Uma duradoura estiagem vem castigando o interior do Nordeste.
Reservatórios em níveis cada vez mais baixos. Calcula-se que 80% dos açudes e barragens estejam secos. Caminhões-pipa circulam nas precárias estradas sem parar.
Mais de um milhão de pessoas afetadas pela seca somente em Pernambuco.
Aos cidadãos, àqueles com menor poder aquisitivo, até as cisternas vêm esvaziando. É um problema de alcance nacional, ainda que a busca por soluções não seja tão efusiva.
Indiretamente, mas numa importância infinitamente menor, como já dizia Nelson Rodrigues, o futebol também acabou prejudicado.
Aliado ao planejamento escasso, parte dos gramados do interior estão bem surrados.
Uma exceção é o Cornélio de Barros, a 518 quilômetros da capital. Inaugurado há um ano, o estádio em Salgueiro conta com reservatórios que garantem o gramado verdinho.
Apesar da distância mais curta em relação ao Recife, de 215 quilômetros, Pesqueira apresenta um estado crítico. O estádio Joaquim de Brito não tem condições de jogo.
Sem uma barragem próxima, sistema de abastecimento regular ou dinheiro suficiente para caminhões-pipa, o campo do município é praticamente inexistente.
“Das coisas sem importância, o futebol é a mais importante.”
Obviamente, a famosa frase de Nelson Rodrigues se aplica a este contexto. Portanto, futebol à parte, voltemos ao problema principal, com a falta d’água geral.
Principal projeto para mudar o antigo cenário, a transposição do Rio São Francisco segue lenta e cada vez mais cara. Quase o dobro, batendo em R$ 8,2 bilhões. Fora o prazo de conclusão até 2015. O problema está longe de ser resolvido…