Nem só de lóbi vive uma arena

Lóbi

Foi enorme o lóbi político para encaixar a Arena Pernambuco na Copa das Confederações de 2013. Conversas com o alto escalão em Brasília e no Rio de Janeiro. Em 20 de outubro do ano passado, quando o estádio foi escolhido pela Fifa de forma condicionada para o torneio, o tom do governo do estado foi de comemoração, mesmo com o papel de coadjuvante na Copa do Mundo, cuja estrutura da tabela foi divulgada no mesmo dia.

Desde então, foi reforçado o discurso local sobre a participação nos dois eventos da Fifa. Paralelamente, foi crescendo o temor de não terminar o estádio a tempo. Para tentar vencer esta desconfiança, inúmeros planos foram elaborados.

O número de operários é um bom indicativo para ilustrar as variações que tentam evitar um vexame. Quando o projeto foi lançado, em 15 de janeiro de 2009, o número estimado era de 1.200 funcionários no pico. Há dois meses, esse númeo já estava em três mil.

Agora, o ultimato: cinco mil trabalhadores. Um custo maior no embalo (veja aqui).

Paralelamente ao aumento do trabalho, grandes veículos de comunicação divulgam notas sobre uma parada já decidida, contrária ao pleito pernambucano.

A revista Veja, através do colunista Lauro Jardim, divulgou uma nota em seu site na qual o “Recife está com um pé fora”. Uma saída honrosa já estaria sendo articulada para preservar a imagem política do governador Eduardo Campos, alvo deste revés.

Indagado sobre o assunto, o secretário extraordinário da Copa no estado, Ricardo Leitão, comentou a postagem do jornalista de forma bem humorada.

“O que preparamos aqui é uma ‘entrada honrosa’. Não vi o texto, mas já estou discordando. E digo que o senhor Lauro Jardim já está convidado para assistir ao primeiro jogo da Copa das Confederações aqui”.

O fato é que o megaprojeto pernambucano alcançou 40% das obras executadas, mas segue em último entre as seis arenas indicadas para a Copa das Confederações. Também escolhida de forma condicionada, a Fonte Nova já está em 59%.

Não existe saída honrosa neste caso, simplesmente porque o estado lutou, e muito, para conseguir se tornar subsede do vestibular do Mundial. Daí, tanto esforço agora para não municiar durante um bom tempo as bases da oposição.

A Copa do Mundo sempre caminhou ao lado da política, mas não adianta só o lóbi…

A conta secreta dos aditivos da Arena Pernambuco

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Os sucessivos aumentos nas projeções sobre o número de operários no canteiro de obras do estádio em São Lourenço da Mata acabaram levantando a dúvida sobre até que ponto a construtora Odebrecht arcaria com todos os custos do empreendimento…

De acordo com o contrato, através de uma parceria público-privada (PPP), cabe ao consórcio, liderado pela construtora, bancar toda a obra até o início da operação.

Com o estádio oficialmente aberto, porém, seria possível reajustar as bases financeiras…

Atualmente, a contrapartida do governo estadual está estipulada em R$ 4,3 milhões. Trata-se de um valor já retificado, pois no momento da assinatura do contrato, em 12 de maio de 2010, o valor seria de R$ 3,9 mi. Saiba mais esse tema aqui.

Caso o valor do obra ultrapasse os limites gerais do contrato, não revelados, o governo de Pernambuco teria que completar o gasto na contrapartida anual à construtora, a partir do ano que vem. E serão 30 anos, diga-se.

Perguntado sobre este aditivo, o secretário extraordinário da Copa no estado, Ricardo Leitão, deu a seguinte resposta ao blog:

“Se o Sport assinar, a conta desse possível aumento já estaria paga.”

Atualmente, só o Náutico tem contrato assinado para jogar no estádio do Mundial. Só os jogos do Timbu por lá proporcionariam uma receita de R$ 60 milhões por ano (veja aqui)

Inicialmente, o custo da Arena Pernambuco seria de R$ 532 milhões. Somente.

Cinco mil operários na Arena Pernambuco

Capacete de obra

Um aumento de 66% no efetivo em apenas um mês, na derradeira projeção.

Após a sexta e última visita técnica da Fifa antes da decisão final sobre a presença da Arena Pernambuco na Copa das Confederações, o efetivo foi mais uma vez recalculado…

Quando o megaprojeto foi lançado, em 15 de janeiro de 2009, seriam 1.200 homens no canteiro. A construtora Odebrecht ganhou a licitação pública em 12 de maio de 2010 e logo refez os dados, aumentando para 1.800.

Com a escolha do estádio para o evento-teste do Mundial, os números subiram mais duas vezes desde então, para 2,5 mil e 3 mil, em março.

Agora, em abril, o ato final, com um acréscimo de mais dois mil funcionários sobre a projeção anterior, que já era mais que o dobro da previsão inicial!

O novo pico da obra será a partir de novembro, com 5.000 operários em dois turnos estendidos. A mágica será baseada na equiparação dos trabalhos dia e noite. Antes, alguns serviços só eram realizados em turnos específicos.

Segundo fonte oficiais, o percentual de obras executadas chegou a 40%…

Maquete da Cidade da Copa nos Aflitos

Maquete da Cidade da Copa nos Aflitos. Foto: Náutico/divulgação

Em breve, o Náutico passará a mandar os seus jogos na Arena Pernambuco.

O estádio da Copa do Mundo de 2014 será, também, a “casa” alvirrubra pelos próximos trinta anos, a partir de junho do ano que vem. O empreendimento é o ponto de partida da futura Cidade da Copa, cujo cronograma de obras vai até 2025.

Para que o torcedor alvirrubro comece a se familiarizar com este futuro, uma maquete gigante do projeto foi armada pela Odebrecht na sede do Timbu, em Rosa e Silva.

O protótipo tem 20 metros quadrados e pesa quase 600 quilos.

Em vez dos 19.800 lugares nos Aflitos, 46.214 na arena.

Maquete da Cidade da Copa nos Aflitos. Foto: Náutico/divulgação

A obra mais rochosa da história de Pernambuco

Explosão de rochas na Arena Pernambuco em janeiro de 2011. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Sob o morro estava um terreno completamente rochoso…

Para a terraplenagem da Arena Pernambuco foi necessário executar uma grande carga de explosões. Mais de 1.000 buracos foram cavados para a colocação de dinamite.

As primeiras detonações aconteceram em dezembro de 2010 e seguem até hoje na área de 52 hectares. Agora, na fase final do estacionamento anexo.

A quantidade rocha retirada do canteiro já é a maior em uma obra executada em Pernambuco, de acordo com o secretário da Copa no estado, Ricardo Leitão.

Foram nada menos que 300 mil metros cúbicos de rocha.

O número superou a duplicação da rodovia BR-232, na qual foi preciso construir um túnel e abrir caminhos na Serra das Russas.

Haja pedra até a bola começar a rolar no gramado…

Explosão de rochas na Arena Pernambuco em dezembro de 2010. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Arena Pernambuco já consumiu R$ 113 milhões

Investimentos na Arena Pernambuco. Crédito: Portal da Transparência

Faltam 800 dias da Copa do Mundo de 2014. Confira, então, os dados sobre o andamento da construção da Arena Pernambuco, com 35% de suas obras executdas.

Veja mais detalhes sobre as finanças do projeto clicando aqui.

O prazo de conclusão da obra está estimado em março do ano que vem.

De 1.200 para 2.715, o pico de operários na arena

Construção da Arena Pernambuco em março de 2012. Foto: Eduardo Martino/divulgação

Inicialmente, em 2009, o pico de operários na construção da Arena Pernambuco estava estimado em uma variação de 1.200 a 1.500 pessoas envolvidas diretamente.

Em abril do ano passado, moldando a massa à demanda, a projeção subiu para 1.800.

No fim de 2011, já com a escolha de forma condicionada do estádio para a Copa das Confederações, o cálculo foi refeito novamente, saltando para 2.500 homens.

Chegamos a março de 2012, no primeiro mês deste grau máximo da obra, que deve durar até setembro, com a conclusão de toda a parte estrutural da arena.

O efetivo superou todas as expectativas, alcançando 2.715 operários…

Segundo a Odebrecht, este é, de fato, o pico de trabalhadores. Neste mês foi erguido o sexto e último pavimento de uma das alas do complexo, a sudeste.

O aditivo, segundo a empresa, não vai influenciar no orçamento de R$ 532 milhões.

Paralelamente ao formigueiro humano em São Lourenço da Mata, a Fifa voltou a comentar sobre a possível exclusão do estado do torneio-teste (veja aqui).

Acelera de um lado, pressiona do outro. O fim desta rotina será em junho, com o anúncio. Confira a série Diário de uma Arena sobre a evolução do projeto local aqui.

Será que a bandeira de Pernambuco, hoje fincada no centro do futuro campo, estará presente nas arquibancadas em algum jogo em junho de 2013?

O cerco está cada vez mais fechado…

Construção da Arena Pernambuco em março de 2012. Foto: Eduardo Martino/divulgação

Arena Pernambuco, o marco sobre o discurso Governo/Fifa

Visita do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, na Arena Pernambuco em março de 2012. Foto: Aluísio Moreira/SEI

São pouco mais de quatro meses vendo de perto a organização de um megaevento, dando declarações oficiais, rebatendo críticas etc.

Aldo Rebelo assumiu o Ministério do Esporte em 31 de outubro de 2011.

O deputado federal (PC do B) entrou no lugar do companheiro de partido, Orlando Silva, que deixou o cargo após as denúncias de desvio de verba em convênios com ONGs.

O fato é que a manhã desta quarta-feira, 7 de março de 2012, marcou a primeira visita na Arena Pernambuco do novo ministro envolvido no Mundial.

Ele viu de pertinho a colocação de novos degraus da arquibancada e de uma das traves, participou de festividades com operários ao lado do governador do estado, Eduardo Campos, e assegurou o cronograma de obras para a Copa do Mundo de 2014.

Neste momento, importante era saber a sua opinião sobre a Copa das Confederações. Rebelo se disse “otimista”. Acredita na presença da arena no torneio de 2013.

Na próxima segunda-feira, uma nova opinião de peso com outra vistoria, dessa vez com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.

Sim, Rebelo e Valcke, os pilares da maior crise diplomática desta Copa.

Será que o discurso governo federal/Fifa voltou a ficar afinado ou haverá um contraponto? A posição oficial sobre a Arena Pernambuco pode ser a resposta…

Visita do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, na Arena Pernambuco em março de 2012. Foto: Aluísio Moreira/SEI

A menos de 100 dias da resposta da Copa das Confederações

Arena Pernambuco. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Preparação estrutural vista do céu.

Evolução sob a ótica aérea da Arena Pernambuco (acima) e da Fonte Nova (abaixo).

Visão a menos de cem dias da resposta definitiva da Fifa sobre a presença dos estádios na Copa das Confederações do ano que vem. É o torneio-teste do Mundial.

Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Brasília têm presença assegurada.

As duas maiores cidades do Nordeste, no entanto, correm contra o tempo. As duas obras estão sendo desenvolvidas pela construtora Odebrecht.

Em Salvador, 51% das ações executadas, segundo dados oficiais. No Recife, 32%.

Confira a foto do estádio pernambucano numa resolução maior clicando aqui.

A expectativa local é chegar em junho próximo aos 70%…

Qual é a sua opinião sobre as arenas de Pernambuco e da Bahia em 2013?

Arena Fonte Nova. Foto: Odebrecht/divulgação

As duas formas do San Siro de São Lourenço

Arena Pernambuco. Crédito: Eduardo Martino/Arena

Cenário dividido, em várias formas. Na construção e no futebol.

Todos os 2.397 funcionários da Arena Pernambuco paralisaram as obras do estádio nesta semana. A construção está com 32% das obras executadas.

No apertado calendário, já são três dias sem atividades. No post, fotos deste mês.

O acordo entre o Consórcio Arena Pernambuco e o sindicato, que exige um abono nas condições financeiras, vem sendo costurado para manter o ritmo até junho, data do anúncio oficial da Fifa sobre a Copa das Confederações de 2013.

Caso não ocorra mais transtornos, o estádio em São Lourenço da Mata será liberado para os clubes pernambucanos em julho de 2013.

Sim, clubes. Plural. A tendência é que durante alguns anos a Arena Pernambuco seja uma espécie de San Siro, com Náutico e Sport dividindo a estrutura.

Em vez de Milan e Internazionale… A versão recifense, com a rivalidade centenária.

Alvirrubros assinaram contrato por 30 anos.

Rubro-negros deverão assinar por 3, com a possibilidade de estender em mais 1 ano.

A Arena Pernambuco vai tomando forma, estrutural e burocrática.

Só não terá dois nomes, como na Itália. Lá, é San Siro para o Milan e Giuseppe Meazza para a Inter. Aqui, o “nome” será definido em um contrato de naming rights.

Arena Pernambuco. Crédito: Eduardo Martino/Arena