Contra tudo e contra todos. Até contra o vento

Treino da Seleção Brasileira em Cardales, 15/07/2011. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Após alguns dias de trégua, o frio voltou com força ao treino da Seleção Brasileira, dessa vez acompanhado de fortes rajadas de vento, baixando bastante a sensação térmica. A solução foi recorrer à tenda da CBF.

No campo, tentando driblar a temperatura instável, o técnico Mano Menezes manteve o tom de mistério que vem marcando esta Copa América de 2011, incluindo os times de Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, todos na briga pelo título.

Com o colete verde-limão, os goleiros. Com o vermelho, apenas reservas. Titulares atuaram com o uniforme cinza. No entanto, não havia a formação com 11.

Nota-se que não há uma definição para a zaga, ainda mais depois dos quatro gols sofridos pela Canarinha nos últimos dois jogos. Logo o melhor setor até o início da Copa…

Para tentar conquistar o tricampeonato diante dos adversários de língua espanhola, o Brasil deverá continuar com esse esquema até o dia 24 de julho.

Único dia de Copa América em Buenos Aires

Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – O estádio Antonio Vespucio Liberti será o palco da decisão da Copa América. O campo, conhecido como Monumental de Nuñez, ainda continua em reformas.

Dessa vez não trata-se de um atraso do comitê organizador, mas do conserto das tribunas após o quebra-quebra da torcida do River Plate na queda à 2ª divisão.

Assim, essa será a única partida da competição na capital argentina. Para a final da edição de 2011 serão disponibilizados 57.921 ingressos.

O Monumental já recebeu a final da Copa América em 1946, 1959 e 1987. Nas duas primeiras edições, títulos para a anfitriã. No último, volta olímpica da Celeste.

O vídeo abaixo foi gravado nesta sexta, com Buenos Aires coberta pela neblina, durante o traslado até Los Cardales, quarto-general da Seleção ao norte da capital argentina.

Atlanta, o dono da pelota no Recife

Clube Atlético Atlanta, em Vila Crespo, Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Aproveitando a folga na tabela da Copa América 2011, com o fim da primeira fase, o blog mergulhou na história do futebol pernambucano em plena capital argentina. Indo de metrô a partir da Florida, dez estações até a Villa Crespo, bairro do Atlanta.

Tudo começou com um buffet em 17 de dezembro de 1936. Fazendo valer o apelido de “boêmio”, o elenco do Atlanta fez uma despedida na calle Humboldt, em Villa Crespo. No dia seguinte, a delegação partiu do porto da capital iniciando uma longa viagem no vapor Monte Pascoal. Destino? Brasil. Pela primeira vez o Clube Atlético Atlanta jogaria no país vizinho. Ao todo, disputaria 13 partidas até março do ano seguinte.

Em janeiro, o navio argentino atracou no porto do Recife. Com a ajuda financeira da Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF) para promover o esporte local, a técnica agremiação portenha enfrentaria adversários pernambucanos. De forma inédita, então, o futebol pernambucano receberia um time do exterior. Foram duas partidas no Campo da Avenida Malaquias, antigo estádio rubro-negro.

Clube Atlético Atlanta, em Vila Crespo, Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Bem superior, o Atlanta começou com um rotundo 10 x 6 sobre o Náutico. Na sequência, um 7 x 2 sobre o Sport. Sobre os jogos, Diario de Pernambuco publicou o seguinte em sua edição de 30 de janeiro de 1937:

“O Recife pode ter assistido a jogo de conjunto superior ao do Atlanta; não nos lembramos, porém, de quando teria acontecido tal fato.”

A elasticidade deixou claro o desequilíbrio entre o fim da era amadora do futebol local e o profissionalismo dos hermanos – o Atlanta havia acabado o Nacional em 6º lugar.

Já centenário, o Atlanta segue vivo, várias décadas depois de fazer história no gramado pernambucano. Em 2011, o time amarelo e azul conquistou o título argentino da terceira divisão – com direito a DVD! – e subiu para a “1ª divisão B Nacional”, coom é chamada a segundona. Na tabela da nova competição, o confronto contra o tradicional River Plate, rebaixado pela primeira vez em sua história, com o duelo agendado para 9ª rodada, no Monumental de Nuñez – outrora até comum. À parte do bairro distante, o clube costuma fazer a sua pré-temporada ocorre em San Luis.

O blog visitou o estádio León Kolbovsky – com arquibancada de madeira até 2006 – e mostra um pouco do Atlanta, fora da elite argentina desde 1984. A hinchada segue fiel.

Festejando na praça do rival

Torcida brasileira em Buenos Aires na Copa América 2011. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Para festejar na “casa” de um rival é preciso ter um pouco de prudência. Por isso, os brasileiros que acompanharam o jogo da Seleção na capital argentina acabaram festejando mesmo só após o apito final, quebrando o gelo.

Com a boa vitória da Canarinha sobre o Equador por 4 x 2, em Córdoba, as camisas e bandeiras apareceram, com o respaldo da segurança local.

Os argentinos, que vibraram bastante com os tentos equatorianos, saíram rindo, provocando por uma possível final da Copa América…

Na foto acima, os personagens deste post, segurando a bandeira. O paulista Rodrigo Guedes (com a camisa do Brasil) e o pernambucano Tomás Paz.

“Estou viajando na Argentina com a minha esposa e encontrei vários brasileiros aqui. A gente vai ganhar esse título em cima da Argentina e vamos fazer a festa aqui, pois brasileiro é brasileiro em qualquer lugar”, disse Rodrigo.

“Rapaz, eu vou passar um mês aqui, estudando espanhol, mas queria ver o jogo com brasileiros. Estou confiante. O Náutico vai subir para a primeira divisão e o Brasil vai crescer aqui na Copa América”, comentou Tomás, que gravou um vídeo para o blog.

Abaixo, o vídeo registrado pelo blog com a classificação garantida às quartas de final.

Craque puxa a fila

Copa América 2011: Uruguai x México. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

La Plata – Melhor jogador da Copa do Mundo de 2010, o meia Diego Forlán tem plena consciência do que representa não só para seleção como para todo o seu país.

Na chegada do ônibus da Celeste no estádio Único, às 20h30, o craque do Atlético de Madri saiu logo puxando a fila. Sequer parou no vestiário…

Ele foi logo com o grupo para o gramado, ainda de terno, para sentir o calor da hinchada uruguaia presente em grande número na cancha de La Plata.

Forlán ainda não apresentou o mesmo futebol visto na África do Sul? Ok, mas ele não fugiu da responsabilidade.

Ao pisar no campo, o grupo celeste foi ovacionado pela torcida…

O futebol charrúa está em em “casa”.

Estádio Único, literalmente

 

Estádio Único de La Plata. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

La Plata – O estádio Ciudad de La Plata, ou Único, como foi rebatizado, é um show à parte nesta Copa América na Argentina. Belíssima, a cancha é apontada como a mais moderna do continente e irá receber uma das semifinais.

Alguns detalhes: 36 hectares de área, 36 mil lugares, 180 camarotes, 8 rampas de acesso, 12 postos de segurança vom 30 câmeras de monitoramento, 12 pontos de alimentação – sendo um deles um restaurante para 300 pessoas – , 3.500 vagas no estacionamento, 4 vestiários para os times e 2 para os árbitros, 4 ginásios para o pré-aquecimento das equipes, 4 salas de entrevista, sistema de wi-fi… Além dos 4 telões, com 35 m² cada um.

Inagurado em 2003 e remodelado em 2010, o estádio custou cerca de US$ 100 milhões.

Indo para La Plata na sombra da Bombonera

Estrada de Buenos Aires até La Plata. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Dois dias após a decisão do título mundial Sub-17, uruguaios e mexicanos voltam a se enfrentar, agora na categoria principal. O time de Forlán tem uma chance enorme para “vingar” a prata dos meninos da Celeste.

O blog irá assistir ao jogo pela Copa América, nesta terça, em La Plata. Durante o trajeto de 60 quilômetros é possível ver o estádio La Bombonera com uma visão ampla do bairro de La Boca, em uma das regiões mais humildes da capital argentina.

No estádio Único, em La Plata, Uruguai e México vão disputar uma espécie de “oitavas de final” da Copa América, uma vez que o jogo virou um confronto de eliminação direta.

Apenas um time voltará no sentido contrário desta estrada festejando.

Invasão celeste

Torcedores do Uruguai em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Uma invasão esperada, via aérea, marítima e terrestre. Uma avalanche de uruguaios chegou na capital argentina para o decisivo confronto da Celeste na Copa América, até porque a Montevidéu está a apenas 300 quilômetros, pelo Río de la Plata.

Como o duelo contra o México será somente à noite, em La Plata, a cerca de 40 minutos de ônibus, os hinchas da República Oriental do Uruguai aproveitaram a manhã para passear em Buenos Aires. Andando pelo centro foi fácil encontrar vários deles com bandeiras, uniformes e muito otimismo.

Alguns saíram do interior do país, como Gustavo Marquez, que viajou 600 km desde San José com um grupo de mais 15 pessoas. Fanático pelo Peñarol, diga-se.

“Vamos ganhar essa Copa enfrentando Brasil e Argentina. Será como em 2014.”

A fase atual do futebol charrúa, com nomes como Forlán, Cavani e Luís Suárez, encheu o povo de confiança, e eles vêm batendo na trave, com o 4º lugar na Copa do Mundo, vaga nas Olimpíadas de 2012, vice da Libertadores e no Mundial Sub-17.

Para os bicampeões mundiais (1930 e 1950), chegou a hora de consolidar a renovação. Então, sonham com a taça continental, que seria a 15ª da história do país. O feito tornaria o Uruguai no maior campeão da Copa América. Não é bom duvidar desta gente…

Agulha argentina no palheiro

Copa América 2011: Argentina 3x0 Costa Rica, na Fan Fest em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – A pauta era assistir ao decisivo jogo da Argentina na Fan Fest. Ver de perto o receio de uma torcida tão fanática, próxima de um fracasso histórico, em casa.

A apreensão era enorme na Plaza San Martin, diante do telão, a 770 km do estádio. Muitos ensaiavam músicas como se estivessem lá, na “cancha”.

Aplausos, “alento”, tudo à distância. As camisas da Albiceleste estavam presentes, assim como as faixas da Adidas nos agasalhos da AFA, quase um sinônimo de Argentina.

Provavelmente, eu não era bem-vindo ali. Então, fiquei caladinho. No máximo, balançava a cabeça a cada boa jogada do time Messi, além de um ou outro vídeo.

O clima foi dissipado pela boa vitória dos hermanos sobre a Costa Rica.

Na volta para o hotel, a cerca de 500 metros, passei numa loja de conveniência na esquina – por sinal, quase toda esquina tem uma por aqui. O vendedor, com fone de ouvido, escutava a resenha pós-jogo. Concentradíssimo.

Com a quantidade de gente se dispensando e comemorando a classificação, o comerciante perdeu a paciência, de forma curiosa. Tirou o fone e soltou a pérola.

“Meu Deus. Isso tudo por que ganhamos da Costa Rica, e jogando em casa? Futebol é muito mais do que isso. Acordem!”

Certamente,  aquele hincha foi o argentino mais consciente da noite…

Na mira para a primeira página

Treino Brasil em Los Cardales. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – A cada segundo, dezenas de fotos. A cada dia, milhares de imagens.

O som lembra o de uma “metralhadora”. Basta o início de uma atividade dos jogadores da Seleção para, em uníssono, todas as câmeras dispararem.

Entre câmeras fotográficas – e suas lentes “quase” infinitas – e filmadoras, o blog contabilizou 25 aparelhos no treino da Seleção Brasileira em Los Cardales.

Correspondentes brasileiros e de outros países sempre ficam atrás de uma das metas do campo. Todos eles com uma pressa incrível em divulgar logo o material através da boa conexão oferecida pela CBF na sala de imprensa. O blog também, é verdade.

Abaixo, você pode assistir a um dos “disparos” dos fotógrafos, com trilha sonora, claro.