Clausura da Série B

Projeção do primeiro turno da Série B 2006/2009A Série B engatou a quinta marcha.

Em 10 dias, serão disputadas três rodadas, encerrando o primeiro turno da competição.

Ou seja, 19 jogos para cada um dos 20 times.

Então, chegou a hora dos velhos prognósticos matemáticos sobre as chances dos rivais centenários, focando o acesso (ainda).

Ao lado, o grático com todos os 16 clubes que conseguiram o acesso na era dos pontos corridos, implantado em 2006, com as campanhas no primeiro turno. Na legenda da arte:

P1: 1º turno; P2: 2º turno; PF: pontuação final.

No Náutico, o técnico Alexandre Gallo está certo.

Ele quer pelo menos 33 pontos. Trata-se de um número bem razoável nas edições anteriores.

A média histórica em 19 jogos do clube que acaba com a 4ª vaga no fim é de 29 pontos.

O Timbu tem uma oportunidade enorme de ir além disso. Tem dois jogos nos Aflitos e um fora, contra o lanterna Vila Nova.

O Sport, com 20 pontos, precisa de 100% de aproveitamento nesta reta final da primeira metade da Segundona. Para ficar no limite!

Caso contrário, o Leão vai ter que arrancar a la Usain Bolt no returno, como o América/RN, há quatros anos. Para subir, o Mecão, que era o 11º lugar, teve uma campanha com 11 vitórias, 3 empates e apenas 5 derrotas no returno.

Não é toda vez que isso acontece, apesar da esperança.

Algumas curiosidades das duas metades do Brasileiro:

  • Os líderes da Serie B no 1º turno em 2006 e 2007 sequer conseguiram o acesso.
  • Os quatro primeiros no 1º turno de 2009 foram os mesmos na pontuação final.
  • O pior desempenho de um time no returno, mesmo com acesso, foi de 29 pontos.

Aos pernambucanos, o lembrete: o número de erros possíveis da Série B está se esgotando… Perder ponto em casa é meio caminho andado para a Segundona de 2011.

Empate, de direito. Derrota, de fato

Série B-2010: Sport 0 x 0 Vila Nova. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Em 15 jogos, o Vila Nova tinha apenas 2 vitórias e 1 empate.

E 12 derrotas!

Lanterna disparado da Série B.

Para o Sport, em ascensão na competição, parecia o adversário ideal.

Mas não tem jeito…

O complexo de Lázaro do Sport, há um bom tempo, falou mais forte. É aquela sina de levantar defuntos. No fundo, a torcida já parecia saber. O temor era verdadeiro.

Foi um 0 x 0 frustrante na Ilha, com mais de 23 mil pessoas na noite desta terça-feira.

O sonho rubro-negro do acesso à elite do futebol brasileiro ficou muito distante.

Nos primeiros 45 minutos, o Leão até pressionou, na base da pressão da Ilha do Retiro. Fechadinho, o Vila segurou a bronca.

No segundo tempo, o Sport ficou com um ataque ainda mais qualificado, com Marcelinho Paraíba, Ciro e Wilson. Mas não resultou em gol.

O setor de criação já havia ficado comprometido naquele momento pela expulsão do zagueiro César. Fora o fato da péssima atuação de Da Silva, substituído, e da lentidão irritante de Igor. Que os reforços da defesa se recuperem logo!

Mas a zaga não levou gol, é verdade. Mas “pediu”, pois o fraco time goiano teve pelo menos três grandes chances de marcar o gol da vitória.

No fim, empate. Um ponto. Um passo curto.

Muito pouco. Empatar em casa com o 20º lugar é quase uma derrota.

Para muitos torcedores, até foi…

Caminhos da Ilha

Floresta

O temor existe.

De forma curiosa, os torcedores do Sport estão transformando o jogo contra o Vila Nova, nesta terça-feira, em uma “final” de Série B.

Para muitos, o jogo marca qual caminho o Leão vai seguir na competição.

Em busca do acesso ou do ostracismo?

O prognóstico até conspira a favor do Sport: o time deverá jogar na Ilha do Retiro diante de um grande público e contra o lanterna da Segundona.

O clube goiano abraçou a última colocação na 7ª rodada e não largou mais. Esta noite será a 16ª… Apesar disso, veio o temor da velha tradição de levantar “defuntos”.

O Leão vem numa arrancada bem tímida e ainda está a 8 pontos do G4.

Ganhou uma colocação por rodada nas últimas quatro partidas. Saiu do 16º para o 13º lugar (veja AQUI). Foram dois empates como visitante e duas vitórias como mandante.

Um triunfo diante do Vila Nova, e os pernambucanos têm futebol para isso, poderá colocar a equipe entre as 10 primeiras da Série B pela primeira vez em 2010.

Até o momento, a melhor colocação foi um 12º lugar na 8ª e 9ª rodadas. Muito pouco para o dito “carro-chefe” da competição. Talvez isso comece a mudar diante do Vila.

A esperança de ver dias melhores na Ilha caminha ao lado do temor de não haver solução nesta Série B. Com a resposta, a trupe de Marcelinho Paraíba.

Saberemos a escolha logo mais, entre 21h e 23h.

Sopro de vida

Eletrocardiograma do Sport...

Após uma semana de boas notícias e uma vitória suada na Ilha do Retiro, o Sport esperava fechar o “ciclo” com uma vitória em Bragança Paulista. O triunfo não veio.

O time não venceu, mas também não perdeu.

Diante do Bragantino, no interior paulista, uma bola na trave para cada lado… Nenhum gol para cada, 0 x 0. Um ponto cada um.

Marcelinho Paraíba atuou durante 78 minutos e teve uma estreia regular, buscando o jogo e arriscando algumas tabelas. Não finalizou como se esperava, mas mostrou potencial para crescer junto com o time, perdido no meio da tabela, em 14º lugar.

É nesse ponto que a torcida rubro-negra se agarra para continuar com a esperança de buscar o acesso à elite nacional em 2011.

Para quem já estava aceitando a ideia de brigar apenas para não cair para a Terceirona, já é um alento. O Sport retorna com um pontinho na bagagem, ok. Mas para quem vai gastar mais de R$ 1 milhão por mês até o fim do ano, falta muita coisa…

O Sport ganhou um ponto ou perdeu dois em Bragança Paulista?

Céu de brigadeiro. Ilusão?

Série B-2010: Sport 2 x 1 Figueirense, na estreia do técnico Geninho. Foto: Heitor Cunha/Diario de Pernambuco

A chuva caía na Ilha… Tudo a ver com o momento. Depois de ótimas notícias nas últimas 24 horas, com as contratações do atacante Marcelinho Paraíba e do técnico Geninho, perder em casa no dia seguinte seria o anticlímax. Pois estava acontecendo.

E não era para qualquer equipe, mas para o bem organizado time do Figueirense. Tanto que a vitória parcial por 1 x 0 levava o Figueira para a liderança da Série B.

No segundo tempo, Geninho, já na beira do gramado, começou a implantar mudanças no Sport… Uma delas era quase uma exigência da torcida. A displicência do talentoso meia Eduardo Ramos havia chegado (ou ultrapassado) ao limite.

Houve a troca. Houve a melhora. E veio a consequente virada no placar. Primeiro com um oportunista Ciro, que aproveitou uma bobeira do goleiro adversário e sofreu o pênalti. Bateu com raiva e empatou. Chegou a 9 na Segundona e é o artilheiro.

Depois, veio o atacante Dairo, outro contestado. Bateu com ainda mais violência, de fora da área. Golaço, Sport 2 x 1. A nove pontos do G4.

O céu ainda está longe. Mas é de lá que vem o principal reforço para a temporada. Nesta quarta, o voo de Marcelinho Paraíba chegará às 11h40 no Aeroporto Internacional dos Guararapes. Novos ares na Ilha. Já era hora.

Camarão em lata

O técnico Geninho é conhecido pelas boas histórias no mundo do futebol. Bem humorado, o treinador contou certa vez um causo em sua primeira passagem no Sport, em 2007, durante a resenha com os jornalistas. História da época em que comandou o Al-Ahli, da Arábia Saudita, há cinco anos.

O país no Oriente Médio proíbe a bebida alcoólica por causa da religião islâmica. É crime até mesmo a posse de um simples long neck de cerveja.

Mas sempre tem algum jogador brasileiro que gosta de um bom “copo”…

PitúDurante algumas semanas, alguns atletas (nem pense em perguntar os nomes deles ao treinador) desembarcaram na capital Riad com latinhas de cachaça… Latinha da famosa Pitú.

Desconfiados, os funcioários da alfândega árabe perguntavam do que se tratava aquelas latas.

Em inglês, uma reposta bem direta:

“É camarão enlatado”.

“Ok. Pode passar.”

E a aguardente entrou no ultrafechado país muçulmano, em uma ação perigosa, apenas para saciar a “sede” da boleirada.

Certo dia, um policial balançou a lata na revista no aeroporto. Caía o disfarce brasileiro!

Com muita conversa, ninguém foi preso. E a Pitú parou de entrar no “mercado”.

Veja o site oficial do técnico de 62 anos AQUI.

73 minutos de ventania

A segunda-feira é considerada como um dia morto para o futebol.

O dia é, tradicionalmente, o único sem jogos oficiais na semana.

Domingo é o dia mais nobre, da elite nacional. A Série B comanda nas terças e sextas. Quartas e quintas são da Série A. E tanto A quanto B dividem o sábado.

Diario de Pernambuco: 10/08/2010. Capa do caderno de esportesMenos a segunda… Dia para pautas mais  “frias”, num jargão para reportagens que podem ser utilizadas em dias não específicos, sem perder o teor da notícia.

Ocasionalmente, acontece um furacão.

Este 9 de agosto assolou as redações pernambucanas. Papéis voaram.

Após fulminar uma ilha, é claro.

Enquanto eu terminava a minha matéria sobre a Arena da Copa, o repórter Alexandre Barbosa, setorista do Náutico, ia se virando no computador do lado, ligando e recebendo telefonemas do Sport.

O setorista do Rubro-negro, André Albuquerque já havia ido para casa.

Era o começo da ventania na Ilha do Retiro.

Primeira rajada de vento: 21h23.

Marcelinho Paraíba, experiente atacante de 35 anos. Contratado a peso de ouro, com salário de R$ 110 mil, dos quais R$ 60 mil devem sair do bolso do Leão.

Para mim, o dia já tinha a sua grande notícia. Fui para o cinema, pegar a velha última sessão: Meu malvado favorito. Às 21h20, no Shopping Recife. Um 3D de ótima qualidade.

Começa o filme, pra lá de divertido. O celular toca uma vez. Era Fred Figueiroa, amigo e editor da primeira página do Diario. Podia ser qualquer resenha. Deixei pra lá.

Não atendi, mas mandei uma mensagem simples: “cine”.

Poucos minutos depois, tocou novamente. Fred de novo. Preocupante… Saí rapidamente para retornar a ligação.

A voz apressada disse logo:  “Cerezo caiu”.

“Como é que é…? Por que…?!”

Porque Geninho está chegando. Já quer comandar o time contra o Figueirense.”

Cerezo havia caído às 22h05, pelo Twitter, e Geninho havia sido confirmado às 22h36, por telefone. Voltei para o filme. Continuei rindo bastante (assistam). Mas já curioso.

Saindo de lá, na volta para casa liguei para a Redação do jornal. Lá estava Fred, cuidando da capa do jornal. E também André Albuquerque, aquele mesmo que havia ido embora à tarde… O vento o levou de volta, voando, para o Diario.

Já passava de meia-noite quando comecei a me atualizar dos fatos. Após uma leitura no site Superesportes (veja AQUI), a compreensão do furacão de 73 minutos.

Furacão que mudou o Sport, que deixou o time com um atacante de qualidade para atuar ao lado de Ciro e com um técnico renomado e de grande aceitação da torcida.

A ventania só não trouxe os pontos para a tabela da Série B. Ainda.

Sessentões no comando

Lori Sandri, novo técnico do Santa Cruz

O Santa Cruz anunciou o seu treinador para 2010.

O experiente Lori Sandri, de 60 anos, voltará a comandar o Tricolor após 25 anos. Esteve na campanha do Pernambucano de 1984, quando a Cobra-Coral ficou com o vice-campeonato.

Assim, o técnico completou o trio de sessentões nos grandes do Recife.

Givanildo Oliveira, que também vai assumir o Sport só na próxima temporada, tem 61.

Os mesmos 61 anos do alvirrubro Geninho, o mais “velho” de todos, pois nasceu em 15 de maio de 1948. No entanto, Geninho ainda não confirmou a sua permanência no Náutico em 2010.

Lori, um ex-volante, iniciou a carreira de treinador em 1975, no Pinheiros/PR. Oito anos depois foi a vez de Givanildo, que deixou de ser volante para trabalhar apenas na área técnica. Em 1984, o ex-goleiro Geninho assumiu o gaúcho Novo Hamburgo.

Três nomes com bagagem suficiente para suportar a pressão de um Estadual que promete ser quente devido à péssima situação dos grandes locais.

Por outro lado, os três nomes mostram que Pernambuco não seguiu, pelo menos neste momento, a tendência atual do futebol brasileiro, com uma nova safra de treinadores. A “nova” geração conta com nomes que penduraram as chuteiras nos anos 90, como Gallo e Adílson Batista. Treinadores com pouco mais de 40 anos.

Serve apenas como curiosidade… 😎

Comandante de Série A

Com apenas 10 rodadas do Campeonato Brasileiro, o Náutico já teve 2 técnicos. Cada um comandou o time em 5 partidas. Primeiro, Waldemar Lemos, e depois Márcio Bittencourt, que perdeu todos os 5 jogos.

Assim, o Timbu segue afundado na zona de rebaixamento. A queda de Bittencourt já era esperada, e desde então dois nomes foram especulados em Rosa e Silva: Alexandre Gallo e Geninho.

Série A-2009: Atlético-PR 2 x 3 NáuticoO primeiro parecia mais real, já que está num patamar salarial na realida alvirrubra. Mas o Náutico fechou mesmo foi com Geninho. Pra mim, uma grande contratação. O Náutico será o 15º time de Geninho no Brasileirão desde 1987, quando ele estreou na elite.

Em 2007, comandando o Sport, Geninho pegou o Leão na zona de rebaixamento e por muito pouco não classificou o time (que havia acabado de sair da Série B) para a Copa Sul-Americana.

Campeão brasileiro em 2001 com o Atlético-PR (vídeo abaixo), ele começou a edição de 2009 da Série A no próprio Furacão, mas acabou deixando o time após um péssimo início. Foram 4 derrotas e um empate. Uma das derrotas foi diante do próprio Náutico, na Arena da Baixada, por 3 x 2, de virada (foto).

Abaixo, os números de Geninho na primeira divisão nacional.

349 jogos

131 vitórias
92 empates
126 derrotas

1 título (2001)
14 clubes