Fair play trabalhista pode custar pontos no Brasileiro. O alerta é geral no Recife

Conselho técnico do Brasileirão 2015, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

A CBF deverá implantar no Campeonato Brasileiro o “fair play trabalhista”. No conselho técnico da competição, no Rio, a ideia foi aprovada por unanimidade pelos representantes dos vinte clubes, incluindo o Sport, naturalmente. Segundo o site da própria confederação, o “fair play trabalhista implica o cumprimento das obrigações financeiras e trabalhistas, ou seja, o clube não poderá atrasar salários dos jogadores durante a disputa da competição”.

Em caso de salários atrasados, o clube ficaria impedido por um determinado prazo para contratar reforços. Já a perda de pontos (quantidade não definida) seria a pena máxima da regra, que precisa entrar no regulamento geral de competições para vigorar já na edição de 2015.

No viés local, o Leão ficou quase oito anos sem atrasar. A sequência acabou justo este ano, em janeiro, quando atrasou o pagamento em dez dias. Ainda haverá o conselho técnico da Série B, para estender a regra. De toda forma, Náutico e Santa, com lastro financeiro menor, enfrentam problemas para manter a folha em dia. Não é incomum o atraso de até dois meses nos clubes. Nota-se que o fair play trabalhista pode mexer diretamente com o futebol pernambucano.

Folhas de pagamento dos clubes pernambucanos em 2015 (estimativa):
R$ 2,2 milhões – Sport
R$ 750 mil – Santa Cruz
R$ 350 mil – Náutico

Obs. O fair play trabalhista é diferente do fair play financeiro. Um é sobre atraso de salários. O outro, sobre o limite de investimentos, para não ficar negativado.

Santa Cruz completa 101 anos com o dever de aproveitar o seu potencial

Aniversário de 101 anos do Santa Cruz. Imagem: Santa Cruz/twitter/scfc_oficial

Jamais esmorecer, um lema não escrito do Santa Cruz.

O centenário já é história. Cercado de expectativa, o ano não contagiou nem no gramado nem fora dele. Felizmente, o tempo passou rápido O Tricolor já chegou ao 101º ano, com ideias renovadas. Em campo, uma nova comissão técnica e um elenco remontado terão bastante trabalho para atingir os objetivos do clube, mais escassos devidos aos insucessos do ano anterior. Paciência.

Mas em 2014 o respaldo administrativo também fez falta. Agora será decisivo. Sem dúvida alguma, o grande projeto coral é alavancar a campanha de sócios.

15 mil até dezembro de 2015.
20 mil em 2016.
45 mil em 2017…

A meta não é nada modesta. Contudo, preenchendo essa lacuna, o clube terá lastro financeiro neste contínuo processo de mudanças no futebol brasileiro. Em vez de sobreviver com um orçamento anual de R$ 17 milhões, muito abaixo dos dois rivais, teria a chance de viver com o dobro disso, ao menos.

É, aqui entre nós, essa ideia é fundamentada numa paixão incalculável, que já atravessou todas as provações possíveis nos gramados. E que se mantém firme entre os mais de 2 milhões de fiéis.

São 101 anos junto ao povo, para o povo. Parabéns, Santa Cruz.

E que o enorme potencial do clube enfim seja qualificado e aproveitado…

Torcida na Timemania define a receita de um clube de R$ 960 mil a R$ 3,6 milhões

Timemania

A Timemania irá distribuir em 2015 de R$ 960 mil a R$ 3,6 milhões, por clube. Respectivamente, os dois patamares anuais levam em conta o ranking de apostas da loteria federal, do 21º ao 80º lugar, incluindo Náutico e Sport, e do 1º ao 20º, com o Santa presente. Essa renda extra vem a partir da movimentação da própria torcida, marcando o clube do coração nas cartelas a cada sorteio.

Iniciando o 8º ano de operação, a loteria enfim atrai a atenção dos clubes locais, com o objetivo de estimular os seus torcedores. Nas redes sociais oficiais de alvirrubros, tricolores e rubro-negros, imagens vêm sendo postadas.

Abaixo, as campanhas do trio no facebook. Saiba mais: Náutico, Santa e Sport.

Do faturamento absoluto da Timemania em um ano, 22% é repassado para os 80 clubes inscritos – apenas três pernambucanos -, em uma verba destinada para abater dívidas com o poder público. Deste montante, 65% vai para os vinte primeiros lugares do ranking de apostas. Os demais dividem 35%.

O objetivo de qualquer time, claro, é fazer parte do primeiro escalação, e que a Timemania arrecade ainda mais, aumentando as parcelas distribuídas em 2016.

Em 2014, o trio da capital teve 7,2 milhões de apostas. Confira os dados aqui.

Timemania do Náutico

Timemania do Santa Cruz

Timemania do Sport

Calendário recifense de 48 a 80 jogos

Calendário

O calendário de jogos oficiais dos grandes clubes pernambucanos será intenso em 2015. Contudo, as agendas são bem distintas, de 48 a 80 partidas.

A agenda mínima seria a do Santa, com 48 jogos, contando apenas com o Pernambucano e a Série B. Reflexo da 4ª colocação no último Estadual, quando perdeu para o Salgueiro as vagas na Copa do Brasil e Nordestão. Caso avance no hexagonal do Pernambucano, o Tricolor faria mais quatro partidas, e só.

Já Náutico e Sport têm números parecidos na quantidade de partidas. A diferença é a pré-vaga do Leão na Sul-Americana. Porém, o próprio Timbu poderia igualar, desde que conquiste a copa regional, que dá vaga à Sula.

Confira as projeções de campanhas mínimas e máximas de cada um.

Náutico
Mínimo: 56 jogos
Estadual (10), regional (6), Copa do Brasil (2) e Série B (38)

Máximo: 78 jogos*
Estadual (14), regional (12), Copa do Brasil (14) e Série B (38)
* O número pode chegar a 80 jogos, caso conquista a vaga na Sul-Americana

Santa Cruz
Mínimo: 48 jogos
Estadual (10) e Série B (38)

Máximo: 52 jogos,
Estadual (14) e Série B (38)

Sport
Mínimo: 58 jogos
Estadual (10), regional (6), Copa do Brasil (2), Série A (38) e Sul-Americana (2)

Máximo: 80 jogos
Estadual (14), regional (12), Copa do Brasil (6), Série A (38) e Sul-Americana (10)

Glauber Vasconcelos avalia o primeiro ano de gestão no Náutico

O presidente do Náutico, Glauber Vasconcelos, gravou um vídeo no canal do clube no youtube com uma avaliação geral de seu primeiro ano de mandato.

No futebol, foi vice-campeão pernambucano e permaneceu na Série B. No vídeo, o dirigente diz que “interesses pessoais não podem ficar acima do clube” e voltou a fazer críticas à gestão anterior, por causa das dívidas herdadas.

Com seis minutos de duração, o vídeo titulado “prestando contas ao torcedor” também funciona como campanha do próprio Movimento Transparência Alvirrubra (MTA).

Divisão das torcidas brasileiras via televisão por assinatura – 2015

Ranking de assinantes da Sky no Brasil em janeiro de 2015

O consumo via pay-per-view deve tomar conta futuramente das negociações dos direitos de transmissão na televisão do futebol brasileiro. A partir disso, é interessante constatar a base de torcedores/assinantes. Atualmente, apenas a Sky, a segunda maior operadora de tevê paga do país, detalha os times preferidos em relação à sua base de clientes. De acordo com o dado oficial mais recente, através da Anatel, a operadora tem 5.643.299 assinantes.

O ranking de clubes entre os assinantes é produzido pela própria empresa, com o cadastro online dos clientes – ainda aberto. Nele, o Flamengo, como nas pesquisas tradicionais, está bem à frente, com 1.081.820 assinantes. Observando o quadro de janeiro de 2015, os três grandes clubes do estado aparecem entre os 20 primeiros: Sport 15º, Náutico 18º e Santa Cruz 19º.

Agregado, o trio representa 2,53% de todas as assinaturas do país, com 142.775 titulares. O crescimento bruto em relação ao ano passado, quando o blog enumerou os números pela primeira vez, foi de 0,01% nacionalmente.

Cruzando os dados, é possível projetar a evolução de cada time da capital em um ano, com 4.290 novos rubro-negros, 2.624 tricolores e 503 alvirrubros. O crescimento coral era esperado por causa de seu retorno à Série B, que tem todos os seus jogos exibidos no PPV, ao contrário da Série C.

2015/janeiro (5.643.299 assinantes no país)
Sport: 77.877 (1,38%)
Náutico: 32.731 (0,58%)
Santa Cruz: 32.166 (0,57%)
Total: 142.775 (2,53%)

2014/janeiro (5.371.370 assinantes no país)
Sport: 73.587 (1,37%)
Náutico: 32.228 (0,60%)
Santa Cruz: 29.542 (0,55%)
Total: 135.358 (2,52%)

A Sky também expõe o seu quadro por estado. Em Pernambuco, além dos locais (com 75,19% do bolo) e das principais forças do Sudeste, clubes tradicionais do Nordeste também têm espaço, como Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza. Como surpresa, um representante do Norte, o Remo, em 20º.

Confira os rankings nacional e estadual em janeiro de 2014 clicando aqui.

Ranking de assinantes da Sky em Pernambuco em janeiro de 2015

As 3 maiores vitórias do Santa em 2014

As maiores vitórias do Santa Cruz em 2014: Ceará 0x2 Santa Cruz (Série B), Santa Cruz 3x0 Sport (Estadual) e Santa Cruz 1x0 Vasco (Série B). Fotos: Arquivo DP/D.A Press e Jarbas Oliveira/Estadão

O aguardado centenário do Santa Cruz terminou de forma frustrante, desperdiçando com tropeços em casa o acesso à Série A. Foi o ano do “quase”, com o time chegando também à semifinal no Nordestão e no Estadual. Apesar do desfecho, o Tricolor conquistou algumas vitórias expressivas. Considerando a opinião da galera no twitter e uma análise com a equipe do Superesportes, eis as três principais vitórias da Cobra Coral em 2014.

Você concorda com a lista? Algum outro jogo também merecia destaque?

24/10 – Ceará 0 x 2 Santa Cruz (Série B)
Historicamente, o Santa não conquistava bons resultados em Fortaleza. E o Vozão, também em seu centenário, havia investido bem mais no time. Após um bom começo, os alencarinos caíram de produção. Enquanto isso, o Tricolor vivia a sina de abrir o placar fora de casa e não segurar a vitória. Após marcar o primeiro logo no comecinho, Tony foi expulso. Só aumentou o drama. A três minutos do fim, o alento, com Adilson fazendo a torcida pernambucana ser ouvida no Castelão. O Santa vivia seu melhor momento no ano.

06/04 – Santa Cruz 3 x 0 Sport (Estadual)
Os tricolores estavam engasgados. Eram três derrotas contra o rival no ano. Na semifinal do estadual, o sonho do tetra permanecia vivo. Era a chance de devolver a eliminação na semi do regional. No jogo de ida, um primeiro tempo insosso. Na etapa complementar, os corais foram bem superiores, marcando três vezes. Foi a primeira goleada do clube no Clássico das Multidões desde 1990. Infelizmente, para o Santa, não havia saldo de gols no regulamento.

18/10 – Santa Cruz 1 x 0 Vasco (Série B)
Um chute forte de pé esquerdo aos 40 minutos do segundo tempo levantou o povão na Arena Pernambuco. E tinha bastante gente. Foram 24 mil pagantes, que confiaram no time mesmo numa semana difícil, um dia após a greve dos jogadores. Salários atrasados à parte, o time se empenhou, sobretudo no primeiro tempo. No segundo, os cariocas melhoraram, exigindo bastante de Tiago Cardoso. No finzinho, o triunfo sobre o time mais rico do campeonato.

Os cinco momentos mais marcantes da Arena Pernambuco em 2014

A Arena Pernambuco anunciou os seus cinco grandes momentos em 2014. Copa do Mundo, Náutico, Santa Cruz, Sport e futebol americano figuram na lista. Abaixo, um resumo desses momentos marcantes bo estádio em São Lourenço da Mata, que neste ano recebeu 729 mil pessoas em 47 partidas de futebol, e mais 7 mil no futebol americano.

Concorda com a lista? Comente.

Arena Pernambuco na Copa do Mundo de 2014. Foto: Arena Pernambuco/divulgação

1) Copa do Mundo – Foram cinco partidas em junho, com direito a uma apresentação da seleção que conquistaria o Mundial, a Alemanha. O time de Müller e Schweinsteiger venceu os EUA por 1 x 0. Uma curiosidade sobre o jogo foi o recorde de público estabelecido, de 41.876 espectadores, mesmo com o dilúvio que caiu na cidade. A última partida foi pelas oitavas de final, quando a carismática Costa Rica eliminou a Grécia nos pênaltis.

Final do Pernambucano de 2014, Sport campeão. Foto: Arena Pernambuco/divulgação

2) Campeonato Pernambucano – A primeira final da história do Estadual na arena foi logo a da 100ª edição da competição. O título foi disputado entre Náutico e Sport, com 30 mil pessoas presentes na arquibancada – até então o maior público entre clubes. O zagueiro Durval marcou o gol da vitória e, consequentemente, do título leonino. No palco, ele ainda teve a honra de erguer mais um troféu em sua passagem no Rubro-negro.

Torcedor 1 milhão da Arena PE. Foto: Arena Pernambuco/divulgação

3) Torcedor 1 milhão – A Arena Pernambuco atingiu a marca de 1 milhão de torcedores em todas as suas partidas, desde a sua abertura em 2013, Clássico das Emoções em 8 de novembro, que terminou sem gols. O alvirrubro Gilmar Cavalcanti foi com a sua esposa ao jogo e teve o bilhete premiado, ganhando uma camisa autografada do clube.

Aniversário de 15 anos na Arena PE. Foto: Arena Pernambuco/divulgação

4) Festa de Aniversário – João Paulo, um adolescente de 15 anos, comemorou o seu aniversário de forma bem incomum. Pela primeira vez, o estádio foi alugado para uma festa assim, mostrando a gama de eventos possíveis por lá. Em uma festa surpresa bancada pelo pai, o torcedor do Santa Cruz pôde convidar os amigos para conhecer todas as dependências do estádio e até bater uma pelada no impecável gramado.

Final da Superliga do Nordeste de futebol americano. Foto: Arena Pernambuco/divulgação

5) Futebol Americano – O maior público do futebol americano no Brasil, somente. A final da liga nordestina entre Recife Mariners e João Pessoas Espectros reuniu 7.056 torcedores, pintando de azul as cadeiras da arena, numa referência às cores do time pernambucano. Num evento inédito no estádio, os paraibanos acabaram faturando o título, por 38 a 12.

1,2 milhão de torcedores e renda de R$ 25,1 milhões nos jogos oficiais na RMR

Torcidas de Sport, Santa Cruz e Náutico

O ano de 2014 de Náutico, Santa e Sport teve 96 partidas, considerando todos os jogos oficiais com o mando de campo do trio em duelos nos Aflitos, Arena Pernambuco, Arruda, Ilha do Retiro e até no Lacerdão. Para o levantamento – o segundo produzido pelo blog -, foram analisados os borderôs disponíveis nos sites da federações responsáveis, com dados sobre público e arrecadação.

Ao todo, os grandes clubes arrecadaram R$ 25.109.612 na bilheteria. O montante foi R$ 1.245.521 superior ao do ano passado. Curiosamente, o público de 1.209.409 torcedores foi inferior, com uma diferença de 313 mil pessoas. Além das campanhas decepcionantes de alvirrubros e tricolores na Série B, isso também foi reflexo do novo patamar nos valores dos ingressos, sobretudo na Arena, que recebeu 43 jogos. Ingressos mais caros até mesmo naqueles pagos pelo governo do do estado no Todos com a Nota. Em vez de R$ 10, como ocorre nos estádios particulares durante o Brasileiro, o TCN pagou R$ 25 na Arena.

Essa manobra foi feita para ajudar a bancar o estádio da Copa, que divide as receitas com os clubes. Por isso, não é possível dizer ao pé da letra quanto um clube arrecadou – somente com os balanços que serão publicados até abril de 2015. Então, é mais certo dizer que tal time gerou um valor “x” de receita, pois a renda também é repartida com o consórcio que opera o estádio.

Em relação aos dados separados entre os times, uma mudança no primeiro lugar. O Sport teve um leve aumento no índice, passando de 15.783 para 16.705 pessoas, mas foi suficiente para passar o Santa, com uma queda brusca de 23.912 para 12.839 espectadores. Ao Tricolor, pesou o fraco futebol em campo e até mesmo os três jogos em Caruaru numa punição por causa de briga de torcida. Os corais ainda jogaram três partidas com portões fechados, mas tais apresentações não entraram na conta, claro.

Já o Náutico atuou a temporada quase inteira na Arena – só fez uma partida foi no Eládio de Barros -, baixando a sua média de público, com 6,5 mil, contra 9,8 mil do ano anterior. A bilheria, porém, subiu, chegando a quase R$ 7 milhões.

Para rever o levantamento de 2013, clique aqui.

Sport
34 jogos (27 na Ilha e 7 na Arena)
568.000 torcedores
Público médio de 16.705
46,78%  de ocupação
R$ 11.065.652
Renda média de R$ 325.460

Estadual – 7 jogos – 118.823 pessoas (16.974) – R$ 1.809.957 (R$ 258.565)
Nordestão – 6 jogos – 93.708 pessoas (15.618) – R$ 1.275.000 (R$ 212.500)
Copa do Brasil – 1 jogo – 1.276 pessoas – R$ 18.135
Série A – 19 jogos – 348.168 pessoas (18.324) – R$ 7.881.200 (R$ 414.800)
Sul-Americana – 1 jogo – 6.025 pessoas – R$ 81.360

Santa Cruz
31 jogos (22 no Arruda, 6 na Arena e 3 no Lacerdão)
398.018 torcedores
Público médio de 12.839
24,02% de ocupação
R$ 7.131.055
Renda média de 230.034

Estadual – 7 jogos – 109.983 pessoas (15.711) – R$ 1.749.552 (R$ 249.936)
Nordestão – 5 jogos – 41.765 pessoas (8.353) – R$ 784.610 (R$ 156.922)
Copa do Brasil – 1 jogo – 9.750 pessoas – R$ 93.465
Série B – 18 jogos – 236.520 pessoas (13.140) – R$ 4.503.428 (R$ 250.190)

Náutico
31 jogos (30 na Arena e 1 nos Aflitos)
243.391 torcedores
Público médio de 7.851
17,27% de ocupação
R$ 6.912.905
Renda média de R$ 222.996

Estadual – 7 jogos – 87.766 pessoas (12.538) – R$ 2.173.905 (R$ 310.557)
Nordestão – 3 jogos – 28.716 pessoas (9.572) – R$ 763.275 (R$ 254.425)
Copa do Brasil – 2 jogos – 1.851 pessoas (925) – R$ 26.720 (R$ 13.360)
Série B – 19 jogos – 125.058 pessoas (6.582) – R$ 3.949.005 (R$ 207.842)

Total
96 jogos (43 na Arena, 27 na Ilha, 22 no Arruda, 3 no Lacerdão e 1 nos Aflitos)
1.209.409 torcedores
Público médio de 12.598
28,25% de ocupação
R$ 25.109.612
Renda média de R$ 261.558
Torneios: Estadual, Nordestão, Copa do Brasil, Sul-Americana e Séries A e B.

Os centenários de Náutico, Sport e Santa passados a limpo

As camisas de Náutico, Sport e Santa Cruz já ostentam mais de cem anos de história. Certamente, cada torcedor pernambucano tem na memória um ano inesquecível no futebol, tanto por um grande desempenho como num fiasco daqueles. Contudo, há uma temporada marcante, que torcedor nenhum consegue fugir… o próprio centenário do clube.

No Recife, tais anos ocorreram em 2001, 2005 e 2014.

Quem brilhou mais? Quem passou o maior vexame?

Náutico em 2001. Fotos: DP/D.A Press

2001 – Náutico
O ano do centenário do Náutico começou com apenas três jogadores no departamento de futebol. Correndo contra o tempo, o grupo liderado por André Campos trouxe Júlio César Espinosa e atletas desconhecido como “Cuqui”. O time empolgou no Nordestão, liderando a primeira fase de forma invicta. A eventual derrota na semifinal para o Sport nos Aflitos, abarrotado, mudou o cenário. Além do clima pesado pela polêmica atuação do meia Marcelo Passos, que no segundo semestre seria contratado pelo Leão, houve a mudança de comando. Chegou Muricy Ramalho, encaixando o time. Pupilo de Telê Santana, o treinador iniciaria uma história marcante nos Aflitos.

Para isso, contou com um nome. Artilheiro do regional, o centroavante timbu (com a escrita já corrigida para “Kuki”) também brilhou no Pernambucano. Mesmo com os dois rivais na elite nacional, o Timbu se superou e faturou a competição depois de 11 longos anos, diante de 70 mil pessoas no Arruda. O “quer nadar, quer nadar?”, tão ironizado pelos rivais, foi devidamente respondido com os jogadores dando braçadas no campo até a taça, que manteve o “luxo” no emblema do hexa. O ano só não foi melhor porque o sonho de retornar a Série A foi brecado em Florianópolis, num duríssimo confronto contra o Figueirense. 2 x 1 cá, 1 x 2 lá. Com melhor campanha, o time catarinense chegou no quadrangular final.

Estadual (campeão)
31 jogos, 19 vitórias, 7 empates e 5 derrotas; 57 GP, 28 GC, +29 SG

Nordestão (3º lugar, semifinal)
16 jogos, 11 vitórias, 4 empates e 1 derrota; 32 GP, 15 GC, +17 SG

Copa do Brasil (44º lugar, 1ª fase)
2 jogos, 0 vitória, 1 empate e 1 derrota; 2 GP, 4 GC, -2 GC

Série B (5º lugar, quartas de final)
28 jogos, 13 vitórias, 5 empates e 10 derrotas; 47 GP, 38 GC, +9 SG

Total (63,2% de aproveitamento)
77 jogos, 43 vitórias, 17 empates e 17 derrotas; 138 GP, 85 GC, +53 SG

Sport em 2005. Fotos: DP/D.A Press

2005 – Sport
Luciano Bivar renunciou ao mandato de presidente do Leão em 2001, quando perdeu o hexa. Quatro anos depois, ganhou o pleito para presidir o clube no centenário. Novas promessas, novos investimentos. E novos erros. Começou o ano montando a “seleção da Série B”, com alguns dos melhores jogadores da edição anterior da Segundona. Vinícius, Cleisson, Ramalho etc. Os rubro-negros viram o Santa de Carlinhos Bala voar no Estadual, perdendo os dois turnos. Pior. Na última rodada, já eliminado, o time precisava vencer o lanterna Manchete, no Ademir Cunha, para ir ao menos à Copa do Brasil. Ficou num insosso 0 x 0 com a torcida chamando os jogadores de “paneleiros”.

Infelizmente, para a torcida, o ano estava longe de acabar. No Brasileiro da Série B, um acesso poderia suprir parte do sonho centenário – afinal, o time figurava na segunda divisão desde 2002. Entretanto, o time patinou desde as primeiras rodadas, com inúmeros técnicos (Edinho, Zé Teodoro, Adilson Batista, Neco…) e ficando a um triz de um vergonhoso rebaixamento à Série C, com direito à água no chope no “jogo do centenário”, contra o Santo André (1 x 2). Na última rodada, não fez por onde, perdendo do Gama com menos de cinco mil pessoas na Ilha. Só não caiu porque o Vitória tropeçou em casa, diante da Lusa. Ficar na B foi o “presente” do centenário.

Estadual (3º lugar)
18 jogos, 9 vitórias, 5 empates e 4 derrotas; 28 GP, 14 GC, +14 SG

Nordestão
não houve

Copa do Brasil
não participou

Série B (16º lugar, primeira fase)
21 jogos, 8 vitórias, 3 empates e 10 derrotas; 29 GP, 32 GC, -3 SG

Total (50,4% de aproveitamento)
39 jogos, 17 vitórias, 8 empates e 14 derrotas; 57 GP, 46 gc, +11 SG

Santa Cruz em 2014. Fotos: DP/D.A Press

2014 – Santa Cruz
Do trio de ferro, o Tricolor foi quem chegou ao seu centésimo ano com o melhor histórico. Era o atual tricampeão pernambucano e finalmente havia saído da terceira divisão, voltando à Série B após seis temporadas. O extracampo, contudo, implodiu o Santa. O clube foi punido duas vezes por ações de uma torcida uniformizada, com a segunda implicando no assassinato de um torcedor rival após um jogo no Arruda. Financeiramente, também enfrentou problemas Com o moral baixo, os resultados também sucumbiram. No primeiro semestre, duas eliminações para o então freguês Sport, tanto do Nordestão quanto do Estadual. A queda de Vica deu lugar a Sérgio Guedes e sua oratória interminável.

E foi preciso lábia para manter o astral de um time que simplesmente não conseguia segurar o resultado na Série B. Foram mais de dez partidas abrindo o placar e cedendo o empate ou mesmo a virada. No fim, já com outro técnico, Oliveira Canindé e sua linguagem popular, o time teve a esperança do acesso. Lotou a Arena Pernambuco com 34 mil pessoas e acabou surpreendido pelo América de Natal. Baque grande no ano, que ainda não acabou. Lembra da eliminação na semi do Estadual? Na disputa de terceiro lugar, o gol de Fabrício Ceará aos 42 minutos do segundo tempo tirou o time do Nordestão e da Copa do Brasil de 2015. Um centenário para esquecer.

Estadual (4º lugar)
14 jogos, 5 vitórias, 5 empates e 4 derrotas; 28 GP, 16 GC, +12 SG

Nordestão (4º lugar, semifinal)
10 jogos, 5 vitórias, 2 empates, 3 derrotas; 13 GP, 10 GC, +3 SG

Copa do Brasil (19º lugar, 3ª fase)
6 jogos, 3 vitórias, 2 empates e 1 derrota; 10 GP, 7 GC, +3 SG

Série B (9º lugar)
38 jogos, 14 vitórias, 13 empates e 11 derrotas; 51 GP, 38 GC, +13 SG

Total (50,4% de aproveitamento)
68 jogos, 27 vitórias, 22 empates e 19 derrotas; 102 GP, 71 GC, +31 SG