O primeiro técnico da era MTA no Náutico foi confirmado.
O gaúcho Luiz Carlos de Lorenzi, de 41 anos, foi o responsável pelo acesso do Juventude na Série D desta temporada.
Ele começou a carreira comandando a base do Internacional, em 1990. Também atuou na categoria amadora do Grêmio. No profissional, passou por outros clubes no Sul, como Caxias, Novo Hamburgo e Brasil de Pelotas.
Apesar do rendimento no Rio Grande, o nome surpreendeu no Recife.
Será a sua primeira passagem no futebol nordestino. Chega para implantar um dos planos do Movimento de Transparência Alvirrubra, integrando a formação da base ao profissional, com personalidade em campo.
Lorenzi pode até ser desconhecido no mercado pernambucano, mas em Caxias do Sul o treinador, conhecido como “Lisca”, tinha bastante carisma junto à torcida do Juventude, mais conhecida como papada.
Assista a alguns vídeos do grito de apoio da torcida alviverde ao torcedor…
O “Lisca Doido”. E olhe que Lisca adotou o apelido.
O planejamento estratégico do Movimento Transparência Alvirrubra vem sendo articulado há pelo menos quatro anos.
Não se trata apenas de unir as correntes alvirrubras, em exercer a política nos bastidores do clube. A proposta do MTA nesse período foi o de construir um modelo de gestão ao Náutico, independentemente de quem ocupasse a presidência, com direito a fóruns abertos ao público, intercâmbio etc.
No entanto, a falta de espaço em Rosa e Silva, fez com que o próprio movimento ensaiasse a implantação de seu modelo através das urnas.
Em 2011, com a chapa encabeçada por Marcílio Sales, na primeira tentativa, angariou 29% dos votos. Com trabalho nas redes sociais, junto aos novos sócios e, aos poucos, com alguns nomes tradicionais do clube, o MTA cresceu.
Nesta nova eleição, num pleito com quatro candidatos, num sinal claro do péssimo ano do futebol timbu – rebaixado à segundona -, o MTA impôs um cenário improvável no Recife, com a vitória da oposição.
Aprovação diante da maior votação da história do clube, com 2.151 eleitores.
Em toda a história, a oposição nunca havia vencido uma eleição no Náutico. Nos rivais, apenas duas eleições terminaram assim, em 1986, com Homero Lacerda no Sport, e em 2006, com Edson Nogueira no Santa Cruz.
Agora é a vez de Glauber Vasconcelos, engenheiro eletricista, 53 anos. Teve 73% dos votos.
Durante as semanas que antecederam à votação, adversários de renome chegaram a comparar a sua candidatura ao Unináutico, chapa de Márcio Borba em 1996.
A comparação àquela confusa gestão, que durou apenas um ano, não cabe de forma alguma. Apesar do tom oposicionista na época, Borba foi eleito num consenso.
Agora não. Agora coube exclusivamente ao sócio timbu optar pela mudança. Em 2014 e 2015, o clube terá o lastro de um plano trabalhado há tempos, com a confiança da torcida.
Novos gestores surgiram, com novos caminhos para o Náutico. A Glauber Vasconcelos, boa sorte no comando do novo novo biênio nos Aflitos.
A sede de títulos e do retorno à elite nacional precisa caminhar com os avanços administrativos. Futebol é assim.
Para isso, o MTA terá enfim acesso às contas do clube, algo que o grupo sempre tentou esclarecer.
Em sua proposta, aliás, há a promessa de divulgar de forma regular as contas do clube.
Fazendo justiça à alcunha de “Transparência Alvirrubra”.
Após uma temporada de obras, o Centro de Treinamento Wilson Campos terá o seu hotel inaugurado. O alojamento alvirrubro, com 50 quartos e mobiliado para receber os atletas na concentração dos jogos, será aberto em 20 de dezembro, dando uma nova dimensão ao CT do Náutico, em ampliação paulatina desde 1999.
Na nova ampliação, espaço para salas de musculação, reunião e conferência, além de refeitório. Agora, os jogadores do clube poderão ficar em tempo integral no local, incluindo concentração e pré-temporada.
Confira a imagem de divulgação do clube em uma resolução maior aqui.
Atualmente, o CT oferece cinco campos oficiais, com dois deles no Padrão Fifa, tendo o mesmo piso da Arena Pernambuco. Ainda há a previsão de mais dois gramados na enorme área às margens da BR-101, na Guabiraba.
Vale lembrar que o centro deverá ser usado pelas seleções que forem atuar na arena de São Lourenço na Copa do Mundo de 2014. Neste ano, Espanha e Uruguai treinaram lá na véspera dos jogos na Copa das Confederações.
Ao todo, o investimento timbu na modernização da estrutura passou de R$ 7 milhões. Um investimento certo, necessário para qualquer clube profissional.
O Brasileirão teve inúmeros formatos e nomenclaturas entre 1959 e 1985.
Do sistema eliminatório às fases de grupos, dos convites aos esboços de critérios técnicos para embasar as participações. Na década de 1980 a vaga no Nacional era conquistada através dos campeonatos estaduais – Pernambuco, por exemplo, tinha duas vagas diretas. No entanto, uma competição com 44 clubes, sem organização alguma no calendário, não se mostrava mais atrativa. Patrocinadores e torcedores foram se afastando aos poucos.
Em 1985 a média de público foi de 11.625 pessoas, a menor desde 1979 – quando o torneio teve 94 clubes, num exemplo clássico de falta de organização somada a mais rasteira política. Pois bem. Na temporada seguinte foi decidido que o futebol brasileiro tentaria se adaptar à estrutura europeia, já tradicional, com o campeonato separado por divisões e a implantação do sistema de acesso e descenso ao fim de cada edição. Um lampejo de profissionalismo e o outro maior do jeitinho, como ficaria nítido a cada semana naquele campeonato.
A ideia original era reestruturar o Brasileiro aos poucos, até alcançar o número de 20 participantes. Para isso, obviamente era preciso dar o primeiro passo, de forma criteriosa. No campo. Assim, estipulou-se uma Série A (por sinal, tal expressão nem existia naqueles tempos) com 24 clubes em 1987. Nenhuma vaga seria oriunda dos estaduais. Ou seja, o Brasileiro de 1986 necessariamente classificaria todos esses times. Desta forma, a CBF oficializou o “acesso” no regulamento com seis vagas para cada um dos quatro grupos na segunda fase do torneio. Mas ainda havia a primeira etapa…
Aí talvez esteja enraizada toda a cultura de “virada de mesa” do futebol nessas bandas. Eram quatro chaves (A, B, C e D), com onze times. Os seis melhores de cada uma passariam à fase seguinte, além dos quatro melhores independentemente dos grupos. A esses ainda se juntariam outros quatro classificados através do Torneio Paralelo – uma disputa à parte, com 36 clubes em quatro grupos, tendo o Central de Caruaru como ganhador de um. Numa conta simples, seriam 32 equipes na 2ª fase, das quais as 24 melhores jogariam a sonhada e inédita primeira divisão no ano seguinte. Apenas os dois últimos dos grupos I, J, K e L seriam “rebaixados” – além de todos os eliminados na etapa anterior e no próprio Torneio Paralelo.
Ainda na primeira fase daquela competição, o primeiro grande baque. O Vasco, campeão brasileiro em 1974 e vice em 1979 e 1984, fora eliminado no grupo C. Logo, fora rebaixado. O motivo foi um tanto insólito. Um atleta do Sergipe, Carlos Alberto, havia sido flagrado no exame antidoping. Naqueles tempos, o julgamento terminava com a transferência dos pontos para a outra equipe. No caso, o Joinville, no grupo B e que ganhou os dois pontos – o sistema de três pontos por triunfo só surgiu em 1995. Foi o suficiente para ultrapassar o Vasco na disputa pela quarta e última vaga da repescagem. Veio a batalha de liminares…
O clube carioca, já sob influência de Eurico Miranda, entrou na justiça alegando “quebra de privacidade no resultado do exame antidoping”, numa clara brecha na lei, e o Joinville retrucou (veja aqui).
De mãos atadas, a CBF encontrou uma solução daquelas. A entidade eliminou a Portuguesa, a vice-líder da chave D, porque a direção havia entrado na Justiça Comum numa polêmica sobre a arrecadação dos jogos, sobre a legalidade dos 5% da bilheteria para a federação – sem relação com a classificação.
O rubroverde do Canindé foi outro a acionar a justiça. Mais. No pleito, contou com o apoio de todos os outros representantes de São Paulo, que ameaçaram se retirar do campeonato caso a decisão fosse mantida. Acuada novamente, a CBF – envolvida na época numa ardilosa disputa política – acabou dando razão a todos e classificou 33 equipes, no mais puro tapetão. Com o número ímpar, inviabilizando a formação da fase seguinte, além da pressão dos demais competidores, a confederação fez o mais fácil – quase um modus operandi -, ao promover a entrada de mais três equipes, apenas por uma questão de simetria. No bolo, entraram Náutico, Santa Cruz e Sobradinho – então eliminados e rebaixados -, totalizando 36 times, distribuídos em quatro chaves de nove. A bagunça foi documentada durante semanas pela revista Placar.
Enfim finalizada a primeira fase – vale ler duas vezes até aqui, pois foi mesmo um ano confuso -, veio a etapa classificatória às oitavas de final. Os jogos país afora começaram em 12 de outubro.
No dia 20, como publicou o jornal O Estado de S. Paulo, a CBF promoveu uma mudança no regulamento, aumentando a primeira divisão de 1987 para 28 clubes. Sustentou a modificação em uma resolução do Conselho Nacional de Desportos (CND), órgão normativo ligado ao governo federal, com a ampliação até a quantidade máxima indicada.
Para se ter uma ideia das paralisações e da falta de uma agenda, a segunda fase do Nacional de 1986 só terminou em 29 de janeiro do ano seguinte. O Vasco, aquele mesmo rebaixado lá no comecinho, se recuperou e chegou até as oitavas. Já Botafogo, Sport – 3º lugar na primeira fase – e Vitória, que avançaram nas vagas originais, foram “rebaixados”. A gritaria, como não poderia deixar de ser, foi enorme, iniciando a bola de neve.
O título de 1986 seria finalmente definido em 25 de fevereiro de 1987, num jogaço entre Guarani e São Paulo, no Brinco de Ouro. Festa tricolor nos pênaltis, após o eletrizante 3 x 3, com direito a prorrogação.
A partida só não teve mais reviravoltas que as reuniões na CBF, no STJD, no CND e na Justiça Comum visando a formação do Campeonato Brasileiro de 1987. O rebaixamento criado na edição do ano anterior perdera a validade jurídica após a mudança dos classificados à segunda fase.
Àquela altura, o número imaginado de 24 clubes para o primeiro ano com divisões – ou até a ampliação de 28 – já havia se tornado irreal. Teríamos novamente um Brasileirão com 44? Não era desejo de ninguém, ao menos isso.
Haveria, sim, o campeonato brasileiro com um critério técnico – mesmo que ali já existissem vários, com mudanças a cada novo debate entre os dirigentes. Entre as opções, esquecer 1986, e seus possíveis entraves jurídicos, e considerar o ranking histórico? Mas qual ranking, pontos ou arrecadação…? Esquecer a frieza dos regulamentos era uma vontade mais forte, desde que para benefício próprio. Durante todo o primeiro semestre, a cartolagem seguiu discutindo, com a CBF chegando a anunciar a falta de recursos e, por isso, a incapacidade de organizar um campeonato naquele momento.
Como se sabe, surgiria justamente ali, em 11 de julho, o Clube dos 13 – que de fato, ao contrário de sua última e implodida versão, só tinha treze componentes, tradicionais.
Veio com uma visão inovadora do mercado esportivo, importante, mas à parte de todo o passado e do direito adquirido. De cara, o Clube dos 13 limpou geral a lista do torneio, definindo apenas 16 participantes, número abaixo até do mínimo estipulado por escrito por Manoel Tubino, presidente do CND, de 20 equipes.
Naturalmente, muita gente em condições de disputa ficou de fora, como, vejam só, o último vice-campeão brasileiro.
O tapetão foi empurrado para o torneio seguinte, iniciado em 11 de setembro de 1987 e ainda em discussão, como registrou o Jornal do Brasil. E aí não é mais preciso dizer mais nada. A confusão segue até hoje…
A reviravolta no Campeonato Brasileiro, na noite de terça-feira, movimentou dirigentes, advogados, tribunais, jogadores, torcedores e, claro, a imprensa.
No Diario de Pernambuco, a redação teve que correr. O caderno Superesportes sofreu uma grande mudança em sua primeira página.
A capa traria um material sobre a violência no futebol, ainda no rescaldo da selvageria em Joinville, entre integrantes de organizadas de Atlético-PR e Vasco.
Essa reportagem rapidamente cedeu espaço ao “Caso Héverton”, cuja escalação irregular pode rebaixar a Portuguesa e manter o Fluminense na elite.
Então, veio a produção de textos em ritmo acelerado, a definição da manchete e a seleção das fotografia, inclusive de polêmicas do passado.
As mudanças foram acontecendo, sendo ponderadas e a contextualização de “virada de mesa” foi suplantada pelo “tapetão”, que agrega as modificações através da justiça, corretas ou não. O que um detalhe no regulamento não faz…
Confira a capa definitiva em uma resolução maior aqui.
As três principais divisões do Campeonato Brasileiro já têm os seus 20 participantes definidos para 2014. Com o fim das séries A, B e C, e os respectivos os acessos, descensos e permanências, é possível apontar a estrutura do futebol nacional no ano da Copa do Mundo.
Campeão: Cruzeiro
Vice: Grêmio
Caíram em 2013: Fluminense, Vasco, Ponte Preta e Náutico
Série B (20 times)
ABC-RN, América-RN, América-MG, Atlético-GO, Avaí-SC, Boa Esporte-MG, Bragantino-SP, Ceará-CE, Icasa-CE, Fluminense-RJ, Joinville-SC, Luverdense-MT, Náutico-PE, Oeste-SP, Paraná-PR, Ponte Preta-SP, Sampaio Corrêa-MA, Santa Cruz-PE, Vasco-RJ e Vila Nova-GO
Campeão: Palmeiras
Vice: Chapecoense
Subiram em 2013: Palmeiras, Chapecoense, Sport e Figueirense
Caíram em 2013: Guaratinguetá, Paysandu, São Caetano e ASA
Série C (20 times, prováveis grupos)
Grupo A: Águia-PA, ASA-AL, Betim-MG, Botafogo-PB, CRB-AL, Cuiabá-MT, Fortaleza-CE, Paysandu-PA, Salgueiro-PE e Treze-PB
Grupo B: Caxias-RS, Duque de Caxias-RJ, Guarani-SP, Guaratinguetá-SP, Juventude-RS, Macaé-RJ, Madureira-RJ, Mogi Mirim-SP, São Caetano-SP e Tupi-MG
Campeão: Santa Cruz
Vice: Sampaio Corrêa
Subiram em 2013: Santa Cruz, Sampaio Corrêa, Luverdense e Vila Nova
Caíram em 2013: Brasiliense, Crac, Barueri, Baraúnas e Rio Branco
Série D (41 times, com 12 equipes classificadas ainda em 2013)
Baraúnas-RN, Boavista-RJ, Brasiliense-DF, Cene-MS, Crac-GO, Barueri-SP, Interporto-TO, Pelotas-RS, Princesa do Solimões-AM, Rio Branco-AC, Santos-AP e Vitória da Conquista-BA
Campeão Botafogo-PB
Vice: Juventude
Subiram em 2013: Botafogo, Juventude, Tupi e Salgueiro
O atual campeão brasileiro acabou rebaixado na temporada seguinte.
No mundo todo, apenas 45 times já tinham passado pelo mesmo drama, como o Manchester City da Inglaterra (1938), Nuremberg da Alemanha (1969), Universidad Católica do Chile (1955) e LDU do Equador (2000).
Campeão brasileiro de forma brilhante em 2012, o Fluminense conseguiu a proeza de ser rebaixado em 2013.
Até venceu o Bahia na rodada final do Brasileirão, mas não teve jeito. Com 46 pontos – pontuação mais alta de um rebaixado na Série A com vinte clubes -, o time carioca jogará a segunda divisão pela segunda vez em sua história.
Contudo, esta deveria ser no mínimo a 4ª participação tricolor…
Daí a brincadeira de outras torcidas.
Em duas oportunidades o Flu acabou beneficiado pelas viradas de mesa que marcaram o futebol brasileiro até o início da era dos pontos corridos.
Em 1996, foi rebaixado. Uma confusão nos bastidores, com denúncias sobre armação de resultados, envolvendo os presidentes de Atlético-PR e Corinthians, o clube acabou ficando, numa decisão administrativa da CBF.
Em 1997, em péssima fase nos gramados, caiu de novo…
Em 1998, em sua única campanha na segunda divisão, desabou para a terceira divisão. Em 1999 jogou a Série C e foi campeão.
Portanto, Série B em 2000? Na polêmica do Gama, que resultou na Copa João Havelange, o clube acabou pinçado para o módulo principal.
Ou seja, em 2014 o Flu irá “pagar” a Série B… Entretanto, o “pagamento”, com direito a boletos criados pelos internautas, será o da queda em 2013.
Na tal teoria, então, teria que disputar a segunda divisão nacional outras vezes…
A gestão público-privada da Arena Pernambuco terá três décadas de duração. Espera-se um faturamento bilionário no período. Entretanto, em seu ano de lançamento, o lado estatal do contrato deverá suprir nas contas a falta de torcida nas arquibancadas e camarotes e, consequentemente, arrecadação no estádio.
Entre 22 de maio e 7 de dezembro, a arena recebeu 25 jogos de futebol, sendo 22 na administração regular do estádio, à parte do esquema especial adotado pela Fifa na Copa das Confederações, com custo, operação e lucro sob a chancela da própria entidade que comanda o futebol.
Portanto, levando em conta só a operação do consórcio, o estádio arrecadou R$ 7,4 milhões com a venda ingressos. Vendo assim até parece muito, mas o número foi baixíssimo. Com cerca de 12,5 mil pessoas por jogo, a frustrante taxa de ocupação sobre os 46.214 lugares não chegou a 27%, num índice abaixo dos jogos nos Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda. Preço alto? Distância? Acessibilidade? Os motivos certamente existem e deverão ser estudados.
Diluindo o borderô em todas as partidas, a renda média não passou de R$ 336 mil. E olhe que em 18 partidas o governo do estado disponibilizou os ingressos promocionais do Todos com a Nota com valores turbinados, sendo 15 mil entradas por R$ 25 – valor acima da quantia oferecida aos estádios na capital. Ou seja, esses jogos com a campanha poderiam ter, apenas com os bilhetes subsidiados, uma renda de 375 mil reais. Não chegou nem a isso. Com a má campanha do Náutico no Brasileirão, os dados baixaram de vez.
Na parceria público-privada sobre o empreendimento em São Lourenço da Mata, vale lembrar, o governo do estado terá que contornar qualquer rombo no faturamento anual caso a receita da temporada seja abaixo de 50% da previsão inicial, de R$ 73,2 milhões, segundo aditivo assinado em 21 dezembro de 2010.
A altíssima estimativa foi calculada considerando a presença de Santa Cruz e Sport, como o governo garantiu ao parceiro privado – mesmo sem firmar contratos com os clubes. Em 2013 o Tricolor não disputou uma partida sequer na arena, apesar da enorme pressão do poder público. Já o Leão só atuou como mandante em duas oportunidades.
Supondo que a previsão de faturamento nesta primeira temporada seja a metade, até mesmo porque o início da operação foi no fim de maio, o montante teria de ser R$ 36,6 milhões. Ainda assim, os dados vigentes passam longe.
O consórcio, claro, teve outras fontes de receita, como os R$ 10 milhões anuais do contrato de naming rights com a cervejaria Itaipava, o apurado nos bares e no enorme estacionamento, além do aluguel com o primeiro grande show musical. No entanto, o carro-chefe era – e será nos próximos anos – a comercialização de bilhetes no futebol. E olhe que nesta conta toda não foi feita sequer a divisão das receitas entre clubes e consórcio.
Como já foi dito, se a conta ficar no vermelho, o ônus será sempre do estado…
Copa Sul-Americana (2 jogos)
28/08 – Náutico (1) 2 x 0 (3) Sport – 8.320 pessoas – R$ 217.195
23/10 – Sport 1 x 2 Libertad-PAR – 17.575 pessoas – R$ 375.350
Público: 25.895 torcedores (média de 12.947, com 28% de ocupação)
Renda: R$ 592.545 (média de 296.272 reais)
Gols: 5 (média de 2,5)
Campeonato Brasileiro – Série A (18 jogos)
06/07 – Náutico 1 x 3 Ponte Preta – 20.413 pessoas – R$ 494.102
07/07 – Botafogo 1 x 0 Fluminense – 9.669 pessoas – R$ 368.550*
28/07 – Náutico 3 x 0 Internacional – 19.488 pessoas – R$ 517.290
10/08 – Náutico 0 x 0 Atlético-MG – 19.997 pessoas – R$ 508.430
17/08 – Náutico 0 x 1 Fluminense -16.583 pessoas – R$ 408.615
31/08 – Náutico 1 x 4 Atlético-PR – 11.263 pessoas – R$ 269.450
03/09 – Náutico 0 x 1 São Paulo – 12.217 pessoas – R$ 372.160
05/09 – Náutico 0 x 3 Vasco – 8.153 pessoas – R$ 224.615
11/09 – Náutico 0 x 2 Grêmio – 6.826 pessoas – R$ 159.010
22/09 – Náutico 0 x 0 Flamengo – 15.003 pessoas – R$ 481.815
28/09 – Náutico 3 x 0 Coritiba – 7.065 pessoas – R$ 156.500
06/10 – Náutico 1 x 4 Cruzeiro – 20.661 pessoas – R$ 528.715
09/10 – Náutico 1 x 3 Botafogo – 6.658 pessoas R$ 148.740
19/10 – Náutico 1 x 5 Santos – 5.452 pessoas – R$ 116.980
27/10 – Náutico 0 x 2 Goiás – 3.558 pessoas – R$ 68.645
10/11 – Náutico 0 x 1 Criciúma – 2.707 pessoas – R$ 50.335
17/11 – Náutico 0 x 1 Bahia – 2.721 pessoas – R$ 50.385
07/12 – Náutico 1 x 0 Corinthians – 9.716 pessoas – R$ 260.185
Público: 198.150 torcedores (média de 11.008, com 23,8% de ocupação)
Renda: R$ 5.184.522 (média de 288.029 reais)
Gols: 43 (média de 2,38)
Campeonato Brasileiro – Série B (1 jogo)
26/10 – Sport 4 x 2 ASA – 23.559 pessoas – R$ 583.075
Taxa de ocupação: 50,9%
Amistoso (1 jogo)
22/05 – Náutico 1 x 1 Sporting-POR – 26.903 pessoas – R$ 1.040.104
Taxa de ocupação: 58,2%
Total comercial (apenas as partidas jogos sob a operação do consórcio)
Jogos: 22
Público: 274.507 torcedores (média de 12.477, com 26,9% de ocupação)
Renda: R$ 7.400.246 (média de 336.374 reais)
Gols: 56 (média de 2,54)
Copa das Confederações (3 jogos)
16/06 – Espanha 2 x 1 Uruguai – 41.705 pessoas
19/06 – Itália 4 x 3 Japão – 40.489 pessoas
23/06 – Uruguai 8 x 0 Taiti – 22.047 pessoas
Público: 104.241 torcedores (média de 34.747, com 75,1% de ocupação)
Gols: 18 (média de 6)
Geral (Copa das Confederações + regular)
Jogos: 25
Público: 378.748 torcedores (média de 15.149, com 32,7% de ocupação)
Gols: 74 (média de 2,96)
Como a Fifa não divulgou a renda nos jogos do evento-teste em junho, não há como divulgar o valor bruto da venda de ingressos.
*No clássico carioca entre Botafogo e Fluminense a divisão da arrecadação foi diferente. O alvinegro bancou o aluguel, de R$ 270 mil, para ficar com todo o borderô. Porém, o clube acabou amargando um prejuízo de R$ 41 mil.
O Santa Cruz celebrou a merecida conquista da terceira divisão nacional diante do seu povão, no estádio do Arruda. A festa foi emblemática para o futebol pernambucano, pois foi a 10ª vez em que um campeonato nacional foi decidido em um palco local.
Curiosamente, todos as competições oficiais organizadas pela CBF já foram decididas no estado, com as séries A, B, C e D e a Copa do Brasil.
Em mais de três décadas de história foram quatro decisões desse porte no Arruda, três na Ilha do Retiro, duas nos Aflitos e uma no interior, no Gigante do Agreste, em Garanhuns. Na ocasião, o mando era do Sport.
Nessa estatística são seis finais clássicas, três quadrangulares e uma volta olímpica na era dos pontos corridos. Ao todo, quatro troféus terminaram com os clubes recifenses. Eis a lista completa.
1981 – Arruda – Olaria, Série C (Santa Amaro 1 x 0 Olaria, 01/05)
1987 – Ilha do Retiro – Sport, Série A (Sport 1 x 0 Guarani, 07/02/88)
1990 – Ilha do Retiro – Sport, Série B (Sport 0 x 0 Atlético-PR, 16/12)
1999 – Aflitos – Fluminense, Série C (Náutico 1 x 2 Fluminense, 23/12)
2003 – Gigante do Agreste – Palmeiras, Série B (Sport 1 x 2 Palmeiras, 22/11)
2005 – Aflitos – Grêmio, Série B – (Náutico 0 x 1 Grêmio, 26/11)
2007 – Arruda – Coritiba, Série B – Santa Cruz 2 x 3 Coritiba, 24/11)
2008 – Ilha do Retiro – Sport, Copa do Brasil (Sport 2 x 0 Corinthians, 11/06)
2011 – Arruda – Tupi, Série D (Santa Cruz 0 x 2 Tupi, 20/11)
2013 – Arruda – Santa Cruz, Série C (Santa Cruz 2 x 1 Sampaio Corrêa, 01/12)