Alta tensão

Fios de alta tensão

Semana pré-clássico. O script não muda.

Os portões sempre fecham. Câmeras proibidas. Acesso mínimo.

Treinos táticos sob poucos olhares, com esquemas táticos indefinidos (ou não). Bola parada treinada a exaustão sem pista alguma do desfecho do lance.

Jogadores orientados a não falar. E aqueles que falam acabam arcando com as consequência. Bronca garantida. Mesmo que seja após frases batidas como “Vamos buscar a vitória”, “Queremos a liderança” etc.

Os treinadores, no topo dessa organização secreta antes de um clássico, também mudam o perfil. Colocam em prática as táticas de “guerrilha”.

Alguns, adotam o silêncio absoluto, com sorrisos misteriosos a cada pergunta em entrevistas coletivas pasteurizadas durante este período.

Outros, não controlam os nervos. O discurso vai para o choque, pressionado e pressionando (veja AQUI).

Acontece isso em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Campina Grande, Maceió, Natal… E, sobretudo, no Recife.

A bola da vez é o centenário clássico entre Náutico e Sport.

Nos bastidores dos rivais, o discurso é inflamado. A vitória parece valer muito mais do que três pontos. Na prática, vale mesmo. Para muitos, vale o emprego.

Essa tensão pré-clássico (TPC) acaba sábado. A cura está nos Aflitos.

Até lá, tem gente que precisa de água com açúcar…

Blogando há dois anos

Bolos temáticos de Náutico, Santa Cruz e Sport

Esta é a 2.346ª postagem da história do blog.

O post que abriu a sequência foi publicado em 3 de agosto de 2008 (veja AQUI).

Aquele texto foi escrito há exatamente dois anos.

Desde então, já foram mais de 5.000 comentários, com bons debates sobre esportes neste canal. Principalmente sobre futebol, indo além das discussões táticas.

O perfil do blog foi se moldando com o tempo, tentando se adequar ao estilo dinâmico da internet. Esse tempo, aliás, foi suficiente para atravessar uma Olimpíada, uma Copa do Mundo, Séries A, B, C e D, Estadual, Copa do Brasil, Libertadores e automobilismo…

Deixe a sua sugestão (ou crítica) no blog! Espaço livre.

Fica para 2020

IBGE, censo 2010 do BrasilO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou nesta segunda-feira o recenseamento de toda a população do Brasil. Trabalho pesado! Veja AQUI.

Estima-se que somos mais de 192 milhões de brasileiros. Em breve, teremos esse dado exato.

O censo demográfico, que é feito a cada dez anos no país, chega à sua 12ª versão. Em 2010, a novidade será a utilização de aparelhos digitais, substituindo as antigas pranchetas.

Uma compilação de dados em altíssima velocidade, reduzindo bastante o tempo para o processamento das informações. Como ocorreu nas eleições a partir de 1996, com a implantação das urnas eletrônicas. Ok. E o esporte, onde entra no post…?

O post entra como “protesto”. Se a planilha dos recenseadores mudou, entrando na era digital, bem que poderia se pensar em colocar a velha pergunta:

“Para qual clube de futebol você torce?”

Em abril, fiz um post sobre o assunto, chamado “A culpa é sua, IBGE”, falando sobre as polêmicas pesquisas de torcida, feitas por amostragem. Veja o comentário AQUI.

Agora, não há mais o que fazer nesta década. O jeito, então, é esperar até 2020.

Metade das discussões de futebol poderiam ser encerradas com essa pergunda…

Canal clube/torcida

Torcidas de Santa Cruz, Sport e Náutico

Um canal direto entre clube e torcida. Ainda estamos na era jurássica nesse campo de integração, de uma massa que precisa ser ouvida pela minoria que dirige um clube. A ouvidoria já foi um avanço. Mas está longe do ideal. A Uefa, porém, acaba de dar um grande passo, com a criação de uma lei representativa para os seus 53 países filiados.

A entidade europeia vai exigir de seus clubes, a partir da temporada 2012/2013, a presença de um agente de contato com os torcedores. Mais de 600 times já requereram. Abaixo, um trecho das atribuições dos novos agentes, segundo a Uefa.

Os agentes têm como missão informar os torcedores das decisões mais importantes tomadas pela direção do clube e, no sentido inverso, comunicar à direção as necessidades expressas pelos torcedores, para ir além da construção de uma relação sólida – não apenas com a realização de iniciativas dirigidas aos grupos de torcedores, mas também com ações de segurança junto à polícia.

Os agentes deverão, também, estabelecer contato com os responsáveis pelo contato com os torcedores de outros clubes, de forma a assegurar que os torcedores de ambos os lados se comportam segundo as normas de segurança.

Veja a matéria completa no site da Uefa (em português) clicando AQUI.

O segundo trecho, com a troca de informações entre torcidas mandante e visitante aparece como algo essencial para combater a violência nos estádios.

No Recife, esse debate é feito antes dos clássicos, em reuniões na sala do comando da Polícia Militar. Mas podemos ir além, com um contato contínuo, como se propõe na Europa para um futuro próximo. Até porque em breve vamos assistir aos jogos em uma arena de primeiro mundo. Está na hora de se comportar de maneiro civilizada também…

Qual é a importância de um contato direto entre diretoria e torcida? Você tem alguma sugestão para modernizar a comunicação do seu clube? Comente!

Perto de 500

Clássico dos Clássicos: Sport x Náutico (escudos antigos)

O Clássico dos Clássicos chega ao seu capítulo 497 no próximo sábado, nos Aflitos.

“Mas eu achava que o clássico entre Sport e Náutico já tinha passado de 500 jogos…”

A polêmica é antiga. Em 21 de outubro de 2006, o Leão e o Timbu se enfrentaram na Ilha do Retiro, também pela Série B. Parte da imprensa considerou aquela partida como o 500º clássico da história. O Leão venceu por 2 x 0, gols de Fumagalli.

Baseado nos números do pesquisador Carlos Celso Cordeiro (veja AQUI), o Diario de Pernambuco não considerou os confrontos válidos pelo Torneio Início, pois os jogos festivos (disputados de forma intermitente entre 1919 e 1981) duravam entre 15 e 40 minutos, longe do que se considera uma partida oficial de futebol.

Dois dias antes daquela partida em 2006, o Diario ‘recontou’ o clássico. Assim, foram retirados 21 jogos do extinto Torneio Início. Houve também uma vitória do Timbu que foi anulada, em 1934. Desta forma, o jogo de número 500 deverá acontecer no returno do Pernambucano de 2011. Aí sim, de fato e de direito.

496 jogos
193 vitórias do Sport (688 gols)
167 vitórias do Náutico (638 gols)
135 empates
1 jogo de placar desconhecido (disputado em 1931)

Vale lembrar que o centenário Clássico dos Clássicos é o 3º confronto mais antigo do país. Reveja os clássicos brasileiros mais antigos AQUI.

Onde a coruja dormia

Coruja

Antes de começar a partida no Durival de Bitto, uma coruja descansava tranquilamente em uma das traves do estádio em Curitiba. E foi lá que o goleiro Glédson defendeu a meta do Náutico no primeiro tempo, contra o Paraná. Valia a liderança da Série B.

Quer dizer… Ele tentou defender. O adversário marcou três gols nos primeiros 45 minutos, todos eles no ângulo onde a coruja dormia. Não teve jeito, ela voou dali.

O futebol do Timbu voou junto neste sábado.

No segundo tempo, o goleiro Juninho cobrou um pênalti e fechou a goleada paranaense, por 4 x 0. Assim, após três rodadas no topo, o Alvirrubro cai para o 2º lugar da Série B.

Cá pra nós… Ainda está ótimo! Já a defesa… Apesar de ter sofrido apenas duas derrotas na competição em 11 rodadas, o saldo de gols do Náutico é zero.

Mesmo com sete vitórias…?! Sim. O Alvirrubro marcou 19 gols e sofreu outros 19. Consequência direta das duas goleadas sofridas (Paraná 4 x 0 e São Caetano 5 x 0, ambas fora de casa). Agora, a coruja vai para os Aflitos.

Golaços do ano

Os 100 gols mais bonitos da temporada 2009/2010. Tem até gol pernambucano…

São dez minutos de um excelente futebol!

O segundo gol da lista foi marcado por Carlinhos Bala, vestindo a camisa alvirrubra, nos Aflitos. O golaço, numa bomba do meio da rua, saiu na vitória por 3 x 0 sobre o Atlético-PR, no Brasileiro da Série A do ano passado.

Para votar no gol mais bonito, no site da portuguesa TV Golo, clique AQUI.

Até a públicação deste post, o gol de Caio, do Eintracht Frankfurt, da Alemanha, era o líder da enquete, com 14% (2.225 votos). O tento é o número 73 do vídeo.

Confesso que escolher só um gol é sacanagem!

Qual foi o gol mais bonito do vídeo? Comente

Queimou o filme

Câmera Mini DV. Sony/divulgaçãoIlha do Retiro, terça-feira, Sport x Duque de Caxias. Último compromisso do Leão antes do clássico contra o Náutico.

O setor anexo da imprensa estava vazio.

Além dos jornalistas dos três principais jornais da cidade (o blogueiro era um deles), havia apenas uma rádio do interior no local. Ninguém do Rio de Janeiro cobria o Duque naquele setor.

Eis que chega um homem com uma mochila e retira calmamente o seu equipamento de vídeo, com uma câmera MiniDV e um tripé de apoio.

Ele instalou a câmera no local, numa cabine bem isolada, e começou a filmar a partida. Mas a gravação só durou 10 minutos… O rapaz foi reconhecido por diretores do Sport, que sentavam nas cadeiras próximas ao setor.

Era um integrante da comissão técnica do Náutico. O popular ” espião”. O objetivo era filmar a partida com o “campo aberto”, sem acompanhar o movimento da bola, para que Alexandre Gallo pudesse fazer um desenho tático dos rubro-negros.

O “cameraman” foi foi convidado a sair. “É melhor sair para não agitar o pessoal.”

Gallo, fique tranquilo! Caso não ocorra uma grande mudança, o Sport joga com três volantes (em casa ou fora), os laterais são fracos (considerando que Dutra foi expulso), o meia de ligação vem muito mal e no ataque é só ter cuidado com Ciro.

Não precisa de câmera para ver o óbvio…

Missão Recife

Marco Zero do Recife

Faltam nove jogos para o fim do primeiro turno da Série B.

Perdido na zona intermediária da tabela, o Sport terá uma sequência generosa de jogos no Recife. Serão 6 partidas na capital pernambucana.

Cinco jogos na Ilha do Retiro e o clássico contra o Náutico, nos Aflitos.

Jogos sem viagens, traslado e desgaste. Tudo isso num período de 36 dias. O primeiro deles nesta noite, contra o Duque, ainda pior que o Leão na classificação.

No Rubro-negro, as conversas nos bastidores confirmam a tese de que somente um bom desempenho em casa nestas partidas vai manter o clube na briga pelo acesso.

Na 13ª colocação do Brasileiro, o time está a sete pontos do G4 (18 x 11). Distante.

Ao Sport, então, é a chance de realmente ligar o motor. Afinal, o Leão chegou a ser chamado, antes do início da competição, de “carro-chefe da Segundona” pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira (veja AQUI). Está faltando gasolina até aqui.

Marco Zero, hora de partir.

27/07 – Sport x Duque de Caxias
07/08 – Sport x Náutico (Aflitos)
10/08 – Sport x Figueirense
17/08 – Sport x São Caetano
24/08 – Sport x Vila Nova
31/08 – Sport x América/MG

A hora do adeus

Kuki, ídolo do Náutico. Foto: Gil Vicente/Diario de PernambucoLeonardo, ídolo do Sport. Foto: Heitor Cunha/Diario de PernambucoGoleadores. Faro apurado. Ambos marcaram época no futebol de Pernambuco.

Apesar dos 39 anos, Kuki brilhou na década vigente.

Três títulos estaduais com a camisa do Náutico e três artilharias do Campeonato Pernambucano.

O Baixinho dos Aflitos é o 4º maior artilheiro do Alvirrubro, com 179 gols.

Aos 36 anos, Leonardo foi um dos maiores ídolos do Sport na década de 1990.

Foram cinco títulos estaduais pelo Leão e duas artilharias do Pernambucano. O Baixinho da Ilha do Retiro é o 3º maior artilheiro da história do Rubro-negro, com 136 gols.

Ambos deixaram os gramados. A hora de parar realmente chegou para os dois ídolos. O limite físico impôs o fim da carreira profissional. O dia do adeus.

Primeiro, Kuki, que chegou em Rosa e Silva como uma aposta, já aos 29 anos. Venceu toda a desconfiança e cravou o seu nome no clube. Em abril deste ano, quando assinou um novo contrato com o Náutico – agora como coordenador técnico das categorias de base -, Kuki recebeu a garantia de um jogo de despedida (veja aqui).

Leonardo, que há alguns anos vem perambulando pelos times do interior, também resolveu pendurar as chuteiras. Quer virar técnico de futebol. Ele revelou o desejo durante o amistoso Gol Pela Vida. Leonardo também disse que gostaria de ter um jogo de despedida com a camisa do Sport, onde surgiu em 1994, aos 20 anos.

Na memória das duas torcidas, golaços e mais golaços. Foram 315 com as duas camisas agregadas. No domingo, eles atuaram juntos pela primeira vez.

As arquibancadas do Recife tremeram durante anos com os dois. Quase duas décadas. A ideia pode até ser surreal, mas bem que o jogo de despedida de Kuki e Leonardo poderia ser em um Clássico dos Clássicos pra lá de especial.