Negociações coletivas

Feira livre na Índia. Foto: Steve McCurry/National Geographic

Pelo triênio 2009-2011, a Rede Globo pagou a bagatela de R$ 1,4 bilhão pela transmissão do Brasileirão nas TVs aberta e fechada.

Muito? Para os próximos três anos a expectativa é que esse valor possa dobrar.

Daí, muita articulação nos bastidores, rachas, empréstimos e até decisões políticas para oficializar títulos brasileiros. Entre Taça Brasil, Robertão e Copa União já foram 15!

Como se sabe, Rede Globo e Record vêm travando uma disputa enorme.

Mas como será a distribuição dessa verba entre os clubes?

Abaixo, o modelo adotado por Inglaterra e Itália, chamado de “Negociações coletivas”. Curiosamente, são as duas ligas mais ricas do mundo (veja o ranking AQUI).

InglaterraPara a temporada atual, os 20 clubes da elite inglesa gastaram, apenas com transferências de jogadores, nada menos que R$ 2,3 bilhões! Não por acaso, os maiores contratos de patrocínio na TV também estão na terra da Rainha.

1º) 56% dividido de forma igualitaria entre todos os times.
2º) 22% da receita é destinado à classificação da temporada anterior.
3º) 22% da verba varia segundo o número de partidas exibidas na TV.

ItáliaNa Itália, tetracampeã mundial, a soma dos gastos dos times chegou a R$ 1,7 bilhão. O modelo será adotado na temporada 2011/2012, numa tentativa de equilibrar uma liga marcada pelos gigantes Milan, Juventus e Internazionale.

1º) 40% dividido de forma igualitaria entre todos os times.
2º) 30% da receita é pelo “mérito desportivo”, com a posição no torneio anterior.
3º) 30% é rateado de acordo com o tamanho da torcida de cada clube.

Em tempo: na Espanha, com Real Madrid e Barcelona, vale o modelo “Negociação individual”. Ideia costurada aqui por Corinthians e Flamengo…

O que você acha desse modelo de cotas? Qual deles ficaria melhor no Brasil?

Lei Seca no futebol pernambucano

Bafômetro descartável

Lei Seca no futebol? Acredite, agora existe… Inovação pernambucana.

Se fala muito que algum craque está circulando nos bares da cidade. As acusações costumam partir justamente das torcidas adversárias, para desestabilizar o rival.

Em 2011, rubro-negros e alvirrubros vêm travando uma guerra fria neste assunto.

No Cabo de Santo Agostinho, porém, isso é coisa séria!

Com a denúncia da própria torcida de que alguns atletas estariam tomando umas cervejinhas na véspera das partidas no Estadual, a diretoria da Cabense agiu. E com rigor! O clube comprou 500 bafômetros descartáveis.

Arsenal suficiente para garantir um time sóbrio até o fim do Pernambucano.

Antes dos treinos e dos jogos, uma inspeção geral no estádio Gileno de Carli.

Será que todos os clubes deveriam tomar uma decisão como essa? Assista a reportagem sobre a curiosa ação da Cabense AQUI.

Abaixo, um clássico do Youtube…

Spidercam em PE

Spidercam em um jogo de futebol. Foto: Fifa/divulgação

Em 27 de abril de 2005, o Pacaembu recebeu a despedida de Romário na Seleção. Um amistoso contra a frágil Guatemala, com vitória do Brasil por 3 x 0.

Além da última apresentação do Baixinho com a Canarinha, a partida marcou a estreia da spidercam num jogo de futebol do país, em um teste da Rede Globo.

A “câmera aranha” é usada para capturar a ação dentro do campo através de uma perspectiva panorâmica. Como se o equipamento estivesse “voando” no gramado.

Quase seis anos depois e aquele jogo continua com essa exclusividade.

Afinal, trata-se de um equipamento caro, suspenso por fios em uma estrutura complicada de armar. Pelo menos nos estádios brasileiros.

Pois em breve isso vai mudar, provavelmente até 2014.

Além da massificação do 3D na Copa do Mundo, a Fifa também quer expandir esse modelo de transmissão, que, de fato, gera imagens espetaculares nas partidas de futebol, como pôde ser visto em alguns jogos do Mundial de 2010.

Abaixo, um exemplo da spidercam, que jajá vai estar filmando algo na Região Metropolitana do Recife, lá em São Lourenço da Mata…

PE na TV

Televisão

A CBF divulgou a tabela detalhada da primeira fase da Copa do Brasil. Entre os clubes pernambucanos, apenas o Santa Cruz deverá ter o seu jogo televisionado nesta fase do mata-mata (veja AQUI).

A informação acabou se transformando num “gancho” para este post. Quantos jogos serão exibidos para o Recife, em 2011, com a presença dos clubes pernambucanos?

Qual será o time com mais jogos? Além dos dias preferidos, as emissoras…

São várias perguntas que, respondidas, podem traçar um perfil da “mídia” sobre o nosso futebol. De cara, Náutico e Sport devem travar uma disputa polarizada por causa da Série B, pois os rivais centenários terão todos os 38 jogos transmitidos. O Salgueiro também, diga-se. O Santa, por sua vez, deve negociar as suas partidas na Série D.

No fim de cada mês o blog publicará a atualização da lista. Começando a contagem:

1º) Sport 1 x 0 América – 13/01, quinta-feira, 19h30, PFC
2º) Petrolina 1 x 1 Sport – 16/01, domingo, 16h00, Rede Globo
3º) Santa Cruz 3 x 1 América – 18/01, terça-feira, 20h00, PFC
4º) Salgueiro 1 x 0 Náutico – 19/01, quarta-feira, 21h00, Rede Globo
5º) Araripina 2 x 0 Sport – 23/01, domingo, 16h00, Rede Globo

Mapa da segregação

Transmissões dos Estaduais na Rede Globo na temporada 2011. Imagem: Globo.com

Todas as 27 unidades da federação terão campeonatos estaduais exibidos pela emissora de maior audiência no Brasil a partir deste domingo.

São 27 campeonatos estaduais diferentes na telinha, então?

Longe disso. Serão apenas 10, apontados como os mais tradicionais. Para fechar a conta, o Paulistão vai agregar mais três estados, com influência de suas torcidas.

Com a mesma premissa, o Rio de Janeiro chegará às televisões de outros 14 estados, Norte e Nordeste! Os outros oito estados terão apenas transmissões locais.

Veja abaixo o mapa do futebol na Rede Globo no primeiros semestre de 2011. Enquanto isso, a Band deve passar o Paulistão para quase todo o país. Popularidade = audiência.

Será difícil vencer a barreira das parabólicas, mas que os clubes pernambucanos lutem pela fidelização de suas torcidas. Torcida, o maior patrimônio de cada um. Lá e cá.

Leia textos sobre a história da transmissão do Pernambucano na TV (AQUI) e ainda a luta do governador Eduardo Campos para manter a força das torcidas locais (AQUI).

Pernambucano fora de sintonia

Televisão fora do ar

Quanto vale a transmissão ao vivo na televisão do Campeonato Pernambucano?

Antes da resposta, um pouco de história. Antigamente, apenas jogos esporádicos do Estadual eram exibidos na TV. Negociações rápidas, valores enxutos.

Em 1995, por exemplo, apenas o segundo jogo da final entre alvirrubros e tricolores foi transmitido para o Recife, na Rede Globo. O anúncio da partida foi no mesmo dia.

Em 1996, a rodada dupla de abertura da competição na Ilha do Retiro, com Santa Cruz x Central e Sport x Náutico, passou ao vivo para todo o país pela Band.

Em 1997, nenhum joguinho sequer… De fato, o torneio não foi atrativo. Aquele ano marcou a pior média de público do Pernambucano desde 1990, quando a FPF passou a contar os dados, com apenas 2.080 pessoas por jogo.

A guinada começou em 1998, com a primeira venda do Estadual. A Globo pagou R$ 225 mil e repassou os direitos de transmissão ao Sportv, seu canal de TV a cabo.

Muito se fala das cotas do Brasileirão, “injustas”. Eu discordo. Acredito que cada clube tem um potencial de mercado bem distinto. Assim como aconteceu em Pernambuco…

As verbas em 1998 foram divididas em 5 cotas. E olhe que eram apenas 12 clubes!

Grupo 1 – Sport, Santa Cruz e Náutico: R$ 45 mil
Grupo 2 – Central: R$ 20 mil
Grupo 3 – Vitória: R$ 15 mil
Grupo 4 – Porto, Recife, Cabense e Flamengo de Arcoverde: R$ 10 mil
Grupo 5 – Ferroviário de Serra Talhada, 1º de Maio e Petrolândia: R$ 5 mil

Em 1999, o Pernambucano entrou numa nova (velha) era: a TV aberta. O locutor Luciano do Valle comprou os direitos de transmissão por R$ 500 mil, sendo R$ 90 mil para os grandes. Os jogos passavam ao vivo nas noites de segunda-feira, às 20h30, na TV Pernambuco. Os clássicos foram exclusivos no pay-per-view, pelo Sportv.

Com índices de audiência impressionantes, a Globo entrou na parada e comprou o pacote completo (TV aberta e fechada) em 2000, por R$ 850 mil.

A emissora, aliás, acabou negociando os direitos de todas as edições seguintes. Em 2001, com o horário no sábado à tarde, a cifra chegou a R$ 1 milhão.

Em 2010, com dois jogos transmitidos por semana, a cota do trio de ferro saltou para R$ 370 mil, num orçamento total de R$ 1,32 milhão – além de bônus para campeão (R$ 150 mil) e vice (R$ 100 mil). O valor em 2011, com a volta do pay-per-view, será o mesmo, apesar da reclamação dos clubes, com Gustavo Dubeux à frente.

Nota-se que a valorização do certame local sofreu uma freada brusca.

Como estamos em um blog, a divagação é liberada. Portanto, vamos comparar a cota da TV do Pernambucano com a do Brasileirão. Em 1998, o valor do Estadual foi 83 vezes menor que o do Nacional, orçado em R$ 18,67 milhões. Em 2000, ficou 105 vezes menor que a Série A, que já valia R$ 90 milhões. Em 2010, o abismo, com o nosso certame sendo 353 vezes menor que o Brasileiro, já na casa dos R$ 466 milhões…

Será que o nosso produto realmente não tem capacidade de se valorizar?

O contrato atual com a Globo vai até 2014.

Goiás não foi Brasil

Rede GloboO Goiás não foi Brasil na noite desta quarta-feira.

Isso não aconteceu porque o time perdeu o título da Copa Sul-americana nos pênaltis. Longe disso.

Num estádio repleto em Avellaneda, na Argentina, o time goiano caiu diante do copeiro Independiente, conhecido como “Rey de Copas”. Com a bola rolando, 3 x 1.

Foi o 16º título internacional oficial do Rojo.

Na raça e na catimba. O Independiente ganhou com o pacote completo de um time argentino numa decisão…

Você viu esta final na TV aberta? Caso tenha sintonizado na Band, sim.

Na Rede Globo, você não assistiu, no Recife. Foi uma atitude surpreendente da emissora, a maior do país, criadora do bordão “Fulano é Brasil na Libertadores”.

O tal Fulano já foi Flamengo, Corinthians, São Paulo, Fluminense, Palmeiras…

Mas não foi o Goiás. O Brasil foi muito restrito desta vez.

A emissora só passou o jogo em alguns estados do país, envolvidos na disputa, como Goiás e o Rio Grande do Sul, já que o Grêmio dependia de um vice-campeonato do Alviverde para ficar com a 6ª vaga brasileira na Taça Libertadores de 2011.

Uma sugestão para evitar algo bizarro assim novamente:

Que a Conmebol faça como a Uefa, que obriga a emissora detentora dos direitos de transmissão de seus torneios, via contrato, a exibir as decisões de forma integral.

Parece simples, né? De fato, é. Porém, numa mesa, com doses de uísque, executivos acharam que não seria o caso para o Goiás. Criaram um precedente muito impopular.

Audiência durante a final, segundo o Ibope: Band, 14.3 pontos; Record e Globo empatadas com 11.4. E olhe que isso foi em São Paulo!

Plim-plim.

Se a montanha não vem até Maomé…

TV Coral

A multidão de 50 mil pessoas que foi ao Arruda no domingo passadodeixou claro o tamanho da audiência do Santa Cruz.

Seja qual for a divisão nacional…

No mesmo dia, durante uma conversa com a turma do plantão do Superesportes sobre o movimentado 4 x 3 diante do Guarany, surgiu a frase:

“Bem que este poderia ter sido o jogo ao vivo na televisão neste domingo.”

E o papo se estendeu até algo mais concreto: os jogos do Tricolor têm, de fato, potencial para serem exibidos ao vivo na TV.

Porém, nenhuma emissora acertou a transmissão da campanha da Cobra Coral.

Com contratos de patrocínios já amarrados pela Série A, algumas emissoras não fecharam, como Band/Clube e Rede Globo. Outras por desinteresse mesmo.

Então, o jeito foi o próprio clube se mexer, através da TV Coral.

Com o suporte de um de seus patrocinadores, ao custo de R$ 15 mil, o Santa vai exibir pela internet o jogo de volta em Sobral, direto do estádio do Junco (veja AQUI).

Que o Santa Cruz tem um público-alvo generoso, ninguém discute. Mas o fato de estar numa Série D realmente atrapalha qualquer negócio…

Atualização às 19h30. O jogo não será mais transmitido, já que a conexão de Sobral é de 2 megas, e eram necessários 6. Ou seja, só pelo rádio. Haja coração!

Primeiro pôster. Primeiro protesto

Seleção Brasileira vence a amistoso contra os EUA por 2 x 0, em Nova Jersey (10-08-2010). Foto: CBF/divulgação

Não vi o jogo da Seleção Brasileira na noite de terça-feira, assim como muitos milhões de brasileiros. No meu caso, eu estava envolvido com os clubes locais na Série B. Muitos brasileiros não assistiram porque não quiseram, é claro. Mas a maior parcela da torcida (indiscutível) ficou alheia ao primeiro amistoso da Era Mano por causa da transmissão da partida, que simplesmente não existiu em sinal aberto na TV.

De qualquer forma, pelos melhores momentos da vitória por 2 x 0 sobre os Estados Unidos e com o respaldo do restante da imprensa, vale colocar aqui a foto oficial da CBF da primeira “esquadra” do Brasil até a Copa do Mundo de 2014.

Agora, o protesto. Naturalmente, não é para o futebol apresentado em Nova Jersey, mas para a organização fora dele. Uma “dica” para a CBF:

Na próxima vez que assinar um contrato para a concessão de transmissão de jogos pela TV, coloque a cláusula de obrigatoriedade de todas as partidas… Se a emissora detentora dos direitos, por qualquer que seja o motivo, não quiser passar, que ela repasse os direitos daquele jogo a outra emissora (como multa). Grato.

Em tempo: a Uefa obriga por contrato a transmissão da final da Liga dos Campeões da Europa para quem adquirir os direitos da competição.

Time do pôster da estreia. Em pé: Thiago Silva, Pato, André Sandos, David Luiz, Ganso e Victor; agachados: Daniel Alves, Lucas, Neymar, Robinho e Ramires.

Política x Futebol

Congresso NacionalControle remoto na mão. Prepare-se para a dúvida.

Futebol, política e religão. Dizem que essa tríade não se discute. É um ditado curioso, pois é o justamente o contrário do que costuma ocorrer…

Tirando a religão, a noite desta quinta-feira reserva um “duelo” bem interessante na TV.

Os candidatos a presidência José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e Plínio Sampaio (PSOL) vão realizar o primeiro debate ao vivo na televisão.

Serão cinco blocos com alfinetadas e ideias entre 22h e 24h, na Bandeirantes.

Propostas em todas as áreas do país, passando por educação, economia, saúde, segurança, e, naturalmente, a Copa do Mundo de 2014. Boa parte dos brasileiros vai sintonizar o canal para conferir essa disputa no palanque.

Rigorosamente no mesmo horário, São Paulo e Internacional vão disputar o jogo de volta da semifinal da Libertadores, no Morumbi. Um clássico daqueles.

Em Porto Alegre, Colorado 1 x 0. Além da vaga na decisão da competição, o vencedor do mata-mata estará automaticamente classificado ao Mundial de Clubes. Serão 90 minutos de emoção, além do intervalo. Jogo na Rede Globo.

Apesar do blog ser esportivo, e o fato de você estar lendo esse post até aqui indicar o seu interesse na área, vale a pergunta sobre esta quinta-feira televisiva:

O que você pretende ver: debate presidenciável ou semifinal da Libertadores?