Não é preciso escrever muito sobre as imagens desta postagem.
Após um ano amargo, difícil para o torcedor rubro-negro de 1º de janeiro até 26 de novembro, a festa pelo retorno à Série A, de forma surpreendente.
A chegada da delegação do Sport no Recife já pode ser um considerada uma das maiores manifestações populares dos últimos tempos.
Antes que comece qualquer polêmica sobre a “maior carreata/passeata do Recife”, esse recorde é da Seleção Brasileira, que desembarcou no Aeroporto dos Guararapes após o tetra, em 1994, com mais de um milhão de pessoas na Avenida Boa Viagem…
Emoção 100% para os dois rivais centenários. No espaço do jornal, 50% para cada.
Acima, as capas do Diario de Pernambuco e do Superesportes neste 27 de novembro de 2011, dia seguinte ao sábado intenso no qual Náutico e Sport encerraram com sucesso uma longa jornada no Brasileiro da Série B de 2011, após 38 rodadas.
O Leão vai para a 32ª participação na elite, desde 1971, enquanto o Timbu irá para a sua 26ª edição. Após dois anos, o futebol pernambucano está de volta à Série A.
Confira as capas numa resolução maior, respectivamente, clicando aqui e aqui.
Camisas temáticas no futebol, além de mais baratas, fazem sucesso junto ao torcedor muitas vezes por causa da provocação estampada no algodão…
Os clubes até moderam o tom nos lançamentos. Veja um post sobre isso aqui.
Já as torcidas organizadas (de fato e de direito) costumam adotar um tom ácido.
Nem sempre, porém, a mensagem cai bem…
Neste ano, o Recife teve dois exemplos de festa antes da hora, com rubro-negros, no Estadual, e alvirrubros, agora na Série B.
Alguma facção do Santa Cruz pode até ter confeccionado uma camisa de “campeão brasileiro da Série D”, mas, sabiamente, não deixou o produto vazar na web…
As duas camisas desse post certamente ficarão encalhadas nos próximos dias…
Há exatamente seis anos, uma camisa coral precisou ser abortada, após a recuada no título da Série B, já com 15 minutos de festa. Faz parte.
O Náutico repetiu a sua melhor campanha na Segundona, de 1988.
Em 2011, foi ainda melhor, voltando a orgulhar a sua torcida.
Terminou o campeonato invicto nos Aflitos.
Insuperável, na verdade.
Em 19 jogos, 13 vitórias e 6 empates.
Um deles na tarde deste sábado, num 2 x 2 pra lá de festivo com a Ponte Preta, curiosamente, o mesmo adversário na campanha de 23 anos atrás.
No fim, a celebração de uma campanha espetacular como mandante. Sem dúvida alguma, a pressão dos Aflitos fomentou o terceiro acesso à Série A da história timbu.
Kieza, mesmo expulso, alcançou a merecida artilharia da competição, com 21 gols.
Ou seja, as três metas deste sábado foram devidamente alcançadas. O time comandado por Waldemar Lemos pode até ter deixado a vitória escapar nos instantes finais, mas nem por um segundo isso diminuiu a comemoração.
Não mesmo! O gramado foi tomado pelo vermelho e branco, como há muito não ocorria.
Festa completa em Rosa e Silva, com 19.795 torcedores. Em um dia tranquilo, digno de quem já estava classificado, o Alvirrubro se despediu em grande estilo da Série B.
Contra todos os prognósticos, numa campanha inconstante, o Sport conseguiu o acesso. Isso mesmo, aquele time que cansou de oscilar bons e maus momentos.
De goleadas incontestáveis a tropeços constrangedores, sobretudo na Ilha do Retiro.
O favoritismo inicial na Série B havia ficado no papel, assim como o padrão de jogo.
Em campo, uma troca constante de comando e jogadores rendendo abaixo do esperado.
Contudo, os adversários pareciam colaborar para o sonho, quase sempre dando brecha para a sobrevida do Rubro-negro. A classificação teimava em não sair do foco.
Após “rejeitar” algumas oportunidades na tabela, surgiu uma última chance para o Sport, quando a probabilidade de sucesso já era quase irrisória, de apenas 9%.
Era a hora, então, da arrancada final, um sonho de todos os torcedores, mas que raramente se torna realidade. O “agora vai”, enfim, foi, com empolgação e esperança.
Nos últimos cinco jogos da Segundona foram quatro vitórias e um empate, com direito a uma rodada de ouro, com a queda dos adversários diretos na briga pelo G4.
A suada vitória sobre o Vila Nova por 1 x 0, num Serra Dourada encharcado e tomado por fanáticos rubro-negros, recolocou o Sport na primeira divisão pela 32ª vez.
Esse time dificilmente ficará na memória do torcedor, como um dos grandes escretes, apesar do inegável destaque técnico e objetivo de Marcelinho Paraíba.
Por isso, a camisa, sozinha no alto… Um uniforme pesado, de tradição.
Isso foi o suficiente para garantir o Leão na Série A de 2012. A camisa.
Para ser mais exato, as camisas… Muitas delas. O Serra Dourada que o diga.
Barueri 2 x 1 Salgueiro, na noite desta sexta-feira, em São Paulo. Fim da participação do estreante pernambucano na Série B, rebaixado à terceira divisão de 2012.
De fato, o Sertão local esteve representado na Segundona pela 1ª vez desde 1971.
Porém, dos 19 jogos do Carcará na competição, nenhum deles ocorreu na cidade a 510 quilômetros de distância do Recife. A população de Salgueiro ficou relegada ao PPV.
Em um dos planejamentos mais equivocados que já se viu no futebol pernambucano, o estádio Cornélio de Barros, que deveria ter capacidade para 10 mil torcedores, o mínimo exigido pela CBF para este Brasileiro, só começou a ser ampliado após o Estadual…
Assim, o Salgueiro jogou as suas 11 partidas do Pernambucano em casa.
Na Série B, muito mais importante e rentável, a equipe teve que jogar no Grande Recife, principalmente no Ademir Cunha, mas com passagens no Arruda, Aflitos e Ilha do Retiro.
Em 19 jogos, apenas 63.565 pagantes registrados no Litoral, com uma média de 3.346 pessoas e uma campanha de quatro vitórias, três empates e 12 derrotas.
O índice no certame estadual foi de 4.335 pessoas. Precisa dizer mais?
Enquanto isso, a obra do novo estádio do município, com 10.360 lugares, segue em andamento. A previsão inicial de conclusão para agosto logo foi dissolvida. Atividade, só em 2012. Na Terceirona, contudo, a CBF exige estádios de pelo menos 5 mil lugares.
Orçada em R$ 6 milhões, a construção é uma realização tripla, com R$ 3 milhões do governo do estado, serviço e mão de obra doados pela Odebrecht e o restante pela própria prefeitura, com todo o material e equipamento (veja as fotos aqui).
Definitivamente, um vexame clubístico-público-privado nesta temporada.
Com um quadro de comunicação renovado, o Náutico vai se modernizando aos poucos.
Depois do site oficial e da equipe de jornalistas – ainda que seja raro o registro de imagens nos jogos fora do Recife -, o Alvirrubro agora irá lançar a sua revista oficial.
Nas décadas passadas, os três clubes já tiveram publicações deste tipo, populares.
No universo quase cíclico da comunicação, hora, então, de retomar a ideia, repaginada. Afinal, é preciso gerar conteúdo nessa geração atual do futebol, sempre.
A nova Revista Náutico será publicada a cada três meses, com reportagens especiais e resumo do clube no período, ao preço de R$ 5 (saiba mais aqui).
O exemplar especial de lançamento já vem com a pauta que todo torcedor queria.
Trata-se do acesso à Série A. Uma leitura com gosto…
Na próxima edição, espera-se um resumo da acirrada disputa presidencial…
Foram inúmeros anúncios oficiais nos últimos anos…
“O Sport vai trocar o gramado”
“Ilha do Retiro terá novo campo na próxima temporada”
“Campo rubro-negro vai passar por reformas”
Entra ano, sai ano e nada. Oratória demais e prática zero.
O campo atual da Ilha do Retiro foi plantado em 1982, durante a reforma completa do estádio, com a construção dos tobogãs das gerais e ampliação do setor de cadeiras, aumentando a capacidade, na época, de 30 mil para 45 mil espectadores.
São quase 30 anos sem nenhuma reforma no palco, que já chegou a ser chamado de “pasto”. O ano 2000 foi o último no qual o campo leonino apresentou boas condições.
Depois, uma verdadeira colcha de retalhos, completamente remendado.
Certa vez, o blog apurou que havia sete (isso mesmo, sete) tipos de grama distribuídos nos 10 mil metros quadrados da área nobre do futebol.
Alvo de críticas há muito tempo, com direito a pintura mandrake em plena Taça Libertadores da América, há dois anos, enfim, o campo vai mudar.
Aliás, a mudança já começou. Orçada em R$ 250 mil, a obra deve durar 45 dias. Caso a arena saia do papel, o novo gramado será levado posteriormente para o CT.
Se até o gramado novo, exclusivamente do tipo esmeralda, apareceu…