Caminhos da Ilha

Floresta

O temor existe.

De forma curiosa, os torcedores do Sport estão transformando o jogo contra o Vila Nova, nesta terça-feira, em uma “final” de Série B.

Para muitos, o jogo marca qual caminho o Leão vai seguir na competição.

Em busca do acesso ou do ostracismo?

O prognóstico até conspira a favor do Sport: o time deverá jogar na Ilha do Retiro diante de um grande público e contra o lanterna da Segundona.

O clube goiano abraçou a última colocação na 7ª rodada e não largou mais. Esta noite será a 16ª… Apesar disso, veio o temor da velha tradição de levantar “defuntos”.

O Leão vem numa arrancada bem tímida e ainda está a 8 pontos do G4.

Ganhou uma colocação por rodada nas últimas quatro partidas. Saiu do 16º para o 13º lugar (veja AQUI). Foram dois empates como visitante e duas vitórias como mandante.

Um triunfo diante do Vila Nova, e os pernambucanos têm futebol para isso, poderá colocar a equipe entre as 10 primeiras da Série B pela primeira vez em 2010.

Até o momento, a melhor colocação foi um 12º lugar na 8ª e 9ª rodadas. Muito pouco para o dito “carro-chefe” da competição. Talvez isso comece a mudar diante do Vila.

A esperança de ver dias melhores na Ilha caminha ao lado do temor de não haver solução nesta Série B. Com a resposta, a trupe de Marcelinho Paraíba.

Saberemos a escolha logo mais, entre 21h e 23h.

Um cacique no caminho

Guarany de Sobral

Sobral. A segunda cidade mais povoada do interior do Ceará, com 180 mil habitantes.

Município com o terceiro maior PIB do estado, com R$ 1,52 bilhão. Fica a 998 quilômetros do Recife, ou “13 horas e 12 minutos” segundo o Google Maps (veja AQUI).

Terra do Guarany, o primeiro adversário do Santa no mata-mata da Série D. Dia 5 no Arruda e dia 12 em Sobral, no estádio do Junco, com capacidade para 15 mil pessoas.

O Guarany é um clube conhecido no futebol alencarino pelos altos e baixos.

No Cearense, no primeiro semestre, o time não foi recomendável para cardíacos. Fez uma excelente campanha, mas perdeu as finais dos dois turnos. O primeiro nos pênaltis, após um 4 x 4 com o Fortaleza. Depois, revés diante do Ceará, por 1 x 0.

Na Série D, duas vitórias, três empates e uma derrota. Campanha inferior à dos tricolores, mas sufuciente para ficar em 1º lugar.

Saiba sobre o elenco do Guarany clicando AQUI.

Este será o segundo confronto entre Santa Cruz e Guarany pelo Brasileiro. Em 22 de outubro de 2002, os times se enfrentaram – que saudade – pela Série B. O Tricolor contava com Grafite… Veja a matéria do Diario sobre aquele 2 x 2 AQUI.

Curiosidade: o time nunca conquistou o certame cearense, mas já ganhou a 2ª divisão em quatro oportunidades: 1966, 1999, 2005 e 2008.

Frágil?

Icasa 3 x 1 Náutico.

“O adversário era tecnicamente muito frágil. Tínhamos condições de vencer e não vencemos. Perdemos em duas falhas individuais.”

IcasaDe fato, o técnico Alexandre Gallo foi contundente no comentário sobre a derrota do Náutico neste sábado, em Juazeiro do Norte, no Cariri cearense.

O time deixa o G4 da Série B do Brasileiro. Caiu para o 5º lugar na competição.

Com 27 pontos até o momento, o próprio comandante timbu já fez os cálculos: 33 pontos até o fim do primeiro turno da Segundona.

Portanto, faltam seis pontos em quatro jogos. O Alvirrubro segue nos trilhos.

Só não me parece muito prudente chamar o time do Icasa de frágil, Gallo.

O time estava na 2ª divisão do seu estado? Fato. Mas já subiu, ganhando a Segundona de 2010.

Mesmo sem tanto cartaz, o Icasa vem “mandando” no futebol pernambucano. Nos últimos três anos, enfrentou os grandes do Recife em quatro oportunidades.

2008 – Santa Cruz 0 x 1 Icasa (Série C)
2008 – Icasa 1 x 0 Santa Cruz (Série C)
2010 – Sport 1 x 2 Icasa (Série B)
2010 – Icasa 3 x 1 Náutico (Série B)

O Icasa pode até ser frágil… Mas não estamos longe disso. Infelizmente.

Veja a reportagem sobre o revés alvirrubro neste sábado AQUI.

Finalmente, o CT do Sport

Novo CT do Sport, em Paratibe. Imagem: Sport/divulgação

O centro de treinamento do Sport, em Paratibe, segue com uma infraestrutura bem precária. O local conta, basicamente, com campos de futebol. Agora, o CT – comprado junto ao Intercontinental por R$ 2 milhões – deverá passar por uma modernização.

O repórter André Albuquerque, do Diario, teve acesso ao projeto. Aqui no blog, algumas imagens do ousado plano de transformar o CT leonino, de oito hectares e a 30 quilômetros do Marco Zero, em um “CT” de fato. É uma lacuna antiga no clube.

Acima, uma uma imagem aérea do centro, que deverá fazer com que o elenco profissional tenha condições de realizar um treino completo sem ter que voltar para a Ilha. Abaixo, detalhes, como a futura sala de imprensa (muito superior à atual, na Ilha) e o vestiário, com padrão europeu.

O projeto, que vem sendo articulado por Gustavo Dubeux, deverá custar cerca de R$5 milhões ao todo. Saiba mais na reportagem do Diario, neste domingo.

Em tempo: essa é a saída tanto para Sport, quanto para Náutico – o mais adiantado, com um crescimento gradativo desde, na Guabiraba – e Santa Cruz.

Novo CT do Sport, em Paratibe. Imagem: Sport/divulgação

Profissionalizando a motivação

Essa história de vídeos motivacionais para os clubes está virando coisa séria… Cada vez mais os torcedores estão dominando as técnicas de edição, com boas produções. Abaixo, um vídeo feito para o Sport pela Azougue Vídeo Produções, com locução de Tony Araújo, texto de Rafael Pontes e edição de Cristiano Lima. Ficou bacana. Confira.

Você já fez algum vídeo assim? Envie para o blog.

Pode ser tricolor, rubro-negro, alvirrubro…

10 ou 9.5? Tanto faz, Marcelinho…

Série B-2010: Sport 4 x 1 São Caetano. Marcelinho Paraíba marcou um gol e deu três assistências. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

Era o primeiro jogo de Marcelinho Paraíba na Ilha do Retiro.

A estreia havia sido no sábado, em Bragança Paulista. Discreta. 

Em casa, uma expectativa enorme sobre a contratação mais cara do Sport na temporada. Entre luvas e salários, um custo mensal de R$ 110 mil.

Meia-atacante. Qualidade no passe, velocidade, bom finalizador. Era a prova dos 9 do jogador. Na verdade, a prova do camisa 10.

O adversário não era qualquer um não. Enfrentar o São Caetano, 3º lugar no Brasileiro da Série B, tinha deixado a torcida bem desconfiada. Vai ou não vai? Uma dúvida que já se arrasta há várias rodadas no clube.

Mas ele correspondeu.

Pode até ser exagero das letras de alguém que estava no estádio, mas a verdade é que Marcelinho Paraíba teve uma das melhores estreias no Leão considerando os jogadores renomados dos últimos anos.

A vitória foi convincente. Uma goleada, aliás: 4 x 1.

Um scout rápido de Marcelinho: um golaço de falta e três assistências, sendo duas delas para o artilheiro Ciro, agora como 11 gols. Esse, por sinal, arrumou um bom companheiro no ataque.

Os números de Marcelinho realmente foram de um “meia-atacante”, que buscou a bola a todo instante, tabelou e mostrou uma visão de jogo diferenciada.  Fim da partida, e os repórteres que o cercaram perguntaram qual nota ele daria para si mesmo.

“Dez”.

Com as devidas proporções que a Segundona exige, o craque teve uma atuação digna desta nota. Se foi 10, 9 ou 8,5… De fato, é bem subjetivo. Tanto faz a nota publicada nos jornais ou num blog. A grande atuação de Marcelinho foi percebida pela torcida.

No fim, ele ainda mandou o recado… Quer pintar o cabelo de vermelho e preto.  Aí, só vai faltar mesmo o acesso à Série A. O mais importante, diga-se…

Números e mais números

Pesquisa de torcidas Ibope/Lance de 2010 sobre Pernambuco

Os números absolutos da 4ª pesquisa Lance!/Ibope foram divulgados em 31 de maio de deste ano (veja AQUI). Depois, o instuto foi mostrando outros dados do estudo, como torcidas mais jovens, mais velhas, mais ricas, mais pobres, por região…

Nesta terça-feira, chegou a vez de Pernambuco, como mostra o print screen acima. O Sport tem 33% da torcida do estado, seguido pelo Santa Cruz (12,8%) e Náutico (9%). Só depois do Trio de Ferro é que aparece algum “forasteiro”. O clube de fora mais bem colocado é o Corinthians, com 8,1%. É a segunda vez que o Timão aparece com um bom índice em pesquisa de torcidas por aqui…

Fora do Nordeste, o Náutico é o clube pernambucano com mais torcida, com 79.091. Depois, vem o Sport, com 50.156, e em 3º lugar, o Santa Cruz, com 40.510.

Leia a reportagem completa do Lance! AQUI.

A noite superou a pressão

Eduardo Ramos

Talentoso e dono de arrancadas que conduziam o time às vitórias. O meia Eduardo Ramos rapidamente foi apontado como a “melhor contratação do Sport em 2010″.

E era verdade. Uma grata surpresa.

Começou jogou como segundo volante. Marcava e municiava Ricardinho, que havia sido o escolhido em janeiro para armar o time.

O tempo mostrou que Eduardo Ramos jogava bem mais que a posição que ocupava e que Ricardinho estava “cansado”, longe de ser um camisa 10 da Ilha do Retiro.

Mesmo atuando um pouco mais atrás, Eduardo Ramos foi mostrando a sua qualidade no passe e, sobretudo, nas passadas largas com a bola dominada.

Em 24 de janeiro, fui até Caruaru para fazer a cobertura do jogo Central x Sport para o jornal. O editor do Diario, Fred Figueiroa, também foi. Ainda no primeiro tempo, Fred comentou, lá do alto da cabine do Lacerdão:

“Esse cara joga bola. Sai para o jogo, é forte e chega no ataque. Pode jogar mais.”

Olhei para o lado e falei: “Tá bom, velho… Vai virar auxiliar de Givanildo Oliveira, é?”.

Brincadeira à parte, o jogador teve a segunda nota mais alta da vitória leonina por 2 x 1, com um 7,5. Abaixo apenas de Wilson, autor dos gols, com 9 (veja AQUI).

De fato, Eduardo Ramos rapidamente se transformou no principal articulador da equipe. Armou, deu assistências e marcou gols.

Foram muitos. Dez ao todo. O próprio meia chegou a dizer que nunca tinha tido uma fase “ofensiva” tão boa na carreira. Acabou como vice-artilheiro do time no Estadual.

Campeão e eleito o melhor jogador do Pernambucano, diga-se.

O status de ídolo já estava bem encaminhado.

Sucesso paralelo aos problemas particulares, um extracampo que comprometeu a sua passagem no clube. Goiano de Caçu, Eduardo passou a morar no Recife. Um jovem de 24 anos que conheceu a generosa noite da cidade. Em sua essência.

Em campo, uma displicência irritante para a torcida. Finalizações longe do padrão de outrora. O nível dos adversários havia melhorado? Sim. Mas não a ponto de fazer com que o jogador se tornasse opaco. As críticas foram inevitáveis.

Eis que na véspera do jogo contra o São Caetano, na Ilha, onde as vaias já eram algo comum para o camisa 8, o jogador pediu dispensa do clube. Problemas pessoais.

A pressão superou o talento. A noite superou a pressão. E não será fácil acordar.

A montagem que ilustra o post já circula há alguns dias na web. Marcou o jogador, segundo ele mesmo em entrevista ao repórter Celso Ishigami (veja AQUI).

Feliz aniversário, Lusa

Série B-2010: Náutico 1 x 0 Portuguesa. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

A Associação Portuguesa de Desportos comemorou 90 anos de fundação neste sábado. O clube do Canindé é um dos mais tradicionais de São Paulo.

A Lusa já foi o segundo time de muitos torcedores paulistas. Apesar dos poucos títulos ao longo dos anos (foram apenas 3 Estaduais e 2 Torneios Rio-SP), a Lusa sempre armou times “chatos”, com campanhas regulares no Brasileiro. Até entrar numa sequência de rebaixamentos, inclusive no Paulistão.

Atualmente, a Portuguesa perambula na Série B. A pequena torcida rubro-verde esperava comemorar a data, e o lugar no G4 da Série B, no estádio dos Aflitos.

Mas a casa timbu não foi a casa dos festejos dos visitantes… Não mesmo! O Náutico, como costuma acontecer, pressionou o adversário em casa. Chegou a ver o experiente atacante Dodô assustas, mas seguiu tentando.

E veio o presente. Aos 32 do segundo tempo, eis que Francismar mandou um chute de fora da área e o goleiro Weverton fez questão de abrir a caixa. Timbu 1 x 0. Opa…

O presente acabou sendo para o Náutico, que voltou ao G4 da Série B no bolo dos 27 pontos após 14 rodadas. E o Timbu foi de “penetra” no aniversário.

Sopro de vida

Eletrocardiograma do Sport...

Após uma semana de boas notícias e uma vitória suada na Ilha do Retiro, o Sport esperava fechar o “ciclo” com uma vitória em Bragança Paulista. O triunfo não veio.

O time não venceu, mas também não perdeu.

Diante do Bragantino, no interior paulista, uma bola na trave para cada lado… Nenhum gol para cada, 0 x 0. Um ponto cada um.

Marcelinho Paraíba atuou durante 78 minutos e teve uma estreia regular, buscando o jogo e arriscando algumas tabelas. Não finalizou como se esperava, mas mostrou potencial para crescer junto com o time, perdido no meio da tabela, em 14º lugar.

É nesse ponto que a torcida rubro-negra se agarra para continuar com a esperança de buscar o acesso à elite nacional em 2011.

Para quem já estava aceitando a ideia de brigar apenas para não cair para a Terceirona, já é um alento. O Sport retorna com um pontinho na bagagem, ok. Mas para quem vai gastar mais de R$ 1 milhão por mês até o fim do ano, falta muita coisa…

O Sport ganhou um ponto ou perdeu dois em Bragança Paulista?