabela – segue um ponto abaixo do líder Salgueiro, que segurou o empate com o Moto Club. E se Levi Gomes queria usar o jogo para cavar uma efetivação, o tropeço mostra que a diretoria deve continuar procurando um nome para sacudir o elenco. Enquanto há tempo…

Nordestão 2015, Náutico 3x3 Piauí. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A estrutura de fantasia do esporte no Recife, com estádios, ginásios, centro esportivo e até um bairro no papel

Cidade da Copa, Arena Coral, Arena Sport, Arena Timbu, Ginásio Geraldão e Centro Esportivo Santos Dumont. Crédito: montagem sobre imagens de divulgação

Entre 2007 e 2012, projetos grandiosos voltados para o esporte foram lançados na capital de Pernambuco. Os investimentos viriam tanto da esfera pública quanto da iniciativa privada. Na verdade, houve até acerto público-privado. Três novos estádios, no Padrão Fifa, um moderníssimo centro de esportes, incluindo atletismo e natação, dois ginásios poliesportivos de última geração e até um novo bairro na cidade. Somados, esses projetos estão avaliados em R$ 2,96 bilhões. Boa parte deste montante deveria ter sido aplicado até este ano. Porém, todos os prazos de execução das obras expiraram. Sem resultado.

As arenas de Náutico, Santa Cruz e Sport não saíram, o Santos Dumont segue abandonado, o Geraldão está com as obras paradas e a Cidade da Copa é apenas um pedaço de papel na mesa. Na prática, dos modelos projetados em 3D tornaram-se realidade apenas a Arena Pernambuco (ao custo de R$ 532 milhões, fora o imenso aditivo – não revelado – para a sua conclusão), que é apenas uma parte da Cidade da Copa, além de parte da reforma do tradicional ginásio na Imbiribeira (R$ 19,2 milhões).

Casos as ideias e/ou promessas tivessem sido cumpridas, o Recife teria, hoje, capacidade estrutural para organizar, sozinho, uma Copa das Confederações de futebol e, praticamente, uma edição dos Jogos Pan-Americanos. Uma “potência esportiva”, ao menos no campo da fantasia…

E ainda há um estádio de pequeno porte em Olinda, também atrasado, claro…

Cidade da Copa
Lançamento: 15/01/2009
Custo: R$ 1,59 bilhão (4 módulos)
Prazo original de conclusão (1º módulo): 2014

A Cidade da Copa foi apresentada pelo governador do estado, Eduardo Campos, no início de 2009. Um projeto bilionário a 19 quilômetros do Marco Zero, às margens da BR-408. Além da Arena Pernambuco, que eventualmente saiu do papel, um novo bairro, com até 40 mil habitantes, estava planejado. O projeto recebeu inúmeros elogios da Fifa, como um verdadeiro “legado”. Essa nova centralidade urbana, com centro comercial, hotéis, escolas e órgãos públicos seria construída em quatro etapas: 2014, 2015-2019, 2020-2024 e 2025. O primeiro módulo (abaixo) teria uma Arena Indoor (15 mil lugares), um centro de convenções (9.500 m²), um hotel com 300 quartos, campus educacional e o Centro de Comando e Controle Integrado. Basta passar na área para saber que apenas o estádio corta o horizonte verde. O interesse do empresariado esfriou e hoje não há prazo prático para que a Cidade da Copa realmente saia do papel.

Cidade da Copa (1º módulo). Imagem: divulgação

Ginásio Geraldão
Lançamento: setembro de 2012
Custo: R$ 45,7 milhões (no lançamento seriam R$ 40 milhões)
Prazo original de conclusão: julho de 2014

Ainda na gestão de João da Costa, a Prefeitura do Recife anunciou “a primeira reforma estrutural no ginásio, após 40 anos de sua fundação”. Fundado em 1970, o Ginásio Geraldo Magalhães passaria por uma reforma completa, com recuperação estrutural, climatização do espaço para 10 mil espectadores, adequação da quadra poliesportiva aos padrões internacionais e novo placar eletrônico, além de um novo alojamento para 160 pessoas e sala de imprensa, possibilitando ao empreendimento torneios de grande porte, como ocorreu em 2002, na Liga Mundial de Vôlei. O prazo original para finalizar a reforma  – publicado na licitação oficial – expirou há sete meses, mas apenas 42% dos trabalhos previstos foram executados (gasto de R$ 19,2 mi). Após uma viagem a Brasília, o atual prefeito da capital, Geraldo Júlio, recebeu uma sinalização positiva do Ministério do Esporte para mais recursos. Faltam R$ 26,5 milhões.

Geraldão. Imagem: divulgação

Centro Esportivo Santos Dumont
Lançamento: agosto de 2012
Custo: R$ 84,9 milhões
Prazo original de conclusão: primeiro semestre de 2014

O guia oficial de treinamento Pré-Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, enumera 176 pontos no país para a preparação das delegações internacionais. Apenas um em Pernambuco. Inaugurado em 1975, o Centro de Esportes e Lazer Alberto Santos Dumont reúne inúmeras modalidades. No papel, é o representante local na Olimpíada. Contudo, o estado de abandono é inacreditável, com equipamentos quebrados, sujos, sem manutenção. Utilizado por 2.500 pessoas, o empreendimento em Boa Viagem – com pista de atletismo, piscina olímpica e quadras – sobrevive com reformas paliativas. A grande promessa veio há três anos, com um orçamento de R$ 84.994.736 para a requalificação física e estrutural, através do decreto 38.395 no Diário Oficial do Estado. Na divisão, 65,32% do governo do estado e 34,68% do Ministério do Esporte. Pois bem, a obra visando os Jogos sequer começou.

Centro Esportivo Santos Dumont. Crédito: divulgação

Arena Coral
Lançamento: 28/06/2007
Custo: R$ 190 milhões
Prazo original de conclusão: 2014

Era o grande projeto do Santa Cruz. Emplacar uma reforma completa no Arruda para colocar o estádio na Copa do Mundo de 2014. O tamanho (60 mil lugares) já era suficiente, mas a ideia contemplava uma ampliação, para receber até 68,5 mil pessoas, podendo se candidatar a palco de uma semifinal do Mundial. A “Arena Coral”, apresentada pelo mandatário do clube em 2007, Edson Nogueira, foi uma alternativa à Arena Recife-Olinda, apresentada numa parceria entre governo do estado e prefeitura de Olinda. O custo de R$ 190 milhões – ou R$ 145 milhões a menos que o concorrente, que sairia do zero – seria dividido entre reforma (R$ 150 mi) e construção de prédio de serviço, sede e estacionamento (R$ 40 mi). “O melhor é que o clube não vai precisar gastar nada. Todo o dinheiro virá da iniciativa privada. Hoje já temos contatos com quatro investidores interessados no projeto”, garantiu David Fratel, diretor da Engipar, a empresa paulista que firmou a parceria com o Tricolor, responsável pela captação de recursos. Os recursos não foram captados. Nem mesmo no relançamento, já com o presidente Antônio Luiz Neto, em março de 2012.

Arena Coral. Imagem: divulgação

Arena Timbu
Lançamento: 18/11/2009
Custo: R$ 300 milhões
Prazo original de conclusão: 2014

A direção do Náutico anunciou a ideia de construir um novo estádio em 2007. Na época, outros dois projetos já tinham sido lançados. A Arena Coral, do Santa, e a Arena Recife-Olinda, em Salgadinho, o primeiro projeto pernambucano para o Mundial de 2014. Dois anos depois, o Timbu remodelou sua ideia e a apresentou ao então prefeito, João da Costa. Com capacidade para 30 mil pessoas, o projeto seguia os traços modernos dos novos estádios, já contendo um capítulo explicando detalhes de uma ampliação até 42 mil lugares. Localizado entre a rodovia BR-101 e a Avenida Recife, no Engenho Uchôa, o estádio seria operado durante 30 anos pelo consórcio envolvendo Camargo Corrêa, Conic Souza e Patrimonial Investimentos. O estádio, que não chegou a conseguir a autorização da PCR, foi deixado de lado quando o clube começou a negociar a assinatura de contrato para mandar seus jogos na Arena Pernambuco, o que acabou se concretizando em 17 de outubro de 2011. Arena Timbu abortada.

Arena do Náutico. Crédito: divulgação

Arena Sport
Lançamento: 17/03/2011
Custo: R$ 750 milhões (no lançamento seriam R$ 400 milhões)
Prazo original de conclusão: 2015

À parte do estádio erguido em São Lourenço da Mata, o Sport sempre articulou a sua própria arena, no lugar da Ilha do Retiro. O plano era demolir o clube inteiro para erguer um estádio multiuso, um shopping center, dois empresariais e um hotel era a ideia. No entanto, a direção leonina não esperava tantas barreiras burocráticas junto à Prefeitura do Recife. A principal autorização, dada pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), só viria em dezembro de 2013 – essa demora resultou numa mudança completa na arena, saindo da DDB/Aedas e para o escritório Pontual Arquitetos, cujo projeto foi revelado em março de 2012. Ainda assim, era preciso regularizar outros documentos. Quando tudo para iniciar a obra ficou ok, o investidor anunciado, a Engevix, acabou não entrando mais em contato com o clube. À procura de outro megainvestidor, o clube acredita que pode começar a construção já em agosto. Considerando este prazo, mesmo sem garantia, a arena ficaria pronta no mínimo em 2019.

Arena do Sport. Crédito: divulgação

O som da velha sirene tocando alto na nova arena

Sinere na Arena Pernambuco. Imagem: Arena Pernambuco/facebook

O som alto da sirene era uma tradição nos três estádios do Recife.

Vitória do Náutico nos Aflitos? A sirene tocava.
Vitória do Sport na Ilha do Retiro? A sirene tocava.

Hoje, apenas o Santa Cruz mantém o costume, com o som um pouco mais baixo no Arruda a cada triunfo coral.

Nos rivais, ações da vizinhança acabaram com a tradição. Na casa leonina, moradores dos edifícios construídos a partir de 1996 conseguiram proibir o som na justiça. O mesmo ocorreu no entorno do Eládio de Barros Carvalho.

Por isso, a nova sirene na Arena Pernambuco foi tão simbólica.

A goleada do Náutico sobre o Serra Talhada por 4 x 0, em 11 de fevereiro de 2015, marcou a estreia da sirene do estádio em São Lourenço.

Não era uma sirene de fato, mas o som característico emitido pels caixas do sistema de som do estádio. Durou alguns minutos.

A medida deverá se estender não só aos jogos do Náutico, como às apresentações de Santa Cruz e Sport, caso mandem seus jogos por lá.

A “sirene da vitória” deverá continuar sem aperreio na arena até o dia em que a Cidade da Copa for erguida, uma promessa ainda não cumprida. Aí, haverá a chance de algum vizinho insatisfeito pedir para que ela seja desligada…

Memes do Clássico dos Clássicos

Ainda rende o polêmico lance entre o lateral Danilo e o goleiro Júlio César, no qual o árbitro Emerson Sobral não marcou falta do rubro-negro, terminando com gol do Sport, o da vitória sobre o Náutico no clássico na Arena Pernambuco.

Nas redes sociais, torcedores dois times tiraram onda da situação, através de memes, maciçamente compartilhados. Parte das montagens foi feita a partir da foto de Paulo Paiva, repórter fotográfico do Diario de Pernambuco.

Meme de Sport 1x0 Náutico, no hexagonal do Pernambucano 2015

Meme de Sport 1x0 Náutico, no hexagonal do Pernambucano 2015

Meme de Sport 1x0 Náutico, no hexagonal do Pernambucano 2015

Presidente da FPF encara metrô até o clássico na Arena Pernambuco

Evandro Carvalho, presidente da FPF, indo de metrô para o Clássico dos Clássicos, em 08/02/2015. Foto: Davidson Santana (@davidson_vil)/twitter

Evandro Carvalho, o presidente da FPF, foi de metrô ao Clássico dos Clássicos.

Insatisfeito com a paralisação da categoria metroviária dias antes, no jogo entre Náutico e Salgueiro, o dirigente revelou a existência de um plano de segurança para a rede sob os trilhos na capital pernambucana durante os jogos de futebol.

A polícia militar destacou 120 homens para atuar no metrô no domingo, na linha Centro-Camaragibe. O objetivo era conter confrontos entre torcidas organizadas, presentes apesar da proibição da justiça. Para “testar” o plano, Evandro foi de metrô, no transporte utilizado diariamente por 350 mil recifenses.

O dirigente foi reconhecido nos vagões por torcedores de Sport e Náutico. Alguns tiraram fotos e as compartilharam nas redes sociais. Ao blog, ele confirmou a veracidade da foto. Questionado se estava escoltado, Evandro disse que circulou acompanhado apenas de uma pessoa, o seu motorista.

“Fui para circular. Troquei de vagão várias vezes, para verificar a segurança, se encontrava algo errado. Mas vi famílias, idosos, jovens e até gente voltando da praia. Na Santa Luiza (estação a oito paradas de Cosme e Damião), ainda entraram uns 300 torcedores com uma camisa amarela com a palavra Paz”.

Esse grupo era a Torcida Jovem disfarçada. De toda forma, Evandro desceu justamente na Santa Luzia. Em relação à segurança, na ida e na volta, o esquema contou com policiais à paisana, do serviço de inteligência.

Perguntado se faria de novo o percurso num clássico na arena, já que o público no domingo foi de apenas 13.519 pessoas, Evandro foi direto:

“Eu vou no próximo clássico da mesma forma. Temos que prestigiar o serviço.”

Mapa do Metrorec