A segunda-feira é considerada como um dia morto para o futebol.
O dia é, tradicionalmente, o único sem jogos oficiais na semana.
Domingo é o dia mais nobre, da elite nacional. A Série B comanda nas terças e sextas. Quartas e quintas são da Série A. E tanto A quanto B dividem o sábado.
Menos a segunda… Dia para pautas mais “frias”, num jargão para reportagens que podem ser utilizadas em dias não específicos, sem perder o teor da notícia.
Ocasionalmente, acontece um furacão.
Este 9 de agosto assolou as redações pernambucanas. Papéis voaram.
Após fulminar uma ilha, é claro.
Enquanto eu terminava a minha matéria sobre a Arena da Copa, o repórter Alexandre Barbosa, setorista do Náutico, ia se virando no computador do lado, ligando e recebendo telefonemas do Sport.
O setorista do Rubro-negro, André Albuquerque já havia ido para casa.
Era o começo da ventania na Ilha do Retiro.
Primeira rajada de vento: 21h23.
Marcelinho Paraíba, experiente atacante de 35 anos. Contratado a peso de ouro, com salário de R$ 110 mil, dos quais R$ 60 mil devem sair do bolso do Leão.
Para mim, o dia já tinha a sua grande notícia. Fui para o cinema, pegar a velha última sessão: Meu malvado favorito. Às 21h20, no Shopping Recife. Um 3D de ótima qualidade.
Começa o filme, pra lá de divertido. O celular toca uma vez. Era Fred Figueiroa, amigo e editor da primeira página do Diario. Podia ser qualquer resenha. Deixei pra lá.
Não atendi, mas mandei uma mensagem simples: “cine”.
Poucos minutos depois, tocou novamente. Fred de novo. Preocupante… Saí rapidamente para retornar a ligação.
A voz apressada disse logo: “Cerezo caiu”.
“Como é que é…? Por que…?!”
“Porque Geninho está chegando. Já quer comandar o time contra o Figueirense.”
Cerezo havia caído às 22h05, pelo Twitter, e Geninho havia sido confirmado às 22h36, por telefone. Voltei para o filme. Continuei rindo bastante (assistam). Mas já curioso.
Saindo de lá, na volta para casa liguei para a Redação do jornal. Lá estava Fred, cuidando da capa do jornal. E também André Albuquerque, aquele mesmo que havia ido embora à tarde… O vento o levou de volta, voando, para o Diario.
Já passava de meia-noite quando comecei a me atualizar dos fatos. Após uma leitura no site Superesportes (veja AQUI), a compreensão do furacão de 73 minutos.
Furacão que mudou o Sport, que deixou o time com um atacante de qualidade para atuar ao lado de Ciro e com um técnico renomado e de grande aceitação da torcida.
A ventania só não trouxe os pontos para a tabela da Série B. Ainda.