Retrospectiva da Arena Pernambuco em um minuto

Obra da Arena Pernambuco em dezembro de 2012. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Pela primeira vez, a construção da Arena Pernambuco deixou a lanterna entre os seis estádios escolhidos para a Copa das Confederações de 2013.

Em novembro, a obra atingiu 77% de avanço físico, ultrapassando o bilionário Maracanã, com 75%, segundo dados do Ministério do Esporte.

Ao fim de dezembro, o percentual do estádio em São Lourenço deve chegar a 85%.

Abaixo, um vídeo com a retrospectiva da construção, do visual rural do antigo terreno ao avançado estágio com a instalação da cobertura em 2/3 da estrutura.

Saiba mais sobre o avanço gradativo da construção pernambucana aqui.

O ano da maioridade da Arena Pernambuco

Evolução da Arena Pernambuco em 2012. Crédito: Cidade da Copa

Este ano ficará marcado como o período chave da construção da Arena Pernambuco.

Em janeiro de 2012, o canteiro de obras contava com 2.397 operários e o avanço físico não passava de 28%, índice preocupante para a Copa das Confederações, em 2013.

O trabalho registrado àquela altura correspondia a 17 meses, desde agosto de 2010, com o primeiro motor ligado, entre burocracia, liberação de recursos e ações efetivas.

Agora, em dezembro, com 4.500 trabalhadores no intenso plano de aceleração, a arena deve encerrar a temporada em 85%. Resultado de um investimento extra (veja aqui).

Nos últimos doze meses, um crescimento de 57%.

Faltam 90 dias para cumprir o último prazo estipulado pela Fifa. Mais 15% e pronto.

Finalização da arquibancada superior e da cobertura, ambos na ala norte, colocação do gramado, instalação da fachada e do recursos eletrônicos através da NEC, acabamento.

Considerando que o recente avanço da obra vem num ritmo de 7% a cada trinta dias, o prazo parece ser suficiente para garantir o estado no festival de campeões.

A data de abertura segue vigente, em 14 de abril de 2013. Falta pouco…

O custo real da Arena Pernambuco, acima de R$ 532 milhões

Arena Pernambuco em dezembro de 2012. Foto: Odebrecht Infraestrutura/Divulgação

Oficialmente, a Arena Pernambuco foi lançada pelo governo do estado em 15 de janeiro de 2009. Na ocasião, o seu investimento foi estimado em R$ 532,615 milhões, considerando o projeto executivo, as obras e o início da operação da arena multiuso. A licitação foi encerrada em 12 de maio de 2010, com a vitória do consórcio liderado pela construtora Odebrecht, que no mesmo ano deu início ao empreendimento. Desde então, aquele preço, com base de maio de 2009, segue como padrão. Mas não fica nisso.

Na prática, o reajuste nos últimos três anos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme o acordo da parceria público-privada na qual se insere o estádio em São Lourenço, deixará a obra com um custo final de R$ 610,037 milhões, com a soma das parcelas correntes. A diferença é de 77,422 milhões de reais, acrescida através de percentuais anuais do índice, e vem sendo bancada desde os primeiros meses.

A engenharia financeira do projeto é complexa, mas de certa forma segue o padrão da compra de um apartamento, por exemplo. Ao pagar R$ 100 mil por um imóvel, o consumidor geralmente  termina o financiamento quitando o local por um preço maior, R$ 125 mil. Neste caso, corrigido pelo INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), também aplicado na arena. O contrato entre o governo de Pernambuco e a Sociedade de Propósito Específico (SPE) que comandará o estádio, a Arena Pernambuco Negócios e Investimentos, teve como cálculo o IPCA. Já entre a SPE e a construtora responsável, a Odebrecht Infraestrutura, o índice é o INCC. Isso porque a mão de obra tem uma variação bem maior no preço – efetivo e salários.

Considerando os dois reajustes, que não se modificarão mais até o fim da obra, a despesa total seria de R$ 569 milhões, com 22,95% de reajuste acumulado no INCC a partir do gasto de R$ 479 milhões com o estádio, e R$ 610 milhões, calculando o percentual agregado de 17,71% do IPCA sobre o valor geral de contrato mais conhecido pelo público, de R$ 532 milhões. A diferença orçamentária deve ser equilibrada pelo próprio consórcio. Segundo o diretor de engenharia e novos investimentos do consórcio, José Ayres, o valor é uma projeção normal em qualquer empreendimento na construção civil  – e presente nos outros estádios da Copa do Mundo. É preciso seguir o mercado.

“A concessão não paga um centavo a mais que o contratado de maio de 2009, mas todo contrato prevê um índice de reajuste, porque no período os insumos variam. Aço, gasolina, tudo. Não estamos fazendo jogo financeiro, para ganhar através de um indicador. No nosso negócio (construção civil), a mão de obra é importante e tem um peso maior no INCC do que no IPCA”, pontua Ayres, que adianta o acerto do cadastro do estádio no Recopa, um incentivo do governo, na insenção dos impostos PIS e Cofins.

Assim, o valor de R$ 508 mi, visto nas medições reveladas no copatransparente.gov.br, será readequado para R$ 479 milhões, como preza o contrato, só com o estádio. Além disso, o consórcio buscará junto ao governo federal o ressacimento aos impostos pagos.

Entre reajustes, isenção e investimento extra, a despesa definitiva da arena, hoje com 77,11% de avanço físico, será conhecida só após a abertura, em 2013. Desde abril deste ano está em vigor o “plano de aceleração”, que antecipou a obra em dez meses para garantir o estado na Copa das Confederações. Esse gasto ainda será auditado e o seu pagamento está previsto no aumento da contrapartida estatal ao consórcio.

O consórcio tem um pacote de até R$ 670 milhões para a obra, entre três empréstimos e recursos próprios. Que não seja necessário gastar tudo…

Relatório com a medição do gasto na Arena Pernambuco

Do campo de terra à arena multiuso em Pernambuco

Campanha publicitária da Arena Pernambuco. Crédito: Youtube/reprodução

Na reta final de obras, hora de uma nova campanha publicitária.

Focando o surgimento da Arena Pernambuco…

Confira o vídeo do “O começo de uma nova história”, misturando o tradicional futebol em campinhos de terra com crianças paralelamente à evolução da obra do estádio.

Na peça, aparecem módulos do estádio e placas da grama durante uma pelada, por mais que o ponto exato da arena não fosse ocupado por campinho algum.

No entanto, vale, sim, a licença poética para o novo produto. A inauguração da Arena Pernambuco está marcada para o dia 14 de abril de 2013.

Preterida do Mundial, a Grêmio Arena faz história no Brasil

Arena do Grêmio. Foto: facebook oficial do Grêmio

Às 20h48 deste sábado, 8 de dezembro de 2012, foi inaugurado o primeiro estádio de futebol no Brasil que cumpriu à risca toda a cartilha do exigente Padrão Fifa.

A 5ª versão do documento “Estádios de futebol – Recomendações técnicas e os requisitos”, com 420 páginas, foi lançada em abril de 2011, englobando novas tendências de funcionalidade e conforto das arenas, tendo como base de dados os elogiados estádios sul-africanos na última Copa do Mundo. Saiba mais aqui.

O pioneirismo no país foi da arena do Grêmio, com 60.170 lugares, 52 metros de altura e fincado em um complexo com cinco mil vagas no estacionamento e futuros edifícios.

Custou R$ 540 milhões, em uma parceria com a construtora OAS, na qual entrou no acordo o terreno do agora findado estádio Olímpico. Saiu do chão em 27 meses.

Vale frisar que a empreitada não contou com um mísero centavo de dinheiro público.

Isso torna ainda mais surreal a ausência do novo estádio na Copa de 2014, com doze arenas ainda em obras – fotos abaixo. Inclusive o Beira-Rio, na mesma Porto Alegre. Mas em se tratando de Brasil, talvez seja justamente essa a explicação para o veto.

Ao todo, os doze estádios público/privados terão 659.575 lugares, com um orçamento agregado entre construção e reforma de R$ 6.818.100.000. Haja financiamento…

Política econômica, ou não, à parte, outro fato importante é que coube ao Grêmio iniciar o novo patamar do futebol brasileiro, bem além de 2014.

A partir de agora, será este o nível de exigência aos grandes clubes. Um desafio que se estende a Náutico, Santa e Sport. Com ou sem Mundial, a arena gremista fez história.

A fossa do mundo é nossa

A fossa do mundo é nossa. Foto: Orlando Nascimento/Facebook

Some todo o investimento dos anfitriões dos Mundiais de 2002, 2006 e 2010.

Difícil não imaginar uma cifra estratosférica…

Pois esse montante é inferior aos R$ 64 bilhões que o Brasil irá gastar na Copa do Mundo de 2014, até porque projeções já apontam para uma despesa ainda maior.

Estádios, mobilidade, infraestrutura, aeroportos etc. O trabalho intenso vem ocorrendo nas doze subsedes, na corrida contra o tempo para viabilizar o evento da Fifa.

Ação focada nos grandes centros, nas principais vias. Se havia o sonho de que o país se “transformaria” por causa da Copa, a cada dia isso diminui.  A melhora existirá, mas não será para todos. Quer algo bem pontual nessa gama de problemas urbanos?

Queixa recorrente no Recife, o esgoto a céu aberto acaba de virar um bem humorado protesto no facebook, através da página “A fossa do mundo é nossa”.

Basta colocar uma bola de futebol em um cenário abaixo das condições normais e pronto. Para acessar à página no facebook, clique aqui.

“A Copa do Mundo é Nossa! Imbuídos de dever civíco criamos este lindo grupo, de forma a colaborar com este importante momento de nosso país! Recife, cidade da Copa, Cidade da Fossa! Vamos construír juntos um Guia de Sobrevivência para os turistas. Nenhuma fossa nos escapará! Nessa Cartografia do Esgoto contamos com a ajuda de todos! Fotografe sua fossa amiga com uma bola de futebol boiando e nos envie! Criaremos a mais incrível identidade visual para a Copa! Avante recifenses!”

Já pensou se a moda pega?

O que vai surgir de versão do protesto por aí… Segurança, seca, trânsito etc.

A fossa do mundo é nossa. Foto: Orlando Nascimento/Facebook

Uma cara nova a cada noite na Arena Pernambuco

Arena Pernambuco com iluminação especial. Crédito: Odebrecht/divulgação

Orçada em 12 milhões de euros, a fachada da Arena Pernambuco será semelhante ao modelo adotado no Cubo D’Água, nos Jogos Olímpicos de Beijing.

A área da membrana terá 25 mil metros quadrados, com 11 toneladas de aço.

Nesta terça, a apresentação do primeiro modelo do estádio com iluminação especial, mudando a cara do estádio a cada partida à noite. De acordo com o mandante…

Acima, o vermelho que deve marcar a presença do Náutico no projeto.

Abaixo, o tom original da arena, à luz do dia.

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Os primeiros ingressos da Série Alvirrubra em 2013

Clube Arena Prime

Em julho de 2013, o Náutico fará uma mudança drástica em sua história.

Deixará os Aflitos, onde manda seus jogos desde 1918, quando o local nem era chamado de estádio, um status adquirido só em 1939, com as primeiras arquibancadas.

O Timbu, como se sabe, passará a jogar na Arena Pernambuco, cujo contrato com o consórcio que irá operar o novo estádio se estenderá por trinta longos anos.

Dos atuais 20 mil lugares para 46 mil com a última geração de modernidade. A estreia de fato será na Série A do Campeonato Brasileiro, com 19 jogos em casa.

Os primeiros ingressos começam a ser vendidos a partir de 4 de dezembro, em categorias até então praticamente inexistentes nos Aflitos. Exclusivas: assentos premium e camarotes, totalizando 6.130 ingressos à disposição de forma antecipada.

No Eládio de Barros Carvalho existem apenas três camarotes, usados pela diretoria e convidados. Em São Lourenço serão 102 espaços, com 1.530 lugares ao todo.

Além disso, o torcedor poderá comprar pacotes para os 4.600 assentos premium. O valor inclui ingressos para todos os jogos – exceto os da Fifa – e serviço de hospitalidade, outra novidade no Clube Arena Prime, inserida no conceito multiuso do arena.

Os modelos de negócio variam por temporada, de 1, 3 ou 5 anos. A venda ocorrerá no Shopping Recife, em uma loja de 96 metros quadrados.

Desde já, a expectativa sobre o fôlego do torcedor alvirrubro para o novo patamar do futebol profissional em que irá se estabelecer o Náutico.

Espanhóis, uruguaios e italianos na Arena Pernambuco

Sorteio da Copa das Confederações 2013. Foto: Fifa/divulgação

Melhor para o torcedor pernambucano, quase impossível…

Dos cinco países que jogarão na Arena Pernambuco na Copa das Confederações no ano que vem, três ostentam em suas galerias o título da Copa do Mundo.

A tetra Itália, o bi Uruguai e atual campeã Espanha.

1930, 1934, 1938, 1950, 1982, 2006 e 2010. Haja tradição por essas bandas.

Tudo por causa de um “errinho” do chef de cozinha Alex Atala, convidado para realizar o sorteio em São Paulo, neste sábado, em um ato um tanto confuso…

No evento na capital paulista também foi apresentada a bola oficial do torneio em 2013, a “Cafusa”, numa junção de carnaval, futebol e samba. Nome de acordo com o dia.

Espanha x Uruguai – 16/06 (19h)

Será o primeiro jogo internacional, oficial, do estádio. Certamente, será o mais concorrido na corrida virtual por ingressos. Em campo, com 46 mil espectadores, Iniesta, Forlán, Xavi, Suárez, Casillas, Lugano etc. O atual campeão da Copa América terá uma missão daquelas diante da Fúria, que vem conquistando tudo nos últimos tempos.

Itália x Japão – 19/06 (19h)

Única partida do equilibrado grupo A no estado. Nesta segunda rodada, italianos e japoneses poderão jogar valendo a classificação à semifinal. Após erguer a Taça Fifa em 2006, a Itália não se encontrou mais até este ano, quando foi vice da Eurocopa. Dar continuidade ao rendimento no festival de campeões é a meta da Azzurra de Balotelli.

Uruguai x Taiti – 23/06 (16h)

A presença do campeão da Oceania, apesar da exótica, não deverá atrair a atenção de muita gente. Por outro lado, o jogo deverá se caracterizar como uma boa chance de assistir a uma seleção tradicional, a Celeste, e também para conhecer a própria arena.

Confira a tabela completa da competição, de 15 a 30 de junho de 2013, clicando aqui.

Ingressos? A venda será basicamente no site da Fifa.

Bola da Copa das Confederações 2013, a "Cafusa". Crédito: Adidas/divulgação

Pôster oficial de Pernambuco para a Copa do Mundo

Pôster de Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014. Crédito: Fifa/divulgação

Os doze cartazes oficiais da cidades-sede da próxima Copa do Mundo de futebol foram apresentados neste domingo. Confira todos os modelos aqui.

Eis a explicação da Fifa para o exemplar pernambucano:

“O pôster do Recife traz a essência de um lugar litorâneo, repleto de movimento, arte e alegria. No Recife, o Frevo é a manifestação cultural mais genuína e característica, pois nasceu na cidade; é música e dança; tem mais de 100 anos; é patrimônio cultural imaterial do Brasil, declarado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Com uma sombrinha colorida na mão, o passista brincante realiza movimentos plásticos que parecem ferver o mundo. Movimentos ágeis e leves, como as acrobacias dos hábeis jogadores, que fazem com a bola o mundo ferver. A ligação entre o Frevo e o Futebol é a tônica do pôster. O Futebol invade o Frevo. O passista, no meio da dança, torna-se também jogador. E desta união surgem as cores vivas da cidade, em uma composição que traz as paisagens características, com pontes, rios, barcos ao mar, a arquitetura e claro, o povo em pleno carnaval.”