O novo uniforme do São Paulo para esta temporada foi lançado à estratosfera, no limite da camada de ozônio. A um passo da mesosfera…
A camisa tricolor alcançou 30 mil metros de altitude, num esacalada registrado por uma câmera digital, numa boa jogada de marketing da Penalty, a fornecedora.
Apesar do status de “inédito”, há uma campanha bem parecida feita há apenas um ano.
A Umbro aplicou a ideia de um torcedor, curiosamente, e mesma. Na ocasião, também enviou um balão com a camisa à estratosfera.
Lembrou até a carrida especial de soviéticos e americanos entre os anos 60 e 70…
As receitas do futebol brasileiro vêm crescendo num ritmo acelerado.
São novas fontes de receitas e renegociação com antigos parceiros econômicos.
No entanto, o caminho inverso também se mostra severo. O outro lado da moeda.
Se em 2011 o faturamento absoluto do futebol nacional chegou a R$ 2,7 bilhões, as dívidas bateram na casa dos R$ 4,7 bilhões…
Em 2003 o passivo dos clubes era de R$ 1,2 bilhão. Ou seja, o rombo aumentou 306%. Os dados são do estudo do consultor de gestão esportiva Amir Somoggi (veja aqui).
Da dívida total, com as iniciativas pública e privada, os 12 doze principais clubes do país agregam R$ 3.385 bilhões, ou 72%!
Entre as causas, endividamento bancário e outros tipos de empréstimo, além do reconhecimento de dívidas antigas com diferentes órgãos públicos.
Com um histórico de péssimas administrações, mesmo com o bom momento da economia nacional, os quatro grandes clubes cariocas ocupam os cinco primeiros lugares.
1) Botafogo – R$ 564 milhões
2) Fluminense – R$ 405 milhões
3) Vasco – R$ 387 milhões
4) Atlético-MG – R$ 368 milhões
5) Flamengo – R$ 355 milhões
O quarteto carioca deve R$ 1,7 bilhão. Se fosse num país um pouco mais sério, talvez esses débitos fossem executados um dia – sob pena de punições inclusive no âmbito esportivo -, e não empurradas com a barriga para a administração seguinte.
Vale ressaltar que as dívidas pernambucanas também não são das menores. Eis os dados aproximados, segundo levantamento do blog.
Sport – R$ 120 milhões (2009)
Santa Cruz – R$ R$ 69.775.334 (2011)
Náutico – R$ 62.442.207 (2011)
Neymar estabeleceu um novo patamar econômico no futebol brasileiro.
Nunca um jogador profissional havia faturado tanto em um ano jogando no país.
Nem Pelé.
O craque do Santos, de apenas vinte anos, encerra 2012 em alto nível técnico e com um faturamento pessoal de incríveis R$ 60 milhões (veja aqui).
A conta vai além do salário no Peixe. Ao todo, um pool de onze patrocinadores despeja mais de R$ 3 milhões a cada trinta dias. Completa a receita do atleta aparições em eventos, ações corporativas e seus produtos licenciados. Saiba mais aqui.
A renda obtida pela maior aposta do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 foi superior à receita operacional dos grandes clubes de Pernambuco.
Em 2012, o Sport gastou R$ 55 milhões, a maior cifra da história do clube. O Náutico chegou a R$ 30 milhões, enquanto o Santa Cruz empacou em R$ 14,3 milhões.
Antes de Neymar, Ronaldinho Gaúcho era o dono do maior salário no futebol brasileiro, com R$ 1,8 milhão, quando assinou com o Flamengo em 2011. Contudo, as ações de marketing de R10 no time carioca foram escassas.
Na ocasião, Ronaldinho tinha uma renda anual superior ao Santa, mas em um contexto provocado pela presença coral na Série D, sem cota de televisão, uma receita vital.
Agora não. Neymar aparece à frente de clubes que disputaram a elite, como o Botafogo. Não por acaso ele ocupa o 13º lugar entre os atletas mais bem pagos do mundo.
Essa inversão na ordem do faturamento será uma tendência a partir de agora?
Para parte dos clubes tradicionais, possivelmente. Mas existem as agremiações que já estão se adaptando ao novo mercado. Mais do que isso. Estão criando o novo mercado.
Turbinado pela supercota de TV, o Corinthians prevê um orçamento de R$ 300 milhões em 2013, numa escala que não deve terminar cedo. Enfim, enxergou a Fiel, que deverá formar o maior quadro de sócios do continente. Hoje, o Timão tem 106 mil membros.
No entanto, em um cenário mais amplo, com pelo menos vinte clubes de massa e mercado viável, a “concorrência” com Neymar será real.
Outros jogadores de ponta deverão seguir o mesmo modelo no país, aproveitando a estabilidade econômica. Cada vez mais ações à parte do uniforme clubístico.
Aos clubes, a necessidade de desenvolver mais ações com as suas torcidas para gerar novas receitas. Neymar pode ter sido só o primeiro aviso da nova ordem econômica.
Quem não se adaptar a esta realidade poderá ficar bem para trás em breve…
Campeão mundial em 2000, o Corinthians busca em 2012 o seu segundo título oficial, desta vez credenciado pela conquista da Taça Libertadores.
No acesso à Série A, há quatro anos, o clube alvinegro viveu uma reviravolta financeira.
Mudou a visão mercadológica, antes atrelada ao Clube dos 13. Passou a caminhar só. Atraiu patrocinadores de peso e fechou contratos com a televisão ainda maiores.
Somando esses dois vetores, uma receita líquida de R$ 162,5 milhões só este ano. Paralelamente a isso, repaginou o seu programa de sócios, então subutilizado.
Atualmente, conta com 103 mil membros. Caso o percentual de crescimento seja mantido, o Timã0 ser tornará o clube com mais sócios na América Latina ainda em 2013.
Dinheiro, visibilidade e força da torcida, que enviu mais de 10 mil torcedores ao Japão para acompanhar o time no Mundial de Clubes da Fifa.
Não por acaso, um estudo lançado acaba de colocar a sua marca como a mais valiosa entre os clubes de futebol do país, com um valor estipulado em R$ 1 bilhão (veja aqui).
A “mundialização” do Timão já preocupa setores do esporte brasileiro, que enxergam num futuro não muito distante um cenário semelhante ao da Espanha, como Barcelona e Real Madrid de forma dominante. No Brasil, o contraporte paulista seria o Flamengo.
Mesmo com tanto destaque, o escudo do centenário Corinthians parece precisar de um pouco mais de afinco na divulgação e fiscalização. Antes da vitória na semifinal contra o Al Ahly, nesta quarta, uma emissora de TV do Egito estampou o escudo do Corinthians, mas do primo pobre alagoano, fundado em 1991 e com apenas um título estadual.
Que na final, conta Monterrey ou Chelsea, o distintivo não vire uma nova gafe global.
Tradicional mascote do futebol brasileiro, o timbu surgiu em 1934. Quase oitenta anos depois, o marsupial foi repaginado em um concurso público promovido pelo Náutico.
Mais de 60 desenhos foram avaliados por uma comissão julgadora formada por designers e membros do departamento de marketing do Alvirrubro.
O novo mascote, que irá integrar inúmeras campanhas do clube a partir de agora, além de um apreço maior junto ao público infantil, foi revelado nesta quarta-feira.
Os mascotes do Mundiais de 2010 (Zakumi, na África do Sul) e 2014 (Fuleco, no Brasil) foram usados como referência e fonte de inspiração segundo o clube.
O vencedor foi o torcedor Ítalo Cavalcanti, que receberá um prêmio de R$ 2 mil. Abaixo, outras versões que marcaram o Timbu nos últimos anos, na internet, entre imagens oficiais e modelos criados pelos próprios torcedores.
Saiba mais sobre a história do mascote do Náutico clicando aqui.
Torcedor alvirrubro, qual é a sua opinião sobre o novo mascote do clube?
Com a velocidade das redes sociais e o crescente volume de pssoas conectadas, há cada vez menos espaço para ideias publicitárias de longa gestação.
No esporte, imagens publicitárias são reveladas pelas empresas instantes depois ao feito alcançado, ao título conquistado ou até mesmo a uma derrota histórica.
Publicidade acompanhada de produtos, uma vez que o objetivo é fazer dinheiro.
Neste domingo, bastou Messi marcar 2 gols com o Barcelona e chegar a 86 em 2012, tornando-se o maior goleador em um ano, para a Adidas homenageá-lo. Marketing puro.
O argentino superou os 85 gols anotados pelo alemão Gerd Müller em 1972 (veja aqui).
Curiosamente, Müller também calçava uma chuteira produzida pela fabricante de material esportivo. Era o modelo “Adidas 2000”, que apesar do nome tinha uma tecnologia jurássica se comparada às levíssimas chuteiras da atualidade.
Com o recorde de Messi, nada melhor que promover a AdiZero f50, utilizada por Messi.
Parabéns a Messi sim, mas faturando, e muito, ao mesmo tempo. Não se surpreenda se logo depois algum vídeo viral cair na rede. Faz parte da trama da campanha all in.
Esse é mercado atual, cada vez mais integrado à internet, às redes sociais, ao olhar instantâneo do público. Um minuto de atraso tornou-se uma eternidade nos negócios…
Dois dos mais populares atletas do mundo, Lionel Messi, craque do Barcelona, e Kobe Bryant, astro dos Lakers, tiveram trabalho para disputar a atenção de uma criança…
A mistura de futebol e basquete está no comercial da companhia aérea Turkish Airlines, em um divertido vídeo que alcançou a marca de 15 milhões de acessos em 3 dias.
Nos últimos dois anos, a empresa ganhou o prêmio “Europe’s Best Airline”, oferecido pela consultoria britânica Skytrax.
No Brasil, por enquanto, a Turkish Airlines só aterrissa em Guarulhos, em São Paulo.
Nota-se que o objetivo da propaganda é universalizar a marca turca. Gol e cesta.
Chegando ao mercado a edição limitada da Brahma para Sport, Náutico e Santa Cruz.
As latas de cerveja terão o formato de 473 ml, o popular latão.
Os representantes locais firmaram contrato para o projeto de latas customizadas com as cores das agremiações. Outros 32 times do país fizeram o mesmo, todos inseridos na campanha de marketing da Ambev, “Brasil Melhor Futebol do Mundo.”
Além do trio do Recife, outros nordestinos estão no pacote, como Bahia, Vitória, Ceará, Fortaleza, ABC e América. Não por acaso, a empresa, que possui 33 unidades de negócio na região, irá investir R$ 804 milhões em infraestrutura no Nordeste.
O lançamento das latas especiais já havia sido comentado no blog aqui.
A última linha de cerveja licenciada dos clubes pernambucanos havia sido produzida em 2000, quando os três rivais estamparam a série “Kaiser Clube”, de 350 ml, abaixo.
Atualmente, a lei estadual impede o consumo de cerveja dentro dos estádios.
Fora, agora é possível até um golinho com um layout personalizado do seu time…
Na Europa, é quase cultural a confecção de camisas oficiais celebrando as conquistas.
Não apenas “uma” conquista, mas a quantidade absoluta.
Camisas de algodão ou até réplicas do uniforme oficial, com o mesmo material de jogo. Tanto faz, o que importa é o produto à disposição do torcedor.
Acima, exemplos da Juventus, Ajax, Manchester United, Real Madrid, Milan e Inter.
Nota-se que não é regra ostentar apenas o recorde absoluto de títulos. Até porque cada torcida tem orgulho de seus troféus, somados através dos tempos.
A ideia poderia ser aplicada nos campeonatos estaduais, como o Pernambucano.
No Brasil, esses certames não vêm tendo o devido foco no marketing dos clubes. Comemora-se o título, erguendo a taça e com a volta olímpica, pronto.
É possível estender essa conquista de uma maneira comercial…
Os supermercados já estão cheios de ovos de Páscoa nas prateleiras.
De todos os tamanhos e sabores. De diversas marcas.
Vários deles, personalizados. Com clubes de futebol.
De fato, um dinheirinho a mais no caixa é sempre válido no futebol. Um fôlego a mais.
Mas parece que mais uma vez os times pernambucanos vão ficar de fora do bolo (de chocolate)…
A Nestlé lançou ovos de Páscoa dos principais clubes de São Paulo e da Bahia. Já a Arcor lançou modelos dos times cariocas.
Do Nordeste, foram apenas os grandes de Salvador mesmo: Bahia e Vitória. A primeira edição foi em 2009. O ovo de chocolate tem 180 gramas, e ainda vem com um brinde (boneco estilo toy art) e uma cartela de adesivos.
Para utilizar as marcas da dupla Ba-Vi, a Nestlé assinou um contrato de licenciamento com os clubes, garantindo o pagamento de royalties. Cash.
Será mesmo que o público consumidor dos times pernambucanos fica tão abaixo dos rivais baianos? Duvido… 😯