“Para ser o pior, é preciso valorizar novas derrotas”.
Esse foi o título do último post sobre o Íbis, tratando sobre revitalização da marca, obviamente às avessas (veja aqui).
O passo mais importante para transformação do Pássaro Preto em algo cult é a utilização das redes sociais, com as novas contas no Twitter, Facebook e Youtube.
No Twitter, o ÍbisMania já conta com quase 1.700 seguidores.
O perfil está muito longe do que encontra por aí sobre clubes de futebol…
Nada de informar sobre contratações, novidades na estrutura, planejamento etc.
O objetivo é, literalmente, tirar sarro do futebol através da fama do clube, mas relacionando com qualquer assunto. Acima, uma exemplo claro, com o “novo” CT…
Sem dúvida alguma, a ideia do Íbis foi original, uma vez que vários followers são de outros estados. Se conseguir transformar isso em receita, melhor.
Os negócios no futebol mudaram bastante desde a implantação do Plano Real, há 17 anos. Antes, a arrecadação dos jogos cobria boa parte da receita dos clubes.
Depois, o número foi substituído pela venda de jogadores. Atualmente, as supercotas de transmissão pela TV já representam mais de 50% do faturamento anual.
Contudo, uma coisa jamais mudou. O papel do calote no orçamento. Bronca.
O rombo causado pela verba atrasada compromete de vez a saúde financeira dos times de futebol, já debilitada por gestões acéfalas.
É a renda do jogo bloqueada pela Justiça – aí, um “calote” justo -, dinheiro antecipado da TV, sacrificando as administrações futuras, e maus pagadores entre os clubes…
Neste terceiro caso, um duto de prejuízo no próprio segmento, quase um “fogo amigo”.
Mesmo com um poder aquisitivo menor em relação às equipes tradicionais do Sul/Sudeste, não é que o trio pernambucano já sofreu calote? Relembre alguns casos.
Em 1995, o Sport negociou a dupla formada por Juninho Pernambucano e Leonardo por 3 milhões de dólares. O Vasco só pagou metade e acabou devolvendo Leonardo…
Dois anos depois, o Leão negociou outro Juninho, o Petrolina. Parte do valor total, de R$ 1,5 milhão, foi quitado pelo Atlético Mineiro de forma surreal. Sem dinheiro, o Galo emprestou o jogador ao Rubro-negro! Foi exatamente o que você entendeu.
Mas o cheque sem fundo não é exclusividade na Ilha. Os rivais também sofreram…
Em dezembro de 2007, o uruguaio Acosta trocou o Náutico pelo Corinthians, sem avisar. O Timbu exigiu R$ 3,1 milhões do Timão. Numa negociação muito confusa, o Alvirrubro acabou ganhando a causa um ano depois, mas embolsou apenas R$ 141 mil.
No ano passado, o presidente timbu, Berillo Júnior, chegou a ir até Portugal para cobrar 250 mil euros ao Braga, por causa da negociação do zagueiro Breno. O time português chegou à final da Liga Europa deste ano, ganhou dinheiro, mas…
E o Santinha? O caso atual. Emblemático, misturando Série D e Série A.
O atacante Gilberto foi negociado com o Internacional após a conquista do Estadual. Transação de R$ 2 milhões, a maior da história do Santa Cruz.
Pois o Colorado ainda está devendo R$ 850 mil… Os corais vão à Justiça.
É como se diz no jornalismo. Se um cachorro morde um homem, isso não é notícia. Mas se um homem morde um cachorro… Pois é, calote em Pernambuco.
Não tem jeito. A cada entressafra nos gramados, a avalanche verbal toma conta do futebol. Em Pernambuco não é diferente. A transição dos elencos dos grandes clubes do Recife nas competições é fomentada por notícias diárias de bastidores.
Por muitas vezes, o assunto torna-se monotemático. Campo aberto para as especulações, para as “fontes seguras” dos jornalistas, para a informação apressadamente divulgada de que “fulano foi sondado” e por aí vai.
Os nomes aparecem em listas intermináveis, com nível pra lá de qualificado.
Nas últimas 48 horas: Carlinhos Paraíba e Marquinhos Catarina no Náutico, Ricardo Xavier e Rivaldo no Santa Cruz, Keirrison, Cléber Santana e Diego Tardelli no Sport…
Em todos os casos, sem exceção, os atletas estão num patamar financeiro bem acima da realidade local. Um nome de peso, até vai. Um pacote? Não está jorrando dinheiro.
É preciso ficar atento às rodadas de negociação nos intervalos anteriores. Quantos nomes foram divulgados? Quantos fecharam? A subtração é quantidade de “peruas”.
E o que dizer da batidíssima notícia de que o destaque de um clube foi “procurado” pelo rival? Quase sempre, a consequência é uma só: o jogador fica, recebendo um aumento acima do necessário, por causa do suposto leilão. O empresário agradece. Sempre.
Nesse período chatíssimo do futebol, na visão do blog, o torcedor costuma sonhar com a montagem de grandes equipes. É induzido a isso, pela própria imprensa, que no papel de informar acaba fazendo mais do que isso. Muitas vezes “cria” a notícia, o factóide.
Rádio, jornal, televisão, internet etc.
Obviamente, é preciso divulgar as negociações, sem ficar restrito à versão oficial. Mas uma coisa não muda, pelo menos no Recife, com o abuso da sede do torcedor.
Os craques imaginados, especulados e divulgados somem a cada apito inicial de uma nova temporada. Acredite, o seu time não vai se tornar um timaço…
Assim como o Timbu, o Sport também lançará um vídeo com bastidores sobre o acesso.
Confira a prévia do vídeo leonino abaixo, com a reta final da campanha que recolocou o clube na elite. O trecho foi disponibilizado pela TV Sport Recife.
Cena gravada instantes antes do time entrar em campo no gramado do Serra Dourada…
Mesmo com a situação difícil na tabela, uma equipe vinha gravando as passagens do elenco na Série B, colhendo depoimentos e emoções.
No título, a nova marca rubro-negra: Nunca duvide do Sport.
Criada em 1989, a Copa do Brasil foi o primeiro ato de Ricardo Teixeira, inciando a sua gestão à frente da Confederação Brasileira de Futebol.
Eram 32 times, apenas com apenas campeões estaduais e alguns vice-campeões.
Emocionante, o torneio foi sendo ampliado gradativamente. Atualmente, já com o dobro de participantes, o mata-mata nacional acaba de ser reformulado.
Para 2013, ainda com Teixeira, a Copa do Brasil terá 86 clubes (veja aqui)!
Até esta temporada, Pernambuco contava com duas vagas diretas.
Ocasionalmente, o estado teve três representantes, com um dos grandes entrando através do ranking nacional de clubes.
Agora, a possível benesse. Não uma, mas duas vagas extras…
Em contato com a diretoria de competições da CBF, a FPF recebeu a informação de que o futebol local poderá emplacar até quatro times.
O sistema de classificação já teria sido até definido, por sinal.
Seriam os três primeiros colocados do Pernambucano e, enfim, o campeão da Copa Pernambuco, num pleito antigo, desde a criação da competição, em 1994.
Caso a CBF libere apenas três vagas (política, política), aí serão os dois primeiros do Estadual, deixando a vaga extra para a copinha mesmo, agora valorizada.
A Copa do Brasil também vai classificar agora à Copa Sul-americana. Em vez de 8 vagas, o país terá apenas quatro. Tente entender o critério escrito pela CBF:
Dos 16 clubes que vão participar das oitavas-de-final, oito não chegarão às quartas-de-final. No entanto, quatro dessas equipes desclassificadas serão compensadas com uma vaga na Copa Sul-Americana. As vagas serão definidas de acordo com a colocação final no Campeonato Brasileiro do ano anterior.
A competição passará grandes mudanças, atingindo, de forma direta, o interior do estado e o futebol internacional. Você concorda com essa transformação?
Nunca o futebol do Nordeste foi tão independente no “primeiro semestre” quanto em 2001 e 2002, com um torneio regional milionário, sucesso de público e crítica. Na época, os dois regionais renderam R$ 26 milhões aos clubes.
Aquele hiato, não de edições, mas de organização, finalmente acabou. O Nordestão voltará a ser disputado a partir de 2013, de forma contínua, com até dez edições.
A competição foi confirmada nesta quinta-feira pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O torneio terá 16 clubes, com o formato implantado em 2000 e conquistado pelo Sport.
Serão quatro grupos de quatro equipes, com turno e returno (seis jogos para cada um na 1ª fase). Os dois melhores de cada chave avançam para as quartas de final. A partir daí, mata-mata em ida e volta até a decisão. Maranhão e Piauí ficam de fora.
Os participantes serão definidos através da classificação do Estadual de 2012. Para Pernambuco, os três primeiros colocados. O regional, com 12 datas ao todo, será realizado de janeiro a março. Paralelamente aos Estaduais? Não.
Os campeonatos estaduais do Nordeste também vão sofrer modificações, já em acordo com todas as federações. Assim, o Campeonato Pernambucano só vai começar após o Campeonato de Nordeste de 2013. Acredite, será mais enxuto.
Os nove times locais que ficarem de fora do Nordestão, considerando a elite do estado, obviamente, vão disputar uma fase classificatória durante o regional. Os cinco primeiros lugares vão se juntar posteriormente aos três do Nordestão.
Desta forma, oito times irão disputar o Pernambucano de 2013, de fato, como apurou o blog junto à FPF. A princípio, com turno, returno e final. Seriam 16 datas. Já os quatro piores da primeira fase fariam um quadrangular contra o rebaixamento à Segundona.
Ou seja, serão 28 datas ao todo, cinco a mais que o atual critério da CBF. No entanto, a confederação deverá adequar o calendário para as duas competições…
O post esqueceu de citar a vaga na Copa Sul-americana? Esqueça também.
O Nordestão não teve a confirmação da vaga continental. É preciso sobreviver a isso.