“O importante é competir”

Copa do Mundo de 2010: Eslováquia x Nova Zelândia

O título do post é o famoso lema olímpico, criado pelo Barão de Coubertin. A expressão se tornou famosa desde a Olimpíada de 1896. Mas a frase também vale para a Copa do Mundo. Principalmente nesta de 2010, com alguns times bem fraquinhos.

Nesta terça-feira, Nova Zelândia e Eslováquia disputaram um jogo pra lá de morno em Rustemburgo. Emoção é algo que passou longe. Até chegar nos descontos…

O empate em 1 x 1 (com muito vigor físico e técnica limitadíssima) embolou o  grupo F, já que Itália e Paraguai também empataram e pelo mesmo placar. E olhe que a Nova Zelândia marcou o seu gol, com Reid, aos 47 minutos do segundo tempo!

Mas os adversários que estrearam na segunda apresentaram um futebol bem mais competitivo. Uma classificação neozelandesa seria “a” zebra. A Eslováquia até pode surpreender (luta contra os paraguaios), mas o bom futebol parece ter ficado na outra metade da ex-Tchecoslováquia. Se bem que a República Tcheca também está fora…

De qualquer forma, vale o passeio pela África! 😎

Foto: Fifa

Uma gota perto de 2014

Copa do Mundo de 2010: Itália 1 x 1 Paraguai

Aconteceu algo raro em Mundiais nesta segunda-feira. Falha do sistema defensivo (catenaccio) da Itália? Não. Paraguai jogando de forma ofensiva? De forma alguma.

Foi algo bem mais simples. Natural, na verdade. Chuva!

Muita chuva… O belíssimo estádio Green Point recebeu 62.869 pessoas. Menos mal que elas estavam em assentos cobertos.

Mas, para completar o cenário atípico, uma congelante temperatura de 8 graus na noite sul-africana, com ventos de 21 km/h (veja AQUI).

Já em Rustemburgo (onde ingleses e norte-americanos também empataram em 1 x 1), o estádio Royal Bafokeng tem as arquibancadas descobertas, algo que não se via num Mundial desde o Vélodrome, em Marselha, na Copa de 1998.

A última Copa do Mundo disputada no inverno havia sido em 1978, na Argentina. Desde então, Copas no verão do hemisfério norte. A próxima no inverno? Em 2014. Entre junho e julho, no Brasil. Essa chuva na Cidade do Cabo foi apenas uma gotinha…

Foto: AFP

Azzurra não foge da história

O empate da tetracampeã Itália com o Paraguai, em 1 x 1, na Cidade do Cabo, foi surpreendente. E olhe que a Azzurra começou o confronto em desvantagem…

Mas basta uma rápida passagem pelo retrospecto do primeiro jogo dos times que defenderam o título ao longo das Copas para constatar que a Azzurra apenas deu sequência a uma “quizila” com zebras históricas na Copa do Mundo. Os campeões do mundo já defenderam o título em 17 oportunidades.

O detentor do troféu (Jules Rimet ou Fifa) saiu derrotado em 4 partidas. Ainda foram registrados 4 empates. Vitórias? Nove. Considerando o sistema de 3 pontos por vitória e 1 por empate (implantado em 1994), o aproveitamento dos campeões fica em 60%. Ruim. Confira abaixo (o “mandante” era o campeão vigente).

1934 – O Uruguai não quis participar da Copa
1938 – Itália 2 x 1 Noruega
Copa do Mundo de 2010: Itália x Paraguai1950 – Itália 2 x 3 Suécia
1954 – Uruguai 2 x 0 Tchecoslováquia
1958 – Alemanha 3 x 1 Argentina
1962 – Brasil 2 x 0 México
1966 – Brasil 2 x 0 Bulgária
1970 – Inglaterra 1 x 0 Romênia
1974 – Brasil 0 x 0 Iugoslávia
1978 – Alemanha 0 x 0 Polônia
1982 – Argentona 0 x 1 Bélgica
1986 – Itália 1 x 1 Bulgária
1990 – Argentina 0 x 1 Camarões
1994 – Alemanha 1 x 0 Bolívia
1998 – Brasil 2 x 1 Escócia
2002 – França 0 x 1 Senegal
2006 – Brasil 1 x 0 Croácia
2010 – Itália 1 x 1 Paraguai

Passando de faixa

Copa do Mundo de 2010: Japão 1 x 0 Camarões

Camarões x Japão. Quantos torcedores apostaram o bolão no time africano? Vários… Afinal, os Leões Indomáveis têm um time fisicamente muito forte e habilidoso e com um atacante do quilate de Samuel Eto’o. Camisa 9 e capitão.

No Japão, a obediência tática em estado bruto. Um país que disputa apenas a sua 4ª Copa do Mundo, mas que, curiosamente, esteve presente nas últimas quatro.

Em fevereiro de 1998, a Terra do Sol Nascente conseguiu a sua melhor posição na história do ranking da Fifa, com um 9º lugar. Mas foi uma colocação sem lastro. A péssima campanha no Mundial do mesmo ano baixou um pouco a animação oriental. Mas o futebol local, bem distante dos grandes centros (literalmente também), foi mudando.

Importou jogadores e técnicos. Mas também exportou atletas. O primeiro deles foi Kazuyoshi Miura, ou simplesmente Kazu, que jogou no futebol brasileiro nos anos 80.

O objetivo era aprender. Fortalecer um sistema dentro das limitações técnicas do elenco. Um pouco disso pôde ser visto nesta segunda-feira, com um time mecânico, mas que foi eficiente e bateu Camarões por 1 x 0.

O  gol de Honda saiu em uma jogada ensaiada que o time tentou inúmeras vezes na partida. Previsíveis cruzamentos na área, como nos velhos tempos da Inglaterra. Jogada conhecida como wing play.

Aos poucos, o Japão vai mudando de faixa. Agora é necessário aprender algo mais. Até a preta falta muita coisa. E Camarões? Falta a obediência tão presente no Japão.

Foto: Fifa

Bem, amigos

O locutor Galvão Bueno é considerado a “voz” do futebol brasileiro. Ou uma das principais vozes, no mínimo. Há pelo menos 30 anos o narrador faz sucesso na TV.

Os seus bordões já são famosos. Repetidos até a exaustão. Boa parte da torcida já decorou. Mais: até espera que o narrador fale… Pensando nisso, o blog NãoSalvo teve uma ideia daquelas! Criou o “Bingo do Galvão”, apenas com frases tradicionais que o narrador diz durante os jogos da Seleção Brasileira. Encara?

Por isso, imprima a imagem a abaixo e faça o seu bingo nesta terça brasileira no Mundial, contra a Coreia do Norte. Clique AQUI e veja também as versões do “Bingo do Arnaldo Cezar Coelho” e do “Bingo do Casagrande”, completando o trio da Globo.

Bingo do Galvão Bueno

Dinamarca contra

Copa do Mundo de 2010: Holanda 2 x 0 Dinamarca

Diante de 83 mil pessoas no Soccer City, o ala esquerdo dinamarquês Simon Poulsen cometeu a primeira grande “gafe” do Mundial de 2010.

Logo no primeiro minuto da etapa final, Poulsen deu uma cabeçada incrível, marcando o primeiro gol contra da Copa, a favor da Holanda (foto). No fim, a nova versão da Laranja Mecânica (mais apelido do que tática) fechou o placar por 2 x 0, mantendo uma invencibilidade de 20 partidas.

Copa do Mundo de 2010: Holanda 2 x 0 DinamarcaMas o que fica da partida é mesmo a entrada de Poulsen na história pela porta dos fundos. Ao lado, o print screen do scout da Fifa. Constrangedor, não?

O primeiro gol contra numa Copa do Mundo aconteceu em 1938, quando o suíço Loertscher marcou a favor da Alemanha nas oitavas de final. Os germânicos ganharam por 4 x 2.

O gol contra mais rápido da história das Copas aconteceu em 2006, em Frankfurt. O zagueiro paraguaio Gamarra desviou de cabeça contra a própria meta com apenas 3 minutos de jogo contra a Inglaterra. Resultado? Derrota por 1 x 0.

Recorde de gols contra em Copas: 4, em 1954, 1998 e 2006.

Recorde em uma partida: 2, no jogo EUA 3 x 2 Portugal, com um vacilo para cada lado.

O único jogador a “desfazer” a bobagem foi o holandês Ernie Brandts, que marcou um gol contra a Itália e depois fez um a favor na mesma partida, ajudando o seu time a vencer por 2 x 1, no Mundial de 1978, em Buenos Aires.

Foto: Fifa

Casa quase cheia

Copa do Mundo de 2010

A Fifa já havia avisado antes de começar a Copa do Mundo que nem todos os ingressos para os 64 jogos da competição haviam sido vendidos, apesar das inúmeras promoções para os sul-africanos.

Fiasco de público? Longe disso.

Até agora, apenas dois jogos tiveram públicos fracos para o porte de uma Copa. Ambos citados nas imagens acima: Eslovênia 1 x 0 Argélia, com 30.325 pessoas, e Coreia do Sul 2 x 0 Grécia, com 31.513, com muitas cadeiras vazias… O maior foi logo na abertura, com 84.490 pessoas no estádio Soccer City.

Nos oito jogos realizados, os borderôs registraram 406.253 pessoas, com uma média de 50.781. Considerando todas as 19 edições, a Copa da África do Sul está em 5º lugar.

Confira abaixo todas as médias de público da história da Copa.

  • De 20.000 a 30.000 torcedores:

1930 (24.139 em 18 jogos); 1934 (23.235 em 17 jogos); 1938 (26.833 em 18 jogos); 1958 (24.800 em 35 jogos); 1962 (24.250 em 32 jogos)

  • De 30.001 a 40.000 torcedores:

1954 (36.269 em 26 jogos); 1982 (39.699 em 52 jogos)

  • De 40.001 a 50.000 torcedores:

1974 (46.685 em 38 jogos); 1978 (42.376 em 38 jogos); 1986 (46.956 em 52 jogos); 1990 (48.368 em 52 jogos);  1998 (43.517 em 64 jogos); 2002 (42.268 em 64 jogos)

  • De 50.001 a 60.000 torcedores:

1966 (50.459 em 32 jogos); 1970 (52.312 em 32 jogos); 2006 (52.491 em 64 jogos); 2010 (50.781 em 8 jogos)

  • Acima de 60.001 torcedores:

1950 (60.772 em 22 jogos); 1994 (68.991 em 52 jogos)

Fotos: Fifa

Alemanha. Aleluia

Copa do Mundo de 2010: Alemanha 4 x 0 Austrália

Durban.

A cidade que finalmente viu uma grande atuação de um time na Copa do Mundo.

Argentina, Espanha, Holanda e Brasil. Os times que geram a expectativa de bom futebol na África do Sul. Até aqui, coube à seleção da Alemanha mostrar um futebol contundente. Decisivo ofensivamente e seguro na defesa.

A Alemanha de sempre, fria e técnica, mas com um grupo renovado em 2010, montado apenas com atletas quem atuam na Bundesliga, a liga local. Habilidade, movimentação e velocidade. E, sobretudo, objetividade no passe: acertou 77% dos 618 na estreia.

Contra a Austrália, neste domingo, os tricampeões mundiais não deram qualquer chance. Com 8 minutos o placar já havia sido aberto. Ao contrário da estreia da Argentina, os germânicos souberam aproveitar as chances de gol que foram criadas.

A pontaria estava apurada. Dos 16 chutes na meta do goleiro Schwarzer, 10 foram certeiros, na meta. E 4 balançaram as redes. Klose e Podolski (o mesmo ataque de 2006, apesar da série de mudanças) no primeiro tempo e Müller e Cacau no segundo.

A goleada por 4 x 0 foi incontestável. Um bom jogo, o melhor da Copa até o momento. E o time sequer pôde contar com o craque Michael Ballack, que foi cortado por lesão.

A Alemanha sempre “surpreende” o mundo. Ou seria apenas o Brasil, através de boa parte da imprensa? O velho senso comum de duvidar do país de Beckenbauer.

Calada há quatro anos, a Alemanha reaparece mais uma vez. Favorita. Como sempre.

Foto: Fifa

Limite técnico

Após sete anos, o técnico Luiz Felipe Scolari volta a trabalhar no Brasil.

Após o pentacampeonato mundial com a Seleção em 2002, Felipão passou pelo escrete de Portugal, durante cinco anos, Chelsea (Inglaterra) e Bunyodkor (Uzbquistão).

Felipão e Gene HackmanNeste domingo, o campeoníssimo treinador assinou com o Palmeiras. Começa a trabalhar após a Copa do Mundo, em 15 de julho, com contrato até o fim de 2012 (veja AQUI e AQUI)

O motivo do post, no entanto, é o tamanho do investimento no técnico. Especula-se que Scolari e a sua comissão técnica cheguem ao Palestra Itália custando R$ 700 mil por mês.

Repito: R$ 700 mil! O futebol brasileiro aguenta um investimento deste porte? Lembrando que o Atlético Mineiro paga cerca de R$ 500 mil ao staff de Vanderlei Luxemburgo.

Mas Felipão está de volta. Certamente, um dos maiores personagens da bola no Brasil. Abaixo, um de seus episódios mais polêmicos, durante a disputa da semifinal da Taça Libertadores entre Palmeiras e Corinthians, em 2000.

Saiba mais sobre a carreria do ator Gene Hackman clicando AQUI.

Das academias ao senado

Filme: O Exterminador do FuturoArnold Schwarzenegger.

O ex-astro do cinema, hoje com 62 anos, se dedica à política desde 17 de novembro de 2003, quando assumiu o governo da Califórnia, o estado mais rico dos Estados Unidos.

Na década de 1970, porém, ele ganhou o título de Mister Olympia em 7 oportunidades. Seis entre 1970 e 1975 e mais um em 1980.

Abaixo, veja o vídeo com a preparação do ex-atleta. O recorde do austríaco só foi superado por Lee Haney, que foi octa entre 1984 e 1991.

Saiba mais sobre a carreria do fisiculturista, ator e governador Arnold Schwarzenegger AQUI.

Ok, mas qual é o sentido deste post? A figura aí abaixo – com 113 quilos – deve se candidatar neste ano ao Senado dos EUA. Quem diria isso há 40 anos?!

O vídeo é um dos mais vistos do Youtube, com mais de 8 milhões de visualizações.

Quatro décadas exterminando paradigmas no esporte…