Os dirigentes de Sport, Santa e Náutico foram ao Rio de Janeiro para participar do conselho técnico do Campeonato Brasileiro, da Série A no dia 20/02 e da Série B no dia 21/02. Ambos na sede da CBF. Lá, Arnaldo Barros, mandatário leonino, Constantino Júnior e Toninho Monteiro, vice-presidentes do tricolor e do alvirrubro, respectivamente, mantêm encontros sobre um tema local.
Na noite de segunda, os clubes acabaram divulgando tuitadas em conjunto. A foto do encontro (também com a presença de Joaquim Costa, diretor de marketing alvirrubro) foi acompanhada da seguinte mensagem:
“Náutico, Santa Cruz e Sport estão unidos em busca de melhores condições para o futebol de Pernambuco. #PernambucoForte #UnidosPorPernambuco”
Ainda que a tal condição não tenha sido exposta, parece óbvia pelo atual debate no país, sobre as cotas dos campeonatos estaduais. Ainda mais com a situação do Pernambucano, com R$ 3,84 milhões por ano (menos do que o Madureira ganha no Carioca, por exemplo), mas com o contrato encerrando em 2018.
E a discussão pelo novo acordo de transmissão na tevê, visando o período 2019-2022, já começou, com canais interessados (sim, no plural).
Que a Copa do Nordeste é um torneio mais rentável que os nove campeonatos estaduais, não há discussão. De 2013 a 2016, a movimentação financeira do regional passou de R$ 16 milhões para R$ 26 milhões. Cotas maiores, públicos maiores, alcance maior. Para discordar disso, somente sentado na cabeceira de uma federação. Por isso, os clubes vêm tentando ampliar o regional. Não necessariamente com mais participantes, mas visando o nível técnico, num formato corrido, com mais clássicos, com acesso e rebaixamento…
Em maio, no Recife, os sete maiores clubes se reuniram para discutir a reformulação da Copa do Nordeste, a partir de 2018. O objetivo era reduzir o torneio de 20 para 12 clubes, com a entrada, somente no primeiro ano, do G7, via ranking histórico. Dois meses depois, outra vez na capital, um novo encontro com o grupo (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza) e três convidados (América de Natal, ABC e Botafogo de João Pessoa). Foi a primeira reunião após a divulgação do calendário da CBF para 2017, que enxugou o regional (de 12 para 8 datas) e esticou os estaduais (de 14 para 18).
Entretanto, como o documento da confederação deixava aberta a possibilidade de negociação de datas, as federações devem ceder, ao menos no próximo ano, mantendo os mesmos formatos e regulamentos, tanto no Nordestão (fase de grupo, quartas, semi e final) quanto no Pernambucano (hexagonal, semi e final). Até porque os 20 clubes da Copa do Nordeste de 2017 já estão definidos. Com o imbróglio resolvido, o foco avançou a 2018, ganhando força a ideia de Séries A e B, com doze clubes cada. A segunda divisão seria composta pelas vagas oriundas dos estaduais, além do (dos) rebaixado (s) da primeirona. Inicialmente, ainda em abril, se discutiu a implantação de um torneio de acesso no formato de grupos. Hoje, as duas competições seriam idênticas, com turno completo.
Entre os locais, participaram Emerson Barbosa e Toninho Monteiro, diretores do Náutico, Arnaldo Barros, vice-presidente do Sport, e Alírio Moraes, mandatário do Santa Cruz. O dirigente coral ilustrou o desejo dos clubes e os obstáculos…
” A pauta na verdade foi a construção de uma proposta para ser levada às presidências da Liga (do Nordeste), federações estaduais e CBF quanto ao modelo de campeonato em 2018. Há um entendimento entre os clubes (da região) que devemos ter uma Série A e uma Série B, cada qual com 12 clubes. Nesse contexto, os campeonatos estaduais perderiam importância e espaço. Ou seja, muitas discussões à vista.”
Formato proposto pelos clubes*
Série A – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
Série B – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
*Acesso e descenso de uma ou duas equipes por ano, ainda em discussão
Composição das divisões em 2018 (adaptação) Série A – 7 clubes via ranking histórico e mais 5 vagas vias estaduais Série B – 12 vagas via campeonatos estaduais (PE, BA e CE com 2 times)
Composição das divisões a partir de 2019 Série A – 11 (ou 10) melhores da A de 2018 e o campeão (ou 1º e 2º) da B Série B – 12º lugar (ou 11º e 12º) da A 2018 e 11 (ou 10) vagas via estaduais**
** A definir quais estados teriam duas vagas
Na prática, a Lampions teria não só que evitar a redução (de 12 para 8), como aumentar a agenda (de 12 para 15). Um formato divisional com oito datas soa inviável. Com doze, poderia haver um turno e decisão em jogo único, até mesmo em estádios pré-definidos. Porém, haveria risco sobre o interesse do público devido ao duríssimo critério de classificação, para apenas duas equipes.
Na visão do blog, levando em consideração o respeito aos critérios técnicos de composição, o formato sugerido pelos clubes é o avanço natural (também em termos de transmissão e patrocínios), lembrando a edição de 2001, que deixou o formato grupos e mata-mata e partiu para o turno único (na ocasião com 16 clubes), semifinal e final. Deu tão certo que o Nordestão de 2001 foi considerado pela imprensa nacional como o torneio regional de maior sucesso na época.
Curiosamente, no ano seguinte houve a implantação de uma divisão de acesso. Sim, o projeto atual não é inédito. Em 2002 o lanterna Confiança foi rebaixado, com 1 vitória, 1 empate e 13 derrotas. No segundo semestre a liga organizou um torneio seletivo com seis clubes – uma segunda divisão de fato, mas sem esse nome -, com vitória do Corinthians Alagoano. Tudo ok, caso a CBF não tivesse tirado o regional do calendário oficial em 2003, num processo (judicial) com sequelas até hoje. Não por acaso, os clubes estão tentando emular o passado.
Difícil será dobrar as federações sobre essa “independência” do Nordestão…
Pela primeira vez na história, o sócio do Náutico irá votar de forma direta na eleição presidencial, antes restrita ao Conselho Deliberativo, formado por 160 membros.
Ao todo, serão 3.166 alvirrubros aptos a votar no pleito em 15 de dezembro. Trata-se de uma gama de eleitores quase 20 vezes maior que o modelo antigo.
Sem dúvida alguma, foi um enorme avanço democrático em Rosa e Silva.
Para um clube que nos últimos 40 anos só teve duas eleições com mais de uma chapa, a disputa para o biênio 2012/2013 tem tudo para ser histórica.
Quatro candidaturas deverão estar na composição da votação.
Mirando a cadeira: o atual presidente Berillo Júnior, o ex-vice-presidente de futebol da atual gestão, Toninho Monteiro, Marcílio Sales, que atuou junto a Berillo no mandato de Maurício Cardoso, em 2007, e o ex-jogador do clube, Paulo Henrique.
O consenso se torna cada vez mais numa utopia, ainda mais diante do melhor momento econômico dos 110 anos do Timbu, com uma receita de R$ 40 milhões para 2012…
Confira uma postagem sobre a democracia clubística em Pernambuco aqui.
Alvirrubro, qual é a sua opinião sobre o bate-chapa? Quem é o seu favorito?
O prazo para encerrar as inscrições de chapas para a eleição do Náutico acabou no dia 30 de novembro.
No dia seguinte, o candidato da situação, Toninho Monteiro, se retira da disputa…
O candidato da oposição, Francisco Dacal – que já parecia enfraquecido -, acorda neste dia 2 de dezembro como virtual presidente do Alvirrubro, faltando apenas 8 dias para o bate-chapa. De zebra a presidente.
De forma incrível, o grupo que comanda o Náutico desde 2001 está de mãos atadas. Dependendo de um entedimento com Dacal. Possível? Talvez.
Mas só se o oposicionista quiser…
Se ficar irredutível (um direito dele), o comando do Náutico sofrerá uma reformulação inacreditável.
Nos bastidores, comenta-se que a vitória de Toninho Monteiro seria por uma margem de votos de até 80%. a enquete do blog, porém, Dacal venceu a disputa.