A peça dourada, guardada na sede da FPF, será entregue ao campeão do primeiro turno do Campeonato Pernambucano de 2015.
Iniciado ainda em dezembro do ano passado, a fase garante aos dois primeiros colocados um lugar no hexagonal decisivo do Estadual e vagas na Série D do Brasileiro, no segundo semestre.
Há também a rara chance para os times do interior de gritar “é campeão”…
E será o primeiro campeão do novo troféu.
Mas não foi a primeira homenagem a um governador. Em 2002, um torneio com clubes intermediários antes do Estadual foi chamado de Copa Jarbas Vasconcelos. Em 2014, o primeiro turno foi chamado de Taça Miguel Arraes.
Agora, o novo batismo, com o nome do falecido ex-governador.
Um Clássico dos Clássicos com torcida invertida na Arena Pernambuco. A torcida do Náutico reduzida ao setor norte do anel superior e o público do Sport nos demais setores.
Nos quatro clássicos anteriores no local, pela Copa Sul-Americana, Estadual e Nordestão, o mando de campo foi do Alvirrubro, que tem um contrato assinado com o consórcio que administra o empreendimento. Contudo, bastou o primeiro clássico com mando rubro-negro para surgir a polêmica.
Ao negociar um pacote de dez jogos na arena em 2015, o Leão escolheu como primeiro jogo justamente o confronto contra o Timbu, em 8 de fevereiro.
A decisão fere a relação do Náutico? Seria uma inversão de campo?
O debate cresceu nas redes sociais, entre torcedores e jornalistas.
Aqui, a visão do blog.
A realização de um clássico contra o Náutico com mando do Sport, ou do Santa Cruz, em nada fere a relação dos alvirrubros com o consórcio. Primeiro porque o mando não é do Alvirrubro. E nem o estádio.
Claro, essa poderia ser uma cláusula prevista no longo contrato, privando o consórcio de abrir jogos assim. No entanto, esse tratamento diferenciado impediria a captação de recursos do empreendimento público-privado durante trinta anos. Aí, francamente, seria rasgar dinheiro (do estado).
Não é a presença da torcida alvirrubra no setor de visitante em um clássico como visitante que irá mudar a percepção do torcedor. Ou ao menos não deveria…
Em relação à inversão do mando, a história torna-se mais técnica.
Segundo o artigo 13 do regulamento geral das competições da FPF, “a modificação não se referirá às situações de inversão de mando de campo, o que considera, conforme a origem dos contendores, o âmbito das cidades no qual pertençam os clubes envolvidos, exceção feita à inversão recíproca, ou seja, a troca do mando de campos dos jogos de ida e volta, quando aprovada pelo DCO (diretoria de competições da FPF)”.
Inicialmente, a federação entendeu como inversão, tanto que vetou a mudança de praça. A direção rubro-negra argumentou que o estádio do Náutico é os Aflitos, sendo a Arena um campo “público” (e neutro), aberto a negociações com outros clubes. Não por acaso, dois contratos estão em vigor, do Náutico e do Sport.
Mais. Ainda há a obrigação, por parte do governo de Pernambuco, que os três grandes clubes do Recife joguem pelo menos duas vezes na arena para continuar fazendo parte do programa de ingressos subsidiados Todos com a Nota. Em 2014 o Santa recebeu o Porto na arena, e em 2015 o pacote rubro-negro prevê quatro partidas no Estadual.
Portanto, a inversão no Clássico dos Clássicos seria configurada com o mando do Sport exclusivamente na Ilha do Retiro, segundo o registro da FPF. E somente por isso.
O Campeonato Pernambucano de 2014 teve uma audiência média de 696 mil telespectadores por jogo no Grande Recife. Ao todo, 14 partidas foram exibidas em sinal aberto na televisão, conforme informado pelo blog (veja aqui).
Mais dados do relatório produzido pela Rede Globo para comercializar a competição foram divulgados pela FPF, com o top 10 entre as maiores audiências domiciliares na capital, segundo o Ibope Media Workstation.
O jogo mais assistido foi o Clássico das Multidões na semifinal decisiva, na Ilha, com 1.050.763 telespectadores e 39,9 pontos no Ibope. A cada 100 aparelhos ligados, 72 estavam sintonizados na partida, vencida pelos leoninos nos pênaltis. Foi a única peleja com mais de um milhão de pessoas diante da tevê.
Já a grande decisão, com o Clássico dos Clássicos na Arena Pernambuco, ficou em segundo lugar, mas mesmo assim foi o que registrou mais pontos, 43.
No balanço dos dez jogos mais vistos, eis o ranking de presença:
7 – Sport
5 – Náutico
4 – Santa Cruz
2 – Porto
1 – Salgueiro e Central
Confira também o top 10 do Estadual de 2010 a 2012 clicando aqui.
Ainda sobre audiência no futebol local, o recorde data de 18 de fevereiro de 2009, no jogo Colo Colo 1 x 2 Sport, na Libertadores, com 57 pontos.
O programa estatal do Todos com a Nota, com ingressos promocionais no futebol pernambucano, conta atualmente com 420.698 usuários cadastrados na Região Metropolitana do Recife, portadores de cartões magnéticos. Desde a implantação do sistema, a inscrição de novos cartões não parou de crescer, mas vem num ritmo menor a cada ano. Hoje, se aproxima de meio milhão.
O coordenador de futebol do Todos com a Nota, Gustavo Aguiar, informou ao blog os dados absolutos das três maiores torcidas da capital na distribuição dos cartões solicitados desde o primeiro semestre de 2010, quando o processo foi informatizado. Os percentuais são praticamente os mesmos até hoje.
Para não haver confusão na compreensão dos dados, o quadro não se refere à quantidade de ingressos do TCN por time, mas à quantidade de pessoas capacitadas para a reserva do ingresso em cada agremiação. O Sport, por exemplo, conta com 207 mil cadastrados, mas só tem direito a 8 mil ingressos na Ilha. Já o Náutico, com 89 mil torcedores registrados no programa, pode ceder até 15 mil bilhetes promocionais na Arena Pernambuco.
Nº de portadores de cartões magnéticos
2011 – 200 mil adesões
2012 – 100 mil adesões (total de 300 mil)
2013 – 67 mil adesões (total de 367 mil)
2014 – 53 mil adesões (total de 420 mil)
Sport
2011 – 99.000 pessoas (49,50%)
2012 – 148.000 pessoas (49,33%); +49.000 adesões
2013 – 177.448 pessoas (48,27%); +29.448 adesões
2014 – 207.174 pessoas (49,24%); +29.726 adesões
Santa Cruz
2011 – 58.000 pessoas (29,00%)
2012 – 88.000 pessoas (29,33%); +30.000 adesões
2013 – 109.931 pessoas (29,90%); +21.931 adesões
2014 – 124.372 pessoas (29,45%); +14.441 adesões
Náutico
2011 – 43.000 pessoas (21,50%)
2012 – 64.000 pessoas (21,33%); +21.000 adesões
2013 – 80.240 pessoas (21,83%); +16.240 adesões
2014 – 89.152 pessoas (21,19%); +8.912 adesões
Este cenário é o reflexo geral das três maiores torcidas de Pernambuco?
Talvez o mais correto seja dizer o óbvio, que este quadro mostra uma camada da população que consome o futebol via TCN, na troca por notas fiscais. De toda forma, também serve como mais um indício ao velho debate.
A direção de competições da Federação Pernambucana de Futebol divulgou a tabela do hexagonal do título do Estadual de 2015, que marcará o centenário da entidade, a ser comemorado em 16 de junho.
A fase principal contará com Sport, Náutico, Salgueiro, Santa Cruz e mais os dois melhores do primeiro turno, a chamada Taça Eduardo Campos.
A abertura oficial do campeonato será logo com um Clássico das Multidões!
Trata-se de um fato raro nas competições da FPF. A última vez que um clássico abriu uma edição foi em 1996, com o empate em 2 x 2 entre Sport e Náutico, na Ilha do Retiro, numa partida exibida na tevê para todo o país pela Band.
Em 2015, o hexagonal irá de 1º de feveiro a 5 de abril, sendo disputado nos fins de semana. Somente uma rodada foi modificada neste sentido, por causa do carnaval. Nas demais semana, as quartas e quinta-feiras foram reservadas para o Nordestão, que ocorrerá paralelamente ao certame pernambucano.
Lembrando que após as dez rodadas os quatro melhores avançarão para as semis, com o vencedores disputando posteriormente a decisão estadual.
Pernambuco terá apenas três representantes na Copa do Brasil de 2015.
Sport (campeão), Náutico (vice) e Salgueiro (3º lugar) se classificaram através do campeonato estadual de 2014.
Havia a expectativa de que o Santa também conseguisse a sua vaga, mas através do ranking da CBF. O Tricolor seria o último dos dez times agraciados pela lista. Para isso, o Vitória teria que entrar como vice-campeão baiano.
Mas acabou não sendo o caso…
Espertamente, a federação baiana distribuiu as duas vagas obrigatórias na competição local usando o próprio ranking da CBF a seu favor. Vamos explicar.
Com Bahia e Vitória bem colocados no novo ranking, a necessidade de entrar via Estadual é baixa. Então, não haveria motivo, em tese, para a FBF dar uma vaga ao vice – só o lugar do campeão é obrigatório, enxerga a entidade.
Assim, a federação da Boa Terra deu uma vaga ao melhor time da primeira fase, a Jacuipense, valorizando a disputa sem os grandes. Um detalhe polêmico: o regulamento da Copa do Brasil aponta que os estados com duas ou mais vagas precisam classificar os campeões e vices-campeões (!!!).
Segue o caso com a terceira vaga baiana, sequer utilizada no estadual. Foi para um torneio seletivo, fato que também ocorre no Ceará. Por aqui, seria algo como a Copa Pernambuco valer um lugar na Copa do Brasil, o que nunca ocorreu.
Assim, o estado da Bahia conseguiu emplacar quatro clubes entre os 86 participantes do mata-mata nacional, sendo um deles pelo ranking.
E a FPF seguiu com três, também porque o Tricolor está numa colocação ruim no ranking nacional. Afinal, ficou atrás até do ASA…
As participações dos times pernambucanos na Copa do Brasil (1989/2015):
Santa Cruz e Sport – 21
Náutico – 20
Central e Salgueiro – 2
Porto – 1
A cerveja deverá ser liberada no futebol pernambucano em 2015.
Até o dia 17 de dezembro o projeto para autorizar a comercialização e o consumo de cerveja nos estádios locais deverá ser votado no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, a Alepe.
A cerva está vetada nas arquibancadas desde a publicação da lei estadual em 24 de março de 2009, de autoria do deputado Alberto Feitosa.
Dois anos depois do veto – sem uma mudança de fato na violência – foi criado um novo projeto, com uma alteração na redação. De autoria de Antônio Moraes, o projeto de lei ordinária nº 584/2011 visava a liberação apenas da cerveja, excluindo outras bebidas alcoólicas, como vodca, uísque, cachaça etc.
Ou seja, não se pretendia revogar a lei vigente, mas derrogá-la, mudando só um artigo. Contudo, a proposta estava parada desde 22 de maio de 2012.
Após muita discussão, o projeto foi desengavetado e já foi considerado legal pela Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da casa.
Agora, terá na sequência as comissões de saúde, finanças e esporte. Na assembleia não se espera objeção nessas análises. No entanto, a bancada evangélica deverá ser uma ferrenha opositora.
A articulação está de tal forma que uma cervejaria já mostrou interesse em adquirir o naming rights do Estadual pelos próximos quatro anos. O acordo está condicionado à liberação, como revelou o presidente da FPF, Evandro Carvalho.
Em 2009, a Ambev voltou atrás no acordo com a federação justamente por causa da lei. Na ocasião, foi desfeito um contrato de R$ 800 mil.
Não por acaso, o Campeonato Pernambucano de 2015 começou sem um nome patrocinado, como ocorria há quatro anos. Por enquanto…
Com dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro, considerando todas as 100 edições do Campeonato Pernambucano, eis o ranking histórico de pontos do Estadual, desde 1915 até 2014. Quem mais jogou? Quem venceu mais?
Abaixo, a lista com os 68 times. Antes, confira as ressalvas do historiador.
Embora relacionados com nomes diferentes, são o mesmo clube: 1) Great Western e Ferroviário 2) Sport Caruaru e Atlético Caruaru
3) Santo Amaro, Casa Caiada, Recife e Manchete.
Clubes distintos, apesar da “mudança de nome”: 1) Destilaria – Cabense
2) Desportiva Pitu – Desportiva Vitória – Acadêmica Vitória.
A Colligação SR sofreu 4 gols, mas mesmo assim perdeu 5 vezes, pois foi derrotado uma vez por WO.
As vitórias passaram a valer três pontos a partir de 1995, como consta na FPF.
O Santa foi o único presente em todas as edições. Náutico e Sport disputaram 99 e 98, respectivamente. Em 1915, o Timbu e o Leão não concordaram com a Liga. Já em 1978 o Rubro-negro ficou de fora sob sob protesto na FPF.
Em 2015 a única novidade é o Atlético Pernambucano, o 69º participante.
A bola oficial do Campeonato Pernambucano é produzida pela Penalty desde 2008. Na oitava temporada do contrato com a FPF, a fabricante manteve o modelo S11 Pro, de oito gomos, utilizado nos campos locais desde 2012. A pelota é, na verdade, uma adaptação da “Bola 8”, usada nas competições anteriores.
As cores laranja, azul, verde e vermelho estampam o branco geral. Esse modelo deverá ser utilizado somente nas primeiras fases do Estadual. A partir da semifinal, deve ganhar uma edição especial, como ocorreu nos últimos dois anos. Em 2013, foi criada a Duelo Final, que ganhou o desenho da taça e a cor marrom. Em 2014 surgiu a bola inspirada na bandeira do Brasil, com o nome Gorduchinha, em uma homenagem ao locutor Osmar Santos, que costumava dizer “pimba na gorduchinha” durante as partidas.
Portanto, a bola apresentada para 2015 vai rolar nos 86 jogos da Taça Eduardo Campos, o primeiro turno, e no hexagonal do título. Depois, é bom esperar outra bola…
O trabalho de base no Ninho do Gavião já completou duas décadas. Dos campos no centro de treinamento próximo à BR-232 saíram jogadores que depois alcançaram a Seleção e até a Copa do Mundo, como Josué, em 2010.
O clube caruaruense chegou a embolsar de uma vez R$ 5,1 milhões, na transferência do Rômulo do Vasco para o Spartak da Rússia, em 2013. O volante era cria da casa e um percentual ainda cabia ao Porto. Assim, com investimento na base e retorno na venda dos direitos econômicos, o presidente do Porto, José Porfírio, não só mantém como vai ampliando a sua estrutura.
E a base, por sua vez, vai justificando desde cedo o reconhecimento. Se no profissional o máximo que o time conseguiu foi o vice-campeonato estadual em duas oportunidades, em 1997 e 1998, no júnior o clube acaba de faturar o seu terceiro título no século XXI, tornando-se o terceiro maior vencedor do Sub 20. Pois é, passou o Santa Cruz – que, não por coincidência, não possui um CT.
Nesta terça, na Arena Pernambuco, os meninos do Porto – boa parte disputou a Série D – repetiram a última decisão da categoria contra o Náutico. O Timbu buscava o tri. Parou no tricolor de Caruaru, comandado por Janduir, que segurou na raça no empate em 1 x 1. Havia vencido no Lacerdão por 1 x 0.
As taças estão começando a ir para Caruaru. O trabalho para isso justifica…
Saiba mais sobre a estrutura de base do Porto aqui.
Campeões pernambucanos de juniores desde 2001:
1) Náutico – 2005, 2007, 2009, 2012 e 2013
2) Sport – 2001, 2006, 2010 e 2011
3) Porto – 2004, 2008 e 2014
4) Santa Cruz – 2002 e 2003