O Náutico foi superado pelo CRB na Arena Pernambuco e chegou a duas derrotas seguidas na Série B, se afastando do G4. Zerando em dois sábados seguidos, o time alvirrubro viu a distância em relação ao grupo de acesso passar de 1 para 6 pontos. Vai ter que remar com muita paciência agora para se reaproximar. O primeiro passo será fora de casa…
Na disputa pela liderança, o Vasco voltou a vencer em São Januário, apesar da queda de rendimento nas últimas rodadas.
Apoiado por uma numerosa e barulhenta torcida alagoana na Arena, o CRB venceu o Náutico com autoridade, 3 x 1, com direito a dois golaços por cobertura. O resultado está longe do acaso, sendo o quinto triunfo como visitante em oito apresentações. O rendimento consistente, no Rei Pelé ou fora dele, deixa o time regateano em 3º lugar, abrindo vantagem no G4. Ensaia um acesso há muito aguardado, tendo como última lembrança o Brasileirão de 1984. Neste sábado, volta a Maceió consciente de que jogou mais futebol que o Timbu.
O alvirrubro pernambucano não chegou perto do domínio exercido quando atua como mandante. Sofreu o primeiro revés em casa ao abusar da ligação direta e ao deixar a defesa desguarnecida, com a zaga sempre adiantada, diante de um adversário com um contragolpe rápido. O CRB abriu o placar aos 28, com Gerson Magrão encobrindo Júlio César. Não foi surpresa, pois o visitante vinha insistindo nas bolas enfiadas. Ainda que o empate tenha saído dez minutos depois, com Rony aproveitando um rebote tosco do goleiro, o jogo estava aberto, perigoso. No segundo tempo, Gallo tentou corrigir os problemas acionando Maylson (para fortalecer o meio-campo, espaçado) e Daniel Morais (para prender a bola no ataque e definir melhor as poucas chances).
Não surtiu muito efeito, com o CRB dominando. Fez o segundo gol com Galdezani, que quase não atuou no Sport, e no fim fechou o placar com Roger Gaúcho, o meia vice-campeão nordestino pelo Campinense. Num lance semelhante ao primeiro gol. Linha burra e conclusão por cima. Permanecendo com 21 pontos, a torcida local viu a zona de classificação se distanciar, de 4 para 6 pontos. E só não ficou pior porque o Ceará conseguiu perder do Tupi. De toda forma, o hiato parece maior ao ser relacionado com o futebol descendente do time, com apenas uma vitória nas últimas sete rodadas…
Com verniz de modernidade, a CBF divulgou o calendário brasileiro em 2017, com uma mudança incompreensível para o futebol da região. O Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro aprovou a redução da Copa do Nordeste e a ampliação do Pernambucano (e dos outros estaduais, claro), indo de encontro à evolução do regional nos últimos quatro anos. Os dois torneios serão simultâneos, entre fevereiro e abril, com 26 datas ao todo. Segundo a CBF, são 18 no estadual e 8 no regional. Resumindo: aumentou o certame local em 4 datas e reduziu o Nordestão em 4 (?!). Contudo, há a ressalva que a “quantidade de datas para cada competição depende da composição feita entre as federações e os clubes envolvidos, com anuência da CBF”.
Se o regional já tinha doze datas, desde 2013, qual é o sentido de reduzi-lo e deixar a brecha para “negociar” mais quatro datas? Para dar poder às federações, sim ou claro? Organizar uma Lampions com 20 clubes em 8 datas tende a ser complicado. A título de curiosidade, entre tantas fórmulas possíveis, poderia ser com cinco grupos de quatro times em turno único, quartas em jogo único e semi e final em ida e volta. Ou apenas em mata-matas. Ou seja, um arremedo. Já o Estadual com 18 datas seria a realização do sonho de Evandro Carvalho, mandatário da FPF – e também das demais federações da região.
Calendário 2016
Pernambucano – 14 datas (hexagonal do título, semifinal e final) Nordestão – 12 datas (fase de grupos, quartas, semi e final)
Com essa resolução fica bem difícil não lembrar de 2003, quando a CBF, pressionada pelas federações, retirou a Copa do Nordeste do calendário. Ao menos agora há um acordo judicial, após vitória da liga, que obriga a entidade a chancelar o torneio até 2022. Pelo visto, só não estipula o tamanho. Até que uma (esperada) mudança seja feita oficialmente, vale o que está no papel. No caso, o enxuto regional só ocorreria no meio de semana (decisão em 19 de abril, uma quarta-feira). Os estaduais, basicamente aos domingos, têm apenas quatro datas na quarta. O repasse desses jogos solucionaria o impasse.
Em relação ao Brasileirão, mudanças pontuais, como a antecipação da abertura em uma semana, a paralisação de três rodadas para cada rodada (dupla) das Eliminatórias do Mundial de 2018 e a diminuição das partidas no meio de semana, com nove rodadas intermediárias (foram agendadas onze em 2016). O calendário foi elaborado pela diretoria de competições da CBF, cuja ata oficial foi assinada pelo presidente Marco Polo Del Nero, com “satisfação”.
Confira o cronograma do novo calendário em uma resolução maior aqui.
Os três balanços anuais da Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. foram fechados com prejuízo na operação. Um rombo de R$ 73,1 milhões. O relatório de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015 foi divulgado dois meses após o prazo original por causa do distrato entre o governo do estado e a Odebrecht, com o empreendimento voltando para o poder público. O quadro é recheado de cifras, com inúmeros caminhos para a análise. O blog optou por dar sequência ao modelo apresentado pelo próprio consórcio na última temporada, com dados operacionais. No caso, o balanço publicado no Diario Oficial de Pernambuco, neste 5 de julho de 2016, traz um saldo negativo R$ 19 milhões. A despesa foi quase o dobro do faturamento, auditado em R$ 24 mi.
A receita operacional soma bilheteria, comercialização de camarotes, realização de eventos não esportivos, alimentação, estacionamento e a parcela anual do naming rights, cujo acordo com a Itaipava também foi rescindido. Já o custo operacional contabilizou administrativo, pessoal, gastos com a realização dos jogos, manutenção de itens como ar condicionado, elevadores e escada rolante, segurança, limpeza e despesas comercias. Em março já havia sido revelado o estudo da Fundação Getúlio Vargas sobre os dois primeiros anos da arena, com apenas 20% do faturamento previsto. De julho de 2013 a junho de 2015, a receita projetada foi de R$ 226 milhões, com a realidade em R$ 47 milhões.
Entre os motivos para o fiasco financeiro – além da elevadíssima projeção no contrato, muito acima da realidade do futebol pernambucano -, é possível apontar a mobilidade falha (e ainda incompleta!), jogos às 22h e falta de mais partidas de Sport e Santa Cruz, com públicos (e rendas) maiores que as do Náutico. Por sinal, em 2015 foram disputados 41 jogos, dois a menos que em 2014 – no lançamento do projeto, em 2009, na gestão de Eduardo Campos, a proposta estipulava ao menos 60 jogos. Com o déficit milionário, a contraprestação pública seguiu no mesmo nível. Na agora extinta parceria público-privada, o governo tinha que cobrir o rombo no faturamento anual caso a receita fosse abaixo de 50% da (inatingível) meta de R$ 110 milhões.
Esse formato inviável de operação acabou. Porém, o governo de Pernambuco terá que pagar R$ 246,8 milhões à construtora pela quebra de contrato, num prazo de 15 anos, deixando claro que o problema está longe do fim…
O 45 minutos analisou as três derrotas do Trio de Ferro, entre sábado e segunda. Oito gols sofridos e apenas dois marcados. O Náutico se distanciou do G4 da Série B, enquanto Santa e Sport permaneceram no Z4 da Série A. Um cenário preocupante, com gravações exclusivas sobre cada jogo, comentando o desempenho coletivo e observações individuais. Além disso, uma edição completa do podcast, projetando os próximos jogos e calculando as chances de permanência na elite, a partir do aproveitamento histórico (46 pontos).
Ao todo, 169 minutos! Ouça agora ou quando quiser.
A presença feminina nas torcidas de futebol é cada vez maior, mais atuante. No Recife, são 622 mil torcedoras, segundo o estudo mais recente, o que corresponde basicamente à metade dos aficionados pelo Trio Ferro. Ainda assim, a sua participação ainda é tratada, em partes, como casualidade. Um machismo velado, analisado frontalmente pelo minidocumentário Flores do Estádio?, produzido por Manuela Andrade e Catarina Santos, alunas do curso de jornalismo da UFPE.
Lançado em julho de 2016, o vídeo aborda a opinião de torcedoras de Náutico, Santa e Sport e também de clubes de outros estados, São Paulo e Atlético-MG. A premissa é simples: a participação feminina muito além do batido “embelezamento” das arquibancadas, sendo determinante como parte da massa, sem distinção. O vídeo de 10 minutos foi produzido para a disciplina “redação para os meios de comunicação”. Tema válido demais.
A torcida feminina no Recife* Sport – 330.067 (52% do clube na cidade) Santa Cruz – 214.438 (48%) Náutico – 78.251 (49%)
A divisão das 622.756 torcedoras: Sport 53%, Santa 34% e Náutico 12%.
Havia a esperança de retornar ao G4, mas o Náutico foi goleado pelo Atlético-GO, no Serra Dourada. Assim, perdeu três colocações, voltando ao 8º lugar e ficando a quatro pontos do grupo de acesso. E aí foi o golpe mais duro, pois agora, ao contrário do que vinha acontecendo, o time não pode mais alcançar a 4ª posição em apenas uma rodada. Ao menos, terá a chance de reduzir a diferença para um ponto já na próxima rodada, no confronto direto contra o CRB de Mazola Júnior, que vai sendo a surpresa da Série B até o momento.
Na disputa pela liderança, o Vasco perdeu a gordura após duas derrotas seguidas. Se mantém à frente do Atlético devido ao número de vitórias (9 x 8).
No Serra Dourada às moscas, como se esperava, o Náutico desperdiçou as pouquíssimas oportunidades criadas e acabou goleado pelo Atlético-GO. Enquanto os pernambucanos não justificaram a estatística de melhor ataque até então, numa atuação fraca, os goianos mantiveram o status de defesa menos vazada e melhoraram o índice à frente. O saldo disso, 3 x 0 para o mandante, que encostou no Vasco na liderança da Série B, com 28 pontos. Sete à frente do alvirrubro, fora do G4, com apenas uma vitória nos últimos seis jogos.
No ensolarado sábado em Goiânia, o vice-líder definiu a vitória logo no primeiro tempo, em lances bem distintos. Primeiro, com Gilsinho. A sua passagem no Sport, em 2012, ficou marcada pelos chutes improdutivos, sem força e direção. Tudo o que não ocorreu no limão de muito longe, aos 25. Acertou o ângulo esquerdo de Júlio César, com a bola ainda triscando no travessão. Indefensável. Oito minutos depois, uma bela troca de passes do Atlético, paralela a uma defesa marcando com os olhos. A bola chegou limpa para Alisson ampliar.
Gallo vem mudando seguidamente a escalação inicial. No intervalo, tentando consertar, mudou o meio (Hugo) e o ataque (Danrlei, apenas 17 anos), mas não surtiu efeito, com o adversário fazendo outro. Assimilado o resultado, o treinador, que se queixa da falta de tempo, terá uma semana até o próximo jogo. Na Arena, onde obtém seus pontos e diante de um concorrente direto, o CRB.
Na volta à arena, o Náutico se reaproximou do G4, subindo do 8º para o 5º lugar, a um pontinho do CRB. Reflexo da vitória timbu sobre o Luverdense. A terça quase cheia (um jogo ocorreu na segunda-feira) teve algumas surpresas, começando com o próprio time alagoano, treinado por Mazola Júnior (aquele), vencendo o Joinville em Santa Catarina. O 3 x 1 valeu o lugar no grupo de acesso, numa campanha já consistente. Líder isolado, o Vasco perdeu outra vez em casa, desta vez para o Paraná, no meio da tabela.
Ah, o Bahia enfim venceu. Após quatro derrotas seguidas, o time, agora com Guto Ferreira, fez 2 x 0 sobre o Oeste e já voltou à briga pelo acesso – num cenário possível na Série B justamente pelo nível técnico da Série B.
O Náutico se manteve 100% na Arena Pernambuco. Após uma breve passagem no Arruda, onde empatou, o time voltou a mandar o seu jogo em São Lourenço, chegando à quinta vitória por lá. Com um ótimo desempenho ofensivo até então, desta vez o alvirrubro venceu por 1 x 0, com um gol contra do Luverdense. Uma bobeira geral, começando com a bola perdida na lateral, por Tiago Adan, que avançou pelo lado esquerdo da área e cruzou voltando, com Wallace, desgovernado, mandando para as próprias redes. Definitivo.
Da 8ª colocação, a três pontos no grupo de acesso da Série B, na situação de sábado após chegar a quatro rodadas sem vitória, o time pernambucano evoluiu para a 5ª posição, a um ponto do CRB, cuja campanha surpreende – nesta rodada, por exemplo, o alvirrubro alagoano superou o Joinville fora de casa.
Apesar do resultado favorável, a atuação timbu seguiu oscilante, num primeiro tempo opaco e com um bom volume de jogo após o intervalo, criando boas chances, uma delas parando na trave, com Jefferson Nem. Encarou um adversário onipresente em impedimento, com o ex-alvirrubro Hugo sete vezes em posição irregular! A noite terminou com aplausos de uma torcida consciente do objetivo de reequilibrar a campanha. Falando em torcida, foram 3.274 espectadores. Pelo visto, os alvirrubros só irão aparecer aos sábados…