Sul-americana, eterna candidata à sombra da Libertadores

Troféus da Taça Libertadores da América e da Copa Sul-americana

Há muito tempo a Conmebol tenta emplacar uma segunda competição de clubes, abaixo da consolidada Taça Libertadores da América.

Em 1988, a confederação criou a Supercopa, reunindo apenas os campeões da Libertadores. A ideia com clubes tradicionais vingou no início.

Depois, com a mesmice, o critério de vaga automática acabou esvaziando o torneio, com muitos campeões desnivelados. Foi extinto em 1997.

No ano seguinte veio a Copa Mercosul, com os grandes times da época, mas com um critério ainda mais discutível: convite. Durou apenas quatro temporadas.

Em 2002, nova tentativa, com a Copa Sul-americana, semelhante à Copa Conmebol, terceira força entre 1992 e 1999. Os melhores do país, exceto o campeão nacional.

Desinteressados, os clubes brasileiros sequer participaram da primeira edição. Este ano celebra a 11ª, o que torna a competição a segunda mais longa da história do continente envolvendo clubes de futebol. Ainda assim, não há muito o que comemorar.

Falta maturação à Sul-americana, que à procura disso vai sendo inchada ano a ano. Desta vez serão 47 participantes, sendo oito times do Brasil (veja aqui).

Os contratos de naming rights e televisionamento existem, assim como as verbas a cada fase, como na Libertadores, mas o interesse do público é bem menor.

Os estádios seguem vazios, com jogos de qualidade duvidosa e emoção só a partir das quartas de final. Como incentivo, o campeão disputa a Recopa, desde 2002, a Copa Suruga , desde 2007, e ainda garante vaga na própria Libertadores, desde 2010.

Esses prêmios gradativos são uma clara tentativa da Conmebol para fortalecer o torneio. O que falta? Um calendário melhor? Segue muito distante da principal taça.

A participação brasileira, com quatro chaves nacionais, começa mais uma vez começa sem empolgação alguma, com times mistos. Instigação pontual, só.

A tal “zona da Sul-americana” na Série A é um prêmio de consolação para os grandes clubes e a meta para os médios. Até aí, ok. No entanto, após a vaga, o interesse desaparece, inclusive nos times medianos. Incoerente, não?

Não por acaso, o histórico brasileiro é pífio. Em dez anos, apenas um título e três finais. Na Libertadores, neste período, cinco conquistas e nove decisões…

De fato, a própria CBF encampa o pouco comprometimento. Basta dizer que pretende mudar o critério de classificação para uma fórmula incompreensível, literalmente, misturando o desempenho na Série A e na Copa do Brasil.

A entidade encontrou resistência da Conmebol e da Fox, detentora dos direitos de transmissão. Resultado? O Brasileirão está com treze rodadas e começará a participação do país no torneio de 2012, mas não há definição sobre a classificação para 2013…

Não surpreende o fato de a Copa Sul-americana sequer fazer sombra à Libertadores.

Um segundo torneio continental é importante. É preciso torná-lo um objetivo real.

2 Replies to “Sul-americana, eterna candidata à sombra da Libertadores”

  1. Eu gosto muito da Copa Sul-Americana. Gosto do clima de torneios internacionais (mesmo que secundário). Sou vascaíno e ano passado quis muito este título (claro que preferia o Brasileirão), o que foi uma pena não termos conseguido. Ainda vejo que não há uma certa valorização do torneio. Principalmente por parte dos brasileiros, que colocam em 90% dos casos times mistos/reservas. Mas a Universidad de Chile, por exemplo, tem uma única estrela em cima do escudo, representando justamente a conquista do ano passado.

    Eu vejo um potencial muito grande na competição, mas acho que algumas coisas, principalmente o calendário atrapalham bastante sua valorização. Suas fases decisivas coincidem com fases decisivas do Brasileirão (seja título, vaga no G4 ou luta contra rebaixamento). E óbvio que iremos priorizar o torneio nacional.

    Falta organização e um nível técnico um pouco melhor. Quem sabe daqui a alguns anos não valorizemos a Sul-Americana? Antigamente também não olhávamos a Libertadores com os mesmos olhos de hoje.

    Abraços.

  2. O correto seria a Sul-Americana ser disputada nas mesmas datas da Libertadores, assim como ocorre na Europa com a Liga do Campeões e Liga Europa.

    Os primeiros colocados nos nacionais e o campeão da Copa nacional dos países participantes disputariam a Libertadores. Os que ficaram na posição após os classificados à Libertadores disputariam a Sul-Americana.

    Agora p/ isso acontecer todas as federações do países filiados à Conmebol teriam de ajustar seus calendários de forma a todos começarem e terminarem seus campeonatos na mesma data. Caberia tbm à Conmebol fazerr o impossível para aumentar as cotas dos participantes das duas competições. Só p/ se ter uma idéia o a premiação dos grandes clubes paulistas no Camp. Paulista equivale à premiação dada ao mesmo clube disputando a Libertadores. A única vantagem da Libertadores é a visibilidade e consequente aumento de patrocínios. Já p/ um clube q ñ seja um dos grandes paulista, a Libertadores ganha com ampla vantagem.

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