A rara rotina recifenses com duas seleções estrangeiras em ação

Jogadores da seleção espanhola chegam no hotel Golden Tulip, no Recife, em 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Bienvenidos, welcome, bienvenue.

A última vez em que palavras pronunciadas em línguas estrangeiras foram usadas numa mesma recepção para duas seleções distintas no Aeroporto Internacional dos Guararapes foi em 1989.

Em 9 de julho daquele ano colombianos e peruanos empataram no Arruda, em partida válida pela primeira fase da Copa América.

O Recife viveu uma semana incomum, ainda com a presença do Paraguai na cidade, no jogo contra o Brasil, também no Mundão, numa rodada dupla.

Esse hiato está bem pertinho de acabar.

Em em grande estilo, reunindo duas seleções com títulos mundiais.

Torcida na frente do Goldend Tulip Hotel, em Boa Viagem, esperando a seleção espanhola. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Na noite de quarta-feira e no início da madrugada desta quinta, mais uma vez os pernambucanos treinaram o portunhol no desembarque de delegações.

Bienvenidos… para espanhóis e uruguaios.

Os atuais campeões do mundo e da América já estão por aqui. Primeira a Fúria, às 19h30. Já passava de meia-noite quando a Celeste pousou. As duas equipes tiveram um esquema especial de imigração e deixaram rápido o aeroporto.

Nos hotéis em Boa Viagem, nenhuma palavra. Os atletas espanhóis ainda ainda aceneram e Sergio Ramos até deu autógrafo, mas os uruguaios entraram numa rota alternativa do hotel, driblando a torcida presente, pequena e aguerrida.

Jogadores da seleção espanhola chegam no hotel Golden Tulip, no Recife, em 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A partir de agora, caminhadas na orla, exercícios em academias na Zona Sul, treinos no Arruda e no centro de treinamento do Náutico e o embate agendado para domingo na Arena Pernambuco.

Seleções estrangeiras em ação no estado…

Espanha e Uruguai disputarão o 10º confronto entre gringos por aqui.

Em tempo: o jogo entre Uruguai e Espanha já está com lotação esgotada, o que corresponde a um público acima de 40 mil pagantes.

E isso é só o começo. Ainda vão pisar por aqui Itália, Japão e Taiti. Os próximos dez dias serão daqueles bem raros, registrados a cada duas décadas.

Torcida uruguaia esperando a Celeste no Mar Hotel, no Recife. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Copa do Mundo (Ilha do Retiro)
1950 – Chile 5 x 2 Estados Unidos

Taça da Independência (Arruda)
1972 – Irlanda 2 x 1 Irã
1972 – Portugal 3 x 0 Irã
1972 – Portugal 4 x 1 Chile
1972 – Equador 1 x 1 Irã
1972 – Chile 2 x 1 Irlanda
1972 – Chile 2 x 1 Irã
1972 – Portugal 2 x 1 Irlanda

Copa América (Arruda)
1989 – Colômbia 1 x 1 Peru

Copa das Confederações (Arena Pernambuco)
2013 – Espanha x Uruguai

Jogadores do Uruguai em um hotel no Recife para a Copa das Confederações de 2013. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Miniaturas das arenas das Confederações

Miniatura das seis arenas da Copa das Confederações 2013. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

As seis arenas da Copa das Confederações ganharam versões em miniaturas. Em vez de quase 200 metros decomprimento, 15 centímetros. Arena Pernambuco, Maracanã, Mineirão, Fonte Nova, Castelão e Mané Garrincha foram redimensionados na China. A Bley e Brollo Limitada confeccionou as seis peças, que chegam nas prateleiras por R$ 115, cada. Em 2014, os demais estão também deverão ganhar miniaturas.

Confira um post sobre os modelos dos Aflitos e da Ilha do Retiro aqui.

Arena Pernambuco

Miniatura da Arena Pernambuco, em São Lourenço. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Maracanã

Miniatura do Maracanã, no Rio de Janeiro. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Mineirão

Miniatura do Mineirão, em Belo Horizonte. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Fonte Nova

Miniatura da Fonte Nova, em Salvador. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Castelão

Miniatura do Castelão, em Fortaleza. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Mané Garrincha

Miniatura do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Aviões da Seleção Brasileira na Copa

Avião da GOL para a Seleção Brasileira. Foto: CBF

Enquanto os clubes brasileiros contam com ônibus customizados, a Seleção Brasileira está um passinho à frente, com uma avião temático para a delegação. Em 2013 e 2014, o boeing 737-800 da GOL vai transportar a Canarinha país afora. Quando não estiver a serviço da CBF, a aeronave entrará na operação regular da companhia. Será a primeira vez que a GOL irá transportar a Seleção num Mundial. De 1962 a 2006 a viagem foi via Varig. Em 2010, a TAM.

Abaixo, os aviões anteriores, de 1994 a 2010. Qual foi o mais bonito?

Em 2010, na África do Sul, a TAM escolheu um Airbus A330 de sua frota, com capacidade para 219 pessoas. O nariz foi pintado com a bola do Mundial de 70.

Avião da TAM para a Seleção Brasileira em 2010. Crédito: www.skyliner-aviation.de

Na última viagem da Canarinha a bordo da Varig, em 2006, o avião foi um MD-11. Antes de chegar na Alemanha, a festa na intertemporada em Weggis.

Avião da Varig para a Seleção Brasileira em 2006. Crédito: http://forum.contatoradar.com.br

Na viagem mais longa já feita, para o outro lado do mundo, em 2002, a Varig utilizou um boeing 767-300. Na Ásia, o pentacampeonato mundial.

Avião da Varig para a Seleção Brasileira em 2002. Crédito: www.airlines.net

Na primeira tentativa para o penta, na França, a Varig disponibilizou um boeing 737. Em 1998 a companhia já havia apresentado um novo logotipo.

Avião da Varig para a Seleção Brasileira em 1998. Crédito: airlines.net

Em 1994 a seleção tetracampeã mundial foi transportada por um DC-10 da Varig. Na volta, o desembarque aconteceu no Aeroporto dos Guararapes

Avião da Varig para a Seleção Brasileira em 1994

Mais 365 dias e a distante Copa do Mundo será nossa

Joseph Blatter no anúncio da Copa do Mundo no Brasil, em 2007

As minhas primeiras lembranças da Copa do Mundo vêm de 1990. De partidas tenebrosas com pouquíssimos gols na Itália e do pênalti convertido por Andreas Brehme no finzinho do jogo contra a Argentina de Maradona, no Stadio Olimpico.

Tinha oito anos e a vontade de assistir ao maior número de partidas do torneio foi natural. Minha, dos amigos e de quem gostasse de futebol. Difícil ficar alheio.

Apesar disso, o Mundial sempre me pareceu algo bem distante. Pela tempo desde a única edição brasileira, em 1950, antes do nascimento dos meus pais, e sobretudo pelas viagens que a Taça Fifa fez pelo globo.

Estados Unidos, França, Coreia do Sul, Japão e Alemanha. Há quatro anos a África do Sul quebrou paradigmas sobre o poder econômicos das sedes, até então países riquíssimos, estruturados.

Em condições normais de temperatura e pressão, francamente, o Brasil teria poucas chances para competir por uma nova chance. A concorrência era alta.

Mas o rodízio, que contemplou primeiramente justamente os africanos, chegou na América do Sul. Candidata único, a nação ganhou a chance e a “responsabilidade”, como frisou o presidente da Fifa em 2007, Joseph Blatter.

Seis anos atrás. Nesse tempo todo, as dúvidas sobre a realização de um evento tão grande assim por aqui continuou. Ou já esqueceram dos boatos sobre o plano B que levaria a Copa para a Inglaterra caso algo desse errado por aqui?

Na verdade, erros aconteceram sim. Várias situações saíram do controle e o investimento bilionário tornou-se o maior da história da competição. E mesmo com o gasto ainda incalculável, a infraestrutura segue criticada, lenta, temerária.

Com o grande teste do Mundial, a Copa das Confederações, batendo na porta, surge uma data emblemática: 12 de junho 2013.

Estamos a exatamente um ano do jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014.

365 dias, nada mais. Haja correria na preparação.

Aquelas lembranças de grandes seleções construídas em imagens na televisão terão a companhia de novas imagens, in loco.

Continuo com a mania de assistir a 30, 40, 50 jogos da Copa do Mundo. Ter a chance de ver um deles aqui ainda causa parafuso…  Tão perto, tão longe.

Setorização de ingressos via Fifa e segundo a realidade

Esquema de venda de ingressos do Porto de Portugal para a temporada 2013/2014. Crédito: site do Porto

A distribuição de ingressos para a Copa das Confederações revelou uma faceta da Fifa, com a localização disforme dos bilhetes, apesar dos valores.

Ingressos mais baratos em locais mais nobres para o público brasileiro, próximos ao campo, e entradas mais caras atrás do gol, no anel superior.

A direção da entidade disse “entender” a situação, mas que isso seria um reflexo da transição sobre os setores mais nobres no Brasil, com as novas arenas. Na explicação, o processo seria o mesmo no futebol europeu.

No mínimo, isso é uma meia verdade…

Acima, o gráfico com o sistema de vendas do Porto de Portugal para a temporada 2013/2014. Os preços consideram 18 jogos do clube, sendo 15 pela primeira divisão lusitana e 3 pela fase de grupos da Liga dos Campeões da Uefa.

O setor mais barato está… atrás do gol. Choca com o discurso da Fifa.

Abaixo, a setorização da Arena Pernambuco. Comparando com os valores do Porto, quais seriam os lugares mais nobres? Parece óbvio? Para a Fifa não.

Além da setorização, a comercialização de pacotes do Porto serve para ilustrar o futuro do futebol local, via Arena Pernambuco.

O esforço por um pacote gera um desconto a longo prazo. No caso mais barato, cada jogo sairia por 7,22 euros, ou R$ 19. A tendência é que o consórcio aplique esta ideia nos próximos anos em todos os locais.

Setorização da Arena Pernambuco. Crédito: Arena Pernambuco

Embaixada mercadológica da Fifa de portas abertas no Recife

Loja oficial da Copa das Confederações no Aeroporto Internacional dos Guararapes. Foto: Helder Tavares/divulgação

A Copa das Confederações será monotemática no país neste mês. Ou pelo menos nas seis metrópoles indicadas para receber os jogos do torneio.

Decoração nas avenidas, seleções hospedadas em hotéis luxuosos, treinos nos campos dos clubes locais etc. Eis a hora para faturar em cima deste ciclo.

Com a venda de direitos de transmissão, ingressos, com preços bem acima dos valores praticados no futebol nacional, e, obviamente, produtos licenciados.

E não são poucos produtos. Mais de 1,5 mil foram fabricados por 34 empresas licenciadas. A loja oficial no Recife, para a Copa das Confederações, já está aberta, ocupando 50 metros quadrados no Aeroporto dos Guararapes.

Outros quiosques deverão ser montados na capital. Um deles já funciona no Shopping Recife, com camisas, brinquedos, bolas, fuleco etc. Tudo muito bem pensado desde o anúncio do Brasil como país-sede, em 2007.

Não por acaso o saldo líquido da Fifa no último Mundial foi de US$ 202 milhões, contra US$ 36 milhões no ano seguinte ao ciclo da Copa.

Confira a loja online da Fifa clicando aqui.

Loja oficial da Copa das Confederações no Aeroporto Internacional dos Guararapes. Foto: Helder Tavares/divulgação

Decoração recifense na simulação e no mundo real da Fifa

Avenida Boa Viagem decorada para a Copa das Confederações 2013. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A decoração do Recife já foi iniciada visando a Copa das Confederações.

As principais avenidas da capital pernambucana receberão banners da Fifa sobre o evento. Ao todo, 375 peças. A customização da subsede havia sido apresentada com uma simulação num cenário em Salvador, no Farol da Barra.

No mundo real, as placas ficaram mais distantes umas das outras, além do tamanho reduzido dos banners. Confira a comparação.

Paralelamente à montagem da decoração, os coqueiros na orla em Boa Viagem vêm passando por uma poda, além do reforço na limpeza (veja aqui).

A primeira impressão para os dois torneios da Fifa vale bastante…

Simulação da decoração da Copa das Confederações 2013. Crédito: Fifa/divulgação

Exposição e festival de cinema, eventos indiretos da Copa das Confederações

Exposição Torcida CBF, no Círculo Militar, em 2013. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A realização de um torneio de futebol de grande porte em uma cidade mexe direta e indiretamente com eventos relacionados ao esportes.

Nesta semana, dois exemplos distintos no Recife, atrelados à chegada da Copa das Confederações, que tem a capital pernambucana como subsede.

O primeiro deles é uma exposição. O estado recebe a primeira edição do Torcida CBF, com alguns dos principais troféus da Seleção Brasileira, entre os quais a famosa Taça Jules Rimet, numa rara saída do Rio de Janeiro.

Trata-se do troféu conquistado pelo Brasil nos Mundiais de 1958, 1962 e 1970. Veio a réplica, pois a peça original de ouro foi derretida há trinta anos.

As visitações no Círculo Militar, no bairro de Santo Amaro, vão acontecer entre os dias 11 e 28 de junho, das 14h e 18h, com direito à transmissão dos jogos da Seleção em um telão. A ideia da confederação brasileira é estender o projeto às demais subsedes em 2014. Confira mais fotos da exposição aqui e aqui.

Exposição Torcida CBF e festival de cinema Cinefoot

Também com uma boa dose de história, mas outra ainda maior de ficção, o  Cinefoot será organizado de forma pioneira no Recife. Neste ano, o festival temático e gratuito vai circular nas seis subsedes do Festival de Campeões.

Aqui, o evento acontecerá no cine São Luiz, entre os dias 17 e 20 de junho.

A agenda está formada com 17 filmes, sendo treze curtas e quatro longas. Entre eles, Um time, 11 judeus, produzido por Brenno Costa e Lucas Fitipaldi, da equipe do Superesportes. Confira a programação completa aqui.

A versão pernambucana do festival de cinema Cinefoot teve a colaboração das secretarias da copa e da cultura do estado, o que já indica outras atividades para o ano que vem, na Copa do Mundo, com uma demanda ainda maior.

Além dos dois exemplos, congressos de marketing esportivo em hotéis, com a presença de executivos, debates e palestras ocorreram na cidade recentemente, todos com o mesmo foco natural nos grandes torneios da Fifa.

Uma ótima oportunidade para torcedores e também para negócios…

Cinema São Luiz. Crédito: twitter.com/cinemasaoluiz

Nomenclaturas atualizadas na Arena Pernambuco e na Fonte Nova

Itaipava Arena Pernambuco e Itaipava Fonte Nova

Arena Pernambuco e Fonte Nova, nomes já gravados na mente do torcedor, apesar dos empreendimentos recentes.

Nos próximos dez anos, como se sabe, as nomenclaturas terão o adicional “Itaipava”, seguindo o contrato de naming rights assinado.

A cervejaria carioca pagará R$ 100 milhões para cada consórcio.

O gasto com publicidade já foi iniciado para agregar o nome da empresa junto aos nomes dos estádios na boca do povo.

Campanhas maciças, comerciais, promoções etc.

Itaipava, por sinal, é o primeiro nome de cada arena a partir de agora. Nas respectivas páginas no facebook os novos logotipos já foram lançados.

120 mil pessoas na fan page da Arena Pernambuco.

45 mil pessoas na fan page da Fonte Nova.

Até 2023 o novo nome pegará mesmo?

Pernambuco e a Copa das Confederações, in loco

Ricardo Rocha apresenta a Arena Pernambuco. Crédito: governo do estado/youtube

O ex-zagueiro pernambucano Ricardo Rocha apresenta a arena no novo vídeo do governo do estado sobre a Copa das Confederações. O tetracampeão mundial deu o seu aval ao novo campo numa comparação com outros palcos.

O site oficial do estado no torneio é www.pernambuconacopa.com.br.

O complexo da Arena Pernambuco, erguido ao custo de R$ 650 milhões, já está pronto. Confira uma foto aérea do local em alta resolução clicando aqui.

Fora dele vem a maior preocupação, com o esquema de transporte.

Ao todo já foram vendidos mais de 83 mil ingressos para as três partidas agendadas no novo estádio em São Lourenço da Mata.