Final com mais de 100.000 torcedores, somando ida e volta, cada vez mais rara

Castelão, em Fortaleza. Crédito: Portal da Copa/Ministério do Esporte

Até a década de 1980 não era incomum ver uma decisão no Brasil com mais de 200 mil pessoas somando os dois confrontos. A limitação da capacidade nas arquibancadas e a recente modernização dos estádios reduziu bastante a lotação. Tanto que a última decisão com mais de 100 mil espectadores, com ida e volta, aconteceu em 2009, no Estadual do Rio de Janeiro.

Na ocasião, o Botafogo levou a Taça Guanabara e o Flamengo ganhou a Taça Rio. Na finalíssima do futebol carioca, dois empates em 2 x 2 no Maracanã, com o Mengão conquistando o título nos pênaltis. Na primeira partida, 63.063 pessoas. No domingo seguinte, mais 84.027, totalizando mais de 147 mil torcedores. Na prática, só é possível superar a marca em dois jogos no Maracanã ou um no Maraca e outro no Mané Garrincha, em Brasília.

Recorde à parte, a barreira dos 100 mil torcedores pode voltar a ser quebrada na final da Copa do Nordeste de 2015, entre Ceará e Bahia. A decisão da Lampions começa em Salvador, em 22 de abril, com 50.223 lugares à disposição na Fonte Nova. No dia 29, em Fortaleza, mais 64.846 assentos no Castelão.

Abaixo, num levantamento a partir da última final com 100 mil pessoas, confira todas as decisões no país (ida e volta) nos 13 campeonatos nos quais havia a possibilidade de um público gigantesco – tendo estádios inscritos com capacidade superior a  50 mil espectadores. Teoricamente, Maranhão (Castelão), Goiás (Serra Dourada) e Pará (Mangueirão) também poderiam registrar marcas próximas, mas não obtiveram públicos suficientes.

Obs. As Séries A e B não têm final, funcionando nos pontos corridos.

Recopa Sul-Americana
2013 – 67.741 (Corinthians x São Paulo)

Copa do Brasil
2009 – 87.724 (Corinthians x Inter)
2010 – 48.171 (Santos x Vitória)
2011 – 49.508 (Vasco x Coritiba)
2012 – 46.375 (Palmeiras x Coritiba)
2013 – 73.485 (Flamengo x Atlético-PR)
2014 – 58.364 (Atlético-MG x Cruzeiro)

Copa do Nordeste
2013 – 26.712 (Campinense x ASA)
2014 – 86.785 (Sport x Ceará)

Copa Verde
2014 – 71.843 (Brasília x Paysandu)

Série C
2009 – 20.292 (América-MG x ASA)
2010 – 16.032 (ABC x Ituiutaba)
2011 – 35.188 (Joinville x CRB)
2012 – 11.245 (Oeste x Icasa)
2013 – 59.788 (Santa Cruz x Sampaio Corrêa)
2014 – 41.539 (Macaé x Paysandu)

Série D
2009 – 16.579 (São Raimundo x Macaé)
2010 – 8.930 (Guarany x América-AM)
2011 – 68.998 (Tupi x Santa Cruz)
2012 – 41.127 (Sampaio Corrêa x Crac)
2013 – 23.643 (Botafogo-PB x Juventude)
2014 – 11.258 (Tombense x Brasil)

Pernambucano
2009 – sem final
2010 – 50.878 (Sport x Náutico)
2011 – 92.412 (Santa Cruz x Sport)
2012 – 76.080 (Santa Cruz x Sport)
2013 – 65.007 (Santa Cruz x Sport)
2014 – 56.234 (Sport x Náutico)

Baiano
2009 – 56.957 (Vitória x Bahia)
2010 – 55.394 (Vitória x Bahia)
2011 – 33.012 (Bahia de Feira x Vitória)
2012 – 63.420 (Bahia x Vitória)
2013 – 51.909 (Vitória x Bahia)
2014 – 59.404 (Bahia x Vitória)

Cearense
2009 – 80.131 (Fortaleza x Ceará)
2010 – 77.682 (Fortaleza x Ceará)
2011 – sem final
2012 – 30.564 (Ceará x Fortaleza)
2013 – 57.861 (Ceará x Guarany)
2014 – 60.981 (Ceará x Fortaleza)

Paulista
2009 – 54.119 (Corinthians x Santos)
2010 – 68.355 (Santos x Santo André)
2011 – 48.869 (Santos x Corinthians)
2012 – 93.895 (Santos Guarani)
2013 – 53.245 (Corinthians x Santos)
2014 – 64.167 (Ituano x Santos)

Carioca
2009 – 147.090 (Flamengo x Botafogo)
2010 – sem final
2011 – sem final
2012 – 43.544 (Fluminense x Botafogo)
2013 – sem final
2014 – 75.381 (Flamengo x Vasco)

Mineiro
2009 – 85.675 (Cruzeiro x Atlético)
2010 – 71.704 (Atlético x Ipatinga)
2011 – 35.113 (Cruzeiro x Atlético)
2012 – 31.705 (Atlético x América)
2013 – 69.140 (Atlético x Cruzeiro)
2014 – 71.160 (Cruzeiro x Atlético)

Gaúcho
2009 – sem final
2010 – 86.681 (Grêmio x Inter)
2011 – 65.673 (Inter x Grêmio)
2012 – 35.070 (Inter x Caxias)
2013 – sem final
2014 – 52.713 (Inter x Grêmio)

Fonte Nova, em Salvador. Crédito: Governo da Bahia

Salgueiro avança na Copa do Brasil e arma duelo histórico contra o Flamengo

Salgueiro x Flamengo

Um jogo histórico para o sertão pernambucano, sem dúvida alguma.

O Salgueiro receberá o Flamengo na Copa do Brasil. O inédito duelo contra o time mais popular do país, no Cornélio de Barros, se tornou possível por causa da bela apresentação do Carcará em Teresina, onde goleou o Piauí por 5 x 1, com três gols de Kanu. O Mengão já havia despachado o Brasil de Pelotas.

É fato que os 10.240 lugares do estádio serão ocupados às pressas. O mando já foi confirmado pelo presidente do clube, Clebel Cordeiro, de forma antológica. “Por que o comedor de rapadura de Salgueiro só pode ver jogo pequeno no estádio e os grandes na televisão? Ele tem que assistir a todos no estádio”.

Que não haja mudança para a Arena Pernambuco por uns trocados.

No Sertão, o jogo deve ser uma atração. Se na Região Metropolitana do Recife não se discute a força das torcidas de Sport, Santa e Náutico, no interior a influência de flamenguistas e corintianos é clara. Quanto mais longe, maior. Eis os percentuais do Trio de Ferro na última pesquisa de torcida encomendada pela FPF (Instituto Opine, 2008): RMR 68,7%, Zona da Mata 51,6%, Agreste 34,4%, Sertão 11,2% e Sertão do São Francisco 6,8%. Neste caso, são 515 km.

A possível renda recorde será somada às duas cotas do Salgueiro no torneio, de R$ 200 mil na 1ª fase e R$ 240 mil na 2ª. Por sinal, este ano o clube vem obtendo receita basicamente pelos seus méritos em campo, como na campanha no Nordestão até as quartas de final, com R$ 615 mil em premiação.

Esta será a segunda ida do Fla ao interior do estado para uma partida oficial. Em 1986 passou no Agreste, na Série A. Num Lacerdão com 24.450 pessoas, perdeu do Central por 2 x 1. Chegou a vez do Salgueiro fazer história…

Refinanciamento das dívidas dos clubes em vigor, com R$ 105 milhões no Recife

A presidente Dilma Rousseff assina a medida provisória sobre a renegociação das dívidas dos clubes, em 2015. Foto: governo federal

Assinada a medida provisória sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal dos clubes de futebol. A presidente Dilma Rousseff ratificou o projeto (“MP do Futebol”) estabelecendo contrapartidas (abaixo) para o refinanciamento das dívidas públicas dos times das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro.

Os times terão entre 120 e 240 meses para quitar os débitos com a União. Entre as exigências para integrar o refinanciamento, destaque para o limite de gasto de no máximo 70% da receita para a folha do futebol profissional. Também não poderá mais haver a antecipação de receitas, algo comum nas cotas de tevê.

A medida do governo federal tem o objetivo de parar a bola de neve gerada em três décadas de administrações irresponsáveis, com as dívidas tributárias dos clubes na casa dos R$ 2,7 bilhões. As conversas haviam avançado em julho de 2014, em dois encontros reunindo dirigentes e governo, no Palácio do Planalto, em Brasília, e na sede da CBF, no Rio de Janeiro. O ato passa a vigorar imediatamente, antes mesmo de o projeto ser enviado ao Congresso Nacional.

A decisão tem uma influência direta nos maiores clubes pernambucanos. Somadas, as dívidas fiscais de alvirrubros, tricolores e rubro-negros chegam a R$ 105,1 milhões, de acordo com os últimos balanços publicados.

Dívidas tributárias (entre parênteses, a relação com todo o passivo):
Náutico – R$ 54,2 milhões (61,6% do total, R$ 87,9 mi)
Santa Cruz – R$ 34,4 milhões (48,2% do total, R$ 71,3 mi)
Sport – R$ 16,5 milhões (72,6% do total, R$ 22,7 mi)

Quem não cumprir as exigências do governo federal, após acordar um refinanciamento, poderá ser rebaixado. Resta aguardar a fiscalização…

Medida provisória do governo federal para renegociar as dívidas dos clubes brasileiros. Imagem: Ministério do Esporte/twitter

Resgate do maior público do Lacerdão, com vitória do Central sobre o Flamengo

Série A 1986: Central 2x1 Flamengo. Crédito: Central/facebook

Nunca se viu tanta gente em um jogo de futebol no interior pernambucano quanto no dia 22 de outubro de 1986.

As arquibancadas do Pedro Vitor de Albuquerque, em Caruaru, balançaram com os 24.450 torcedores presentes em uma partida histórica.

Central 2 x 1 Flamengo, pela primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Com dois gols do atacante Ronaldo, o Alvinegro fez a alegria da maioria absoluta no estádio, apesar da numerosa torcida flamenguista na região.

Hoje chamado de Luiz Lacerda, o estádio pode receber no máximo 19.478 pessoas, ainda com o status de maior palco do interior.

Há quase três décadas o “PV” foi um caldeirão, que agora pode ser visto na íntegra, num resgate da TV Patativa sobre a transmissão daquela partida. Um vídeo de quase duas horas com todos os detalhes da peleja disputada à noite.

Central, Flamengo e Série A na mesma frase… um dia foi realidade.

Supremo Tribunal Federal vai decidir o título brasileiro de 1987, com transmissão na TV

Sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília

A decisão sobre o título brasileiro de 1987, tendo apenas um campeão (Sport) ou dois (Sport e Flamengo), chegou à mais alta instância do poder judiciário do país, o Supremo Tribunal Federal, que julga apenas matérias constitucionais.

Na pauta do STF já passaram casos de mensalão, ficha limpa, julgamento de Collor, legalidade do sistema de cotas em universidades, demarcação de reservas indígenas, entre outros processos notórios. A histórica disputa futebolística entre os rubro-negros se encaixa neste perfil? Agora, aos olhos da lei, sim, pois o recurso interposto pelo Mengo, após a decisão do Superior Tribunal de Justiça, favorável à exclusividade do Leão, foi aceito no “juízo de admissibilidade de prequestionamento e repercussão geral”, a normativa máxima para que um recurso extraordinário do STJ seja aceito no Supremo.

A análise para este cenário coube à ministra Laurita Vaz, cuja decisão monocrática foi publicada para consulta pública neste 12 de março de 2015.

De acordo com o documento de duas páginas, o recurso carioca argumenta, além da repercussão geral (mesmo sendo uma questão esportiva, não dá para negar a sua existência), que o acórdão anterior sobre a disputa iniciada em 2011, após a decisão administrativa da CBF à parte do caso original, transitado em julgado em 1999, teria violado um artigo da Constituição Federal.

O texto da ministra termina assim:
Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, admito o recurso extraordinário. Remetam-se os autos ao Supremo Tribunal Federal. Publique-se.

Agora, no passo a passo do juridiquês, o caso passará por um novo processo de admissibilidade, só que no STF, cuja decisão pode sair neste ano. Caso aceito, o julgamento no Supremo deverá ser transmitido ao vivo na televisão, direto do tribunal em Brasília, através da TV Justiça.

Eis a escalação para a final: Ricardo Lewandowski, Cármen Lucia, Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki e Roberto Barroso. Ainda há uma cadeira vaga no time titular.

Entre os nomes, quatro cariocas (Marco Aurélio, Lewandowski, Fux e Barroso) e nenhum pernambucano. Teoricamente, não faz qualquer diferença.

Que o imbróglio chegue ao seu fim no STF… ao vivo, para todo o Brasil.

Sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Foto: EBC

Fair play trabalhista pode custar pontos no Brasileiro. O alerta é geral no Recife

Conselho técnico do Brasileirão 2015, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

A CBF deverá implantar no Campeonato Brasileiro o “fair play trabalhista”. No conselho técnico da competição, no Rio, a ideia foi aprovada por unanimidade pelos representantes dos vinte clubes, incluindo o Sport, naturalmente. Segundo o site da própria confederação, o “fair play trabalhista implica o cumprimento das obrigações financeiras e trabalhistas, ou seja, o clube não poderá atrasar salários dos jogadores durante a disputa da competição”.

Em caso de salários atrasados, o clube ficaria impedido por um determinado prazo para contratar reforços. Já a perda de pontos (quantidade não definida) seria a pena máxima da regra, que precisa entrar no regulamento geral de competições para vigorar já na edição de 2015.

No viés local, o Leão ficou quase oito anos sem atrasar. A sequência acabou justo este ano, em janeiro, quando atrasou o pagamento em dez dias. Ainda haverá o conselho técnico da Série B, para estender a regra. De toda forma, Náutico e Santa, com lastro financeiro menor, enfrentam problemas para manter a folha em dia. Não é incomum o atraso de até dois meses nos clubes. Nota-se que o fair play trabalhista pode mexer diretamente com o futebol pernambucano.

Folhas de pagamento dos clubes pernambucanos em 2015 (estimativa):
R$ 2,2 milhões – Sport
R$ 750 mil – Santa Cruz
R$ 350 mil – Náutico

Obs. O fair play trabalhista é diferente do fair play financeiro. Um é sobre atraso de salários. O outro, sobre o limite de investimentos, para não ficar negativado.

A tabela do Sport no Brasileirão de 2015

Campeonato Brasileiro da Série A, com a participação do Sport em 2015. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A Confederação Brasileira de Futebol divulgou a tabela básica da Série A de 2015, que terá o Sport como único representante pernambucano. Será a segunda campanha solitária seguida do clube, com sete ao todo, desde 1971.

A competição desta temporada começará em 9 de maio, segundo a tabela básica divulgada pela entidade. A estreia leonina será na Ilha do Retiro, contra o Figueirense. A CBF ainda anunciará a data detalhada (dias 9 ou 10). Na última rodada, em 6 de dezembro, na Campinas, Sport enfrentará a Ponte Preta.

Representações “solitárias” dos clubes pernambucanos na elite:
Sport – 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2014 e 2015
Náutico – 1990 e 2013
Santa Cruz – 2006

O bizarro estampado no uniforme oficial

Paulistão 2015, Rio Claro x São Paulo. Crédito: PFC/reprodução

O Corinthians receberá R$ 30 milhões da Caixa Econômica Federal, em 2015, para estampar a marca do banco no peito do seu uniforme. É o chamado “patrocínio master”, comum nos grandes clubes do país. No entanto, nem todos os times conseguem encontrar investidores com facilidade… e o jeito acaba sendo submeter o padrão a sugestões incomuns.

Botafogo e Rio Claro abusaram neste domingo. No clássico carioca contra o Fla, a Estrela Solitária estampou o preço de um celular! Por R$ 179, seria possível comprar o aparelho na “liquidação maluca da Casa & Vídeo”. Tudo isso presente na camisa. O mesmo Fogão, em 2014, estampou a polêmica Telexfree, acusada de pirâmide financeira (veja aqui).

E o que dizer do Rio Claro, recebendo o São Paulo no Paulistão? No calção, na parte de trás, o clube do interior colocou o logotipo do grupo de humor Portas dos fundos. Mais objetivo, impossível. Pelo fator bizarro, o marketing funcionou nos dois casos, gerando algum dinheiro aos dois clubes. Também ficou provado que tem quem se submeta a qualquer coisa por dinheiro.

Qual foi a marca mais “incomum” já estampada na camisa oficial seu clube?

Carioca 2015, Botafogo x Flamengo. Crédito: Marketing Esportivo/twitter

Uma final disputada anos depois. Mundial de 1978 em 2015, Brasileiro de 1987 em..

Sport final do Campeonato Brasileiro de 1987, em 7 de fevereiro de 1988. Foto: Ribamar/arquivo pessoal

Boca Juniors e Liverpool deixaram de jogar a Copa Intercontinental de 1978 por falta de datas. Foi a última vez que uma temporada não terminou com um campeão mundial interclubes. No entanto, a lacuna deverá ser preenchida.

Segundo a imprensa argentina, através do canal de televisão Tyc Sports, os dois clubes entraram num acordo para jogar a “decisão” em maio. A partida já contaria com o aval da AFA, a CBF dos hermanos. Os jogadores que disputariam o título aberto seriam os componentes dos elencos de 2015.

Uma outra edição da Copa Intercontinental segue sem campeão. Também sem acordo, Independiente e Bayern de Munique não se enfrentaram em 1975. Neste caso, ainda não há qualquer conversa para reagendar a disputa.

Por mais bizarra que a ideia possa parecer, há um precedente internacional.

Em setembro de 1999, Cruzeiro e River Plate disputaram o título da Recopa. Só que a taça sul-americana em questão era a de 1998, também não realizada no ano correto por falta de datas entre os campeões da Liberta e da Supercopa.

Fazendo um exercício de suposição, vamos a um outro ano… 1987.

Poderia ocorrer o mesmo no polêmico Brasileirão? Judicialmente, não haveria possibilidade de um confronto oficial entre Sport e Flamengo, uma vez que a questão está transitada em julgado, além do fato de o Leão ter vencido por W.O. em 27 de janeiro de 1988. De toda forma, se algo inacreditável assim saísse do papel, os rubro-negros se enfrentariam com os seus times atuais.

No post, as duas formações titulares nas decisões. A do Sport no último jogo do quadrangular final, contra o Guarani, em 7 de fevereiro de 1988, na Ilha, e a do Fla na decisão do módulo verde, em 13 de dezembro de 1987, no Maracanã.

Qual é a sua opinião sobre a disputa em campo de um título anos depois de sua data original? Entre a correção da história e o non sense.

Flamengo na final do Módulo Verde do Campeonato Brasileiro de 1987. Foto: Placar/reprodução

Título brasileiro de 1987 sob análise para entrar no Supremo Tribunal Federal

Sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília

O caso referente ao título de campeão brasileiro de 1987 irá passar por um juízo de admissibilidade de prequestionamento e repercussão geral.

Simplificando o juridiquês: é preciso preencher esses requisitos para que o maior imbróglio da história do futebol nacional chegue ao Supremo Tribunal Federal. A mais alta instância do poder judiciário do país julga apenas matérias constitucionais. Daí a necessidade de avaliar o “peso” do polêmico caso, que se arrasta na justiça comum desde 14 de janeiro de 1988.

Em 16 de abril de 2001 expirou o prazo para recurso do Flamengo sobre a sentença da Justiça Federal, de 2 de maio de 1994, o que transformou o caso em transitado em julgado, a favor da conquista exclusiva do Sport.

Num ato administrativo à parte de qualquer respeito à coisa julgada, em 21 de fevereiro de 2011 a CBF proclamou os dois rubro-negros campeões, de torneios paralelos. Logo, o Sport entrou com uma ação de respeito à sentença original, reiniciando a confusão, que foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável pelas divergências fundamentadas na lei federal.

Em 8 de abril de 2014, a terceira turma do STJ julgou por 4 votos a 1 novamente a favor do Leão. No mesmo dia, o departamento jurídico do Flamengo anunciou a intenção de estender a disputa até o STF. Dito e feito. O Mengo protocolou um recurso extraordinário, possível somente na última competência (veja aqui).

O caso está batendo à porta. Cabe à última instância do Brasil decidir pela continuidade… Do STF não passa.