Ranking pernambucano com 101 títulos, sendo 22 amadores e 79 profissionais

Campeões pernambucanos no amadorismo (1915/1936) e profissionalismo (1937/2014). Crédito: Pedrom/DP/D.A Press

Organizado ininterruptamente desde 1915, do amadorismo ao profissionalismo, o Campeonato Pernambucano chegou ao fim de mais uma edição, a 101ª. No ranking histórico, o Santa Cruz, 28 vezes campeão, agora está a 12 títulos do Sport, o maior vencedor. Levando em conta apenas a era profissional, a partir de 1937, vantagem rubro-negra é de 9 taças. Então, como curiosidade, confira abaixo a divisão de campeões estaduais oficiais nas três vertentes.

Sobre a transição dos dois períodos do futebol local, basta notar que se neste ano o triunfo do Tricolor foi assistido in loco por 46 mil pessoas, no Arruda, no primeiro torneio o público não passou de três mil espectadores. Uma decisão de football no antigo campo do British Club, entre Flamengo e Torre.

Estádios e cifras distintas. Em vez de salários de R$ 100 mil, no passado, a caminho da profissionalização, alguns jogadores até pagavam para atuar, como mensalidades de 10 mil réis. Foi assim até a 23ª edição, quando a Federação Pernambucana de Desportos (FPD), atual FPF, registrou o primeiro contrato profissional de um atleta no estado. O clube pioneiro foi o Central, que firmou um acordo com o Atlético Mineiro para trazer o zagueiro central Zago.

Até aquele ato, o esporte vivia um amadorismo camuflado, pois vários atletas atuavam em troca de empregos em empresas no Recife. Clubes como Sport, América e Tramways já haviam flertado com o profissionalismo.

Acima disso, do football ao futebol a sede por novas conquistas se mantém.

Campeonato Pernambucano, 1915/2015 (101 edições)
40 – Sport (2014, o último título)
28 – Santa Cruz (2015)
21 – Náutico (2004)
6 – América (1944)
3 – Torre (1930)
2 – Tramways (1937)
1 – Flamengo (1915)

Era Amadora, 1915/1936 (22 edições)
7 – Sport (1928)
5 – América (1927)
4 – Santa Cruz (1935)
3 – Torre (1930)
1 – Flamengo (1915), 1 – Náutico (1934), 1 – Tramways (1936)

Era Profissional, 1937/2015 (79 edições)
33 – Sport (2014)
24 – Santa Cruz (2015)
20 – Náutico (2004)
1 – Tramways (1937), 1 – América (1944)

Sport, Santa Cruz e Náutico renegados na abertura da Jeep, um cenário recorrente

Charge: Samuca, do DP/D.A Press (adaptada)

Anunciada em 2010, a fábrica da Fiat, em Goiana, previa um investimento de R$ 3 bilhões e 3,5 mil empregos. Quase cinco anos depois, a inauguração num cenário ainda melhor, com um aporte de R$ 6 bilhões e 5,3 mil empregos gerados, com a fábrica já especificada com a marca Jeep, um dos tentáculos da multinacional criada em 2014, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA).

O primeiro modelo produzido é emblemático, o Renegade. Quando a operação da planta chegar ao pico, a expectativa é de 10 mil pessoas empregadas. O número faz parte da projeção do produto interno bruto de Pernambuco, que deve dobrar até o fim desta década, batendo na casa de R$ 140 bilhões, incluindo o desenvolvimento no complexo de Suape.

Agora, o futebol. Nesse tempo todo, dirigentes de Náutico, Santa e Sport tentaram estreitar a relação com a empresa, através de encontros em bloco com a direção regional. Dentro da própria Fiat “parecia” haver a ideia de que um investimento nos três grandes clubes seria uma forma interessante de “marcar espaço na região” – em 2010, houve uma articulação sobre uma cota de R$ 200 mil, não firmada. Não seria a primeira vez. Em 2003, a Fiat bancou o patrocínio-master de Cruzeiro, Atlético-MG e América. Não por acaso, a montadora tem uma fábrica em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Contudo, a abertura da Jeep em Pernambuco coincidiu com a notícia do novo patrocínio ao Flamengo, inicialmente de R$ 4,5 milhões (barra traseira da camisa). A escolha partiu para um claro viés nacional. Em termos de mercado, é bem compreensível. E caso os clubes locais sigam renegados, este será mais um exemplo de um cenário já alertado, sobre a não reversão do crescimento econômico do estado para o esporte. Exceção feita à Itaipava, presente em Itapissuma, e com o naming rights da Arena Pernambuco e a exploração de espaços e bares no Arruda, nenhuma grande indústria aberta por aqui nos últimos tempos se articulou para patrocínio de camisa, o formato mais rentável.

No texto publicado há quatro anos, o blog fez o seguinte questionamento:
Inércia dos clubes, falta de interesse das indústrias ou negociações arrastadas?

Considerando a abertura do trio, talvez seja falta de interesse mesmo…

Timbu lucra R$ 1,5 milhão em uma semana, com classificação e venda de jogador

Copa do Brasil 2015, 2ª fase: Jacuipense 0x2 Náutico. Imagem: Fox Sports/reprodução

Josimar e Patrick Vieira garantiram ao Náutico a (necessária) cota de R$ 560 mil na Copa do Brasil. Em duas jogadas iniciadas pelo lado esquerdo, em onze minutos do segundo tempo, o Timbu matou o confronto contra o Jacuipense, pela segunda fase da Copa do Brasil. A vitória por 2 x 0 colocou o time pernambucano na terceira etapa, garantindo uma verba extra. Aliás, a semana foi proveitosa, pois dois dias antes o clube confirmara a venda de 50% dos direitos econômicos do meia Marcus Vinícius ao Cruzeiro, por R$ 900 mil – permanecendo com 30%.

E o Alvirrubro ainda ganhou mais R$ 57.762 da renda do jogo, valor correspondente a 60% da arrecadação em Riachão do Jacuípe, pois eliminou a partida de volta. Logo, para quem está com a conta corrente assolada, como comprova o balanço financeiro de 2014, essa receita de R$ 1, 517 milhão num espaço tão curto, ainda que parcelada, chega num momento muito oportuno. Com a Série B batendo à porta, exigindo a chegada de reforços, o que já começou a correr, como indica a presença de Fabiano Eller.

Na próxima fase da Copa do Brasil, os comandados de Lisca – expulso por reclamação, apesar da vitória – enfrentarão o Flamengo na Arena Pernambuco, num duelo cujo classificado às oitavas de final colocará R$ 690 mil no bolso. Por enquanto, essa verba segue no campo da projeção, mas o dinheiro vivo, aos poucos, vai aparecendo nos Aflitos…

Copa do Brasil 2015, 2ª fase: Jacuipense 0x2 Náutico. Imagem: Fox Sports/reprodução

Hernane Brocador, das redes sociais para a missão da camisa 9 na Ilha do Retiro

Charge de Hernane Brocador no Sport. Arte: Mário Medeiros/divulgação

O atacante Hernane, o “Brocador”, foi confirmado como reforço do Sport para o Brasileirão de 2015. Com um histórico de 45 gols em 85 jogos pelo Flamengo, o jogador é bastante popular nas redes sociais. Basta conferir seus números, com 51 mil seguidores no twitter e 1,4 milhão no facebook. E foi através desses perfis que ele se comunicou com os torcedores rubro-negros (de Pernambuco).

A charge foi postada com o seguinte texto:
“Recebi essa charge do Mário Medeiros e gostei. Espero fazer uma bonita história também aqui no Sport. Obrigado pelo carinho!”

Será a solução? A camisa 9 da Ilha do Retiro está vaga há muito tempo…

Salgueiro x Flamengo, a maior bilheteria da história do interior pernambucano

Borderô oficial de Salgueiro 0x2 Flamengo, pela 2ª fase da Copa do Brasil de 2015. Crédito CBF/reprodução

A CBF homologou em seu site o borderô do jogo Salgueiro 0 x 2 Flamengo, pela segunda fase da Copa do Brasil de 2015. A demora na publicação se deve ao fato de o clube carioca ter se recusado a assinar o documento, por não aceitar os números apresentados pelo Carcará – já o presidente do time sertanejo denunciou “uma evasão de renda”. Oficialmente, foram 7.553 espectadores e uma renda de R$ 570.200, a maior da história do interior pernambucano.

A curiosidade é o fato de que apenas 4.751 pessoas pagaram ingresso (com valores entre R$ 100 e R$ 200). Entre os outros 2.802, foram 800 entradas para autoridades, 100 para a patrocinadora Traffic, 800 para o patrocinador do próprio clube e 1.102 crianças. Ou seja, 37% do público presente entrou de graça.

Como o confronto foi definido em apenas uma partida, o Fla ficou com 60% da renda líquida (R$ 221 mil). Ao Salgueiro, eliminado, 40% (R$ 147 mil).

No dia da partida, a arrecadação figurou em 30º lugar entre as maiores rendas do futebol pernambucano no Plano Real. Veja a lista atualizada aqui.

O quadro dos técnicos da Série A antes da estreia e de sua consequente pressão

Técnicos da Série A 2015 reunidos na CBF. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

A CBF realizou o 1º Encontro de Técnicos da Série A, no Rio de Janeiro.

Dos 20 clubes inscritos na competição deste ano, 17 foram representados no evento, incluindo Eduardo Batista, do Sport, e nomes tarimbados como Luis Felipe Scolari (Grêmio), Vanderlei Luxemburgo (Flamengo), Oswaldo de Oliveira (Palmeiras), Marcelo Oliveira (Cruzeiro) e Levir Culpi (Atlético-MG).

O objetivo do encontro era “conversar e debater ideias sobre futebol”, com direito a mesas redondas apenas para os técnicos da elite. Até aí, ok. No entanto, com a rápida rotatividade no comando técnico no país, vale registrar a imagem da reunião e compará-la ao desfecho do Brasileirão, na 38ª rodada.

Neste contexto, entra a implantação das ideias discutidas na confederação brasileira, com resultados práticos na organização tática/estrutural das equipes. Sobre Felipão, que foi convidado pelo presidente Marco Polo Del Nero para sentar na mesa principal, ficou a seguinte frase no seu discurso:

“A derrota para a Alemanha não mudou o futebol brasileiro. Continuamos tendo grandes técnicos, excelentes jogadores. Mas claro, temos que evoluir sempre, e é isso que este encontro nos proporcionará”.

Se o 7 x 1 não mudou, será que o encontro de técnicos mudará?

Técnicos da Série A 2015 reunidos na CBF. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Marco Aurélio, o ministro (flamenguista) do STF que decidirá o recurso de 1987

Caso de 1987 no Supremo Tribunal Federal. Crédito: reprodução

O ministro Marco Aurélio Mello será o relator do recurso extraordinário sobre o título brasileiro de 1987, que chegou ao Supremo Tribunal Federal.

Caberá a ele decidir se o processo será ou não julgado no STF. Maco Aurélio é um decano em Brasília. A sua nomeação para a mais alta instância da justiça brasileira aconteceu em 1990, através do então presidente Fernando Collor.

A papelada já foi enviada para o seu gabinete, com recebimento confirmado pelo site oficial do tribunal. Ainda não há data para a divulgação de sua análise.

Natural do Rio de Janeiro, Marco Aurélio Mello é torcedor do Flamengo.

Aos olhos da lei, não faz diferença. Segundo o artigo 101 da Constituição Federal, um ministro precisa ter “notável saber jurídico e reputação ilibada”.

A escolha do relator aconteceu em um sorteio entre os ministros da casa.

No recurso extraordinário de número 881864, o Flamengo terá como advogado Rodrigo Fux, enquanto o Sport inscreveu João Humberto Martorelli e Arnaldo Barros, presidente e vice do clube, respectivamente.

A decisão pode encerrar polêmica sobre o título, Sport ou Sport/Fla. Ou não…

Encolhido diante do Fla, Salgueiro cai no Cornélio e fica com apenas 40% da renda

Copa do Brasil, 2ª fase: Salgueiro 0x2 Flamengo. Foto: CHICO PEIXOTO/LEIAJÁIMAGENS/ESTA

A missão do Salgueiro contra o Flamengo era sobreviver. Ou seja, levar o confronto ao segundo jogo, ao Maracanã. Sem dúvida, conhecer o palco mais lendário do futebol mundial seria um passo enorme na história do Carcará, mas, em termos de finanças, não cair no jogo ida valeria muita coisa.

No regulamento da Copa do Brasil, em confrontos definidos em apenas uma partida, possíveis nas duas primeiras fases, a arrecadação é dividida, com 60% para o time classificado e 40% para o eliminado.

Com ingressos a R$ 100, a renda no Cornélio de Barros foi de R$ 570.200. Logo, o clube pernambucano ficaria com 40% (R$ 228 mil) ou 100%. Pois é.

Infelizmente, faltou futebol para abocanhar toda a bilheteria. Claro, a diferença técnica era enorme, do tamanho da distância entre as receitas dos clubes.

Contra o Sport, pela semifinal estadual, o Salgueiro ganhou tendo apenas 30% de posse de bola. Não parece a tática ideal ceder a bola durante tanto tempo ao adversário. Diante de um time com mais vontade que o Leão, o Carcará se encolheu em seu reduto, levando o bote do Urubu.

No finzinho do primeiro tempo (Arthur Maia) e no primeiro lance do segundo (Cirino), o Fla fez 2 x 0 e avançou de forma antecipada. Cabia mais.

Aos torcedores sertanejos, valeu conferir um duelo tão aleatório no interior. Mas no fim, ao Salgueiro, nada de Maracanã na rota. E nem de renda.

Copa do Brasil, 2ª fase: Salgueiro 0x2 Flamengo. Foto: ADEMAR FILHO/FUTURA PRESS/FUTURA

O apetite do Carcará, à espera do Urubu

Charge de Samuca no Diario de Pernambuco de 22/04/2015

Salgueiro e Flamengo disputam um jogo histórico no Cornélio de Barros. É a primeira partida oficial do clube mais popular do país no sertão pernambucano.

Festa à parte no aguardado confronto pela Copa do brasil, nesta quarta-feira, o Carcará vem fazendo boa temporada. Haja apetite.

Em termos de resultados, já venceu em seus domínios os três grandes clubes da capital. Deu o bote no Timbu, no Leão e na Cobra Coral.

Nos traços de Samuca, a fome bateu os olhos no Urubu…

Podcast 45 (120º) – Náutico e Sport na Copa do Brasil, Sula e semifinais do PE

As classificações e objetivos de Náutico e Sport na Copa do Brasil foram analisados no 45 minutos por óticas distintas. No Alvirrubro, o resgate técnico e a necessidade das cotas. No Leão, uma campanha até a provável saída para a disputa da Sul-Americana. Por sinal, na vitória contra o Cene, a torcida protestou bastante contra o técnico Eduardo Batista. Era para tanto? O assunto também entrou na pauta, assim como as semifinais do Estadual – com a “volta” do Santa – e a expectativa para o duelo entre Salgueiro e Flamengo, pela Copa do Brasil.

Nesta 120ª edição, com 1h21min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!