A CBF lançou o seu novo site no fim do ano passado, com um layout mais moderno. No entanto, não houve cuidado algum com a história dos clubes. As listas de campeões nacionais (Séries A, B e C e Copa do Brasil) estavam completamente erradas, conforme denúncia do blog em fevereiro deste ano (veja AQUI).
Na Série B de 1990, por exemplo, o campeão Sport aparecia como vice, no lugar do Atlético-PR, vencido na decisão daquele ano. Em 1991 aparecia como “não disputado”! Vá dizer isso para a torcida do Paysandu…
Mas a Confederação Brasileira de Futebol finalmente corrigiu a série de erros na lista de campeões, como mostra o print screen acima, com o gráfico atualizado. Já era tempo! Nota-se que o nome do Sport permanece escrito de forma errada (Clube em vez de Club). Paciência, paciência…
Ilha do Retiro, terça-feira, Sportx Duque de Caxias. Último compromisso do Leão antes do clássico contra o Náutico.
O setor anexo da imprensa estava vazio.
Além dos jornalistas dos três principais jornais da cidade (o blogueiro era um deles), havia apenas uma rádio do interior no local. Ninguém do Rio de Janeiro cobria o Duque naquele setor.
Eis que chega um homem com uma mochila e retira calmamente o seu equipamento de vídeo, com uma câmera MiniDV e um tripé de apoio.
Ele instalou a câmera no local, numa cabine bem isolada, e começou a filmar a partida. Mas a gravação só durou 10 minutos… O rapaz foi reconhecido por diretores do Sport, que sentavam nas cadeiras próximas ao setor.
Era um integrante da comissão técnica do Náutico. O popular ” espião”. O objetivo era filmar a partida com o “campo aberto”, sem acompanhar o movimento da bola, para que Alexandre Gallo pudesse fazer um desenho tático dos rubro-negros.
O “cameraman” foi foi convidado a sair. “É melhor sair para não agitar o pessoal.”
Gallo, fique tranquilo! Caso não ocorra uma grande mudança, o Sport joga com três volantes (em casa ou fora), os laterais são fracos (considerando que Dutra foi expulso), o meia de ligação vem muito mal e no ataque é só ter cuidado com Ciro.
22/05 – OSport perde de forma vergonhosa para o ASA, em Arapiraca. Não foi uma derrota qualquer, mas um fumo de 4 x 1. Um vexame histórico.
No fim, o técnico Givanildo Oliveira – que já sofria uma pressão incrível da torcida – entregou o cargo. O presidente Silvio Guimarães bancou a permanência.
25/05 – Jogando na Ilha do Retiro, um Sport pra lá de apático perdeu para um estreante no Brasileiro da Série B. O modesto Icasa saiu da terra de Padre Cícero e ganhou por 2 x 1. Depois, não teve jeito. Givanildo caiu.
27/07 – O Leão perde de virada com um a mais durante parte do 2º tempo para o fraco Duque de Caxias. Jogo em plena Ilha. No fim, Toninho Cerezo escuta as primeiras vaias e gritos de “burro” e entrega o cargo durante a longa entrevista coletiva.
“Eu sou guerreiro. Saí de uma Copa (1982) com todo mundo me massacrando e 15 dias depois eu fui o melhor da partida. Isso é futebol. O Sport precisa de alguém para dar um choque no grupo. Deixo o presidente à vontade para decidir.”
O blog entrou em contato por telefone com o presidente do Sport, Silvio Guimarães. Apesar do nervosimo pelo resultado, ele afirmou que a resposta sai na quarta.
“Não atendo a imprensa. Não é hora de falar. Essa decisão será repassada pela assessoria de imprensa amanhã.”
28/07 – Silvio Guimarães deve dar a resposta sobre a permanência do técnico. O que fazer? Segurar o técnico e repetir a aposta feita em maio ou cair em campo para contratar o terceiro treinador para a Segundona com apenas 11 jogos? De fato, podia mesmo piorar (veja AQUI).
Na minha opinião, o treinador que renuncia ao cargo já mostra uma certa distância do clube. Não tem como bancar… Ao mesmo tempo, o que Cerezo deve estar pensando sobre um grupo que não reage em campo? É difícil ficar lutando com uma equipe que não condiz com o pesado investimento. Sem desculpa de salários atrasados ou falta de tempo para a preparação física e tática.
E Silvio Guimarães, que já vem numa gestão conturbada desde 2009, acaba tendo mais uma prova de pressão ao dirigir um clube com cerca de 3,3 milhões de torcedores. Isolado ou não, a missão de subir para a elite em 2011 começa a virar desespero.
Pegar um clube na Libertadores e deixá-lo com apenas 25% da receita do Clube dos 13 (por causa dos dois anos longe da elite) seria surreal. O caldeirão ferve.
Você concorda com a análise? Comente!
Atualização às 10h30: Toninho Cerezo fica. Assim como Givanildo, ele também teve o apoio da diretoria. Quanto ao time, este está de folga nesta quarta…
E com a vitória parcial por 1 x 0. Com gols perdidos nos erros primários nas finalizações. Filme antigo.
Agora, esqueça isso tudo.
O Sport perdeu de virada para o Duque de Caxias, com um 1 x 2 surreal no placar eletrônico da Ilha do Retiro. Não, o adversário não fez uma grande apresentação.
O time fluminense sequer precisou disso. Quase não chutou a gol.
Mas o futebol apresentado pelo Leão foi impressionante.
No pior sentido possível, tecnicamente.
O complemento desta 11ª rodada só não vai deixar o Sport na zona de rebaixamento porque Bragantino e Ponte Preta vão se enfrentar e a matemática “ajudou”.
Mas se nada for feito, isso é questão de tempo.
E na próxima rodada tem o clássico contra o Náutico, nos Aflitos…
Faltam nove jogos para o fim do primeiro turno da Série B.
Perdido na zona intermediária da tabela, o Sport terá uma sequência generosa de jogos no Recife. Serão 6 partidas na capital pernambucana.
Cinco jogos na Ilha do Retiro e o clássico contra o Náutico, nos Aflitos.
Jogos sem viagens, traslado e desgaste. Tudo isso num período de 36 dias. O primeiro deles nesta noite, contra o Duque, ainda pior que o Leão na classificação.
No Rubro-negro, as conversas nos bastidores confirmam a tese de que somente um bom desempenho em casa nestas partidas vai manter o clube na briga pelo acesso.
Na 13ª colocação do Brasileiro, o time está a sete pontos do G4 (18 x 11). Distante.
Ao Sport, então, é a chance de realmente ligar o motor. Afinal, o Leão chegou a ser chamado, antes do início da competição, de “carro-chefe da Segundona” pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira (veja AQUI). Está faltando gasolina até aqui.
Marco Zero, hora de partir.
27/07 – Sport x Duque de Caxias
07/08 – Sport x Náutico (Aflitos)
10/08 – Sport x Figueirense
17/08 – Sport x São Caetano
24/08 – Sport x Vila Nova
31/08 – Sport x América/MG
Durante toda a segunda-feira, o futebol pernambucano viveu uma expectativa disseminada após uma notícia na internet. Magrão, goleiro do Sport, poderia ser chamado por Mano Menezes em sua primeira convocação para a Seleção Brasileira.
Tudo conspirava contra. Primeiro, a idade, bem elevada para uma possível renovação do grupo. O paulista Alessandro Beti Rosa tem 33 anos. Seria um estreante tardio.
Além disso, a situação do Rubro-negro não colabora em nada. A 13ª colocação na Série B, após a lanterna na Série A, não é um bom cartão de apresentação.
Mas Magrão, dono de uma elasticidade impressionante, tem 267 jogos pelo Sport, com grande serviços prestados. É o único legítimo pentacampeão pernambucano do Leão, presente em todos os títulos entre 2006 e 2010.
Ganhou a Copa do Brasil de 2008 como um dos destaques. E logo contra o Corinthians de Mano Menezes, um dos vários técnicos que já elogiaram o camisa 1 da Ilha, que costuma receber sondagens da elite nacional – mas que acaba ficando por causa da multa rescisória de R$ 2 milhões.
Ele também ganhou elogios de colegas de posição. Colegas renomados, como Marcos, do Palmeiras, e Rogério Ceni, do São Paulo. Trintões como ele.
Enfim, Manos Menezes chamou 24 jogadores para o amistoso contra os Estados Unidos, no próximo dia 10 de agosto, em Nova Jersey.
Magrão não foi lembrado pela Canarinha. E, provavelmente, nunca será.
Há exatamente dez anos, o Diario de Pernambuco trazia a seguinte manchete (dolorosa para os rubro-negros):
Derrota tira Sport da Libertadores
Era o fim do sonho do título nacional do Rubro-negro na pioneira Copa dos Campeões, cuja derrota por 2 x 1 para o Palmeiras completou uma década no domingo (leia o texto AQUI). O título da extinta competição,valendo uma vaga na Libertadores de 2001, foi decidido entre Sport e Palmeiras no estádio Rei Pelé, em Maceió.
Cerca de 15 mil rubro-negros pegaram a estrada e percorreram os 265 quilômetros até a capital alagoana, empolgados com a emocionante classificação na semifinal sobre o São Paulo, em João Pessoa.
O Leão à final como favorito diante de um Verdão completamente modificado em relação ao time que havia sido vice-campeão da Libertadores daquele ano.
Até o técnico era outro. Flávio Teixeira, então auxiliar de Luiz Felipe Scolari, foi o comandante naquela conquista, com grande atuação do atacante colombiano Asprilla. O revés adiou por 8 anos o sonho de voltar à Libertadores (saiba mais AQUI).
O Sport recebeu um troféu parecido com esse, mas na cor prata. Está no museu.
Goleadores. Faro apurado. Ambos marcaram época no futebol de Pernambuco.
Apesar dos 39 anos, Kuki brilhou na década vigente.
Três títulos estaduais com a camisa do Náutico e três artilharias do Campeonato Pernambucano.
O Baixinho dos Aflitos é o 4º maior artilheiro do Alvirrubro, com 179 gols.
Aos 36 anos, Leonardo foi um dos maiores ídolos do Sport na década de 1990.
Foram cinco títulos estaduais pelo Leão e duas artilharias do Pernambucano. O Baixinho da Ilha do Retiro é o 3º maior artilheiro da história do Rubro-negro, com 136 gols.
Ambos deixaram os gramados. A hora de parar realmente chegou para os dois ídolos. O limite físico impôs o fim da carreira profissional. O dia do adeus.
Primeiro, Kuki, que chegou em Rosa e Silva como uma aposta, já aos 29 anos. Venceu toda a desconfiança e cravou o seu nome no clube. Em abril deste ano, quando assinou um novo contrato com o Náutico – agora como coordenador técnico das categorias de base -, Kuki recebeu a garantia de um jogo de despedida (veja aqui).
Leonardo, que há alguns anos vem perambulando pelos times do interior, também resolveu pendurar as chuteiras. Quer virar técnico de futebol. Ele revelou o desejo durante o amistoso Gol Pela Vida. Leonardo também disse que gostaria de ter um jogo de despedida com a camisa do Sport, onde surgiu em 1994, aos 20 anos.
Na memória das duas torcidas, golaços e mais golaços. Foram 315 com as duas camisas agregadas. No domingo, eles atuaram juntos pela primeira vez.
As arquibancadas do Recife tremeram durante anos com os dois. Quase duas décadas. A ideia pode até ser surreal, mas bem que o jogo de despedida de Kuki e Leonardo poderia ser em um Clássico dos Clássicos pra lá de especial.
Em 9 de abril de 2006, o meia Lecheva caminhou do círculo central do gramado da Ilha do Retiro até a marca do pênalti sob os olhares de 33.282 torcedores.
Caso ele convertesse a cobrança, o SantaCruz seria bicampeão pernambucano. Conquistaria o título em cima do Sport, na casa do rival. A “Casa dos Festejos”.
Lecheva, que havia convertido todas as 29 cobranças durante a sua passagem no Paysandu, bateu fraco, no canto esquerdo do goleiro Gustavo, que espalmou. Depois, a série continuou e o Leão faturou o título. O primeiro do atual pentacampeonato.
Após a sucessão de rebaixamentos, Romerito Jatobá, presidente coral naquele ano, disse: “Se Lecheva tivesse feito aquele pênalti, a situação seria diferente”.
Muitos torcedores da Cobra Coral pensam o mesmo…
Então, nada como ouvir a versão do protagonista, Lecheva. Em entrevista exclusiva ao repórter Diego Trajano, do Diario, o agora assistente-técnico do Paysandu, de 36 anos, comentou sobre o episódio. E avisa que não é o culpado.
“Eu não sou o culpado. Romerito tirou a culpa dele e colocou em mim. A verdade é que houve uma irresponsabilidade financeira muito grande e o time começou a desandar. Ele tem responsabilidade nisso. O clube afundou pelos erros dele.”
“Ninguém lembra do escanteio que eu bati para que a gente fizesse o gol da vitória naquele dia (1 x 0, gol de Neto). Ninguém lembra que no primeiro jogo da final (no Arruda) Carlinhos Bala perdeu um pênalti para a gente.”
“Giba (técnico tricolor no Estadual de 2006) me botou por último entre os cinco cobradores porque sabia que eu era melhor cobrador. Não bati bem, mas também foi uma grande defesa de Gustavo. Pelo menos eu mandei dentro do gol, e Gustavo tem mérito na história. Fiquei muito mal. Chorei copiosamente nos vestiários.”
“Futebol é assim. Qualquer um pode perder pênalti. Três perderam naquela decisão. Eu, Marco Brito e Neto. E não fui o último a perder, mas só falam de mim.”
Absolutamente merecido. O Sport fez uma apresentação fraquíssima neste sábado, em Joinville. O frio não foi desculpa na primeira derrota da Era Cerezo.
O técnico pediu e precisa ser atendido: o grupo leonino necessita de reforços.
Foi muita gente jogando mal num time só. Ratinho, César, Dairo, Moisés, Nádson…
Inércia nas laterais. Lentidão na zaga. Ócio na criação de jogadas e descaso no ataque. Some isso tudo e imagine a situação!
Com apenas 15 minutos, já acuado, o Sport sofreu o primeiro gol, do atacante Betinho, dentro da pequena área, em mais uma falha de posicionamento.
No segundo tempo, foi cafofa atrás de cafofa. É simplesmente impossível agredir o adversário com chutes tão fracos. O volume de jogo era até melhor, mas o time não foi contundente. Num contra-ataque, o Coritiba matou o Sport.
No finzinho, Eduardo Ratinho ainda diminuiu. Um sopro de esperança facilmente apagado depois, pelo excesso de passes errados. Bola rifada é coisa de pelada.
Resumindo: uma péssima atuação. Agora, cabe a Cerezo reorganizar a equipe. Rapidamente! Na terça-feira, o Sport enfrentará o Duque de Caxias, na Ilha do Retiro.
O G4 da Segundona começa a ficar distante do Leão. Já são sete pontos de diferença para o 4º lugar (18 x 11), após 10 jogos. É preciso acordar, Sport… Ou contratar.