Outro post cinematográfico. No domingo, Buenos Aires viverá um clima de “Copa do Mundo”. Pelo menos é o que se diz no Brasil quando um filme entra na disputa do Oscar, algo que não ocorre desde Cidade de Deus.
Uma tomada do filme, porém, é espetacular, esportivamente falando (como fizeram?!).
Do céu até a arquibancada de um caldeirão, o estádio El Palacio, pertencente ao centenário Huracán, clube tradicional da capital argentina (apesar de não participar muito da Libertadores). Com capacidade para 48.314 torcedores, a cancha fica no bairro de Parque Patricios. Foi inaugurado em 1949.
Na cena fantástica (vídeo abaixo), um estádio lotado de hinchas. Tanto do Huracán quanto do Racing de Avellaneda, o visitante no clássico. Na trama, nomes de jogadores históricos do Racing servem como pistas para encontrar o vilão.
Em tempo: o filme ainda não estreou no Recife
Atualização (08/03/10): E o filme acabou ganhando o Oscar…
Início da década. Um mexicano atravessou a fronteira dos Estados Unidos para tentar a sorte em Los Angeles. Santiago Muñez, um imigrante ilegal. Vivendo como motorista e ajudando o pai num trabalho de jardinagem, o jovem não abria mão de sua paixão, o futebol. Jogava num time amador da cidade norte-americana. Até ter sido encontrado por um olheiro escocês.
A contragosto do pai (que não via futuro no futebol), Muñez, então com 20 anos, viaja para a Inglaterra. É levado para o Newcastle United, da Premier League. Sofrendo de asma e sem um condicionamento físico ideal, ele quase foi dispensado. A sua técnica, porém, o manteve no grupo. No time aspirante. Logo, foi chamado para o profissional. Começou a se destacar na equipe e em 2005 faz o gol da vitória por 3 x 2 sobre o Liverpool, que garantiu o Newcastle na Liga dos Campeões da Uefa.
O sucesso do jogador latino, que durante a temporada inglesa chegou a conhecer Raúl e Zidane, o levou para o Real Madrid. Ele vai juntamente com o companheiro de ataque, o badboy Gavin Harris, ídolo do Newcastle. Do subúrbio de Los Angeles, Muñez se torna um dos atletas mais bem pagos do planeta, jogando nos Galáticos. Na Espanha, o atacante conquista o maior título europeu de clubes. Vem o sucesso, as cobranças e a volta por cima. O apoio da família.
Vem a glória de poder defender o México na Copa do Mundo de 2006. Um desejo interrompido por um acidente de carro, que o tira dos gramados justamente durante Mundial. Mas as amizades construídas nos campos o levam para a Alemanha, para assistir a participação de dois amigos ingleses na copa.
No fim, uma transferência para o Tottenham, no fim de 2006. Lá, de volta à Premier League, ele assina um contrato de 2 anos. Desde então, 37 gols em 64 jogos.
Mas é tudo ficção. Uma história dividida na trilogia GOAL!, cujos filmes foram lançados em 2005 (O Sonho Impossível), 2007 (Vivendo o sonho) e 2009 (Conquistando o mundo). Abaixo, o trailer do primeiro filme.
O protagonista da trilogia é interpretado pelo ator mexicano Kuno Becker, 4 anos mais velho que o seu personagem. 😯
Uma cine-série que foi apontada como das melhores adaptações do futebol nas telonas e que contou com o apoio total da Fifa, que cedeu imagens oficiais. As cenas dos jogos, aliás, são tão bem feitas que chega a ser difícil imaginar que o jogo não aconteceu. Dezenas de atletas participam dos 3 filmes. Entre eles, muitos brasileiros, como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Juninho Pernambucano.
Se tem algo que a torcida do Ypiranga não quer mais é que o árbitro marque um pênalti a favor da Máquina de Costura. Pois é. Não adianta de nada mesmo… O time já teve 4 penalidades a favor (o 2º no ranking), mas perdeu todos. Menos mal que dessa vez pelo menos o time de Santa Cruz do Capibaribe conseguiu vencer com a bola rolando mesmo… Essa 13ª rodada do Pernambucano ainda registrou mais um pênalti para o Central, o 8º. A Patativa já venceu 4 jogos por 1 x 0, só marcando de pênalti. 😯
Pênaltis a favor
8 pênaltis – Central 4 pênaltis – Ypiranga 3 pênaltis – Cabense, Porto e Sport 2 pênaltis – Vitória, Santa Cruz, Salgueiro e Vera Cruz 1 pênalti – Sete de Setembro, Náutico e Araripina
Pênaltis cometidos 8 pênaltis – Porto 5 pênaltis – Salgueiro 4 pênaltis – Vitória 3 pênaltis – Sete de Setembro 2 pênaltis – Sport, Cabense, Ypiranga, Náutico e Santa Cruz 1 pênalti – Central e Araripina Nenhum pênalti – Vera Cruz
Legenda
Central perdeu 2 penalidades e defendeu 1.
Sport defendeu uma cobrança.
Porto defendeu 3 cobranças.
Ypiranga perdeu 4 penalidades e defendeu 1.
Cabense perdeu 2 penalidades.
Salgueiro defendeu uma cobrança.
Vera Cruz perdeu uma cobrança.
Náutico defendeu uma cobrança.
Araripina defendeu uma cobrança.
Cartões vermelhos
1º) Náutico – 5 adversários expulsos (1 jogador do Timbu recebeu o vemelhor)
2º) Santa Cruz – 5 adversários expulsos (4 jogadores do Santa receberam o vermelho)
3º) Sport – 3 adversários expulsos (2 jogadores do Sport recebeu o vermelho)
A 13ª rodada do Pernambucano registrou um Sport abrindo vantagem na liderança, agora com 5 pontos. Viu a Patativa entrar pela 1ª vez no G4 do Estadual e uma zebra no Gigante do Agreste. A briga na parte de cima esquentou de vez! Curiosidade: pela primeira vez em 2010, os 4 times do Agreste venceram na mesma rodada.
Sport 4 x 2 Vitória – Dois gols de Ciro, com o ataque da Ilha funcionando bem. A defesa? Nem tanto… Valeu pela invencibilidade, agora com 40 partidas.
Salgueiro 0 x 1 Náutico – Vitória pra lá de importante do Alvirrubro. Alguns torcedores já estavam desconfiados com Gallo. Mas ainda é cedo.
Ypiranga 2 x 0 Araripina – A Máquina de Costura perdeu mais um pênalti, mas pelo menos soube aproveitar outras chances e ainda respira o G-4.
Sete de Setembro 1 x 0 Cabense – Lanterninha, o time de Garanhuns jogava praticamente a sua última cartada para seguir no jogo. O blefe deu certo.
Vera Cruz 0 x 1 Porto – Rogério, que havia sido o herói na última rodada (quando fez 3 gols) voltou a brilhar. Marcou o gol da vitória aos 35 minutos do 2º tempo.
Central 1 x 0 Santa Cruz – Tricolores saíram do campo reclamando mais uma vez da arbitragem. Enquanto isso, a Patativa deu mais um passo na classificação.
O jogo no Lacerdão, na noite desta quarta, foi um clássico. Jogo muito disputado, com excesso de faltas, cartões e emoção.
As duas torcidas consideravam o confronto como um jogo-chave, principalmente pelo contexto. Rivalidade e classificação.
O SantaCruz lutava para se consolidar no G4. Um empate já servia para os tricolores.
Para o Central, só a vitória interessava. Um triunfo em casa e o time, que chegou a ficar na zona de rebaixamento, entraria finalmente no grupo de classificados à semifinal do Estadual. Uma recuperação digna de um clube historicamente imprevisível.
A favor da Patativa, o retrospecto em casa contra a Cobra-Coral. No Pernambucano, o time havia vencido os últimos 4 jogos. Não perde desde 2004.
E aumentou a escrita. Central 1 x 0. Foi a 6ª vitória do time dirigido por Adelmo Soares nos últimos 8 jogos. Curiosamente, 4 vitórias foram pelo mesmo placar desta noite. E também com um gol de pênalti! 😯
Para quem só fazia vencer no início do ano (foram 5 triunfos seguidos), passar 4 rodadas no Pernambucano sem ganhar de ninguém parecia surreal.
Eram 2 empates e 2 derrotas. E olhe que ainda houve outro empate pela Copa do Brasil, contra o modesto (ô) Ivinhema.
Já estava na hora de voltar a fazer uma graça no Estadual, Náutico. Mas logo diante do Salgueiro, no alçapão do Cornélio de Barros, no Sertão? Logo diante do melhor time intermediário nos últimos dois anos em Pernambuco?
Parecia difícil. E foi. Com um gol do prata da casa Emanual, com apenas 6 minutos, o Alvirrubro ficou em vantagem. Mas a missão de segurar o Carcará não foi nada fácil.
Um nome sai fortalecido do interior após a vitória por 1 x 0. Glédson. Com ótimas defesas, o camisa 1 devolveu o Timbu à briga pelas primeiras posições.
Bola na trave. Finalizações certeiras, com muito perigo.
Velocidade, dribles, disposição, assistências…
A melhor atuação de Ciro na Ilha do Retiro em 2010.
Se no Clássico das Multidões, no Arruda, o atacante foi o destaque com dois gols, na noite desta quarta o camisa 9 jogou para o time.
E o Sport jogou em função do atacante, que infernizou a zaga do Vitória pelo lado esquerdo. A atuação do atacante superou as falhas de posicionamento da defesa.
Um ídolo que volta a justificar tanto prestígio entre os rubro-negros. São 8 gols no Estadual e 10 na temporada.
No fim, uma vitória por 4 x 2, com direito a 15 minutos eletrizantes no início.
Sport na ponta, agora com 5 pontos sobre o 2º lugar. Pena que isso não vai valer muito no fim da competição. Vale mais a invencibilidade de 40 jogos. A 9 do recorde.
Um atacante marcado por lesões gravíssimas. Nos dois joelhos. Com meses de recuperação.
Marcado, também, por um dia: 23 de agosto de 2005.
Jadílson.
Vestindo a camisa do Sport naquela noite, contra o Bahia, ele marcou dois gols na virada por 3 x 2, aos 35 e 44 do segundo tempo. Jogo-chave para evitar um vexatório rebaixamento à Série C.
O Leão perdia por 2 x 0. Debaixo de um toró na Ilha, o Leão não jogava nada!
O atacante, então com 24 anos, entrou na etapa final, assim como o meia Eder, que marcou o primeiro gol. Depois, na raça, e com técnica, Jadílson decidiu. Um jogo que é considerado por muitos rubro-negros como um dos mais importantes da história.
Nos anos seguintes, aquela expectativa de ter um “camisa 9” sumiu com as lesões do atleta, que teimava em não seguir o cronograma do departamento físico do Sport.
Hoje, ele diz que mudou. Consciente de que era preciso mudar. Caso quisesse voltar a brilhar.
E ele estará na Ilha do Retiro novamente, 5 anos depois.
Agora com 29 anos. E vestindo outra camisa, igual à do Bahia. O uniforme da Acadêmica Vitória.
Como está o faro de gol do craque neste recomeço…?
Nada mal. Jadílson é o atual vice-artilheiro do Perambucano, com 6 gols. 😎
Cidade cuja população cresceu 20% nesta década. De 250 mil moradores em 2001, a Capital do Agreste alcançará a expressiva marca de 300 mil habitantes em 2010, segundo as estatísticas do IBGE.
Crescimento puxado pela economia da cidade e as suas feiras livres. Parece a Índia, mas cresce! Atrai investimentos e serviços. E uma demanda grande também, algo que muitas vezes não é atendida na mesma proporção.
O Produto Interno Bruto (PIB) do município era de R$ 680 milhões em 1996. Pulou para aproximadamente R$ 2 bilhões em 2007, segundo a atualização econômica mais recente divulgada pelo site do IBGE (veja AQUI). A renda per capita atual é de R$ 6.895.
Vou deixar os “reais” um pouco de lado (pois quem domina o assunto é Tatiana Nascimento, do Blog de Economia). Mas como não traçar um paralelo nessa mudança com o futebol caruaruense? Representado por Porto e Central.
Imaginar que esse desenvolvimento também pode se estender ao futebol local. Nesta década, o Porto consolidou o seu CT Ninho do Gavião. Negociar um jogar por no mínimo R$ 200 mil tornou-se algo comum no clube. Dinheiro imediatamente reinvestido em melhorias no centro de treinamento. Lei do mercado (da bola).
No Central, mais tradicional, as coisas andam de acordo com a percepção de sua torcida, a maior do interior. Tanto que em dezembro houve uma disputa nas urnas para escolher o novo presidente. Os resultados, porém, são esporádicos. Em 2007, já com 88 anos de história, a Patativa conseguiu o seu melhor resultado na 1ª divisão do Pernambucano, quando foi vice-campeã. O título ainda parecia inviável.
O regulamento da edição deste ano garante pelo menos uma vaga para um clube intermediário na semifinal. A Cabense largou de forma espetacular e não parece disposta a abrir mão do G-4.
Assim, o jeito será partir para o choque contra um dos grandes do Recife. Da capital. Economicamente mais forte, mais desenvolvida.
Mas, ao cruzar por Caruaru, como não pensar que a cidade também vem nesse avanço? Que os seus clubes podem entrar no mercado e sair da eterna imagem de coadjuvante.
Na noite desta quarta-feira, um bom público deverá comparecer ao Lacerdão – reformado, pintado e até com placar eletrônico, tudo em 2010. Antes do jogo Central x Santa Cruz, às 21h50, torcedores dos dois times vão tomar uma cervejinha nos arredores. Ou, quem sabe, fazer um lanche rápido no novo Shopping Difusora, em frente ao estádio. Quer sinal maior de desenvolvimento local do que esse?!
Em campo, o tal choque Capital x Interior. Um Interior já sem cara de interior.
Um Interior a uma vitória de entrar no G-4. Uma Capital que já não canta vitória.
Um confronto cada vez mais difícil. Na mesma escala do avanço econômico.