Ônus da marginalidade nos estádios

Infelizmente, o quebra-quebra nos estádios do Recife virou algo comum nos clássicos.

É quase de praxe: antes, durante e depois, vândalos presentes na torcida visitante depredam o patrimônio do rival. Portas e vasos sanitários quebrados, pichações etc.

Não foi diferente neste Clássico dos Clássicos com vitória do Sport por 2 x 0.

A única diferença foi o registro feito pelo departamento de comunicação do rubro-negro logo após a saída dos torcedores do Náutico no tobogã do placar eletrônico (veja aqui).

Confira abaixo o vídeo com o estrago provocado por alguns marginais, escondidos entre os verdadeiros torcedores alvirrubros, que foram apoiar a equipe na Ilha do Retiro.

Apesar da baixa qualidade na imagem, é possível perceber a quebradeira, com direito a arremesso de objetos arrancados do banheiro.

O abduzido leão e a sua fome na jaula

Série B 2011: Sport 2x0 Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Em campo, um Sport esfacelado depois do vexame em Varginha.

Caso o elenco tivesse sido abduzido no sábado pelo famoso ET local, a torcida não ficaria tão triste, pois a apresentação foi ridícula, constrangedora.

Na verdade, muitos torcedores gostariam de ter sido abduzidos naquele dia, para não ter que acompanhar um time tão desalmado, sem cara alguma nesta Série B.

Paralelamente a isso, o Náutico vinha com uma excelente série invicta de sete jogos, ávido pelo fim do tabu de sete anos sem uma vitória na Ilha, com 15 jogos até então.

Mas a Ilha do Retiro é, também, a jaula do leão, nas palavras do contestado Mazola – inclusive pelo blog, diga-se. O treinador não caiu após o Boa e ganhou o respaldo da diretoria, ainda que isso não tenha convencido ninguém até esta noite.

No choque da boa fase com a péssima fase, um clássico numa noite de terça-feira, em um jogo adiado da 14ª rodada. Ou seja, foi uma espécie de volta ao passado.

Coincidentemente, o meia Marcelinho Paraíba, que poderia ter liderado a espaçonave do ET de Varginha há três dias, resolveu jogar como na época em que tinha 26 anos.

Hoje, é bom lembrar, o camisa 10 do Rubro-negro tem 36 anos e vem escutando críticas de todos os lados há tempos. Nos bastidores, como ocorreu em outras oportunidades, a sua dispensa chegou a ser especulada. A qualidade sumiu mesmo?

Pois ele não foi sequer sacado da titularidade. Livre, com tanto fôlego quanto Elicarlos.

Titular, ele marcou um gol e deu uma assistência para o tento de Maylson, numa bela trama do Sport. Apesar da insistência do goleiro alvirrubro Gideão, com grandes defesas no 1º tempo, Marcelinho acabou como destaque da vitória leonina por 2 x 0.

Vitória merecidíssima, mas o Sport mudou tanto assim de sábado para cá?

Em sua jaula, o Leão devorou o Timbu – precavido demais – com uma marcação dura, provocação e cara feia. A postura dos rubro-negros foi bem mais agressiva em relação ao último revés, ainda que com os mesmos erros, sobretudo no passe.

Se na savana esse leão não assusta ninguém, em seu reduto a fome é enorme. Serve como alívio, então, o fato de encarar o próximo jogo novamente no Recife. Mesmo diante do líder. Resta esperar para saber se o leão desta noite será abduzido até lá…

Série B 2011: Sport 2x0 Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Fim do Itinerante Futebol Clube, ex-Grêmio Cigano

Nômade

Nômades do futebol com prazo de validade expirado. Já era hora!

Grêmio Barueri em 2009, Grêmio Prudente em 2010, Grêmio Barueri em 2011…

Ituiutaba em 2010, Boa Esporte em 2011…

Guaratinguetá em 2010, Americana em 2011…

Nos três casos, o mesmo “clube”, mas com nome e sede diferentes a cada ano.

Esses exemplos, todos na atual Série B, mostram uma verdadeira avacalhação no futebol moderno, 100% voltado para o mercado. Para barganhar receitas junto às prefeituras, muitos diretores mudaram a sede e os nomes dos times nos últimos anos.

Ato que mancha o campeonato, a credibilidade do clube em questão e, sobretudo, o torcedor, que acaba sendo completamente desrespeitado.

Agora, através da resolução da presidência (RDP) 8/2011, a CBF passa a colocar uma grande barreira para essas mudanças, uma vez que qualquer troca precisará ser aprovada, na consequência de uma análise da entidade. Com direito à taxa, cara…

Que a RDP não passe de um elogiado projeto a uma simples fonte arredação!

Sugestão: para o clube que mudar de cidade e denominação, bem que ele poderia arcar com um rebaixamento automático no Nacional. Muito melhor que uma multa…

“A implosão do Sport”, por Homero Lacerda

Homero Lacerda. Foto: Julio Jacobina/Diario de Pernambuco

Texto publicado nesta terça-feira na página de Opinião, no Diario de Pernambuco, provavelmente com o maior oposicionista do arena leonina.

Ao longo dos seus 106 anos de existência, o Sport Club do Recife cresceu e consolidou-se como a maior agremiação sócio-esportiva do Norte e Nordeste do Brasil. Hoje, sua grandeza é superior à dos rivais de Pernambuco, tomados conjuntamente, e comparável, potencialmente, à dos grandes clubes do Sul e Sudeste do país.

Sua torcida imensa e apaixonada, seu corpo associativo vibrante, seus atletas de diferentes modalidades e seus dirigentes dedicados e destemidos, do presente e do passado, vêm garantindo-lhe uma bela história, repleta de glórias e memoráveis conquistas. No futebol, são 39 títulos estaduais e três nacionais.

A propósito, em 1987, além de vencer nos gramados, o Sport escreveu, com letras maiúsculas, uma importante página, na história do futebol brasileiro, impondo, nos tribunais, a força da Justiça e restaurando, no campo desportivo, o estado democrático de direito, ao derrotar o autoritarismo e a prepotência de dirigentes da CBF e de clubes do Sudeste e Sul, que até então agiam como se estivessem acima da lei. Nunca Pernambuco se viu tão unido: imprensa, lideranças políticas e torcedores de todos os times do estado, num movimento cívico em torno de uma causa, que transcendia o esporte e o Sport, por tratar-se de questão de cidadania e de reafirmação da altivez nordestina.

Mas o Sport não é só futebol. Pelo contrário. Quando lemos sobre sua história, quando visitamos a sua sala de troféus ou quando entramos em um dos seus ginásios, em dia de jogo, temos uma percepção bem nítida da sua grandeza, nas mais de vinte modalidades olímpicas que pratica, da importância desses esportes no cotidiano do Clube, na inclusão social que promove, na educação de jovens e na formação de novas lideranças que ali aprendem a amar e a lutar pelas cores rubro-negras. Esportes olímpicos fazem parte das tradições, da essência e da razão de ser do Sport. O mundo os valoriza cada vez mais. E, como sede das Olimpíadas de 2016, o Brasil como um todo precisa, mais do que nunca, apoiá-los.

Ocorre que, para tristeza de muitos pernambucanos, tudo isso está ameaçado. Pretende-se implodir o estádio da Ilha do Retiro, para edificar uma arena e um complexo com várias centenas de unidades imobiliárias, entre elas escritórios e apartamentos de hotel, transformando o nosso santuário rubro-negro, nosso parque esportivo, numa verdadeira selva de pedras.

Um golpe mortal na história, na tradição, no bom gosto e até no orgulho da imensa família rubro-negra. O que diriam os nossos antepassados, aqueles que nos deixaram esse colossal patrimônio de 140.000m2 numa das áreas mais nobres do Recife, avaliado em um bilhão de reais?

O que sentiriam eles ao ver todo esse legado, construído com tanto amor e sacrifício, ser entregue para exploração por terceiros durante trinta anos, período em que o Sport terá uma remuneração irrisória em relação ao patrimônio tornado indisponível? E se soubessem que uma questão tão séria, como essa, está sendo tratada de maneira apressada, sem maiores discussões, sem amadurecimento?

Por tudo isso, pedimos, humildemente, mais uma vez, agora de público, aos diletos amigos que atualmente dirigem o nosso Sport, para que reflitam sobre essas palavras de alerta e revejam suas posições. Que elaborem um projeto de uma arena moderna, como se pretende, mas cercada por uma monumental praça de esportes olímpicos, sem espigões destinados a negócios, conciliando, assim, modernidade com respeito à tradição e aos mais elevados interesses do nosso Clube.

E que o discutam de maneira ampla, organizada e profunda, para só então aprová-lo. De modo que implodir o estádio da Ilha não resulte em implodir o Sport. As futuras gerações, nossos netos e bisnetos, que certamente serão rubro-negros, agradecerão e terão orgulho de vocês.

Arena Sport. Imagem: DDB/Aedas/ divulgação

Diretas já

Constituição dos Estados Unidos

Enfim, uma abertura na burocracia. Um avanço de décadas…

O Náutico será o primeiro clube do Nordeste a promover uma eleição presidencial de forma direta, apenas com os votos dos sócios, após o plebiscito nesta segunda-feira.

O primeiro pleito com o novo modelo, já histórico, será em dezembro deste ano, sucedendo o atual mandato de Berillo Júnior para o biênio 2012/2013.

Até então, apenas os membros do Conselho Deliberativo do clube podiam votar. Um raio de ação muito enxuto para uma agremiação do tamanho do Alvirrubro.

Para se ter uma ideia, apenas 160 conselheiros votaram no bate-chapa entre Berillo Júnior e Paulo Alves em 21 dezembro de 2009.

Sendo claro: o alvirrubro poderá votar em chapas diferentes para o Conselho Deliberativo e para a presidência executiva. Algo que parece óbvio. Estava longe disso!

Agora, os sócios das categorias contribuinte, patrimonial e remido poderão participar.

Os sócios-torcedores, que pagam mensalidades para ter direito apenas ao acesso a todos os jogos nos Aflitos, ficam de fora.

Na opinião do blog, essa é uma lacuna que ainda poderá ser modificada. A categoria sócio-torcedor também está inserida no quadro de associados do clube, fiel.

Mas ainda há bastante tempo para essa discussão sobre o agora moderno estatuto. O que não havia mais era paciência para um pleito formado por uma casta tão pequena…

Sport e Santa Cruz ainda realizam eleições indiretas, uma vez que os sócios escolhem as chapas do Conselho Deliberativo no mesmo dia da eleição para a presidente, cujo candidato vencedor é o da chapa do CD escolhida pelos associados. Haja burocracia.

Entre outras coisas, o sistema adotado na Ilha e no Arruda impede a participação dos sócios em outras votações, algo que agora é passado em Rosa e Silva.

Os rivais poderiam seguir a trilha do rival alvirrubro… Clubismo à parte.

Que o 3D evite a faixa verde

Uniforme da Seleção para 2014. Foto: CBF/divulgação

Não há a menor dúvida de que o uniforme oficial da Seleção Brasileira será um produto com uma força incrível no mercado em 2014.

Por sinal, essa camisa, que será produzida pela Nike, como ocorre desde 1996, já está sendo desenvolvida. Em Stuttgart, onde o Brasil enfrentará a Alemanha em um amistoso, dois designers da empresa de material esportivo fizeram uma sessão de fotos incomum.

Na verdade, os jogadores foram submetidos a um scanner a laser, com o objetivo de mapear as medidas dos atletas, projetando imagens com o maior grau de fidelidade possível na hora criar a nova camisa canarinha.

Até a tecnologia 3D entrou em ação para a próxima Copa do Mundo.

Mas, desde já, uma sugestão: nada de faixas verdes na frente da camisa. Nenhuma explicação é suficiente para amenizar a aberração atual no uniforme.

Se hoje a camisa custa R$ 190, imagine o preço dentro de três anos, em pleno Mundial…

Uniforme da Seleção para 2014. Foto: CBF/divulgação

Enquete: O que você achou do novo site do Náutico?

Site oficial do Náutico em 2011

Após 19.800 tuitadas em três dias, durante a campanha promovida pelo clube, o novo site do Náutico finalmente está no ar. O endereço é o mesmo da versão anterior.

www.nautico-pe.com.br

Como era esperado, elogios e críticas sobre o novo portal do Timbu, que evoluiu bastante em relação à antiga página, defasada há anos na  internet.

Fica, então, o foco para a enquete desta semana no blog.

O que você achou do novo site oficial do Náutico?

  • Fraco (50%, 111 Votes)
  • Bom (38%, 84 Votes)
  • Regular (13%, 28 Votes)

Total Voters: 223

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O opaco discurso de um time sem confiança

Filme: Melancolia

“Chegou a hora de ganhar três pontos fora de casa”

“Primeiro triunfo longe da Ilha está perto”

“Rubro-negro se arma para finalmente vencer como visitante”

A semana foi cheia de frases de impacto chamando o jogo do Sport contra o modesto Boa Esporte, em Varginha.

Em seis jogos, o Leão havia perdido três e empatado outros três. A falta dessa vitória longe da sede vem comprometendo a campanha na Série B.

Não há como subir sem obter sucesso fora de casa. Torcedores, jogadores, treinador, dirigentes, presidente… Todos sabem disso. Alguns fingem que é possível ignorar isso…

No embalo, o foco no Boa Esporte acabou saindo do normal.

A vitória era questão de tempo. Forte no papel – o irritante “elogio” ao plantel do Sport – , o time estava pronto para superar o adversário e deslanchar de uma vez.

Bastava o árbitro levantar os braços às 18h15 do sábado, encerrando a partida.

Porém, o itinerante clube mineiro estava longe de ser um “pato morto”, o rival ideal.

O Boa Esporte tinha a melhor defesa do campeonato, com 11 gols sofridos em 14 jogos.

Tinha apenas um ponto a menos que o Sport na classificação. Como não enxergar isso?

Mas o discurso com um otimismo opaco tomou conta da Ilha do Retiro, mesmo com o futebol leonino sem inspirar confiança alguma.

Infelizmente, esse contexto segue atual.

Os três pontos seguem lá, longe. Três foi o número de gols sofridos nesta tarde.

Dolorosa goleada por 3 x 0. A culpa de Mazola no revés foi clara.

No momento em que escalou um volante para articular jogadas, sem convencer sequer o atleta em questão (Daniel Paulista), Mazola mostrou que talvez ainda não seja a sua hora em um clube do tamanho do Sport nesta duríssima Segundona de 2011.

Esse é apenas um exemplo de um time mal armado, sem alma. Distante do sucesso.

Que o Sport precisa vencer como visitante é óbvio demais.

Na próxima terça, no entanto, será ainda pior. A obrigação será no clássico, em casa.

Filme: Melancolia

Respirando o antecipado ar da Série C

Em Paulista, uma sina que começa ficar difícil de ser revertida.

Um time que cria jogadas, mas não finaliza. Nem sob decreto.

Uma equipe que ccupa os espaços do campo, mas que não pressiona na marcação.

Assim, o Carcará vai desperdiçando a sua participação na Série B do Brasileiro.

A zona de rebaixamento começa a ficar constante, com raízes…

Sem objetividade, o Salgueiro encara adversários tradicionais sem a consciência de que as chances de gol são escassas. O limite para erros é mínimo. É preciso definir, logo.

Como fez o Vitória, que, basicamente em duas investidas no primeiro tempo, silenciou o estádio Ademir Cunha, cuja lotação já reflete a brusca queda de rendimento.

Derrota por 2 x 0 e mais uma semana em crise, achado que essa Série B é passageira.

O Brasileiro ainda não chegou sequer à metade, mas a postura do time de Rosembrick precisa ser melhorada. Sobretudo na atenção. Deixar de pontuar até em casa não dá.

Objetos de desejo em território brasileiro

Troféus oficiais da CBF

Agora sim, a atualização da história no campo virtual.

Em fevereiro o blog havia alertado sobre um erro daqueles no site oficial da CBF, com a exibição de troféus errados para os torneios nacionais organizados pela entidade.

Na Copa do Brasil, por exemplo, a taça em questão era a de um modelo antigo, extinto em 2007. E olhe que a peça era repetida na versão feminina do mata-mata.

Na Série D estava ainda pior, pois sequer havia uma peça para simbolizar a competição.

Finalmente, então, o departamento de comunicação da Confederação Brasileira de Futebol percebeu o equívoco e corrigiu o portal.

Portanto, eis os seis troféus nacionais em disputa na atualidade…

Considerando as versões atuais, apenas um deles está em Pernambuco.

Confira uma postagem com as taças dos dez torneios organizados pela Fifa aqui.