O Salgueiro vive há quatro temporadas em uma gangorra no Brasileiro. A cada ano, uma divisão diferente. Acima ou abaixo. O voo do Carcará é imprevisível.
Em 2010, conquistou de forma espetacular o acesso à segunda divisão, ao derrotar o Paysandu em pleno Alçapão da Curuzu, em Belém.
Em 2011, com a promessa não cumprida de um novo estádio naquela temporada, o time se viu obrigado a jogar em Paulista, por causa da capacidade do Cornélio de Barros. Com investimento escasso e apoio modesto na arquibancada, caiu.
Em 2012, a surpresa, negativa. Vinha em uma campanha até certo ponto regular na terceira divisão. No entanto, acabou surpreendido na última rodada. Em vez de obter a vaga na fase seguinte, acabou rebaixado.
Agora em 2013, uma campanha na Série D construída na base da raça, buscando a vaga sempre fora de casa. Primeiro, vitória por 1 x 0 sobre o Parnahyba, no Piauí. Neste domingo, empate em 2 x 2 com o Nacional, em Manaus.
Copeiro, o Carcará está agora a apenas dois jogos de mudar mais uma vez de patamar na casta nacional. Desta vez, subindo…
Não há um só centralino que não lembre de uma grande frustração no clube.
Por mais que ame a Patativa, que siga ano após ano frequentando o cimento quente do Lacerdão, esse torcedor apaixonado tem consciência de que apoiar o Central é uma das experiências mais imprevisíveis que o futebol pode reservar.
Paradoxalmente, é algo enraizado na cultura alvinegra, tendo na palavra “quase” um sinônimo de dor.
“Agora vai”.
“É o ano do Central”.
“A vantagem é boa…”
E não há aí qualquer coitadismo, pois o centralino enxerga o seu clube do tamanho do Luiz Lacerda, imponente na Avenida Agamenon Magalhães. Jogos contra os clubes da capital são tratados como clássicos…
Mesmo assim, perto de completar um século e com o status de maior time do interior, o Central segue em busca de seu primeiro título pernambucano.
No Estadual de 2013, para não ir muito longe, a sua rotina foi cumprida à risca.
Perdeu o primeiro turno por um mísero gol de saldo. No segundo, ficou na rabeira, passando longe da briga por uma vaga na semifinal, para, em seguida, conquistar a vaga na Série D com uma retomada no octogonal contra o descenso.
Com essa classificação, voltou a disputar o Campeonato Brasileiro.
Em meio a uma crise financeira e polêmicas na administração, a equipe foi aos trancos e barrancos até a última rodada. Venceu e passou. Inspirou.
Seriam dois mata-matas para ascender à Série C, o maior desejo da torcida, desconfiada como sempre, querendo confiar como nunca.
Em casa, venceu o Botafogo da Paraíba por 3 x 1.
No jogo de volta, mais de 300 torcedores saíram de Caruaru em ônibus fretados para apoiar o time no Almeidão, em João Pessoa.
No tempo normal, derrota para o alvinegro paraibano pelo mesmo placar. Estava classificado até os 38 minutos do segundo tempo, quando sofreu o terceiro gol. Lá no fundo, provavelmente todos os centralinos pensaram “hoje não, hoje não.”
Hoje sim… Veio a disputa nos pênaltis, já debaixo de chuva, e a derrota por 5 x 3, com Andrezinho, o cobrador oficial, desperdiçando.
Fausto encerrou a série, estufando as redes e mandando às favas mais uma esperança. No Recife, poucos compreenderam a dimensão exata do que estava acontecendo no estado vizinho. Enquanto isso, Caruaru estava parada.
Calejada, a mesma torcida que agora tenta digerir a dramática eliminação já começa a sonhar com dias melhores no próximo ano.
Assim é o Central, o amor de muitos pernambucanos…
A classificação do grupo A da terceira divisão nacional está cada vez mais embolada. Em 8º lugar na tabela, no limite acima da zona de rebaixamento, o Santa Cruz está também a três pontos de distância do G4.
Apesar de quatro times já terem disputado disputado 15 jogos, a rodada deste fim de semana equivaleu à 14ª da tabela. A classificação seguirá assimétrica, com números distintos, até a 22ª rodada.
A 15ª rodada do representante pernambucano 15/09 – Santa Cruz x Águia de Marabá (16h)
O jogo no caldeirão do PV seria duríssimo, mas cabia ao Santa Cruz superar o desafio e manter sem desespero a chance de classificação à próxima fase, que já é de cara o duelo direto pelo acesso. Qualquer outro resultado no Ceará deixaria o tricampeão pernambucano em situação delicada, pois a sua pontuação não dá margem para tropeços. Então, vamos ao pior cenário, o real…
A derrota para o Fortaleza na noite deste domingo, por 2 x 0, deixou a Cobra Coral na 8ª colocação em uma chave com 11 times. Pífio. Em relação à pontuação, o clube ainda está a três pontos da zona de classificação, mas também está a outros três da zona de rebaixamento.
Pesa contra a falta de sequência de bons resultados na terceirona. Na capital cearense, a equipe – novamente sem DM9 – só suportou o 1º tempo, em uma partida até certo ponto franca. Na etapa complementar, um improvável algoz.
Contestado no Sport, o atacante Ruan, de apenas 19 anos, acabou emprestado ao Fortaleza para ganhar cancha. Lá, até este domingo, ainda não havia se firmado. Na verdade, vinha esquentando o banco, com a camisa 19.
Acabou entrando no decorrer do jogo, no lugar do ídolo local, Assisinho. E aos 2 minutos, Ruan abriu o placar, afundando o Tricolor na classificação. Logo depois, numa chance daquelas, mas Renatinho acabou acertando o travessão.
A esperança foi dissipada de vez aos 13 minutos, novamente com Ruan, que acertou um belo chute, levando o time da casa à liderança. Faltam seis jogos para o Santa. A pressão só aumenta. E não só pela classificação…
Fim do primeiro turno do Brasileirão. Ou quase isso, pois três partidas foram adiadas e serão realizadas somente em setembro. Por isso, o balanço do blog com o primeiro turno nos pontos corridos na elite nacional só será publicado após a disputa desses jogos, para mensurar de forma exata as projeções.
Independentemente desses futuros resultados, o Cruzeiro encerra a primeira metade da Série A com a melhor campanha e o Náutico com a pior.
A 20ª rodada do representante pernambucano 11/09 – Náutico x Grêmio (21h50)
Jogos no estado pela elite: 3 vitórias alvirrubras, 6 empates e 5 derrotas.
Três partidas foram adiadas pela CBF: Internacional x Santos, Santos x Náutico e Atlético-MG x Ponte Preta
Em seu primeiro jogo no comando interino – mais uma vez -, Levi Gomes barrou os gringos na formação titular. A princípio, não parecia um bom sinal. Porém, o técnico reforçou a marcação e na frente optou por Jones Carioca em vez do uruguaio Olivera. Seria recompensado por sua aposta.
Na base da vontade e contando com a sonolência corintiana no Pacaembu, bem desfalcado no ataque, o Timbu segurou bem o adversário. O Timão ainda criou algumas oportunidades no primeiro tempo, bem defendidas pelo goleiro Gideão e brecadas pela zaga formada por Jean Rolt e Leandro Amaro.
No intervalo, Rogério, pouco acionado, deu lugar a Hugo. Aquele mesmo Hugo que o técnico Jorginho apontou como uma atleta sem experiência, e que teria atuado bem nervoso no clássico pela Copa Sul-americana. Certamente, o atacante entrou com vontade de rebater o ex-técnico.
Apesar do maior volume de jogo do mandante na etapa final, a partida continuou sem emoção, com Gideão muito bem em campo. O empate em 0 x 0, neste domingo, estancou a série de derrotas do Náutico no Brasileiro.
Diante de um time que buscava uma aproximação do G4 e com mais de 24 mil pessoas apoiando na arquibancada, a entrega alvirrubra em campo – sem abrir mão do ataque – serviu de alento à torcida, para manter um mínimo de dignidade na campanha. A torcida timbu presente em São Paulo saiu satisfeita…