Análise da semifinal 2014 – Santa Cruz

Pernambucano 2014, 6ª rodada: Santa Cruz 7x0 Salgueiro. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

O único tetracampeonato pernambucano do Santa Cruz foi conquistado em 1972, na era de ouro do clube. Passados 42 anos, os corais miram mais uma vez a sequência, com o aditivo do aniversário centenário. Na disputa, nada de status de “coadjuvante”, como nos primeiros anos da série atual.

Garantido na Série B, após dois acessos, e com um elenco moldado, o Tricolor entra forte na briga. Terá pela frente um velho rival, o Sport, mas desta vez na semifinal. O técnico Vica já testou alguns formações, mas no fim das contas, aprovou a opção com Léo Gamalho mais adiantado, municiado por Carlos Alberto e Raul.

A questão física do elenco, sobretudo de Natan, pode ser um diferencial para vencer o Estadual pela 28ª vez. Na fase final, o Tricolor precisa contar com a força da torcida. Dono da maior média nas últimas cinco edições, o povão vem registrando um índice de 15 mil torcedores até aqui – apenas regular, ainda mais se for lembrado que a carga do Todos com a Nota é de exatamente 15 mil bilhetes.

Formação básica do Santa Cruz no Estadual 2014. Crédito: this11.com com arte de Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Destaque
Após passagens no ASA e no Ceará, Léo Gamalho chegou como principal reforço para o certame. Nas primeiras semanas, foi prejudicado pela preparação física. Bem condicionado, entrou na lista dos artilheiros. São 9 gols até aqui.

Aposta
Raul. Na verdade, a aposta está mais para esperança, para que o meia reedite as boas atuações de 2013, no Estadual e na Série C. Apagado até aqui, segue com crédito junto a Vica. As vaias após o Nordestão acordaram o jogador?

Ponto fraco
As laterais apresentam problemas no apoio e na cobertura. Na esquerda, saíram Tiago Costa (machucado), Patrick (não agradou) e Nininho (improvisado). Zeca chegou no última dia e é a nova tentativa. Na direita, Oziel segue irregular.

Campanha no 2º turno (10 jogos)
16 pontos (3º lugar)
4 vitórias (3º que mais venceu)
4 empates (quem mais empatou)
2 derrotas (quem menos perdeu)
23 gols marcados (o melhor ataque)
12 gols sofridos (2ª melhor defesa)

Melhor apresentação: Náutico 3 x 5 Santa Cruz, em 23 de março.

Caça-Rato em pele de urso

Flávio Caça-Rato em clipe da banda Balada de Luxo. Crédito: Youtube/reprodução

Caça-Rato já fez quase tudo. Comercial na televisão, boneco gigante no carnaval, álbum de figurinhas… Teve um perfil publicado em um jornal inglês e viu pedidos da torcida, com faixas até na Suíça, por uma vaguinha na Seleção.

A mídia sobre o carismático jogador é impressionante. E não para.

Agora, o atacante coral é a estrela do novo videoclipe da banda de brega Balada de Luxo, na música “Me aceita de volta”, que fala de traição.

O papel do CR7 é justamente o do “urso” no meio de um casal – protagonizado pelos dois cantores. Olha o buruçu.

O passeio na praia, suquinho no bar e a irreverência de sempre. Tirou onda.

Confira a interpretação de Caça-Rato. Qual será a próxima investida do jogador?

O bloco do Caça

Flávio Caça-Rato e o boneco gigante do carnaval. Crédito: Brenno Costa/DP/D.A Press

O carnaval é de Caça-Rato…

Como o blog já havia informado, foi produzido um boneco gigante em homenagem ao carismático atacante tricolor Flávio Caça-Rato.

Pois o atacante foi nesta sexta até a Embaixada dos Bonecos Gigantes de Pernambuco, no Recife Antigo, e conheceu de perto a sua versão carnavalesca.

Achou o boneco até mais bonito que ele… e caiu no frevo.

A Embaixada já contava com um boneco homenageando Kuki. Para os festejos de 2014, também deverão desfilar as versões de Magrão e de Mauro Shampoo.

Assista ao vídeo, em uma produção dos repórteres Ana Paula Santos e Brenno Costa, da editoria Superesportes.

No fim, o CR7 ainda tirou onda sobre a Seleção, ao vestir uma camisa amarela.

“Caiu bem essa amarelinha, Felipão.”

A apatia do tricampeão termina com bote do Gavião no Agreste

Pernambucano 2014, 2ª rodada: Porto x Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Uma apresentação fraca do tricampeão pernambucano.

Sem meias palavras, a atuação coral em Caruaru, na derrota por 1 x 0 para o Porto, deve ter irritado bastante o técnico Vica. Mesmo berrando na beira do campo, com os gritos repetidos pelos torcedores no tobogã do Lacerdão, o treinador não conseguiu traduzir as suas instruções em futebol no time.

A jovem equipe do Gavião do Agreste, apontada com o mais fraca entre as seis do turno principal do Estadual, não abdicou da compactação nesta quarta, fechadinho e tocando bem a bola no meio campo.

Enquanto isso, os tricolores, sem Gamalho, iam encontrando dificuldades para entrar na área, mesmo com 59% de posse – até o xodó Caça-Rato foi substituído sob vaias. Isso levou a mais finalizações de fora da área, sem perigo.

Freio de mão puxado? Pois é. O empate parecia encaminhado para os 5.248 torcedores presentes no jogo ruim, mas o cirúrgico Porto chegou à vitória.

Aos 26 minutos, após uma cobrança de escanteio pelo lado direito, o grandalhão Kiros executou a sua jogada aérea, para a surpresa de ninguém. Voou como um gavião, mais que a defesa recifense, e testou para as redes.

Derrota consumada à parte, o calendário segue apertado e no fim de semana já tem o Nordestão pela frente para o Santa. O time já mostrou mais futebol…

Até lá, Vica deverá cobrar bastante. Até que os jogadores compreendam.

Pernambucano 2014, 2ª rodada: Porto x Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

No carisma, a campanha por Caça-Rato na Canarinha ganha as mídias sociais

Amistoso 2013: Suíça 1 x 0 Brasil. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

A lesão muscular do atacante Fred, uma contusão corriqueira na carreira do jogador, acendeu o sinal de alerta na comissão técnica da Seleção Brasileira.

O centroavante foi um dos destaques no título da Copa das Confederações de 2013. Neste ano, segue como grande esperança para o Mundial.

Porém, em caso de desfalque, o técnico Luiz Felipe Scolari terá que buscar de forma urgente um substituto na linha ofensiva… Quem?

O UOL, um dos portais mais acessados do país, lançou uma enquete com 19 jogadores “cotados” para o posto. Entre eles, Flávio Caça-Rato.

Com um engajamento incrível da torcida do Santa Cruz, o folclórico CR7 do Arruda alcançou o primeiro lugar em menos de uma hora.

Para participar, clique aqui.

Desde a bandeira no amistoso contra a Suíça que a greia vai tomando conta…

Enquete no UOL, em 10/02/2014, sobre a vaga na Seleção Brasileira

Boneco gigante de Caça-Rato no buruçu do carnaval

Boneco gigante de Flávio Caça-Rato. Crédito: twitter.com/hugofariasv e facebook.com/ibismania

A popularidade Caça-Rato é cada vez maior.

Pelo nome absurdamente incomum, pelo visual e pelo jeito descontraído, com a cara do povo, Flávio vai ultrapassando todas as fronteiras do futebol.

Já virou garoto propaganda de álbum de figurinhas.

Já foi o personagem de uma matéria no conceituado jornal inglês The Guardian.

Agora será no meio do buruçu mesmo, em uma homenagem ao atacante. Em pleno carnaval, teremos um boneco gigante do CR7 do Santa Cruz.

Subindo as ladeiras de Olinda. Depois, claro, “discai”.

Ao lado de Caça-Rato, os bonecos de Sócrates, Zico e Ronaldinho Gaúcho…

Os cromos do Nordestão, com Elicarlos, Caça-Rato e Magrão

Figurinhas de Elicarlos (Náutico), Caça-Rato (Santa Cruz) e Magrão (Sport). Crédito: Panini/divulgação

O álbum de figurinhas da Copa do Nordeste, um produto devidamente oficializado pela liga, foi lançado com 40 páginas e 294 cromos para colecionar.

Entre os 16 times, claro, estão Náutico, Santa Cruz e Sport. A Panini produziu o álbum e escolheu o volante Elicarlos, o atacante Flávio Caça-Rato e o goleiro Magrão como símbolos de seus clubes no Nordestão para a divulgação.

A ideia é excelente para a imagem da competição, mas vale uma crítica. O lançamento não poderia ter ocorrido depois de encerrada a fase de grupos…

Esta é a segunda vez que o regional conta com um álbum oficial. Na primeira edição, em 2001, o material, laranja, também foi produzido pela Panini.

Álbuns de figurinhas da Copa do Nordeste de 2001 e 2014. Crédito: Panini

A festa do centenário já começou, na raça

Copa do Nordeste 2014, 5ª rodada: Santa Cruz x Bahia. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press

Na véspera do centésimo aniversário, neste domingo, o sorriso tricolor foi aberto com apenas 33 segundos de bola rolando em Caruaru.

Sob sol forte, o Santa arrancou de maneira fulminante pra cima do Bahia. A jogada foi iniciada por Caça-Rato pela direita e concluída por Luciano Sorriso.

A vantagem tornou-se ainda mais clara com a expulsão do volante adversário, Fahel, antes dos dez minutos. O time do Bahia estava visivelmente nervoso.

Apesa da desvantagem, o tricolor da Boa Terra reagiu e passou a assustar. No primeiro lance, só não empatou por causa da bisonha finalização de Talisca.

A investida adversária deixou o povão com um certo receio, consciente de que o tricampeão pernambucano estava falhando na marcação.

O receio até diminuiu no início da etapa final, quando o meia Raul ampliou. Aos 4, numa boa trama, o meia chutou cruzado, enganando o goleiro Lomba.

Placar definido? Não. Valente e ainda envolvente, o Bahia mandou para as redes com Rhayner, numa saída de jogo equivocada de Everton Sena.

A partir daí, sufoco puro. Era tarde de decisão. Na prática, valia uma “vaga” nas quartas de final da Copa do Nordeste. Brilhou então o idolo coral, Tiago Cardoso, com três defesas espetaculares, uma delas aos 44 minutos do segundo tempo.

No apito final, com o 2 x 1 conquistado na raça, veio a voz da massa, com o “parabéns para você’ direto do tobogã do Lacerdão…

O primeiro presente do centenário Santa Cruz já chegou…

Copa do Nordeste 2014, 5ª rodada: Santa Cruz 2x1 Bahia. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press

De Caça-Rato a The Rat Catcher, o apelido definitivo de Flávio

Matéria no jornal inglês The Guardian sobre o Flávio Caça-Rato, atacante do Santa Cruz. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

No futebol, o nome é Flávio Caça-Rato. Não há porque negar o apelido. O atacante gosta, a torcida o idolatra, a repercussão na imprensa só aumenta…

Durante um bom tempo, o Santa Cruz insistiu em chamá-lo de “Flávio Recife”. Claro, a ideia não pegou. Aos poucos, o clube cedeu e aceitou o apelido.

Folclórico sim, mas sem denegrir o Tricolor. Na verdade, tal alcunha vai levando o nome coral a distâncias surpreendentes. Ou um perfil de Caça-Rato publicado no tradicionalíssimo jornal britânico The Guardian não chama a atenção?

Flávio the Rat Catcher, na tradução do periódico, é descrito como o jogador que veio da pobreza, numa relação direta com a situação do país (veja aqui).

No embalo, as 60 mil pessoas no acesso tricolor à segundona são citadas como a mistura entre carisma, futebol e paixão, tendo foco em Rat Catcher.

Esta é a terceira vez que o Santa Cruz é citado no jornal londrino. Mérito do norte-irlandês James Armour Young, colaborador do newspaper, que morou alguns anos no Recife e passou a torcer do clube, além do Atlético Mineiro.

No primeiro texto assinado por ele, a pauta foi o lado cultural de torcer pelo time do povão. Em seguida, na estreia na quarta divisão em João Pessoa, com 16 mil tricolores no Almeidão, mesmo sob dilúvio, o deslocamento humano também foi lembrado em uma coluna esportiva.

Agora, uma reportagem para deixar claro que no mundo da bola Flávio é…

The Rat Catcher.

Vida nova ao Santa em pleno centenário

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Bernardo Dantas/DP/DA. Press

Vida nova, tricolor.

Até o último segundo você insistiu em não acreditar, em não festejar.

Olhou lentamente o Arruda de uma ponta a outra. Abarrotado de gente, como sempre. Pediu mais uma vez para que desta vez fosse diferente…

Que a história do Santa Cruz fosse reescrita.

Que estivesse vivendo um dia inesquecível, sem mais provações.

Poucos, pouquíssimos suportaram uma carga de drama tão grande quanto os aficionados das repúblicas independentes.

Dos rebaixamentos em série à falta de atividade.

Sim, à pura falta de futebol.

Deixar o gigante de concreto em silêncio feria de morte o orgulho coral.

Antes do apito final você deve ter lembrado bem disso.

Recomeçar do zero era preciso. E seria bem difícil. À margem dos rivais, endinheirados e em patamares bem mais nobres, a caminhada foi árdua.

Com a força da camisa, a mudança partiu justamente no âmbito local.

Sem recursos, cresceu nos clássicos e voltou a empilhar taças. Tomou gostou.

Na verdade, retomou o gosto. O tri que o diga.

Ótimo para ego, mas insuficiente para a sobrevivência.

Esta, só mesmo evoluindo no cenário nacional, saindo da última casta possível.

O favoritismo escancarado pela massa presente nas arquibancadas nas divisões inferiores foi relegado pela qualidade duvidosa das equipes montadas.

Com paciência, surgiu uma base. E de onde pouco se esperava, surgiram novos ídolos.

Entre eles, um desconhecido goleiro, agora eternizado, onipresente nos bons e novos momentos. Nome e sobrenome, Tiago Cardoso.

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA. Press

Aos trancos e barrancos, veio o primeiro passo, em 2011.

Uma multidão como a de hoje, tão nervosa quanto. Esqueceu? Improvável, mesmo sem gols.

Como nada é fácil para o povão, não mesmo, a sequência da caminhada demorou mais que o necessário.

Um ano forçado de aprendizado, com foco absoluto no acesso, novamente com apoio incondicional.

Veio então uma campanha cambaleante, comandada de forma improvisada.

A chegada de um nome com pulso firme pôs ordem.

Se ainda havia tempo este ano era a grande dúvida. Uma a mais num mar de incertezas chamado Santa Cruz.

Da ameaça de mais temporadas de calvário à surpreendente dianteira, ao protagonismo.

Hoje, o Santa Cruz voltou a respirar futebol.

Juntos, milhares também respiraram fundo.

Inclusive você. Resfolegou no instante em que a duríssima vitória por 2 x 1 sobre o Betim, com o improvável e carismático herói Flávio Caça-Rato, virou mais uma história para contar, daquelas com um sorriso no rosto.

Difícil será encontrar um tricolor que não tenha ido ao jogo neste domingo.

60 mil?

Dentro de alguns anos serão 600 mil… e com o tempo terá ainda mais gente.

Naquele aperto no José do Rego Maciel estava você, digam o que quiser.

Preto, branco e encarnado, pronto para ver o Santa Cruz voltar a ter dignidade, deixando para trás os seis anos de sofrimento.

A segunda divisão não é o ato definitivo. A plenitude virá numa nova busca.

Em 2014, no centésimo aniversário, uma vida nova ao Mais Querido.

E você estará lá, claro. Sem você o Santa não seria o mesmo…

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Paulo Paiva/DP/DA. Press