A nossa responsabilidade esportiva em 2014 e 2016

Logotipos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, e da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro

Encerrada a Olimpíada de 2012, em Londres.

Cumpre-se mais uma etapa do eterno cronograma esportivo.

A cada dois anos o mundo para, em um tradicional revezamento de eventos e países.

Olimpíada, Copa do Mundo, Olimpíada, Copa do Mundo, Olimpíada, Copa do Mundo…

Num ciclo raríssimo, as duas próximas competições serão no mesmo palco, o multicultural Brasil. Em 2014, o Mundial de futebol. Em 2016, os Jogos Olímpicos.

Chega a ser difícil de acreditar que o país foi mesmo agraciado com os dois eventos.

De fato, foi. Nos dois casos, os dirigentes máximos da Fifa e do Comitê Olímpico Internacional usaram a mesma palavra para incutir no país a missão recebida.

Responsabilidade.

De enxergar o gigantismo desta dupla oportunidade.

De conduzir à risca todo o planejamento traçado para a infraestrutura do país.

De receber bem o mundo, que se fará presente com milhares de atletas e turistas.

De crescer, em organização, economia e índices sociais.

De alegrar, sobretudo, o seu povo, envolto numa ansiedade para que tudo dê certo.

Primeiro entre 12 de junho e 13 de julho de 2014.

Com previsão de gasto de R$ 64 bilhões em doze cidades, com a bola rolando.

Depois entre 5 e 21 de agosto de 2016.

Com orçamento de R$ 28 bilhões na Cidade Maravilhosa, multiesportiva.

Instalações esportivas, infraestrutura viária, telecomunicações, hotelaria etc. O momento brasileiro é de afirmação no cenário mundial, político e econômico.

A chance foi dada. Histórica.

O próximo ciclo será inteiramente em solo brasileiro. Qualquer seletiva em qualquer canto do mundo irá visar a disputa final em nossa terra.

Motivo de muito orgulho. E, obviamente, de muita responsabilidade…

Por um Mundial e uma Olimpíada sem propaganda eleitoral

Partidos políticos do Brasil

Liberada a propaganda eleitoral em 5.656 municípios, com carros de som, placas, cartazes e aquela coisa toda que emporcalha o Brasil de dois em dois anos, num revezamento de eleições municipais, para prefeito e vereador, e gerais, com presidente, governador, senador e deputados federais e estaduais.

No Grande Recife as principais vias já estão tomadas pelas propagandas.

Pelo período da agenda política vale uma indagação com as eleições de 2014 e 2016, coincidentemente com a Copa do Mundo e a Olimpíada em solo brasileiro.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda não definiu o seu cronograma completo para os próximos quatro anos. Por enquanto, há apenas a data do primeiro turno de 2014, em 5 de outubro. Neste ano, o pleito será em 7 de outubro.

Ou seja, a propaganda política no Mundial de futebol, com 64 partidas entre 12 de junho e 13 de julho, deverá ser liberada na mesma época desta temporada.

Caso não ocorra uma prevenção, os 3,6 milhões de turistas, sendo 600 mil estrangeiros, encontrarão em suas rotas as cidades com a poluição visual gerada pelas eleições.

O mesmo deverá acontecer em 2016, pois os Jogos Olímpicos serão disputados entre os dias 5 e 21 de agosto. Será que o TSE está preparado para conter essa avalanche visual/sonora durante os dois eventos?  Até mesmo para que as competições não sejam utilizadas de forma direta nas campanhas.

A próxima eleição terá 138.544.348 eleitores. Todos eles torcedores em 2014 e 2016, desde que as cidades não percam a aguardada customização esportiva.

O caminho dos times até o campo da Arena Pernambuco

Arena Pernambuco em julho de 2012. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

No padrão Fifa, o portão de acesso das equipes ao gramado fica no centro do campo. E precisa ser, necessariamente, o mesmo caminho para os dois times.

Faz parte do projeto “fair play” adotado pela entidade mundo afora.

Com a execução das obras ultrapassando a barreira de 50% na Arena Pernambuco, o portão já foi construído, com toda a armação de concreto pré-moldado.

O registro do fotógrafo Helder Tavares aconteceu nesta terça, incluindo a chegada do maior guindaste do canteiro, com capacidade para erguer até 400 toneladas…

Confira os gráficos sobre o Padrão Fifa clicando aqui.

Arena Pernambuco em julho de 2012. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

1/3 da lotação da arena caminhando sobre os trilhos

Metrô do Recife

Aproximadamente 15 mil pessoas deverão se deslocar até a Arena Pernambuco através do metrô. O cálculo foi confirmado pela secretaria extraordinária da Copa no Recife.

O número corresponde a 1/3 da capacidade do novo estádio, de 46.214 lugares.

Com a demanda, deverá ser lançada em breve uma campanha educativa sobre o transporte nas linhas do Metrorec, o que faz parte do plano de mobilidade da Fifa.

Como os jogos na Copa das Confederações em 2013 e no Mundial em 2014 serão realizados em feriados decretados pelo governo do estado, também já está em estudo a viabilidade do acesso desta gama até a arena numa situação comum, com os clubes.

Pós-Copa, nada de feriados ou vias diretas para o tráfego de torcedores…

Por isso, a nova Estação Cosme e Damião, a dois quilômetros do palco central da Cidade da Copa, deverá ser o ponto de chegada de muitos torcedores, com ônibus expresso.

Atualmente, o percurso nos trilhos entre as estações do aeroporto e da arena, com tarifa unificada, é de 1 hora e 15 minutos, passando por 17 das 28 estações da rede.

Novas composições para o metrô estão na pauta. Serão necessárias para aliviar o fluxo. Ao torcedor, a possível (provável?) rota para grandes partidas de futebol. Nos trilhos.

Pelo menos para 1/3 da massa em um jogo com casa cheia…

Qual é a sua opinião sobre o transporte via metrô? Você deverá fazer parte disso?

Novo design na eterna metamorfose da Arena Pernambuco

Arena Recife-Olinda e versões da Arena Perambuco. Crédito: governo do estado e Odebrecht

Faz cinco anos que Pernambuco apresentou a sua candidatura para o Mundial de 2014.

Em 29 de maio de 2007, o governo do estado divulgou o projeto da Arena Recife-Olinda, criada pela PTZ Arquitetura, sob a coordenação do arquiteto Múcio Jucá.

Como se sabe, o projeto em Salgadinho cedeu o lugar para a Arena Pernambuco.

Empreendimento lançado em 15 de janeiro de 2009, com design assinado por Zeca Brandão, do Núcleo Técnico de Operações Urbanas do governo do estado (NTOU).

Ao vencer a licitação, o consórcio liderado pela Odebrecht nomeou Daniel Fernandes, da Fernandes Arquitetos Associados, para uma nova releitura do visual externo do estádio.

Até o momento foram criados dois modelos. Um deles com cadeiras vermelhas. Outro com suportes estaiados na cobertura. Pois Fernandes já projeta um novo (veja aqui).

O revestimento do estádio foi modificado com a execução do plano de aceleração.

Em vez de uma mistura de aço e vidro, um material plástico semelhante ao utilizado na arena de natação dos Jogos Olímpicos de Beijing, chamada de Cubo D’Água.

Ou seja, um quinto modelo em 3D deverá ser apresentado em breve. Uma característica provável deve ser um design mais “curvado”, como se viu na última Eurocopa.

Com os materiais comprados, espera-se que essa seja a versão definitiva por aqui…

Em relação às quatro arenas da Copa divulgadas até hoje, qual foi a mais bonita?

Como bônus, confira também outros quatro projetos no Recife, milionários e no papel.

Arena Coral, criada por Reginaldo Esteves em 2007, Arena Recife, desenvolvida em 2009 pela Lusoarenas e engavetada pelo Náutico, e a Arena Sport, já com duas versões, em 2011 (DDB/Aedas) e 2012 (Pontual Arquitetura). Haja trabalho em 3D!

Arena Coral e Arena Recife, ambas em cima, e os dois modelos da Arena Sport, embaixo

Marcas pernambucanas para 2013 e 2014

Logotipos de Pernambuco para a Copa do Mundo e para a Copa das Confederações

Tomando como base os logotipos oficiais da Copa do Mundo e da Copa das Confederações, Pernambuco já tem os seus emblemas para as duas competições.

Além dos marcas da Fifa, também foi produzido um novo emblema para a capital pernambucana, inspirado no maior símbolo da cultura do estado, a “sombrinha de frevo”.

O Recife terá ainda uma quarta marca, também inspirada na cultura local (veja aqui).

O estádio, como se sabe, fica em São Lourenço da Mata.

Todos os passos da Arena Pernambuco e suas vias

Avanço da Arena Pernambuco. Crédito: Secopa/PE

Atualização do cronograma de obras da Arena Pernambuco, a 700 dias da Copa do Mundo. No entanto, o foco é na Copa das Confederações, cuja abertura está agendada para 15 de junho de 2013. Para acelerar o estádio, o custo já passou de R$ 532 milhões.

Acima, todas estapas projetadas no plano de ataque da Obebrecht para erguer o novo palco para o futebol na Região Metropolitana do Recife. Abaixo, o avanço físico.

O estádio em São Lourenço da Mata beira a metade do avanço físico, em 48,69%. Veja o gráfico do passo a passo da porcentagem clicando aqui.

Avanço da Arena Pernambuco. Crédito: Secopa/PE

Ao todo, o investimento viário do estado para a Copa das Confederações, segundo o governo estado, será de R$ 717 milhões, com 13 projetos. Abaixo, as sete prioridades no entorno da arena, com  investimento federal, estadual, municipal e privado.

Vale lembrar que para a Copa do Mundo o dado é bem maior, de R$ 2,2 bilhões. Entram na conta a Via Mangue, corredores Norte-Sul e Leste-Oeste, entre outros.

Avanço do sistema viário até a Arena Pernambuco. Crédito: Secopa/PE

A despedida do Recife para a Seleção Brasileira

Eliminatórias da Copa do Mundo, 2009: Brasil 2x1 Paraguai. Foto: Riicardo Fernandes/Diario de Pernambuco

As apresentações da Seleção Brasileira no Recife sempre foram um negócio da China.

Ao todo, foram oito partidas oficiais (país x país) no Arruda desde 1982, com 512.717 torcedores nas arquibancadas, proporcionando a excelente média de 64.089 pessoas.

No último jogo, há três anos, a renda foi de R$ 4.322.555, a maior do futebol local.

Em 10 de setembro deste ano, o estádio coral receberá novamente a Canarinha, contra os chineses, no jogo que vai marcar a despedida do time da CBF do Recife.

Considerando este amistoso agendado para uma segunda-feira e focado no fortíssimo mercado oriental, será a 17ª partida do Brasil nos gramados da capital do estado desde 1934, diante dos clubes locais, seleção pernambucana e seleções nacionais.

Conforme dito, o primeiro jogo oficial, com a chacela da Fifa, só ocorreu em maio de 1982, no início da “nacionalização” da Seleção. Até então, os jogos oficiais eram restritos a Rio de Janeiro e São Paulo, e vez por outra em Belo Horizonte e Porto Alegre.

Agora, vivemos um novo processo, no qual o time verde e amarelo, através de cotas milionárias, passou a jogar basicamente fora do país, o que não significa que atue na casa do adversário. Longe disso. Os dois últimos amistosos, contra México e Argentina, por exemplo, aconteceram nos Estados Unidos…

Com a proximidade da Copa do Mundo e a justa pressão da torcida por mais partidas em solo nacional, a CBF deverá oferecer a Seleção no cardápio a alguns estados, em uma já conhecida articulação política (veja aqui).

Ainda sem a Arena Pernambuco, o Arruda se manteve na pauta. Com o nível de excelência do novo palco, em São Lourenço, e os acordos nos bastidores atrelados à sua construção, os estádios da capital só voltam à cena em caso de modernização.

O Arruda, com o projeto da Arena Coral, e até mesmo a Ilha do Retiro, que pode dar lugar uma nova arena. O primeiro passo para poder pelo menos pleitear…

Abaixo, todos os jogos da Seleção Brasileira no Recife. Só uma derrota. Para quem?

Avenida Malaquias
27/09/1934 – Brasil 5 x 4 Sport
30/09/1934 – Brasil 3 x 1 Santa Cruz
04/10/1934 – Brasil 8 x 3 Náutico
07/10/1934 – Brasil 5 x 3 Seleção Pernambucana
10/10/1934 – Brasil 2 x 3 Santa Cruz

Ilha do Retiro
01/04/1956 – Brasil 2 x 0 Seleção Pernambucana
13/07/1969 – Brasil 6 x 1 Seleção Pernambucana

Arruda
13/05/1978 – Brasil 0 x 0 Seleção Pernambucana
19/05/1982 – Brasil 1 x 1 Suíça
02/05/1985 – Brasil 2 x 0 Uruguai
30/04/1986 – Brasil 4 x 2 Iugoslávia
09/07/1989 – Brasil 2 x 0 Paraguai
29/08/1993 – Brasil 6 x 0 Bolívia
23/03/1994 – Brasil 2 x 0 Argentina
29/06/1995 – Brasil 2 x 1 Polônia
10/06/2009 – Brasil 2 x 1 Paraguai
10/09/2012 – Brasil x China

Habemus tecnologia no futebol

Futebol na linha. Foto: Fifa/divulgação

Uma data histórica para o futebol, com o início de uma nova era, sem exagero.

Após muito tempo relutando, a International Football Association Board (Ifab), arcaico órgão que regula as regras do esporte desde 1882, aceitou realizar alguns testes com equipamentos eletrônicos na linha do gol.

O objetivo era tirar aquela dúvida pertinente em lances polêmicos na linha do gol:

“Bola entrou ou não entrou?”

Até porque outros esportes populares no planeta já contam com o recurso há tempos, como basquete, vôlei e tênis, usando até o 3D para evitar marcações equivocadas. No próprio futebol as emissoras de televisão contam com tira-teimas desde 1986!

Pois neste dia 5 de julho de 2012, exatamente 130 anos depois das primeira regras internacionais, a tecnologia foi finalmente adotada no futebol, na reunião da Ifab.

Eis a norma oficial da regra sobre a tecnologia na linha do gol:

Se a bola cruzar a linha, a tecnologia na linha do gol enviará automaticamente, dentro de um segundo, as informações ao árbitro e seus auxiliares. A mensagem é então exibida no relógio do árbitro e de seus auxiliares.

A série de erros em competições importantes, inclusive na Copa do Mundo, fortaleceu o pleito, que ganhou a adesão do próprio mandatário da Fifa, Joseph Blatter.

A tecnologia tem duas vertentes, o Hawk-Eye (câmeras) e o GoalRef (chip e campo magnético), ambos com o aval da Fifa. Será implantada no Mundial de Clubes deste ano.

A notícia traz a certeza de que a Copa do Mundo de 2014 será integralmente inserida no novo contexto tecnológico nos estádios, com o custo de clubes e federações.

Fica a expectativa para saber quando o campeonato pernambucano contará com o recurso eletrônico. Por aqui, será bem necessário…

Saiba mais sobre o assunto clicando aqui.

Tecnologia no futebol. Foto: Fifa/divulfgação

O pior Brasil da história, segundo a Fifa

Amistoso 2012: Brasil 3 x 4 Argentina. Foto: Fifa/divulgação

Uma colocação emblemática para o futebol brasileiro. E isso não é bom.

Estatisticamente, a Seleção vive o seu pior momento em duas décadas.

Criado em 1993, o ranking da Fifa é produzido através de um complexo sistema de pontuação que contabiliza todas os jogos das 208 nações filiadas.

A atualização é mensal.

Pois o mês de julho de 2012 não será esquecido tão cedo pela Canarinha…

Pela primeira vez na história o Brasil saiu do top ten.

Até hoje, a pior marca era um 8º lugar, em agosto de 1993. Curiosamente, aquela foi exatamente a primeira lista da história da Fifa.

Com as derrotas em amistosos diante de México e Argentina, além dos resultados da Eurocopa, com concorrentes diretos em campo, o Brasil caiu do 6º para o 11º lugar.

Ou seja, a geração de Neymar e Ganso tem mais dois anos para reverter esse quadro.

A Seleção Brasileira não lidera o ranking desde maio de 2010 (veja aqui).

Abaixo, o desempenho dos três primeiros colocados do ranking nos últimos dozes meses, junto às colocações brasileiras.

Ranking da Fifa nos últimos 12 meses