Da sala de Mia Jawdat, em Zurique, todas as negociações internacionais do futebol

Sede do TMS, na Fifa. Crédito: Fifa/facebook

Em uma pequena sala na sede da Fifa, em Zurique, Mia Jawdat coordena a equipe de estatísticas das “janelas do futebol”, através do Transfer Matching System (TMS), o sistema eletrônico da entidade, criado em 2011, para registrar oficialmente todas as negociações internacionais. Contando com os demais departamentos, o quadro não chega a 50 funcionários. De lá da Suíça, todas as 13 mil transferências anuais (legais) do futebol são guardadas e analisadas.

Existem duas janelas (períodos) de negócios entre os países filiados a cada ano, entre dezembro e fevereiro e entre junho e agosto, com as devidas exceções provocadas pelo fuso horário. O calendário europeu, com o intervalo entre competições no meio do ano (2014/2015, 2015/2016 etc) faz com que a “janela de verão” (deles) seja a mais movimentada, sobretudo no Big 5, termo usado pelo próprio TMS para definir Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália.

Dados internacionais entre 1º de junho e 31 de agosto, antes do #deadlineday:

2015
5.816 jogadores negociados
US$ 2,7 bilhões em 936 vendas (16% dos atletas)

2014
6.013 jogadores negociados
US$ 2,8 bilhões em 945 vendas (15% dos atletas)

E olhe que o último dia da janela é o justamente o principal, com mais de 400 transferências internacionais, em acordos firmados no apagar das luzes. Uma a cada 3 minutos! Em 2014 isso correspondeu a 500 milhões de dólares movimentados em apenas 24 horas (ainda não saiu o quadro de 2015).

Balanço do Fifa TMS sobre a janela brasileira em 2015. Crédito: Fifa TMS/twitter

No Brasil, o saldo histórico é o de cash recebido. Este ano, por exemplo, a diferença entre gasto e receita foi de US$ 85 milhões! Em relação à chegada de jogadores (527, ou 148 a mais que a saída), a explicação se deve ao formato dos acordos, com 63% sem contrato com outros clubes (logo, mais baratos).

No momento em que se “paga” pelo empréstimo ou se formaliza a compra dos direitos econômicos, os atletas brasileiros seguem imbatíveis. No cenário mundial, foram 622 transferências internacionais, 286 a mais que a segunda nacionalidade mais procurada, a francesa. São alguns dos números guardados lá no escritório de vendas e marketing do TMS, comandado por Mia.

Número de jogadores transferidos internacionalmente (01/06 a 31/08 de 2015), divididos pelas nacionalidades. Crédito: Fifa/TMS

Goleiro sem mão de lodo

Braço do exterminador do futuro

Nada de jogador chinelinho. Pelo menos embaixo da trave.

O goleiro Fabio Coltorti, do Lausanne, machucou pra valer a mão durante uma partida do campeonato suíço. Ele deslocou o dedo da mão direita. E aí?

Urrando de dor, quis continuar no duelo contra o Young Boys.

Como o time já havia feito as três substituições, o goleiro pediu aos médicos para ficar em campo. Coltorti continuou, na raça. Confira no vídeo.

Vale ressaltar que esta decisão não é muito recomendável pelos médicos, claro…

2,06 m de coração

Copa Davis 2012: John Isner. Crédito: Davis Cup/divulgação

Por Lucas Fitipaldi*

Nome: John, muito popular nos Estados Unidos. Sobrenome: Isner. Gigante. Não pelos seus 2,06 m. O coração é maior. Na sexta, o norte-americano protagonizou uma zebraça no primeiro dia de disputas do Grupo Mundial, a elite da Copa Davis. Vitória sobre Roger Federer, dentro da Suíça. Placar de 3 sets a 1, parciais de 4/6, 6/3, 7/6 (7-4) e 6/2. Vitória com letra maiúscula. A maior da carreira? Literalmente, não. Em 2010, Isner e o francês Nicolas Mahut realizaram o jogo mais longo da história do tênis, com 11 horas e seis minutos de duração e vitória do grandalhão por incríveis 6-4, 3-6, 6-7(7), 7-6(3), 70-68. Isso mesmo: 70/68 no quinto set.

Agora, esqueça o sentido literal da palavra. Esta foi uma vitória maior. Íncrédulo, o mundo do tênis acompanhou a melhor atuação da carreira de Isner. Detalhe para o quarto set, quando tirou três saques magníficos da cartola para sair de um 0/40. Game salvo, moral elevado. Refletido logo em seguida. Abatido, Federer teve o saque quebrado e Isner abriu 4/2, encaminhando ainda mais o “impossível”. Restou atropelar nos últimos dois games. Foi-se o set e o jogo, de maneira espantosa.

Ano passado, em Roland Garros, Nadal precisou de cinco sets para eliminá-lo. De lá pra cá, a confiança só tem aumentado. Atualmente, Isner ocupa o melhor ranking da carreira, 17º. O currículo, modesto, tem apenas quatro títulos de ATPs 250. Em novembro, chegou à semi no Master 1000 de Paris. Mais que resultados, no entanto, impressionam a capacidade de entender o jogo, não se entregar jamais e ir até a última gota do próprio limite. Quase sempre. Por isso é admirado. Isner despreza os limites e encara olho no olho qualquer adversário do outro lado da rede, mesmo no saibro, piso não compatível às suas características. A terra batida foi mais um obstáculo.

Mês passado, o Superesportes publicou uma análise sobre a crise do tênis norte-americano, intitulada “O declínio do império americano”. Mas nesta sexta, Jimmy Connors, Pete Sampras, Andre Agassi e todos os seus compatriotas, gênios da raquete ou não, voltaram a sentir orgulho. John Isner, um exemplo. Ah, ele colocou os EUA em vantagem sobre a Suíça: 2 a 0. Mais cedo, Mardy Fish bateu Stanislas Wawrinka por 3 a 2 em outro jogaço, que virou detalhe diante de um feito gigante. À altura de John.

*Lucas Fitipaldi é repórter do Superesportes

Copa Davis 2012: Roger Federer. Crédito: Davis Cup/divulgação

Pênalti / Fatality

Sempre aparece alguém para surpreender com alguma jogada inédita no futebol. Se você acha que já viu tudo, repare na cobrança de pênalti abaixo.

Mérito do finlandês Joonas Jokinen, de 16 anos, atleta do FC Baar, da Suíça.

O showman consegue chutar e dar um salto mortal para trás ao mesmo tempo…

O lance aconteceu neste ano na 3ª divisão amadora, no 3 x 0 sobre o Sempach.

Fúria e loucura no mesmo lugar

Copa do Mundo de 2010: Espanha x Chile

Grupo H.

Após a zebraça na primeira rodada, a Espanha virou o centro de boa parte das críticas do Mundial. Como podia um time tão favorito fracassar tão cedo na África? A responsabilidade cresceu. Ou vencia Honduras e Chile ou então podia agendar a passagem para a Madri. Bem antes do previsto.

Mas a Fúria resolveu aceitar o favoritismo e fazer o que dela se esperava. Foram dois triunfos. Nesta sexta-feira, em Pretória, a “decisão” contra oChile, dirigido pelo “loco” argentino Marcelo Bielsa. Vitória espanhola por 2 x 1. Resultado que garantiu não só a vaga como a liderança da chave.

Copa do Mundo de 2010: Suíça 0 x 0 HondurasAssim, a Espanha se mandou para bem longe do Brasil no mata-mata. Um possível duelo, que poderia acontecer já nas oitavas, só acontecerá na final, no Soccer City.

Mas e o Chile? Este vinha com duas vitórias. Vaga quase assegurada, mas a classificação começou a descer pelo ralo.

Só um “milagre” classificaria o time. Era torcer para a Suíça não vencer Honduras. Mas, na prática, isso nem é tão absurdo assim… A Suíça pode ter uma boa defesa, mas o ataque é péssimo. Ou seja: 0 x 0.

Lá vem o Chile, Brasil…

Fotos: Fifa

A queda da muralha

Muralha

Foram 559 minutos sem levar um gol. Recorde absoluto na Copa do Mundo.

A última vez que o ferrolho suíço havia sido vencido foi em 2 de julho de 1994, em Washington, na Copa dos EUA. A Espanha já vencia o jogo das oitavas de final por 2 x 0 quando Beguiristain fechou a conta, de pênalti, aos 41 minutos do segundo tempo (veja o gol “histórico” abaixo). Desde então, uma muralha.

Nesta segunda-feira, finalmente uma seleção quebrou essa marca da Suíça. Um país sem tanta tradição no futebol, e que – talvez por isso – não tenha a menor vergonha de jogar com 10 atletas dentro da área…

Seleção da SuíçaO gol do chileno Gonzalez, aos 29 do 2º tempo, saiu sete minutos após a quebra do recorde da história da competição, que pertencia à Itália, que ficou 550 minutos sem levar um gol entre as Copas do Mundo de 1986 (1 jogo) e 1990 (6).

A marca da Suíça passou pelas Copas de 1994 (1 jogo), 2006 (4) e 2010 (2) porque o time conseguiu a proeza de ser eliminado de um Mundial sem levar gol. Exclusividade da seleção helvética, que só saiu nos pênaltis, nas oitavas, após 120 minutos contra a Ucrânia. A Suíça está na história. Mas perdeu! Chile 1 x 0.

Enquanto isso, a América do Sul chegou a 10 jogos de invencibilidade no Mundial de 2010. Todos os 5 representantes lideram os seus grupos. São 8 vitórias e 2 empates.

Ferrolho de 8 horas

Copa do Mundo de 2010: Suíça x Espanha

A Suíça não estreava com vitória desde a Copa de 1954, quando jogou em casa. A badalada Espanha não perdia qualquer partida para uma seleção europeia há 37 jogos. A Suíça nunca havia vencido a Espanha…

Mas a Fúria, campeã da Eurocopa de 2008, enfrentou um time que passou o Mundial de 2006 sem levar um golzinho sequer. Um feito exclusivo na história da competição.

Um time que também não teve a meta vazada nesta quarta, chegando a 8 horas sem levar um gol na Copa do Mundo. O tradicional ferrolho (“riegel”), tática criada pela própria Suíça em 1935 (veja outras táticas AQUI).

Mas Durban também viu algo raro. Um gol a favor dos suíços, marcado pelo meia Gelson Fernandes, nascido em Cabo Verde, mas que foi criado em Sion. O gol mais feio da Copa até aqui. E talvez o mais importante, pois já reescreveu um grupo tido como absoluto para a Fúria. Impossível não pensar na palavra “amarelada”.

A Suíça venceu por 1  x 0. Acabou com vários tabus. E ainda manteve o seu! Um resultado que pode mudar muitos caminhos… Até o que foi dito no post anterior.

Foto: Fifa

Vôlei rubro-negro começa mal na Europa

Time feminino de vôlei do sport

O Sport/Maurício de Nassau estreou com derrota no 20° Torneio Internacional da Basiléia de vôlei feminino. O Leão, treinado por Adalberto Nóbrega, caiu na tarde deste sábado diante do Racing Club de Cannes/FRA, que ganhou por 3 sets a 0 (25 x 21, 25 x 19 e 25 x 12) e se garantiu na semifinal da competição, realizada na Suíça.

As rubro-negras tiveram uma atuação muito apagada, errando em fundamentos básicos do esporte e foram facilmente derrotadas pelo atual campeão francês. O torneio vem sendo disputado por seis clubes, e o Rubro-negro está no Grupo B, que ainda conta com Vakifbank Istanbul. Esse, por sinal, será o adversário deste domingo. Quem vencer estará na semifinal, programada para o mesmo dia.

Obs. Vale lembrar que o time feminino do Sport (em sua primeira participação internacional) tem apenas 2 vitórias na Superliga Feminina. A classificação para o torneio europeu foi feito por convite. Inicialmente, a vaga seria do São Caetano, que desistiu. Assim, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) indicou o clube pernambucano.

Atualização no domingo (28): O Sport foi derrotado pelo time turco por 3 sets a 0 (25 x 21, 25 x 20 e 25 x 23) e foi eliminado da competição. O time agora irá disputar o 5° lugar. As rubro-negras têm uma média de idade de apenas 21 anos. Já a de altura é de 1,81m. As turcas tinham 25 anos e 1,84m, respectivamente.