Osmar Santos e João Saldanha, os troféus exclusivos dos turnos do Brasileirão

Troféus Osmar Santos (primeiro turno) e João Saldanha (segundo turno) da Série A, oferecidos pelo jornal Lance!. Crédito: montagem de Cassio Zirpoli com fotos de Leo Santana

O título é meramente simbólico, mas ainda assim vale uma taça especial na galeria. Emulando uma tradição europeia, com os “campeões de inverno” ao fim de cada turno, o diário Lance! criou dois troféus exclusivos para as melhores campanhas dos turnos do Brasileirão, na era dos pontos corridos.

São homenagens a dois grandes jornalistas esportivos do país. O locutor Osmar Santos para o primeiro turno e o comentarista João Saldanha no segundo, ambos figurados nas taças criadas pelo artista plástico Leo Santana, que assina a obra Drummond no Calçadão, uma famosa escultura em Copacabana. Abaixo, os vencedores do “Apertura” e do “Clausura”, como se costuma chamar os dois turnos nos países vizinhos, em espanhol.

A partir deste modelo na elite, a melhor campanha de um nordestino pertence ao Vitória, ‘vice’ no returno de 2013. Entre os representantes pernambucanos, o melhor resultado é do Sport, com o 6º lugar no turno de 2017.

Última atualização: 06/12/2017

A seguir, os campeões de cada turno e as colocações dos clubes do Nordeste.

Troféu Osmar Santos (1º turno)
2003 – Cruzeiro (Vitória 17º, Bahia 19º e Fortaleza 21º)
2004 – Santos (Vitória 16º)
2005 – Corinthians (Fortaleza 12º)
2006 – São Paulo (Fortaleza 19º e Santa Cruz 20º)
2007 – São Paulo (Sport 11º, Náutico 18º e América-RN 20º)
2008 – Grêmio (Vitória 5º, Sport 9º e Náutico 15º)
2009 – Internacional (Vitória 12º Náutico 18º e Sport 20º)
2010 – Fluminense (Ceará 11º e Vitória 15º)
2011 – Corinthians (Ceará 13º e Bahia 16º)
2012 – Atlético-MG (Náutico 11º, Bahia 16º e Sport 19º)
2013 – Cruzeiro (Vitória 13º Bahia 14º e Náutico 20º)
2014 – Cruzeiro (Sport 8º, Bahia 19º e Vitória 20º)
2015 – Corinthians (Sport 7º)
2016 – Palmeiras (Sport 12º, Vitória 15º e Santa Cruz 19º)
2017 – Corinthians (Sport 6º, Bahia 13º e Vitória 18º)

Títulos: Corinthians (4), Cruzeiro (3), São Paulo (2), Santos (1), Grêmio (1), Inter (1), Fluminense (1), Atlético-MG (1) e Palmeiras (1)

Troféu João Saldanha (2º turno)
2003 – Cruzeiro (Vitória 14º, Fortaleza 19º e Bahia 22º)
2004 – Santos (Vitória 22º)
2005 – Internacional (Fortaleza 16º)
2006 – São Paulo (Fortaleza 16º e Santa Cruz 20º)
2007 – São Paulo (Náutico 8º, Sport 14º e América-RN 20º)
2008 – São Paulo (Sport 11º, Náutico 13º e Vitória 17º)
2009 – Cruzeiro (Vitória 16º, Náutico 18º e Sport 20º)
2010 – Grêmio (Ceará 14º e Vitória 17º)
2011 – Fluminense (Bahia 9º e Ceará 20º)
2012 – São Paulo (Bahia 5º, Sport 10º e Náutico 11º)
2013 – Cruzeiro (Vitória 2º, Bahia 12º e Náutico 20º)
2014 – Corinthians (Sport 12º, Vitória 14º e Bahia 18º)
2015 – Corinthians (Sport 8º)
2016 – Palmeiras (Sport 12º, Vitória 13º e Santa Cruz 20º)
2017 – Chapecoense (Bahia 10º, Vitória 14º e Sport 19º)

Títulos: São Paulo (4), Cruzeiro (3), Corinthians (2), Santos (1), Inter (1), Grêmio (1), Fluminense (1), Palmeiras (1) e Chapecoense (1).

A décima sétima classificação da elite nacional em 2013

Classificação da Série A 2013, na 17ª rodada. Crédito: Superesportes

Dez pontos. A diferença entre o Náutico e a 16ª colocação da Série A, atualmente ocupada pelo Fluminense, já é superior a três rodadas perfeitas, com três vitórias alvirrubras e três derrotas cariocas. Resultado da tabela após a 17ª rodada.

Com dois jogos a menos do que a maioria dos clubes da elite nacional, o Timbu começa nesta terça a tirar essa diferença. O jogo contra o São Paulo será o segundo de uma série de três partidas consecutivas na Arena Pernambuco. No primeiro, diante do Atlético-PR, sofreu uma goleada por 4 x 1.

Na liderança, o Cruzeiro voltou a fazer uma grande partida e venceu o Vasco por 5 x 3, ampliando de dois para três pontos a vantagem sobre o vice-líder.

A 10ª rodada do representante pernambucano (adiada)
03/09 – Náutico x São Paulo (21h)

Jogos no estado pela elite: 4 vitórias alvirrubras, 2 empates e 6 derrotas.

Outras três partidas foram adiadas pela CBF: Internacional x Santos, Santos x Náutico e Atlético-MG x Ponte Preta

A décima sexta classificação da elite nacional em 2013

Classificação da Série A 2013, na 16ª rodada. Crédito: Superesportes

Após a rodada passada, o Náutico ficou a três pontos do 19º lugar e a sete do 16º colodado, o primeiro fora da zona de rebaixamento. Somando mais um revés na Série A, na Fonte Nova, o Alvirrubro afundou ainda mais na lanterna, agora a cinco pontos do vice-lanterna e a nove do primeiro time acima do Z4.

O Timbu talvez tenha agora uma de suas últimas cartadas no Brasileirão. Jogará três partidas seguidas na Arena, contra Atlético-PR (31/08), São Paulo (03/09) e Vasco (05/09). Em relação à liderança, mais uma troca no topo. Beneficiado pela derrota do Botafogo diante do Atlético-PR, o Cruzeiro abriu logo dois pontos.

A 17ª rodada do representante pernambucano
31
/08 – Náutico x Atlético-PR (18h30)

Jogos no estado pela elite: 5 vitórias alvirrubras, nenhum empate e 1 derrota.

Quatro partidas foram adiadas pela CBF: Náutico x São Paulo, Internacional x Santos, Santos x Náutico e Atlético-MG x Ponte Preta.

A décima quinta classificação da elite nacional em 2013

Classificação da Série A 2013, na 15ª rodada. Crédito: Superesportes

A cada derrota, o aproveitamento do Náutico na Série A torna-se ainda mais indigesto. O revés diante do Flu, na Arena, deixou o índice em 20,5%. São nove derrotas em treze jogos. O time segue com duas partidas a menos que a maioria dos adversários. Contudo, a diferença para o 16º lugar, o primeiro fora do Z4, é de sete pontos, superior ao aproveitamento máximo nos jogos adiados.

Na liderança, o Botafogo manteve a ponta do campeonato. Por sinal, pela primeira vez os dois primeiros lugares descolaram dos demais. O vice-líder Cruzeiro tem três pontos a mais que o 3º colocado. Tendência? O torneio, até aqui, se mostra o mais equilibrado desde 2009.

A 16ª rodada do representante pernambucano
25
/08 – Bahia x Náutico (16h)

Jogos em Salvador pela elite: nenhuma vitória timbu, 3 empates e 6 derrotas.

Quatro partidas foram adiadas pela CBF: Náutico x São Paulo, Internacional x Santos, Santos x Náutico e Atlético-MG x Ponte Preta.

A décima quarta classificação da elite nacional em 2013

Classificação da Série A 2013, na 14ª rodada. Crédito: Superesportes

A oitava derrota em doze jogos gerou mais uma demissão no comando técnico do Náutico. O revés diante do Criciúma, que manteve o time na lanterna, custou o cargo de Zé Teodoro, que já havia assumido o lugar de Silas. Agora é a vez de Jorginho, que terá que elevar o aproveitamento do Timbu, de 22%.

Foram seis empates nos dez jogos da 14ª rodada da Série A. O último deles aconteceu no complemento da rodada, nesta quinta, com o 3 x 3 entre Botafogo e Inter, no Maracanã. O resultado deixou o time carioca isolado na liderança. Porém, vencia até os 48 minutos do segundo tempo.

A 15ª rodada do representante pernambucano
17/08 – Náutico x Flumiense (18h30)

Jogos no estado pela elite: 4 vitórias alvirrubras, 3 empates e 6 derrotas.

Quatro partidas foram adiadas pela CBF: Náutico x São Paulo, Internacional x Santos, Santos x Náutico e Atlético-MG x Ponte Preta.

A décima segunda classificação da elite nacional em 2013

Classificação da Série A 2013, na 12ª rodada. Crédito: Superesportes

Ainda com dois jogos a menos em relação aos demais clubes, o Náutico segue na última colocação do Brasileiro. Entretanto, apesar do revés no Serra Dourada, a diferença timbu para o 16º lugar, o primeiro time fora da zona de rebaixamento, continuou em quatro pontos. E o tal 16º é justamente o próximo adversário.

Já na liderança da competição, mais uma troca. Cruzeiro e Botafogo inverteram as posições, com o time celeste no topo da tabela. Em 3º lugar, o Coritiba de Alex segue com uma excelente campanha.

A 13ª rodada do representante pernambucano
10/08 – Náutico x Atlético-MG (18h30)

Jogos no estado pela elite: 7 vitórias alvirrubras, 3 empates e 2 derrotas.

Quatro partidas foram adiadas pela CBF: Náutico x São Paulo, Internacional x Santos, Santos x Náutico e Atlético-MG x Ponte Preta.

A oitava classificação da elite nacional em 2013

Classificação da Série A 2013, na 8ª rodada. Crédito: Superesportes

Com quatro derrotas consecutivas na Série A, o Náutico segue afundado na zona de rebaixamento. Nesta 8ª rodada o Alvirrubro ficou pela primeira vez a uma distância superior a três pontos do 16º lugar, o primeiro fora do Z4. Ou seja, o Timbu não conseguirá sair na próxima rodada.

A rodada teve um jogo reagendado. Em virtude da decisão da Taça Libertadores, Atlético Mineiro x Ponte Preta foi remarcado para 4 de setembro. Por outro lado, uma partida da 11ª rodada já foi realizada, por causa da excursão do São Paulo à Europa. O time paulista acabou derrotado pelo Bahia.

A 9ª rodada do representante pernambucano
28
/07 – Náutico x Internacional (16h)

Jogos no estado pela elite: 1 vitória timbu, 5 empates e 4 derrotas.

A sétima classificação da elite nacional em 2013

Classificação da Série A 2013, na 7ª rodada. Crédito: Superesportes

Com mais uma goleada na conta, o Náutico segue na lanterna do Brasileirão. O time agora está a três pontos do 16º colocado, o primeiro fora da zona de rebaixamento. Só uma vitória timbu e uma derrota do Criciúma, combinadas com o saldo de gols, tirariam o clube do Z4 na próxima rodada.

Por causa de uma excursão do São Paulo à Europa, um jogo da da 11ª rodada do campeonato foi antecipado, São Paulo 1 x 2 Bahia.

A 8ª rodada do representante pernambucano
20
/07 – Botafogo  x Náutico (21h00)

Jogos no Rio pela elite: 1 vitória timbu, 2 empates e 6 derrotas.

Sem arrancada, Timbu expõe a sua limitação técnica na elite

Série A 2013, 7ª rodada: Cruzeiro x Náutico. Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press

Em um campeonato de 38 rodadas, 7 partidas representam só 18% da agenda. Ainda há muito a disputar. Tempo para reformular, treinar, repensar e reagir.

Ao Náutico, uma análise mais temerária sobre o nível técnico, agora, talvez seja relevada justamente pela baixa quantidade de partidas realizadas até aqui.

No entanto, os dados alvirrubros já assustam. Com apenas uma vitória, um empate e cinco derrotas, na lanterna do Brasileiro, o representante pernambucano repete a “arrancada” do América de Natal, em 2007.

Naquela Série A o time potiguar cravou a pior campanha dos pontos corridos no atual formato, com vinte clubes. Até aqui, o futebol timbu também não anima.

Na única vitória foi conquistada o time praticamente não atacou. É uma síntese do Náutico, já com Zé Teodoro, recheado de volantes – mas desfalcado de Elicarlos e Martinez – e com atacantes cansando de falhar nas finalizações.

A velocidade de Rogério já não vem sendo suficiente. A defesa, então, é uma calamidade, como na noite deste domingo, em mais uma derrota acachapante.

Com extrema facilidade, o Cruzeiro goleou por 3 x 0, na estreia de Berna. O goleiro saiu consciente da dura missão. A começar pelos zagueiros na sua dianteira, batendo cabeça, observando a bola de pé em pé com os adversários.

Em uma Série A o investimento é algo primordial. O planejamento estratégico não se resume a um colegiado formado a um mês do torneio. Hora de arrumar a casa, conter a pressão e voltar a fazer o dever básico na Arena. Sem os Aflitos.

Para que a estatística do Náutico não siga inspirada em outro alvirrubro…

Série A 2013, 7ª rodada: Cruzeiro x Náutico. Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press

Atlético-MG e a releitura do G12

G12 do futebol brasileiro: Vasco, Santos, São Paulo, Palmeiras, Grêmio, Fluminense, Flamengo, Cruzeiro, Atlético-MG, Botafogo, Corinthians e Internacional

* Por Fred Figueiroa

Tenho 33 anos. Isto significa que acompanho futebol com alguma consciência desde o fim dos anos 80. Ali, já sabia o nome dos jogadores, queria ir ao estádio, sofria ouvindo rádio, dava volta no quarteirão quando meu time era campeão, chorava nas piores derrotas. É natural que a visão sobre o esporte e a interpretação dos acontecimentos vá se moldando com o tempo. Mudando. Infância, adolescência, paixão, maturidade, profissionalismo. Em cada uma dessas etapas, o futebol se revela por ângulos diferentes. Mesmo tendo “estudado” a história do nosso esporte, pertenço a uma geração (e quem não pertence?) e a minha percepção do futebol é influenciada diretamente por ela.

Esta (não tão) pequena introdução foi para falar do Atlético/MG. Há uns 7 ou 8 anos virava madrugadas debatendo futebol em fóruns de discussão e comunidades no finado Orkut – fascinado com a nova possibilidade de trocar ideias e visões com torcedores de todos os clubes do país. E não existia polêmica maior (o Brasileiro de 1987 não conta) do que a real existência do conhecido G12. O grupo dos 12 maiores clubes do futebol nacional. Aqueles que todos conhecem. Ou que fomos quase adestrados a conhecer e respeitar. Eram os times que estavam todos os dias na TV, nos brinquedos, por todos os lados. Nos anos 1980, era um verdadeiro milagre encontrar um time de botão com escudos do Sport, Náutico ou Santa. Um caderno, uma toalha, um boneco, um boné… Nada. Eram apenas os quatro do Rio, os quatro de São Paulo, os dois de Minas e os dois do Rio Grande do Sul.

Porém, os tempos mudam. Os costumes, os valores, as pessoas. As fronteiras foram desaparecendo, o foco naturalmente foi sendo ampliado. E nos últimos 13 anos pelo menos sempre defendi a tese de que o tal G12 não existe na prática. Estamos condicionados a aceitá-lo, mas sobram fundamentos para renegá-lo. A distância do São Paulo ou Corinthians – em qualquer aspecto (títulos, torcida, estrutura, dinheiro) – para o Botafogo é incomparavelmente maior do que a do alvinegro carioca para clubes como Coritiba, Atlético/PR, Bahia e Sport – equipes grandes em suas regiões, com títulos nacionais e consideradas (corretamente) intermediárias no futebol brasileiro. O Botafogo – sem estádio, com torcida reduzida e ausente, e dois títulos nacionais bem esporádicos – é tão intermediário quanto os clubes que citei. O que o diferencia? Apenas a geografia e a massificação da mídia, herança dos anos 80. A decadência é visível. Nas pesquisas recentes de torcidas e números de sócios, tornou-se comum aparecer atrás dos principais times fora do eixo RJ/SP/MG/RS.

Não considero que a localização geográfica seja suficiente e determinante para fazer do G12 algo eternamente imutável. Se absolutamente tudo muda ao nosso redor, os velhos conceitos e – neste caso – preconceitos também devem mudar. Gestões, investimento, renovação da torcida, patrimônio e – sobretudo – títulos são fundamentais. Todos somados formam um grande time, assim como a tradição e a história. Costumo colocar o Atlético/MG no mesmo “bolo” de Botafogo, Coritiba e etc. O título da Libertadores pode mudar a minha visão? Claro. As circunstância também. Investimento milionário, jogadores de Seleção…É o que sempre defendi. Não vejo o futebol como uma “sociedade de castas”. Os degraus estão aí para subir e descer. E fundamentalmente: os degraus estão aí para todos.

* Fred Figueiroa é o colunista de esportes do Diario de Pernambuco