Outro vexame no Arruda. Na Copa do Brasil, a sina coral parece cruel.
São seguidas eliminações em casa diante de adversários sem expressão alguma.
Coríntians-RN (2003), Ulbra-RO (2007), Fast-AM (2008), Americano-RJ (2009), Penarol-AM (2012) e agora Santa Rita-AL (2014), um santa genérico de uniforme.
Diante de um estreante no torneio, um Santa Cruz calejado, em sua 21ª participação. Apesar de tanto tempo de casa, teima em não aprender a jogar uma competição tão importante no futebol nacional…
Após a derrota em Maceió, quando sofreu três gols, num resultado direto de um sistema defensivo perdido, o Tricolor ficou no 1 x 1 na noite desta quinta.
É verdade que o time pernambucano até pressionou, exigindo ao menos cinco boas defesas do goleiro Jefferson, mas o gol sofrido logo aos três minutos deixou claro que o buraco na zaga está comprometendo a temporada.
O empate, através de Betinho, aos 36 do segundo tempo, até deu um fio de esperança à torcida presente. Com o time no desespero, a esperança se dissipou.
A eliminação na terceira fase tirou do Santa a cota de R$ 530 mil pela disputa nas oitavas de final…
Um derrota moral e financeira no Mundão. Mais uma na Copa do Brasil…
O Santa Cruz realizou seis jogos após a Copa do Mundo.
Tomando por base apenas esse período, foram quatro partidas pela Série B e duas pela Copa do Brasil.
Mesmo com dez gols marcados, venceu apenas duas vezes, com quatro derrotas. A explicação está diretamente relacionada ao comportamento do sistema defensivo – já criticado pelo blog. Foram nada menos 14 gols tomados, com uma média inaceitável de 2,33.
Somente em um jogo a zaga passou em branco, na vitória em Natal. O equilíbrio em campo se desfez no estádio Rei Pelé. Léo Gamalho voltou a fazer a sua parte, marcando duas vezes, virando o placar, mas as bolas cruzadas (e um pênalti polêmico) acabaram com a quarta-feira coral, com o triunfo do pequeno Santa Rita por 3 x 2.
Dentre todos os gols sofridos desde a volta do Mundial, 11 foram através de cruzamentos, aéreos ou rasteiros.
15/07 – Vasco 4 x 1 Santa Cruz (Série B)
19/07 – Vila Nova 3 x 2 Santa Cruz (Série B)
23/07 – Santa Cruz 2 x 1 Botafogo-PB (Copa do Brasil)
26/07 – Santa Cruz 2 x 3 Ceará (Série B)
02/08 – América-RN 0 x 1 Santa Cruz (Série B)
06/08 – Santa Rita-AL 3 x 2 Santa Cruz (Copa do Brasil)
Pelas três fases disputadas na Copa do Brasil, contra Lagarto, Botafogo e Santa Rita, o Tricolor já recebeu R$ 750 mil.
Na próxima quarta, no jogo de volta contra os alagoanos, Sérgio Guedes precisará insistir numa maior atenção de seus jogadores sem a bola. A partida valerá a 8ª classificação do Santa às oitavas de final, a sua melhor campanha até hoje. Mais. Vale também uma nova de R$ 530 mil…
O time pernambucano pode avançar vencendo por 1 x 0 ou 2 x 1. Teoricamente, a zaga pode falhar apenas uma vez. O número já passou dos limites…
A Rede Globo detém os direitos de transmissão das principais competições de futebol no país, como Copa do Brasil, Série A, Libertadores e Mundial de Clubes.
Quando não é um pacote exclusivo, divide a exibição com no máximo uma emissora, mas ambas com o mesmo o jogo. A empresa domina a transmissão nacional há mais de três décadas. Em alguns momentos da história, porém, perdeu o comando para outros canais. Casos raros e históricos…
Com a audiência numa maré baixa em 2014 – Coritiba 0 x 0 Corinthians, no domingo, deu apenas 13 pontos na Grande São Paulo, segundo o Ibope -, a direção da Globo vai se reunir com os vinte clubes da elite nacional.
Segundo Daniel Castro, colunista do portal Uol, “a emissora apresentará aos dirigentes dos times um estudo que mostra que o futebol vem perdendo cerca de 10% da audiência a cada ano. Se continuar assim, em dez anos passará a ser um produto relevante apenas para a TV paga. Vai ‘morrer’ na TV aberta, sua principal fonte de sustento atualmente”.
É uma bravata grande essa possibilidade de desistência na tevê aberta.
Primeiro porque a empresa já tem contrato assinado com os clubes até 2019.
Segundo porque as experiências anteriores, com as competições nas mãos da concorrência, geraram audiências históricas nas finais…
Abaixo, os recordes dos principais torneios exibidos no pais quando a Globo esteve fora da jogada. Vale lembrar até um caso local, com o Estadual de 1999 na TV Pernambuco, um canal estatal. A final do segundo turno entre Santa Cruz e Sport deu 50 pontos na região metropolitana do Recife. Recorde. No ano seguinte a Globo Nordeste comprou os direitos, já esticados até 2018…
Campeonato Brasileiro 1990 (Band/Luciano do Valle, 53 pontos em SP)
Corinthians 1 x 0 São Paulo
Taça Libertadores 1992 (Rede OM/Galvão Bueno, 50 pontos em SP)
São Paulo (3) 1 x 0 (2) Newell´s Old Boys
Copa do Brasil 1995 (SBT/Luiz Alfredo, 52 pontos em SP)
Grêmio 0 x 1 Corinthians
Mundial de Clubes 2000 (Band/Luciano do Valle, 53,1 pontos em SP)
Vasco (3) 0 x 0 (4) Corinthians
Obs. As finais do Brasileiro de 1987 (Sport 1 x 0 Guarani) e da Copa do Brasil de 1992 (Inter 1 x 0 Flu) foram exibidas nacionalmente por SBT e Rede OM.
“A Copa do Brasil é um torneio bem mais rentável que a Copa Sul-Americana”.
A frase é dita há tempos, numa verdade quase absoluta.
Ganhou ainda mais força em 2013 por causa do regulamento absurdo criado pela CBF, que obriga os clubes do país a escolher um torneio. A participação não pode ser paralela, o que ocorre com os torneios a partir das oitavas de final da Copa do Brasil. Desta forma, para competir na Sul-Americana é preciso ser eliminado no torneio nacional até a terceira fase.
Mas a frase supracitada deve cair em desuso em 2014. Basta ter atenção.
A premiação oficial do torneio da Conmebol, em dólar, teve um acréscimo de 64% para esta temporada, o que na prática significa um aumento de dois milhões de reais (mesmo com a cotação menor). Abaixo, os dados de 2013 e 2014 da “Sula”, mas com um adendo. O blog somou as cotas iniciais da Copa do Brasil – afinal, o clube receberia esta cota de toda maneira.
Assim, um time da Série A que sair da Copa do Brasil na 3ª fase (o máximo possível) e alcançar o título internacional, terá uma premiação absoluta de R$ 6 milhões, apenas R$ 135 mil abaixo do campeão da Copa do Brasil. Em 2013, a diferença neste mesmo contexto era muito maior, de R$ 1,974 milhão.
Como a Sul-Americana está diretamente atrelada à Copa do Brasil, nada mais justo que observar as verbas à disposição de um clube nas duas frentes…
2014 (US$ 1 = R$ 2,23)
Fase brasileira: US$ 150 mil (R$ 334,5 mil)
Oitavas: US$ 225 mil (R$ 501,7 mil)
Quartas: US$ 300 mil (R$ 669 mil)
Semifinal: US$ 360 mil (R$ 802,8 mil)
Vice: US$ 550 mil (R$ 1.226,5 milhão)
Campeão: US$ 1,2 milhão (R$ 2,676 milhões)
Total para o campeão da Sula de 2014: US$ 2,235 milhões (R$ 4.984.050)
Acumulado título + 3ª fase da Copa do Brasil – R$ 6.054.050
Acumulado título + 2ª fase da Copa do Brasil – R$ 5.624.050
Acumulado título + 1ª fase da Copa do Brasil – R$ 5.304.050
Total para o campeão da Copa do Brasil de 2014 – R$ 6.190.000
2013 (US$ 1 = R$ 2,44)
Fase brasileira: US$ 100 mil (R$ 244 mil)
Oitavas: US$ 140 mil (R$ 342 mil)
Quartas: US$ 180 mil (R$ 439 mil)
Semifinal: US$ 220 mil (R$ 537 mil)
Vice: US$ 300 mil (R$ 732 mil)
Campeão: US$ 600 mil (R$ 1,464 milhão)
Total para o campeão da Sula de 2013: US$ 1,24 milhão (R$ 3.025.600)
Acumulado título + 3ª fase da Copa do Brasil – R$ 4.025.600
Acumulado título + 2ª fase da Copa do Brasil – R$ 3.625.600
Acumulado título + 1ª fase da Copa do Brasil – R$ 3.325.600
Total para o campeão da Copa do Brasil de 2013 – R$ 6.000.000
Obs. O Sport recebeu duas cotas do torneio nacional em 2014. Ou seja, o acumulado máximo na campanha internacional seria de R$ 5,6 milhões.
O Paysandu voltou a eliminar o Sport da Copa do Brasil na Ilha. Desta vez num contexto bem diferente. Em 2012, o Leão vivia uma crise técnica, sob o comando de Mazola. Foi arrasado em casa, com o Papão aplicando 4 x 1.
Em 2014, apesar do discurso, o Leão tinha um claro objetivo no torneio: ser eliminado antes das oitavas de final. Tudo para confirmar a vaga na Copa Sul-Americana, conquistada com o título nordestino. Conquistada, mas não sacramentada – numa situação constrangedora criada pela CBF.
Seguindo o regulamento à risca, tendo que abrir mão de uma competição, o Rubro-negro irá disputar novamente uma copa internacional. Será a 4ª participação do clube em torneios da Conmebol, com a Libertadores em 1988 (14º) e 2009 (11º) e a Sul-Americana em 2013 (16º) e 2014.
Um passaporte carimbado através de uma eliminação. A vitória por 3 x 2 sobre o time paraense, nesta quinta, com todos os gols marcados no primeiro tempo, foi insuficiente para avançar, pois perdeu no Mangueirão por 2 x 1.
Não por acaso a Ilha do Retiro esteve deserta, com apenas 1.276 pessoas, num cenário de luto por causa do escrito Ariano Suassuna, rubro-negro.
Para este jogo, o discurso da diretoria e da comissão técnica do Leão sobre a vontade em campo não convenceu a torcida na bilheteria. De toda forma, a contragosto, a missão foi cumprida. Copa do Brasil à parte, agora é curtir a América mais uma vez… com casa cheia.
A seca de gols já estava incomodando faz tempo. Desde maio! A pressão sobre Léo Gamalho só aumentava no Santa Cruz…
Apesar da boa técnica, o jogador não vem bem na Série B, mas soube aproveitar a oportunidade na Copa do Brasil, num confronto milionário.
Mesmo num Arruda de portões fechados, havia muita grana em jogo. Uma eventual classificação coral renderia R$ 430 mil de cota pela participação na terceira fase. Já tinha recebido duas de R$ 160 mil.
Em João Pessoa, na ida, empate em 1 x 1 com o Botafogo, antes do Mundial. Nesta quarta, a disputa paralela foi vital para as finanças do Tricolor.
Sem o apoio da torcida, cumprindo o último jogo da punição aplicada pelo STJD, o Tricolor venceu por 2 x 1, com dois gols do centroavante de camisa 9.
O time pernambucano jogou bem melhor que o adversário, o que não quer dizer necessariamente que atuou bem. Abriu o placar aos 21, com destaque para Tony (na vaga do apagado Nininho) e só foi para o intervalo com a igualdade por causa de um lance ridículo da defesa, comprovando a má fase do setor.
O segundo tempo foi mais amarrado, com direito ao retorno de Natan, e já parecia caminhar para os pênaltis. Aí, Gamalho foi lançado e definiu bem.
Manteve o Santa na Copa do Brasil, agora contra o modesto Santa Rita de Alagoas, que eliminou Guarani-SP e Potiguar-RN. Ainda assim, é impossível não apontar o favoritismo aos corais…
E aí é preciso deixar claro o quanto valerá a próxima classificação.
Fora a arredacação, quando o Mundão enfim terá os seus portões abertos, vale uma cota de R$ 530 mil. Portanto, só com premiações o Tricolor chegaria às oitavas com R$ 1,28 milhão. Nada mal. Os gols de Gamalho valeram demais.
Com um time reserva, incluindo um técnico interino (Pedro Gama), o Sport foi derrotado pelo Paysandu, em Belém, 2 x 1. Devido ao regulamento bizarro, o placar “aproximou” o time da Copa Sul-Americana de 2014, seu maior objetivo.
Mesmo sonolento, tocando a bola e sem pressa para decidir, o Leão segurou o empate no primeiro tempo, nesta quinta, no Mangueirão com muita chuva. Para isso colaborou a má atuação do Papão, que nem chegou à área de Saulo.
Até ali, a torcida se perguntava sobre a necessidade de ser eliminado. Torcer contra? Difícil. Basta ler a mensagem do diretor Arnaldo Barros, no twitter.
“Desisto. É maior que eu. Independentemente de qualquer coisa, em se falando de Sport, não consigo torcer por outro resultado que não seja a vitória!”
Haveria surpresa? Talvez o desejo tenha diminuído no início da etapa final, com o carrasco Yago Pikachu concluido um cruzamento rasteiro, livre na área.
Acredite, o Sport lutou pelo empate. E alcançou. Após boas chances, uma triangulação terminou com a finalização de Felipe Azevedo. A la México, a equipe seguiu no ataque, mas faltou entrosamento e um pouco de qualidade.
Aos 28, com o jogo controlado, o bicolor paraenese ficou à frente novamente, com Marcos Paraná recebendo um lançamento sem adversários. A defesa só cercava, bem diferente do Sport da Série A, cuja marcação é o principal ponto.
Provavelmente, não deveremos ter surpresas no desfecho em 24 de julho…
Serão 70 dias até o jogo de volta, num intervalo incomum na Copa do Brasil.
Hiato grande no confronto entre Santa Cruz e Botafogo, do empate em 1 x 1 no Almeidão até a volta nos Aflitos ou na Arena Pernambuco. O tempo é suficiente para o Tricolor se preparar para o duelo decisivo, tática e fisicamente. A passagem à terceira fase valerá uma cota de R$ 430 mil.
Na noite desta quarta, numa partida que teve apenas a torcida local, por causa de uma solicitação do Ministério Público, os corais bem buscaram a vitória.
Abriram o placar com Pingo, e tiveram outras chances, com o próprio atacante, substituindo o machucado Caça-Rato, e o meia Carlos Alberto. Apagado, só Léo Gamalho. O veterano Lenilson empatou sete minutos depois, mas os tricolores continuaram articulando jogadas na linha de fundo.
A disputa seguida equilibrada. No início do segundo tempo, o Santa teve duas ótimas chances, com Pingo chutando cima do goleiro e Carlos Alberto mandando na trave. Após o bom volume de jogo, o visitante cansou, sofrendo uma certa pressão do Belo, que ainda mandou uma bola no travessão e teve um gol corretamente anulado. Agora, é preciso esperar até 23 de julho…
E olhe que já se sabe o futuro adversário. É o Santa Rita de Alagoas, valendo uma cota ainda maior, de $ 530 mil. Só mesmo após a Copa do Mundo.
Não faltou empenho, não mesmo. Mas a situação era bem adversa, com o Náutico precisando reverter três gols de desvantagem contra o América de Natal. Era algo que o clube de Rosa e Silva jamais havia conseguido nos 42 confrontos anteriores pela Copa do Brasil desde 1989.
O cenário só piorou numa Arena Pernambuco com apenas 354 pessoas, numa noite pra lá de chuvosa. Até os últimos instantes, contudo, o Alvirrubro vislumbrou a classificação.
Venceu por 2 x 0, um placar insuficiente para avançar à terceira rodada da Copa do Brasil. Entretanto, o time saiu de cabeça erguida. Faltou um gol.
O primeiro tempo foi sonolento, já sob o olhar do novo técnico, Sidney Moraes, no camarote. Na volta do intervalo, reação com personagem improvável. Se Marcelinho não decidia, coube ao zagueiro Flávio marcar os gols da noite.
A revelação do Estadual testou para as redes aos 18 minutos. Era o lampejo de esperança. O segundo gol saiu aos 25, em outra cabeçada de Flávio.
O time treinado interinamente por Sérgio China teria mais 20 minutos para uma reviravolta daquelas. Pressionou de forma afobada, já com desgaste físico, algo que parece ser uma pendência no grupo. Lutou, mas não marcou.
Com a eliminação, o Náutico deixou de ganhar R$ 430 mil de cota, fora a renda do duelo contra o Fluminense. Passou raspando…