Mancha no futebol

Confusão no setor destinado aos alvirrubrosCerca de 2 mil torcedores do Náutico viram o jogo na Ilha do Retiro, na curva entre a arquibancada frontal e a geral do placar. Após o primeiro gol do Timbu (marcado por Gilmar), uma bomba foi lançada da geral do placar – onde estavam os torcedores do Sport – para o setor alvirrubro.

Paralelamente a esse fato, integrantes da organizada Fanáutico foram até divisa das torcidas para provocar, mas foram contidos pelos PMs. Os policiais, porém, usaram spray de pimenta para dispersar, causando correria. Durante o episódio, mais uma bomba foi arremessada, mas dessa vez no sentido inverso.

Torcedores do Sport detido pela PMHouve um confronto generalizado entre policiais militares e torcedores, e o saldo, como não poderia deixar de ser, foi de vários feridos, muitos deles sem absolutamente nada a ver com a confusão.

Vários torcedores do Náutico foram atendidos na beira do campo (alguns com sagramentos, outros vítimas de desmaios), nas ambulâncias que estavam no estádio.

No final, cinco “torcedores” (3 do Sport e 2 do Náutico) foram detidos. Cinco policiais também saíram feridos e foram encaminhados ao IML, para fazer exame de corpo de delito. Revoltados, os torcedores alvirrubros começaram a chamar a PM de “pior polícia do Brasil”.

Uma confusão que manchou o clássico, infelizmente.

Valeu a pena esperar

Um jogão de bola.

Foram 28.801 torcedores nas arquibancadas da Ilha, no maior público da história do confronto na Série A. Um jogo brigado, corrido, técnico.

O visitante foi quem abriu o placar. Belo gol de Gilmar, que dominou bem e finalizou no cantinho. Festa vermelha e branca no primeiro tempo.

Últimos instantes da primeira metade do clássico. Bola na área. Carlinhos Bala tenta chutar, mas não alcança a bola. Esperto, Durval aproveita a chance e manda um míssil de canhota. Eduardo ainda espalma. Mas não adiantou. Mandante empata, 1 x 1.

Comecinho do segundo tempo. Roger ganha a disputa com Vágner pelo lado esquerdo da área, vira e manda para as redes. Mais um belo gol na Ilha do Retiro.

Vitória na base do vira-vira? Seria, se o endiabrado Willian  – após vacilo da zaga rubro-negra – não tivesse deixado Felipe livre, cara a cara com Magrão. Mortal, o atacante deixou tudo igual mais uma vez, 2 x 2.

Um empate justo em um jogo quente.

Outros aspectos igualaram a partida. Foram 40 faltas durante os 90 minutos, sendo 20 de cada lado. Uma expulsão para cada um também. Mas o Náutico também teve o seu comandante expulso.

Um Roberto Fernandes fora do sério, que acabou saindo de mais cedo de cena.

O Sport fica estacionado na classificação (11º, com 41 pontos), enquanto o Náutico respira na luta para permanecer na elite (15º, com 31).

Pena que um jogo assim acabe tão rápido. Agora, só em 2009, no ano do centenário da rivalidade mais antiga do Nordeste.

Confira abaixo alguns lances do Clássico dos Clássico deste domingo, registrados pelo fotógrafo Helder Tavares, do Diario.

Contra o relógio

Fila grande para a troca dos 15 mil ingressos da campanha Todos com a NotaFaltam exatamente 24 horas para começar o Clássico dos Clássicos, o último em Pernambuco neste ano.

Para os torcedores de Sport e Náutico parecem, na verdade, que ainda restam 50, 60 horas para o início da partida…

“Vair chegar  segunda-feira mas o relógio não marca 17h10 do domingo”, exageram alguns.

A Ilha do Retiro estará lotada, com certeza. Os rubro-negros serão maioria, exercendo o direito do Sport, o mandante, que terá 90% dos bilhetes disponíveis.

Os alvirrubros, por sua vez, deverão esgotar os 3.200 ingressos cedidos ao clube. Barulho garantido do lado vermelho e branco também.

Alvirrubros confiantes na vitóriaNa sexta-feira, enquanto os leoninos se acotovelavam na Ilha na para a troca dos 15 mil bilhetes promocionais do Todos com a Nota, torcedores do Náutico (foto ao lado) alugaram um ônibus para ir até o centro de treinamento do clube, no bairro da Macaxeira.

Demonstração de apoio, confiança e paixão. Dos dois lados, é claro. Será um jogaço.

Caso você tenha lido rápido, agora faltam 23 horas e 59 minutos para o apito inicial.

Fotos: Ricardo Fernandes/DP

Experiência de 1950

Copa do Mundo de 1950: Chile 5 x 2 EUA. Foto: Fifa

Na expectativa, o Recife deverá ser confirmada pela CBF como subsede da Copa do Mundo no dia 31 de março do ano que vem. Há 58 anos, porém, o estado teve a sua primeira a experiência em um Mundial.

Nunca uma Copa do Mundo ficou tão perto do Recife como na tarde do dia 2 de julho de 1950. Os pernambucanos acompanharam os mundiais anteriores pelo rádio e até por telégrafo. Mas naquele dia, no entanto, Chile e Estados Unidos entraram em uma Ilha do Retiro bem diferente da atual para uma partida válida pela 1ª fase.

Debaixo de chuva, mais de 9 mil pessoas viram a vitória chilena por 5 x 2 (foto acima), sendo este o único jogo realizado em todo o Norte-Nordeste. E não foi nem um pouco fácil para Pernambuco ser escolhido como sub-sede da Copa. As reformas no estádio do Sport duraram cerca de um ano, uma vez que os abnegados rubro-negros tiveram que cumprir todos os requisitos da Fifa no prazo estipulado.

A manchete do Diario de Pernambuco do dia 2 de julho foi “Chega ao Recife o Campeonato do Mundo”, mostrando detalhes do jogo, que previa casa cheia. Informava, inclusive, que várias caravanas de outros estados do Nordeste estavam se deslocando para Pernambuco, apenas para acompanhar aquele duelo histórico.

Apesar do público oficial de 9 mil torcedores divulgado no site da Fifa, o Diario noticiou na época que cerca de 20 mil pessoas lotaram as dependências da Ilha do Retiro. Para a decepção dos pernambucanos, porém, a partida foi uma lástima, como afirma um dos textos da reportagem do dia seguinte do Diario, onde até o termo “pelada” foi utilizado.

Os EUA chegaram a igualar a partida em 2 x 2, mas os chilenos acabaram deslanchando e golearam com gols de Cremaschi (2), Robledo, Riera e Prieto. A partida foi assistida na tribuna de honra pelo ex-presidente da Fifa, Jules Rimet, e pelo então governador do estado, Barbosa Lima Sobrinho. Abaixo, a ficha do jogo.

Chile 5 x 2 Estados Unidos

Data: 02/07/1950; Local: Ilha do Retiro; Árbitro: Mário Gardelli (Brasil); Assistentes: Mario Ruben Heyen (Paraguai) e Alfredo Alvarez (Bolívia); Gols: Robledo (16) e Riera (32 do 1º tempo); Wallace (2), John Souza (3), Prieto (15) e Cremaschi (9 e 37 do 2º tempo); Público: 8.501; Renda: 290 mil cruzeiros
Chile: Livingstone; Riera, Machuca, Prieto e Busquet; Farias, Ibanez, Cremaschi e Robledo; Alvarez e Rojas. Técnico: Arturo Bucciardi
Estados Unidos: Borghi; John Souza, McIlvenny, Pariani e Wallace; Colombo, Maca, Bahr e Edward Souza; Gaetjens e Harry Keough. Técnico: Bill Jeffrey

Foto: site da Fifa

Enquete: quem vencerá o Clássico dos Clássicos?

Sport e Náutico irão se enfrentar pela 16ª vez em Brasileiros no próximo dia 19, na Ilha do Retiro (17h10). O jogo será a partida de número 489 dos dois rivais, que jogaram pela primeira vez em 1909. Quem sairá vencedor neste novo duelo?

Capa do Diario em 14 de julho de 2008Sport?

Náutico?

Empate?

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Clássico dos Clássicos
488 jogos

191 vitórias do Sport
165 vitórias do Náutico
131 empates
1 jogo de placar desconhecido (disputado em 29 de março de 1931, mas sem registro nos jornais dos dias seguintes)

Na foto da capa do Diario de 14 de julho (ao lado), Bala chuta para abrir o placar na vitória por 2 x 0 sobre o Timbu, no clássico do primeiro turno da Série A. Durval, de voleio, fechou o placar.

Ilha, o pior gramado para a torcida

Para os jogadores, o pior gramado é o dos Aflitos (como mostrou em uma reportagem nacional do Globo Esporte), enquanto a Ilha do Retiro vem em 2º lugar. A enquete do blog mostrou que apesar disso, os torcedores pensam diferente, pois as posições se inverteram. Confiram o resultado final.

Qual é o pior gramado da Série A?

  • Ilha do Retiro (50%, 41 votos)
  • Aflitos (34%, 28 votos)
  • Outro (16%, 13 votos)

Total de votos: 82

Nem levantou defunto nem enterrou

Zé do CaixãoO cronômetro marcava 46 minutos dos segundo tempo. Foi o momento em que comecei a escrever o post sobre o jogo entre Sport e Vasco, na noite desta quarta, na Ilha.

A imagem ao lado era para ilustrar a fama que o Sport tem de levantar defuntos… “Levanta-te, Lázaro“, dizia o Leão para o clube carioca até aquele momento, quando Ciro – mesmo capengando – empatou.

Um 2 x 2 ruim, apesar do ponto conquistado no finalzinho. O Vasco havia perdido os últimos 6 jogos na Série A. Mas mesmo assim, ainda teve forças para virar a partida na Ilha, com 2 gols de Leandro Amaral. O Sport havia feito primeiro, com o quase xará Kassio.

Em 8 jogos contra times cariocas neste Brasileirão foram 5 derrotas, 2 empates e apenas 1 vitória, contra os reservas do Fluminense. Quase um Madureira.

Pelo menos ficou uma certeza: contratem logo o Leandro Amaral para a Libertadores…

Você pode ler mais sobre o cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão, clicando AQUI.

Cazá x Casaca

Sport e Vasco se enfrentaram na Ilha pela última vez em 21 de maio de 2008. Vitória do Sport por 2 x 0Pelas cores e composições das torcidas (com presença em massa em todas as camadas sociais), o Sport tinha tudo para ter o Flamengo com um clube aliado em sua história.

Mas não foi o caso. A cisão, que começou a ser desenhada em 1982, aconteceu em 1987, com a polêmica sobre o título brasileiro daquele ano.

Mas essa aproximação aconteceu justamente com o maior rival do rubro-negro carioca, o Vasco.

O próprio título de 1987 tem uma ligação direta com o Vasco, pois o regulamento oficial da competição – com o cruzamento dos módulos Amarelo e Verde – foi assinado por Eurico Miranda, representante do Vasco e do Clube dos 13 no Conselho Arbitral do Brasileirão. O curioso é que depois da bronca toda, Eurico tentou contestar a sua própria decisão. Não adiantou.

Ademir Menezes, artilheiro do Sport no Pernambucano de 1941, com 11 golsPara o Vasco, o Sport mandou também as suas maiores revelações.

Ademir Menezes, em 1942.

Vavá, em 1951.

Almir Pernambuquinho, em 1957.

Juninho Pernambucano, em 1995.

Quatro craques. Que honraram não só o Sport como todo o estado.

E o quer dizer então do grito de guerra das duas torcidas?

Idênticos. Ou quase isso… Enquanto os leoninos gritam “cazá, cazá”, os vascaínos dizem “casaca”.

No Vasco, Ademir formou o "Expresso da Vitória", maior time do clube carioca em todos os temposNão importa. De um jeito ou de outro, a turma é mesmo boa.

E é mesmo da fuzarca.

Nesta quarta, o Vasco será o rival na Ilha. Desesperado, o time carioca segura a lanterna do campeonato com força. Vasco que foi coadjuvante na noite da profecia de Carlinhos Bala, que após a semifinal da Copa do Brasil avisou: “Deus me disse que o Sport será o campeão“.

Falando em Bala, ele soltou outra pérola ontem. O atacante/ala/meia/profeta/apresentador de dvd afirmou que o Sport não poderá mais cochilar nos jogos, e principalmente nesta rodada, pois a partida começará às 22h… Poisé.

Os dois piores gramados do Brasil

O gramado dos Aflitos é o pior da Série A?Os gramados dos estádios pernambucanos utilizados na Série A estão realmente em baixa. Em uma eleição feita pela equipe de reportagem do Globo Esporte – exibida nesta quarta-feira -, os 20 capitães dos clubes quem disputam o Brasileirão apontaram os piores (e melhores) campos da competição.

O resultado foi o pior possível para o estado (apesar de previsível). A Ilha do Retiro era apontada como barbada, mas quem “venceu” foi o estádio dos Aflitos, que teve 45% dos votos (9).

Mas em 2º lugar não teve jeito. A casa rubro-negra ganhou a prata, com 5 votos, sendo um deles surpreendente, mas aos mesmo tempo sincero. O zagueiro Durval não teve dúvidas e votou na Ilha. Desde 2006 no clube, ele até conhece os buracos do campo, mas isso não quer dizer que esteja satisfeito…

Apesar de feio, o campo da Ilha não "venceu" a enquete...“O pior é o nosso, mas depois vem os Aflitos” , disse o capitão do Sport. Já o melhor campo do Brasileirão, segundo a enquete, é o Beira-Rio, do Inter, que teve 25% (5 votos), numa disputa apertada com o Morumbi e Palestra Itália, ambos com 4.

Curiosamente, a Arena da Baixada, considerada por muitos como um verdadeiro tapete, chegou a ter um voto na escolha do pior gramado.

Você concorda com a eleição? OPINE!

Fotos: Alcione Ferreira/DP (Aflitos) e Edvaldo Rodrigues/DP (Ilha). Post com a colaboração de André Albuquerque.

O futebol-arte estava aqui

Juninho, iniciando a carreira no SportSport e São Paulo irão se enfrentar no domingo em um jogo que deverá marcar o maior público do Leão neste Brasileiro. São esperados cerca de 30 mil torcedores. Essa será a 39ª vez que os dois times irão se enfrentar (contabilizando todas as competições e amistosos). Já ocorreram grandes jogos, como a vitória rubro-negra por 4 x 3 em 2000, com um gol de Nildo nos instantes finais.

Mesma situação em 1998, quando o atacante Robson marcou aos 48 minutos do segundo tempo, incendiando os 48 mil presentes na Ilha. Mas de todas essas partidas, a fantástica goleada por 5 x 2, em 1994, é mesmo um marco na história do clube. O São Paulo tinha um timaço e havia vencido os dois últimos Mundiais Interclubes. Já o Sport realizava um bom Brasileirão, com uma safra ainda melhor de jovens jogadores, como Leonardo e Juninho Pernambucano.

E eles brilharam naquele 1º de novembro de 1994, quando 30 mil pessoas pagaram ingresso para ver uma das maiores exibições do Sport Club do Recife na última década. Os gols do Leão foram marcados por Fábio (2 vezes), Dedé (um golaço), Leonardo e Juninho (apontado pela imprensa na época como o melhor em campo). Descontaram para o adversário Axel e Caio.

Juninho, com 17 anos, já suando na IlhaCom apenas 19 anos, Juninho – hoje no Lyon, da França – já mostrava personalidade de gente grande. “Enfrentamos a melhor equipe do mundo, que é o São Paulo, e que tem jogadores do nível de Seleção Brasileira. Mas é sempre bom fazer os gols e aproveitar as oportunidades”, afirmou o eterno reizinho da Ilha, no final da partida.

Abaixo, veja os gols da partida, em uma matéria de Stênio José, hoje colunista do Diario de Pernambuco, mas que naquele ano trabalhava na Rede Globo.

Sport 5 x 2 São Paulo – 01/11/1994

Local: Ilha do Retiro. Árbitro: Dacildo Mourão. Gols: Dedé aos 8, Leonardo aos 28, Axel aos 44 e Fábio aos 45 do primeiro tempo; Fábio aos 11, Juninho aos 28 e Caio aos 38 do segundo tempo. Público: 30.249 pagantes
Sport: Jefferson; Givaldo, Adriano, Gilton e Dedé; Dário (Borçato), Chiquinho, Juninho e Zinho; Fábio (Wender) e Leonardo. Técnico: Givanildo Oliveira
São Paulo: Zetti; Cafu, Junior Baiano, Murilo (Ailton) e André Luiz, Doriva, Alemão, Axel e Palhinha (Toninho), Euller e Caio. Técnico: Telê Santana

Retrospecto geral – 38 jogos
8 vitórias do Sport
9 empates
21 vitórias do São Paulo

Últimos jogos na Ilha do Retiro:
1992 – Sport 0 x 0 São Paulo
1994 – Sport 5 x 2 São Paulo
1996 – Sport 2 x 1 São Paulo
1998 – Sport 1 x 0 São Paulo
2000 – Sport 4 x 3 São Paulo
2001 – Sport 1 x 0 São Paulo
2007 – Sport 1 x 2 São Paulo

Fotos: arquivo pessoal de Juninho