Com uma boa dose de ironia, o técnico Mazola Júnior falou sobre a sua permanência no comando técnico Sport após o triunfo no Arruda.
Na verdade, ele respondeu aos críticos. Muitos. O blog, inclusive.
A pressão era enorme. Aliviou bastante após o clássico…
A vitória por 3 x 1 sobre o Santa deu tranquilidade para os quatro dias de folia.
Do grupo, que segue em treinamento.
E da torcida, que deverá se “fantasiar” bastante com o uniforme rubro-negro nas ladeiras de Olinda e no Antigo. Mas, principalmente, no sábado. No Galo da Madrugada.
Se o frevo de Mazola era “Me segura senão eu caio”, antes da partida, agora é ele deve estar pensando algo como “Eu acho é pouco”.
Ao Galo da Madrugada… Já imponente no Recife.
Confira as capas numa resolução maior clicando aqui e aqui.
Inegavelmente, o bloco rubro-negro antecipou o carnaval pernambucano.
Popular como sempre, o Clássico das Multidões em um Arruda repleto, na noite desta quinta-feira, terminou com uma grande festa da torcida do Sport, que viu o time jogar com uma organização tática impressionante e impôs ao Santa Cruz a primeira derrota em seu estádio nesta temporada, 3 x 1. Público exato? Apenas 45.109 pessoas…
De última hora, o técnico Zé Teodoro teve que contornar dois sérios desfalques, o goleiro Tiago Cardoso e o meia Weslley, que realizaram exames à tarde e foram vetados.
Apesar disso, Zé Teodoro ousou ao escalar um quarteto ofensivo, com Luciano Henrique e Carlinhos Bala no meio-campo e Dênis Marques e Flávio Caça-Rato no ataque.
Já Mazola não improvisou nas alas desta vez, com Renê e Moacir na esquerda e na direita, respectivamente. Na frente, não titubeou ao escalar o recém-regularizado Jael. Para travar o ímpeto coral, três volantes em campo.
Mesmo com o viés ofensivo dos rivais, o clássico foi truncado no primeiro tempo. Excesso de reclamação, muitas faltas, seis amarelos e pouquíssimas chances de gols.
Luciano Henrique, de fora da área, com a bola raspando o travessão de Magrão, foi o único bom momento propriamente dito do Santa. Além disso, apenas a alegria na arquibancada coral a cada desarme de Everton Sena em Marcelinho.
O camisa 10, novamente tendo bastante trabalho para armar, devido à marcação, foi ajudado pela qualidade no passe de Marquinhos. Enfim, um Sport organizado.
Na primeira chance, Jael perdeu um gol feito. Aos 43, num jogo sem graça até ali, Marquinhos cruzou e Jheimy, bem nervoso em campo, cabeceou firme, abrindo o placar.
Na etapa final, Zé Teodoro mexeu mal na estrutura, colocando Sandro Manoel e preterindo mais uma vez o volante Léo. Bala, apagadíssimo, saiu.
O Sport seguia bem taticamente e criando as melhores chances. Ditava o ritmo.
O Santa praticamente não finalizou dentro da área. Magrão só acompanhava. O Sport, nos cinco primeiros minutos, teve duas chances, com Marcelinho e Jael.
O segundo gol saiu aos 22. Após cruzamento na área, uma ironia. Everton Sena cortou mal. Acabou servindo como passe para Marcelinho, que finalizou sem pena.
Milton Júnior, ao concluir um contragolpe nos minutos finais, chegou a decretar a goleada. Nos descontos, André Oliveira cabeceou para marcar o gol de honra tricolor.
Não adiantou muito. O Recife se preparou mesmo para o Leão da Madrugada…
Costuma-se dizer que a história é contada pelos vencedores. Sobretudo no esporte. Ainda bem que não é uma regra. Nunca será.
Nem na Ilha do Retiro. Lá, neste sábado, o relógio do árbitro marcava apenas 28 minutos do primeiro tempo e a revolta da torcida rubro-negra já era imensa.
Jogando bem melhor e envolvendo o adversário em seu novo campo, o jovem Porto vencia por 2 x 0, gols de Kiros e Joelson. Nada de acaso, pois era quem atacava.
Era também a dose final de paciência da torcida para um desarrumado Sport.
Tecnicamente falando. Coletivamente falando. Mal treinado?
O Leão é uma equipe que finaliza pouco. Não que cisque demais na entrada da área, mas sim porque mal chega nela. A criatividade no meio-campo é quase nula.
No setor, apenas Marcelinho Paraíba. O camisa 10 está só. O último dos moicanos.
Apesar do seu enorme esforço, é importante ressaltar que o meia tem 36 anos. Precisa de alguém de qualidade para articular jogadas ao seu lado, para fazer o time fluir um pouco mais. Faria uma diferença grande no esquema sem criatividade de Mazola.
Hoje, isso não existe. Os que poderiam vislumbrar o posto, vivem machucados e acabam não tendo sequência na titularidade. Marcelinho acaba tendo todo o trabalho.
Nas laterais, faltam peças. E haja improviso. O técnico alega que os atletas escolhidos, Rivaldo no lado esquerdo, por exemplo, já atuaram assim antes. Sim, uma vez perdida…
Na zaga, a cada estreia a torcida espera um “novo Durval”. Longe disso até agora.
No entanto, apesar das críticas, acredite… o Sport venceu. Fez 4 x 2.
Ainda no primeiro tempo, Ailton reduziu a desvantagem ao marcar um gol contra, depois de ser empurrado por Marcelinho. O juiz não viu…
Na etapa complementar, o hat-trick de Marcelinho, em um golaço de falta e dois em cobrança de pênalti, sendo a primeira após um lance mandrake.
O juiz também errou do lado de lá, ao não assinalar uma penalidade a favor do Leão no 1º tempo. Curioso para saber o nome do árbitro? Nielson Nogueira. Mais do mesmo.
O Rubro-negro venceu, segue no G4 do Estadual, mas não convenceu.
Os três gols de bola parada não escondem os defeitos de um time a poucos meses da estreia na Série A, com um nível técnico infinitamente melhor.
Os mais otimistas dizem que isso não pesa tanto, pois ocorrerão contratações específicas para o Brasileirão. Reforços pontuais, só. Não esperem um novo plantel.
A vitória rubro-negra está lá no placar, estatisticamente falando.
Mas os 13.038 torcedores que foram à Ilha e os outros tantos que viram o jogo pelo pay-per-view devem ter consciência de que a água não virou vinho…
A partida entre Serra Talhada e Sport seguia morna no Pereirão, sem muitas oportunidades de gol e prensada no meiuca. A morosidade parecia indicar um empate.
Aí, aos 9 minutos da etapa final, Marcelinho Paraíba acertou um chutaço no travessão.
Na sequência do lance, o atacante Jheimy, que não vinha produzindo nas finalizações, foi muito bem na assistência. Cruzou da esquerda para o lateral-esquerdo Renê.
Apagado neste início de temporada e já pressionado pela torcida, inclusive neste domingo, o jovem jogador esbanjou técnica na conclusão. A sua única nas 17 do time.
A bola ainda bateu na trave antes de entrar na meta do Cangaceiro.
Gol da cria da base leonina. Na comemoração, partiu para o abraço. Foi em direção ao técnico Mazola. Não era para fazer média com o comandante…
Aos 19 anos, o piauiense foi promovido ao time profissional justamente pelo técnico, com quem trabalhou na categoria júnior da Ilha.
Abriu o caminho da vitória rubro-negra no Sertão, por 2 x 1, com direito a duas penalidades bem assinaladas e bem cobradas, por Marcelinho e Kássio.
O camisa 10 do Leão até comemorou de forma bizarra, com o “Gol do Dente”…
O fato é que o resultado manteve o Sport, ainda travado em campo, firme no G4 do Estadual. A felicidade da torcida só não foi maior que a do menino de Picos…
Na Ilha do Retiro, a formação do Sport até agradou a torcida…
No Cornélio de Barros, não.
Na verdade, não haveria como, uma vez que o time foi reformulado.
O técnico Mazola Júnior precisou mexer na zaga, suspensa. Mas acabou optanto por mudanças no setor ofensivo, onde teoricamente não precisava.
Embalado, o Salgueiro queria manter a liderança do campeonato a todo custo.
A torcida entendeu e apoiou, com 9.044 pessoas tomando o estádio, novo revorde no sertão do estado. Os adeptos rubro-negros ficaram em uma pequena fração do campo.
A pressão da casa foi, sem dúvida alguma, enorme. Deixou claro o que poderá acontecer no decorrer do Estadual e fez muita gente lamentar a lacuna na última Série B…
Em campo (em bom estado), o Sport tentou. Perdeu chances com Marcelinho e Jheimy, que entrou com a bola rolando, mas tropeçou sozinho, cara a cara com o goleiro.
O Salgueiro, por sua vez, não cansou de mirar o atacante Fabrício Ceará, isolado na frente. Municiado por Élvis e Clbéson, o centroavante deu muito trabalho a Magrão.
Tamandaré já havia tido um gol legítimo mal anulado, quando Fabrício desviou de cabeça, aos 9 minutos do segundo tempo, após escanteio cobrado por Élvis.
Aos 33, o atacante cobrou uma falta com força, a bola desviou e marcou de novo.
Salgueiro 2 x 0 Sport. Caiu o último invicto do ano em Pernambuco, com justiça.
Foi a 5ª vitória consecutiva do Salgueiro no Campeonato Pernambucano, que segue na liderança com uma equipe encaixada, sob a batuta de Neco.
Mais… Conta agora com um reforço além das quatro linhas. Um caldeirão.
Uma vitória convincente com destaque absoluto para os reforços, o que de certa forma anima a torcida rubro-negra, tão reticente em relação aos nomes contratados.
No péssimo gramado do estádio Mendonção, em Belo Jardim, um 3 x 0 a favor do Sport com domínio territorial e eficiência nas finalizações, algo inédito neste Estadual.
Diante do Calango, gols de Jheimy, reduzindo a pressão sobre o “atacante de área” na Ilha, Marquinhos, atuando na ala, e do zagueiro Willian Rocha, em uma estreia segura.
Do grupo remanescente, Marcelinho Paraíba confirmou novamente que é a peça-chave na equipe, distribuindo o jogo com muita qualidade.
Com a goleada definida, Mazola aproveitou a noite desta quinta para fazer testes. Moacir, que não vem bem na lateral, atuou na cabeça de área, sua função de origem.
Não que o Sport tenha se ajustado de vez e virado uma máquina. Evoluiu, ponto.
Do outro lado, porém, estava um Calango ainda mirrado, com quatro derrotas em quatro rodadas e pintando como candidato à segunda divisão desde já.
Por pouco a torcida do Sport não assistiu in loco ao bom jogo. Faltavam 30 minutos e a Polícia Militar ainda não estava presente no campo, impedindo o acesso da torcida.
A PM chegou e os 5.462 torcedores entraram. Boa parte apoiou o Leão no compromisso antes do Clássico dos Clássicos, no domingo, em casa. Aí, os reforços serão testados…
Após o triplo acesso no Campeonato Brasileiro e a uma merecida folga, os elencos dos grandes clubes do Recife já têm as datas das reapresentações para 2012.
A abertura do Campeonato Pernambucano será em 15 de janeiro.
Portanto, o Rubro-negro teve um mês de férias e terá 19 dias até a estreia, mas com pausa de reveillon, enquanto o Alvirrubro terá um dia a mais de paralisação e 18 dias até a primeira rodada, também com o intervalo nas festividades de fim de ano.
O caso do Tricolor, porém, foi operacional. Ao todo, serão 41 dias sem atividade e apenas 12 para treinamentos… Colocaram na “conta” da Infraero, pela falta de voos.
De que forma esse período pode colaborar de fato para a competição?
O regulamento com a longa fase classificatória de 22 rodadas reduz os danos físicos e técnicos de uma pré-temporada mais enxuta?
Você concorda com a data estipulada pelo seu clube?
Enfim, os técnicos do três grandes clubes de Pernambuco renovaram os respectivos contratos. Todos eles pelo período de um ano. Confira as manchetes dos sites oficiais.
O primeiro a chegar a um acordo foi o rubro-negro, Mazola, apenas quatro dias após o fim da Série B, em 30 de novembro. Um dia depois foi a vez do alvirrubro Waldemar Lemos. Após 26 longos dias de negociação, Zé Teodoro acertou em 16 de novembro.
Qual deles tem a maior chance de se manter o cargo até janeiro de 2013?
Vale lembrar que a última vez em que todos os comandantes do Trio de Ferro foram os mesmos no início da temporada seguinte foi em 1961 (veja aqui)
Único a trabalhar durante toda a temporada na capital pernambucana, Zé Teodoro comandou o Santa Cruz em três competições, Estadual, Copa do Brasil e Série D.
Ao todo, incluindo 4 amistosos, foram 49 jogos, com 27 vitórias, 11 empates e 11 derrotas. Aproveitamento de 62,5%. Marcou 72 gols (1,46 por jogo) e sofreu 45 (0,91).
No Tricolor, tornou tradicional a formação compacta na defesa para os contragolpes. Conquistou com todos os méritos o Pernambucano e ainda foi vice da 4ª divisão.
Ele tem o respaldo absoluto do grupo e da diretoria. Para 2012, a dificuldade financeira deve continuar existindo. Porém, é inegável que Zé começará o trabalho com uma base, além da tranquilidade de já estar garantido em uma divisão nacional.
Subir para a Série B é o principal objetivo, já externado pelo técnico.
Assumindo o Náutico após o Estadual, Waldemar Lemos trabalhou em 38 partidas, todas elas pela Série B, com 17 vitórias, 13 empates e 8 derrotas. Aproveitamento de 56,1%. Marcou 51 gols (1,34 por jogo) e sofreu 41 (1,07).
Soube aproveitar bem os Aflitos, impondo sempre uma blitz nesses jogos. Invicto em casa, acabou o ano como vice da Segundona, igualando a campanha de 1988.
A sua permanência foi atrelada à sua exigência por uma melhora na infraestrutura do clube. Como a própria cúpula timbu diz, Waldemar será uma espécie de “gerente” da parte estrutural, com foco absoluto na modernização do CT.
Acabar com o jejum de títulos estaduais, desde 2004, é a prioridade – inclusive do futuro presidente, Paulo Wanderley -, ao lado da permanência na elite do Brasileiro.
Com duas passagens no mesmo ano, o ex-interino Mazola Júnior comandou o Sport em 16 partidas, com 8 vitórias, 3 empates e 5 derrotas. O seu aproveitamento foi de 56,2%. O Leão marcou 34 gols (2,12 por jogo) e sofreu 21 (1,31).
O padrão de jogo na equipe que alcançou o acesso à Série A foi baseado na motivação e confiança extra. Só assim para reverter uma probabilidade de acesso de apenas 9%.
Efetivado, Mazola terá em 2012, pela primeira vez em sua carreira, a missão de montar um elenco profissional. E trata-se de um plantel de R$ 1,5 milhão por mês. Aproveitando o caixa do clube, o técnico conta com o apoio do superintendente Cícero Souza.
Uma boa campanha no Brasileirão, para apagar a péssima imagem deixada pela lanterna em 2009, é vital. Para Mazola, porém, uma grande campanha no Pernambucano torna-se esse essencial para evitar, mais uma vez, a especulação de técnicos mais renomados.
Oportunidades para um marco zero no futebol são raras. Valem até uma reflexão.
Eis, então, um exemplo genuinamente pernambucano…
Doze dispensas em um dia.
Em quase todas, os contratos dos jogadores seriam encerrados já no fim deste ano.
Ou seja, não houve o interesse pela prorrogação do vínculo.
Em alguns, por sinal, seria necessário renovar o empréstimo junto a outros clubes.
Pagando caro por isso. Menos um motivo para estender o acordo.
Tratando a motivação da lista exclusivamente pelo “critério técnico”, o Sport fez, nesta sexta-feira, uma das maiores vassouradas da história do clube.
A saída dos nomes ocorreu durante todo o dia. De cara, dez atletas. Depois, mais dois.
Nomes de peso no grupo, como Wellington Saci, Maylson, Robston, Gabriel e até o autor do gol do acesso, Bruno Mineiro. Nenhum deles, no entanto, se firmou.
Isso é a pauta do dia do Leão. Mas é, também, a pauta do ano na Ilha do Retiro.
Enfim, o Rubro-negro irá reformular o seu elenco, desgastado após três anos sem padrão de jogo. A classificação à Série A não apagou a campanha irregular na competição.
A instência no mesmo grupo se tornava cada vez mais um erro de planejamento.
Passaram no período treinadores como Nelsinho Batista, Leão, Péricles Chamusca, Givanildo Oliveira, Geninho, Hélio dos Anjos, PC Gusmão… Todos com algo em comum.
Nenhum deles teve uma chance tão grande de montar um plantel como Mazola Júnior.
Efetivado e com carta branca, o técnico do Sport tem uma responsabilidade gigantesca.
Há espaço de sobra para reforços. O dinheiro pode até não competir com os gigantes do Sudeste, mas também não há aquele liseu. Há caixa e diálogo com o mercado.
Houve coragem para reformular o Sport. Algo vital em momentos tão distintos.
Resta saber, agora, se haverá competência para formar um novo Sport…
No sonho de qualquer torcedor rubro-negro, da sexta para o sábado, dificilmente teria sido assim, como a realidade mostrou neste 19 de novembro de 2011.
Mesmo o mais otimista teria colocado um resultado positivo do Vitória ali…
Ou uma vitória do Bragantino no interior paulista…
Afinal, eram dois clubes fortes tecnicamente, brigando pelo G4, em casa, com o apoio da torcida e diante de dois adversários tentando escapar do rebaixamento…
Como, então, esperar uma vitória do Sport e derrotas de Vitória e Bragantino?
E isso no mesmo intervalo de tempo, 90 minutos. Havia descrença demais.
Mas é preciso dizer que a esperança era na mesma dose.
E aconteceu o inacreditável…
Sport 3 x 0 Paraná, Vitória 1 x 2 São Caetano, Bragantino 0 x 1 ASA.
Na despedida do gramado da Ilha, um dos dias mais épicos do estádio.
Não pelo jogo em si, amarrado, com duas expulsões no lado paranaense, mas sim pelo contexto do anúncio de gols tão importantes, ainda mais nos minutos finais…
Loucura total, sobretudo na arquibancada, com 20 mil leoninos. O acesso, que era um sonho, virou uma realidade pra lá de possível, agora no G4.
O Sport está a uma vitória do outrora improvável retorno à primeira divisão.
Confronto no próximo sábado, no Serra Dourada, contra o rebaixado Vila Nova.
O passo dado nesta tarde foi do tamanho da distância até Goiânia… Gigante.