Doze títulos mundiais em jogo numa semifinal, recorde no futebol

Semifinalistas da Copa das Confederações 2013: Brasil, Espanha, Uruguai e Itália

Brasil x Uruguai e Espanha x Itália.

A definição da fase decisiva da Copa das Confederações de 2013 promoveu uma composição histórica entre os semifinalistas do segundo torneio mais importante organizado pela Fifa. Em toda a história, esta é apenas a terceira vez em uma disputa senior reúne quatro campeões do mundo na semifinal.

Mundial, Copa das Confederações, Olimpíada, Eurocopa, Copa América etc.

Anteriormente, apenas os Mundiais de 1970 (Brasil, Itália, Alemanha e Uruguai) e 1990 (Alemanha, Argentina, Itália e Inglaterra) tiveram este contexto. Mas não é só isso. No evento teste em vigor, brasileiros, italianos, uruguaios e espanhóis somam 12 conquistas mundiais, no maior número já visto de taças agregadas.

A marca passada também foi estabalecida na Copa das Confederações, em 2005, com o penta Brasil, a tri Alemanha e a bi Argentina, somando dez títulos.

Desta vez, o penta Brasil, a tetra Itália, o bi Uruguai e a atual campeã Espanha.

Títulos mundiais em campo: 1930, 1934, 1938, 1950, 1958, 1962, 1970, 1982, 1994, 2002, 2006 e 2010.

Haja tradição em campo…

Sobre conquistas na Copa das Confederações, em sua 9ª edição, apenas a Seleção já levou o torneio, e em três oportunidades.

Taiti leva na bagagem a pior defesa da história e lembranças eternas

Taiti agradece ao torcedor brasileiro na Arena Pernambuco. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press

Nunca uma seleção sofreu tantos gols em um torneio senior da Fifa.

Em três partidas, atuando no Mineirão, Maracanã e Arena Pernambuco, o Taiti levou nada menos que 24 tentos de nigerianos, espanhóis e uruguaios.

O recorde durava exatos 60 anos, com a campanha da Coreia do Sul no Mundial de 1954. Na ocasião, em dois jogos, os asiáticos foram vazados 16 vezes.

Assim, segundo a fria estatística, o pequeno país da Oceania entrou na história pela porta dos fundos. Contudo, o Taiti deixa uma imagem muito mais grandiosa, através do fair play. Esbanjando carisma, o time foi abraçado pelo público brasileiro, numa paixão curiosa. De tão frágil, virou atração por onde jogou.

Aos jogadores amadores da equipe do pequeno arquipélago a campanha neste torneio era um verdadeiro sonho, desejando não acordar nunca.

Taiti agradece ao torcedor brasileiro na Arena Pernambuco. Foto: Gil Vicente/DP/D.A Press

Sonho que chega ao fim neste domingo, com mais uma goleada daquelas…

Até esta tarde, esses humildes desconhecidos defendiam o Taiti em uma Copa das Confederações, com partidas exibidas para todo o mundo.

Após o apito final do árbitro português Pedro Proença, nomes como Tehau, Meriel, Caroine, Hnanyine e Chong Hue tiveram um gesto emocionante.

Agradecimento ao carinho recebido em todos os jogos, eles deram uma verdadeira volta olímpica com a bandeira do Brasil. O público aplaudiu de pé.

A viagem de volta será longa, até o outro lado do mundo. Lá, deverão cair no esquecimento. Voltam à pacata rotina no Taiti, como estudantes, contadores, entregadores, vendedores de celulares, alpinistas e até desempregados…

O padrão vermelho e branco na competição de 2013 é a prova viva para sempre de uma viagem inacreditável proporcionada pelo futebol. Obrigado, Taiti.

Vestiário do Taiti na Arena Pernambuco. Foto: Fifa/divulgação

A história celeste de Abel Hernández em 90 minutos na Arena

Abel Hernández comemora um de seus gols na Copa das Confederações de 2013 na Arena Pernambuco. Foto: Fifa/divulgação

O atacante Abel Hernández foi revelado pelo Central Español de Montevidéu em 2007, ainda adolescente. Tinha apenas 17 anos.

No ano seguinte, o forte centroavante de 1,86m foi contratado pelo tradicional Peñarol, onde ficou apenas uma temporada.

Tempo suficiente para assinar com o Palermo da Itália, onde atua até hoje. Na Celeste, porém, é quase desconhecido. Até este domingo eram apenas 9 jogos.

Também pudera, pois o ataque charrúa dirigido pelo maestro Oscar Tabárez conta com Cavani e Luis Suárez, além do veterano Diego Forlán. Qualidade.

Diante do fraco Taiti, neste domingo, o Uruguai precisava de uma vitória simples. O treinador, sem medo e consciente o abismo técnico, escalou um time reserva.

Chance para Hernández. O atleta de 22 anos, nascido em Pando, na região metropolitana da capital nacional, aproveitou bem a chance…

Marcou quatro gols, metade do placar estabelecido pela Celeste, 8 x 0.

La Joya, como é conhecido, só havia anotado 3 gols pela seleção, cuja estreia ocorreu em agosto de 2010. Turbinou sua estatística para 7 gols em 10 jogos.

Se tem alguém que vai sair bem feliz desta Copa, esse é o agora menos desconhecido Abel Hernández…

Copa das Confederações 2013, 1ª fase: Uruguai 8x0 Taiti. Foto: Heitor Cunha/DP/D.A Press

LED na Arena, só no Mundial. Até lá, manutenção na cobertura

Cobertura da Arena Pernambuco. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A Arena Pernambuco foi selecionada para receber três jogos na Copa das Confederações de 2013. A contrapartida para isso seria antecipar a obra em oito meses, o que aconteceu.

Contudo, ainda há trabalhar a fazer no empreendimento, sobretudo no acabamento. Para o público, uma lacuna perceptível foi a iluminação da cobertura lateral do estádio, inspirada na Allianz Arena de Munique.

As membranas da fachada, com 25 mil metros quadrados, são formadas de almofadas de etileno tetrafluoretileno. Já no evento teste algumas dessas almofadas apresentaram desgaste

Além disso, a fachada de 12 milhões de euros deveria, ser combinada com LED, proporcionando uma iluminação especial – a cor fica a critério dos organizadores a cada partida.

Ao todo são quatro quilômetros de componentes de LED. Mas a instalação ainda não foi sequer iniciada. Ou seja, a versão final da Arena Pernambuco será conhecida apenas na Copa 2014…

Diego Forlán, 100 vezes celeste

Copa das Confederações 2013, 1ª fase: Uruguai 2x1 Nigéria. Foto: Fifa/divulgação

Diego Forlán tornou-se o primeiro jogador a vestir 100 vezes a camisa da seleção do Uruguai. A estreia do atacante com o uniforme da Asociación Uruguaya de Fútbol (AUF) aconteceu em 27 de março de 2002.

Forlám também é o maior artilheiro celeste, com 34 gols. O último deles na Fonte Nova, dando a vitória sobre a Nigéria, pela Copa das Confederações.

No domingo, o melhor jogador do Mundial 2010 estará de novo na Arena.

Assista ao vídeo oficial produzido pela AUF sobre o feito do craque.

Volví, Recife

Jornal Ovacion, do Uruguai. Crédito: reprodução/internet

Nos três jogos agendados no Recife, pela Copa das Confederações, apenas uma seleção foi sortetada para atuar duas vezes por aqui.

O Uruguai. Na primeira passagem, o caos tomou conta da delegação celeste.

Começou pela falta de campo para treinar. Era para ser no Arruda, mas o estado do gramado coral e o corredor alagado inviabilizaram os treinamentos.

Partiu, então, para o centro de treinamento do Sport, no limite da cidade.

Com um acesso através de uma encharcada estrada vicinal, após um congestionamento daqueles na rodovia BR-101, o treino acabou cancelado.

Teve que se contentar numa academia. As imagens correram o mundo…

Uma pavimentação meia boca e enfim o ônibus chegou ao CT. No percurso, 1h30 para ir e 1h30 para voltar. Desgastante, sobretudo no Padrão Fifa.

No domingo, perderam da Espanha. Na quinta, se recuperaram com uma vitória sobre os nigerianos, em Salvador. Ficaram a uma vitória simples sobre o fraquíssimo Taiti para alcançar a semifinal do evento teste.

E voltaram para a capital do estado. No dia 23, de novo a Arena Pernambuco. No primeiro dia, novo cronograma no Arruda. E mais uma mudança…

Os uruguaios partiram para o CT Wilson Campos, do Náutico.

A manchete do jornal Ovación retrata a reação uruguaia sobre o retorno…

Civilidade entre alvirrubros, rubro-negros e tricolores na Arena Pernambuco

Torcedores de Náutico, Santa Cruz e Sport na Arena Pernambuco. Foto: Fifa/divulgação

Se tem algo que chamou a atenção na Arena Pernambuco nesta Copa das Confederações foi o comportamento do público na arquibancada.

Ordeiro, animado e contente com os bons jogos disputados.

Conforme divulgado pela própria Fifa, dos mais de 100 mil bilhetes vendidos para os três jogos por aqui, 84,5% pararam nas mãos de pernambucanos.

O sotaque carregado, as camisas tradicionais dos três clubes da capital e bandeiras amarradas no parapeito do estádio.

O que seria algo preocupante, tornou-se o diferencial, com torcedores de Náutico, Santa Cruz e Sport sentados lado a lado, uniformizados.

Conversas entre desconhecidos sobre Estadual, Brasileiro, jogos passados…

Provocação sadias entre os rivais, gritos de guerra durante as partidas, sobretudo com os rubro-negros, e saída conjunta para casa. Na paz.

Bandeiras de Náutico, Santa Cruz e Sport na Arena Pernambuco. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Nem a falta de alambrado na arena foi um problema na segurança.

Tudo isso, ressaltando, com a venda de cerveja liberada, algo proibido há três temporadas nos jogos regulares do futebol local.

A proibição através de uma lei estadual foi motivada pela violência. Na Copa das Confederações não houve qualquer registro policial nos jogos.

Qual foi a grande diferença no comportamento?

A questão certamente é ampla, sociológica. A partir da educação.

No entanto, a realização dessas partidas serviu como um laboratório, deixando claro que a convivência pode existir entre as três principais massas.

Falta ao governo decidir, porém, como será a organização nos clássicos. No principal meio, o metrô, por exemplo. Um trem para cada torcida? Um vagão?

Até a definição deste esquema, fica o bom exemplo da Copa…

Torcedores de Náutico, Sport e Santa Cruz no jogo Itália 4x3 Japão, na Arena Pernambuco, na Copa das Confederações 2013. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Última arena a estrear na Copa e mesmo assim na tradicional correria de obras

Fonte Nova na Copa das Confederações 2013. Foto: Alexandre Barbosa/DP/D.A Press

Por Alexandre Barbosa*

A Arena Fonte Nova recebe o seu primeiro jogo na Copa das Confederações nesta quinta. Uruguai e Nigéria duelam pelo grupo B, num jogo importante para as pretensões das duas seleções em passar para a fase seguinte.

Será a vez da capital baiana e do seu estádio, colocado a baixo e reconstruído para as Copas do Mundo e das Confederações, passarem pelas provas que outras cidades já passaram, como o Recife. Mobilidade, acesso do público ao estádio, sinalização, conforto. É, também, uma espécie de preparação para o grande jogo que ocorrerá na Arena Fonte Nova: Brasil x Itália, no sábado.

Graças à colocação de uma arquibancada móvel, a capacidade da Arena Fonte Nova passou de 50 mil para 55 mil torcedores. Nesta quinta o estádio deverá receber pouco mais de 15 mil pessoas. Para o sábado, a previsão ainda não é de lotação máxima. Na última parcial, haviam sido vendidos 40.719 ingressos.

Assim como os demais estádios que receberam o torneio, a arena passou a última semana acertando os últimos detalhes. Muita coisa acabou sendo deixada para última hora. Na quarta-feira, funcionários pintavam o piso de algumas áreas. No entorno, máquinas trabalhavam a todo vapor. Há muito entulho nas proximidades que, dificilmente, será retirado a tempo da estreia.

Fica a expectativa que tudo esteja pronto para a partida da Seleção no sábado.

* Alexandre Barbosa é o enviado especial do Diario a Salvador 

Fonte Nova na Copa das Confederações 2013. Foto: Alexandre Barbosa/DP/D.A Press

Contraste do jornalismo esportivo estrangeiro na Arena

Coletiva de imprensa da Itália

No enorme centro de imprensa da Arena Pernambuco chama a atenção os diferentes perfis dos jornalistas escalados para a Copa das Confederações.

Espanhóis, uruguaios, japoneses e italianos. Uma rápida circula e a diferença de comportamento e modo de trabalho impressionam.

A imprensa espanhola se notabilizou pelas perguntas mais técnicas acerca da Fúria, como o desfalque de Xabi Alonso e a consequência a médio prazo. Foram mais de 60 jornalistas acompanhando a seleção desde a chegada o avião da Ibéria no Aeroporto dos Guararapes.

Já a mídia uruguaia concentra-se em Montevidéu, a capital que engloba quase metade da população do país, de 3,3 milhões de habitantes. Talvez por isso as entrevistas tenham virado “conversas” com o maestro Oscar Tabárez, que parecia conhecer bem os seus interlocutores – 18 ao todo -, acostumados nas coberturas de Peñarol, Nacional e federação.

Apesar de nomes com Vicente Del Bosque, Xavi, Casillas e Tabárez, as coletivas do primeiro jogo no estado não foram tão concorridas. Não no Recife.

Não se comparadas às entrevistas dos italianos, com uma imprensa esportiva tradicionalíssima. Quente nas manchetes, passional como todo o país da bota. Um contraste enorme com os profissionais nipônicos, adversários na quarta-feira na mesma Arena Pernambuco.

Num auditório cheio, se ouvia bastante os eloquentes italianos e nem um pio dos japoneses, mantendo viva a imagem de disciplinados.

Sobre as perguntas, os italianos vão para o choque, com direito a introduções (“Sei que o assunto é delicado, mas não fique em cima do muro”).

Não se intimidam e insistem nas perguntas. Naturalmente, jogadores e técnicos também parecem acostumados ao contexto e não privam de declarações mais fortes. Pelo menos foi assim com Cesare Prandelli e Daniele de Rossi.

Quanto aos japoneses, com quase 300 credenciados no Brasil, um dinamismo nas matérias, mais observadores, talvez pela imposição da língua.

Coletiva de imprensa da Espanha. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Monitoramento governista só aponta 87 críticos do plano de tranporte à Arena

Smile

Sorria, você está sendo monitorado pelo governo do estado.

Num estado democrático como o nosso, esse monitoramento via redes sociais serve apenas como fomento para a avaliação de ações governamentais.

Na abertura da Copa das Confederações no Recife, no domingo, uma empresa contratada pelo governo do estado fez um levantamento sobre a repercussão do plano de transporte para a Arena Pernambuco nas maiores redes sociais da internet.

No caso, a repercussão negativa. Certo?

Errado… Segundo os gestores, apenas 87 pessoas criticarama a organização de mobilidade. Pasmem, várias delas sequer teriam ido ao jogo Espanha x Uruguai.

Considerando que essa empresa foi contratada com dinheiro público, é no mínimo curioso apresentar um estudo desse, bem aquém do que aponta qualquer rápida passagem no Facebook, Twitter, Orkut e Google+.

A postagem do blog sobre todo o percurso de ida e volta, via metrô, foi compartilhada 1.300 vezes no Facebook, num indicativo de que esse “87” é um tanto irreal (veja aqui).

O monitoramento é até justo, para compreender a visão do povo.

Mas pelo visto os dados precisam ser mais bem trabalhados…