O brasileiro curte a sua imagem de bem humorado mundo afora. Porém, do outro lado também há quem tire bastante sarro.
Depois do show na final do Mundial de Clubes de 2011, com a goleada do Barcelona sobre o Santos por 4 x 0, o programa humorístico espanhol Crackovia fez um “balanço” daquele jogo e achou a resposta para tanta disparidade no Japão…
Com apenas 24 anos, Messi poderá fazer história em 9 de janeiro de 2012, no anúncio do vencedor da Bola de Ouro, anexado ao prêmio de melhor do ano da Fifa desde 2010. No entanto, o tradicional prêmio europeu está em vigor desde 1956.
Caso confirme o favoritismo e ganhe a Bola de Ouro como melhor jogador pela terceira vez seguida, o craque do Barcelona será o atleta mais jovem a alcançar o feito.
Antes dele, só três. O holandês Johan Cruyff alcançou a marca em 1974, com 27 anos. Depois, o francês Michel Platini chegou ao tri em 1985, com 30 anos. O último a levantar três vezes a Bola de Ouro foi o também holandês Marco Van Basten, em 1992, aos 28 anos. Dos três, apenas Platini ganhou de forma consecutiva.
Após brilhar no Mundial de Clubes e encerrar uma temporada excepcional, o argentino tem tudo para dar mais um passo em busca do recorde absoluto, o tetra.
Ao site da Fifa, Cruyff afirmou que “Lionel Messi já é o quinto grande”.
Não citou, porém, quem seriam os quatro primeiros.
Você concorda com Cruyff? Quem são os cinco melhores da história, na sua opinião?
Com show, o título do Barcelona foi o 5º consecutivo da Europa no Mundial de Clubes.
Este é o segundo pentacampeonato do Velho Mundo, começando com o Milan, em 2007, no primeiro título do continente na competição organizada pela Fifa.
A sequência continuou com Manchester United, em 2008, Barcelona, em 2009, Internazionale, em 2010, e, agora, mais uma vez o Barça (veja aqui).
Trata-se do maior jejum da história para o futebol sul-americano, ao lado do período entre 1995 e 1999, com títulos de Ajax, Juventus, Borussia Dortmund, Real Madrid e Manchester United, respectivamente.
Contudo, os europeus já passaram por um hiato ainda maior.
Considerando todas as edições do Mundial Interclubes, incluindo a Taça Intercontinental, de 1960 a 2004, a maior marca foi de 1977 a 1984.
Foram sete títulos consecutivos. Só não foi maior – ou não foi quebrada – porque em 1978 Boca Juniors e Liverpool não chegaram a um acordo sobre a disputa, declinada.
Domínio pleno, dos primeiros instantes ao último fôlego.
Uma decisão de título mundial em ritmo de treino, dando a certeza de que esse Barcelona de Messi, Xavi e Iniesta já é um dos maiores times da história do futebol.
Logo aos 16 minutos, Xavi dominou na entrada na área e deu um lindo passe.
Durval não acompanhou o lance e a bola foi para os pés de quem? Lionel Messi.
O craque argentino tocou por cobertura e abriu o placar com absoluta justiça, pois o Barça já tinha, naquele momento, 76% de posse de bola.
Um domínio maior que na partida contra o Al-Sadd, na semifinal. Neymar, Ganso e companhia não concatenavam as ações. Apáticos em um domingo fora de hora.
Aos 23, então, a missão do Peixei tornou-se indigesta, com o gol de Xavi, fintando um defensor e batendo rasteiro, bem colocado.
A dúvida, ali, era se o jogo seria a maior goleada na final do Mundial de Clubes da Fifa, até então com o 3 x 0 da Internazionale sobre o Mazembe, do Congo, ano passado.
Dúvida (ou expectativa) plausível, pois o toque de bola incessante não diminuiu.
Um time que não perde a pelota, que não erra passe e que tem Messi tem mais é que olhar para frente mesmo. O time catalão não muda o seu estilo sob hipótese alguma.
Ditando o ritmo, o Barcelona chegou a terceiro gol aos 45 minutos, numa blitz na área santista, com o toque final de Fábregas. Facilidade visível até na comemoração, morna.
Na etapa complementar, o Santos até tentou agredir, mas não havia muito o que fazer.
A não ser evitar algo histórico, pela pior ótica possível, obviamente…
Sem perder o ímpeto, o time comandado por Pep Guardiola continuou passeando em campo, criando e invertendo jogadas, levando pânico à zaga brasileira.
E o quarto gol, o do recorde absoluto, acabou saindo aos 38. De praxe: Messi recebe, dribla o goleiro, toca para as redes e solta um sorriso discreto…
Barcelona 4 x 0 Santos. A aula de futebol foi dada, mais uma vez. Algo quase corriqueiro mesmo diante de potências como Real Madrid e Manchester United, diga-se.
Como ocorre há três anos, ou mais de 1.000 dias, o Barcelona terminou a partida com a maior posse de bola, esbanjando qualidade no passe e na finalização.
Desta forma, o Barça é com toda justiça bicampeão mundial, 2009/2011.
Neymar e Lionel Messi no mesmo campo, mas em lados opostos.
A expectativa de pleno futebol arte dos dois craques é enorme para este domingo, na decisão do Mundial de Clubes, entre Santos e Barcelona.
Assim, uma arte inspirada em dois dos maiores pintores do Brasil e da Espanha.
Tarsila do Amaral (1886 – 1973) e seu famoso quadro Abaporu.
Pablo Picasso (1881 – 1973) e seus traços modernos em vários estilos.
Arte estilizada por Greg para a reportagem do Diario de Pernambuco sobre o jogaço que vai encerrar a temporada do futebol em 2011. Confira a página dupla aqui.
Vale uma curiosidade sobre outro artista espanhol, Joan Miró, que criou o cartaz oficial para a Copa do Mundo de 1982, na Espanha, um ano antes de falecer (veja aqui).
Um dia essa frase foi aplicada a Ronaldo. Agora, o posto pertence a Neymar.
O craque do Santos, apesar de ainda atuar no Brasil, tem uma receita mensal equivalente a de grandes jogadores do futebol europeu.
Com um aumento exponencial nesta temporada, Neymar, de 19 anos, encerra o ano ganhando R$ 3 milhões a cada 30 dias..
Para isso, muito, mas muito marketing. Eis, então, um bom exemplo.
A sua frase característica, “ousadia e alegria”, foi traduzida para a língua japonesa, durante a disputa do Mundial de Clubes da Fifa, em solo nipônico.
Paralelamente a isso, a camisa criada pela Nike já está à venda em nove lojas oficias da empresa no país. Marketing lá, faturamento cá.
Em caso de título no estádio de Yokohama, multiplique tudo isso…
A decisão mais aguardada em um Mundial de Clubes da Fifa desde a primeira edição oficial, em 2000, está confirmada. Nunca a mídia além dos dois países finalistas esteve tão interessada na partida, que vai reunir dois jovens expontes do alto grau do futebol.
Antes disso, as perigosas semifinais, que, desta vez, só serviram para cansar…
Primeiro, o Santos fez a sua parte, mostrando um eficiente volume ofensivo. Venceu os japoneses do Kashiwa Reysol, por 3 x 1, com apenas oito finalizações.
Por sinal, foram três golaços, começando por Neymar e seu enorme talento. As falhas na defesa foram visíveis, mostrando a Muricy que ainda há trabalho a fazer.
Depois, o Barcelona. Poupando alguns jogadores, o Barça, com 72% de posse de bola, aplicou uma goleada por 4 x 0 sobre o Al-Sadd, do Catar, um recorde.
Curiosamente, a antiga marca do Mundial era do próprio clube, que em 2006 fez o mesmo placar sobre o América do México. Depois, foi vice. Mesmo script?
No domingo, em Yokohama, o duelo entre o melhor do mundo, Lionel Messi, e um sério candidato ao posto muito em breve, Neymar.
No entanto, há outros duelos, como Pep Guardiola x Muricy Ramalho, Ganso x Xavi e até Durval x Puyol, caso o zagueiro brasileiro saia da lateral…
O status de “melhor equipe do planeta” não está em jogo. Mesmo que o título fique com o Santos, é consenso de que o time espanhol já é um dos maiores da história.
Porém, como se sabe, o futebol sempre foi feito de zebras. Uma vitória do Santos não chega a ser algo deste tipo, até porque o clube brasileiro tem um elenco qualificado.
Mas, de qualquer forma, serve como incentivo para a busca pelo tri…
Se discute bastante se o modelo atual é o ideal, mas o Mundial de Clubes, de fato, engloba todas as confederações continentais, ainda que a Taça Intercontinental, de 1960 a 2004, também tenha o peso de um campeonato mundial interclubes.
Apesar de o primeiro torneio organizado pela Fifa ter sido em 2000, o site oficial da entidade só apresenta os mapas com os clubes da competição a partir de 2007.
Confira os mapas no slide acima, com times de todos os cantos. Alguns são milionários, dotados de uma infraestrutura espetacular. Outros ainda são semiamadores…
Encerrando a temporada, o troféu mais valioso para os clubes. De 8 a 18 de dezembro, sete times vão disputar o título do Mundial de Clubes de 2011, no Japão.
Além o espanhol Barcelona e do brasileiro Santos, também estão na competição Monterrey (México), Esperance (Tunísia), Al-Saad (Catar), Auckland City (Nova Zelândia) e Kashiwa Reysol (Japão). O time japonês, treinado por Nelsinho Batista, foi o último da fila, representando o país-sede junto ao evento da Fifa.
Já de férias, todos com o acesso na bagagem, tricolores, alvirrubros e rubro-negros deverão acompanhar o Mundial pela TV. Portanto, a nova enquete do blog…
Alguma torcida em especial? Messi, Neymar ou alguma zebra?
Você irá torcer por qual time no Mundial de Clubes 2011?
O Real Madrid quer Neymar já. Mas Neymar quer esperar. A obsessão do clube espanhol pelo craque revela um cenário até então desconhecido. Jamais um jogador atuando no Brasil chamou tanto a atenção da imprensa estrangeira.
Por consequência, jamais o futebol brasileiro (aqui, não me refiro à Seleção) conseguiu penetrar com tanta força na mídia de fora. Por ser tão inusitada nestes tempos mercantilistas do futebol, a postura de Neymar incomoda. Aos gringos. Em nada a nós brasileiros. A disposição do Real Madrid em pagar a multa rescisória (45 milhões de euros) não parece tão suficiente para Neymar quanto o “ser feliz” neste momento.
Logicamente, ninguém é bobo. A felicidade no Santos também tem muito a ver com o momento econômico do Brasil. O salário europeu que recebe na Vila, desde a renovação de contrato, pouco antes de recusar a proposta de outro gigante, o Chelsea, faz o garoto e os que estão à sua volta sentirem-se valorizados. Mas, rendimentos financeiros à parte, ninguém pode negar: fazer o poderoso Real Madrid esperar é novidade.
Hoje, a transferência de Neymar depende única e exclusivamente da vontade dele. E, ao menos por enquanto, ela parece não ter preço. O que faz a cúpula do Real mendigar. Implorar. Em vez de balançar o rabinho e sair correndo atrás do novo dono diante da primeira proposta tentadora, Neymar inverteu a ordem das coisas.
Brigar com o clube do coração, forçar uma saída, nem pensar! Ao bater o pé e reafirmar o desejo de permanecer no Santos, pelo menos até a disputa do Mundial, o menino Ney pode estar criando um novo modelo. A forma como os poderosos europeus enxergam o futebol brasileiro é simples e rasteira: um quintal farto de exploração que se oferece sempre em qualquer circunstância em troca de “plata”.
Se conseguir mudar essa mentalidade, resistindo outra vez às investidas do explorador estrangeiro, a postura de Neymar pode vir a se tornar um marco. Ainda que a transferência seja inevitável dentro de um futuro breve, seis meses podem valer por vários anos, décadas talvez. Está em jogo uma valorização ainda maior das próximas gerações, e, principalmente, mais respeito aos clubes brasileiros.
A postura adotada também serve de espelho para Paulo Henrique Ganso, que parece bem mais inclinado a cruzar o Atlântico. São apenas seis meses de espera. O tão sonhado confronto com o Barcelona os aguarda de braços abertos. Ficarei na torcida.
Obs: “O Real Madrid quer Neymar já” foi a manchete estampada no site do jornal Marca na última sexta-feira. Adivinha quem tomou conta da capa na versão impressa?
* Lucas Fitipaldi é repórter do Diario de Pernambuco e colaborador do blog