Buenos Aires – A pauta era assistir ao decisivo jogo da Argentina na Fan Fest. Ver de perto o receio de uma torcida tão fanática, próxima de um fracasso histórico, em casa.
A apreensão era enorme na Plaza San Martin, diante do telão, a 770 km do estádio. Muitos ensaiavam músicas como se estivessem lá, na “cancha”.
Aplausos, “alento”, tudo à distância. As camisas da Albiceleste estavam presentes, assim como as faixas da Adidas nos agasalhos da AFA, quase um sinônimo de Argentina.
Provavelmente, eu não era bem-vindo ali. Então, fiquei caladinho. No máximo, balançava a cabeça a cada boa jogada do time Messi, além de um ou outro vídeo.
O clima foi dissipado pela boa vitória dos hermanos sobre a Costa Rica.
Na volta para o hotel, a cerca de 500 metros, passei numa loja de conveniência na esquina – por sinal, quase toda esquina tem uma por aqui. O vendedor, com fone de ouvido, escutava a resenha pós-jogo. Concentradíssimo.
Com a quantidade de gente se dispensando e comemorando a classificação, o comerciante perdeu a paciência, de forma curiosa. Tirou o fone e soltou a pérola.
“Meu Deus. Isso tudo por que ganhamos da Costa Rica, e jogando em casa? Futebol é muito mais do que isso. Acordem!”
Certamente, aquele hincha foi o argentino mais consciente da noite…