A vitória alvirrubra sobre o Ceará, na sexta á foi colocou o time pernambucano na briga pelo acesso, hoje a apenas quatro pontos do G4. Resultado construído num confronto direto contra um integrante da zona de classificação. Vale o mesmo para o próxima rodada. No outro time pernambucano na disputa, um duro revés em Curitiba, quando esteve em vantagem duas vezes. O Santa está a oito pontos. Tem um jogo a menos, claro. Na terça-feira, rodada cheia…
No G4, dois catarinenses, um carioca e um cearense.
A 23ª rodada dos representantes pernambucanos
16/09 – Náutico x Joinville (19h30)
16/10 – Luverdense x Santa Cruz (21h50)
A tabela segue incompleta. Na 16ª rodada, devido à morte do ex-governador de Pernambuco, Santa x Bragantino foi adiado. para 14 de outubro.
Em casa, na Ilha do Retiro ou na Arena Pernambuco, o Sport vem fazendo muito bem o seu papel. Sofreu apenas uma derrota em dez jogos. Ao deixar o Grande Recife, o time parece assumir a bipolaridade.Vai fazer turismo, basicamente.
Já são cinco derrotas seguidas como visitante,quase sempre como uma presa fácil. É difícil para o comandante Eduardo Batista explicar ao torcedor rubro-negro os motivos de tanta passividade longe de casa.
O papel parece se repetir contra qualquer time, em qualquer situação. Na noite deste sábado, o Sport foi derrotado pela Chapecoense por 3 x 1. O time catarinense havia vencido apenas uma vez nas últimas oito apresentações.
O pior é que a equipe pernambucana começou bem distribuída em campo, jogando com tranquilidade. Criou as primeiras chances, abrindo espaço no campo catarinense. Aos poucos, a Chape apertou a marcação e ganhou faltas próximas à área adversária. Momento paralelo ao “mais do mesmo” do visitante. Lá do outro lado, o falso 9, o falso 11 e o falso 7 seguiam omissos ofensivamente.
Aos 41 minutos, numa falta cobrada pelo ex-rubro-negro Camilo, a bola sobrou para o zagueiro Grolli mandar um chutaço no ângulo de Magrão Na segunda etapa, Eduardo fez a mesma alteração da rodada passada, com Vitor no lugar de Érico Júnior – é incompreensível porque ele não escala logo assim, enquanto segue com desfalques. O discurso no vestiário sumiu aos 17 segundos. Foi o que a Chapecoense precisou para bater o centro, tocar a bola e ampliar com o pesado atacante Tiago Luís.
Com uma desvantagem ainda maior, o Leão insistiu bastante na jogada área, fora de sua característica. Porém, de tanto insistir ainda arrumou um pênalti aos 36. Lance convertido por Felipe Azevedo, agora com 2 gols em 21 rodadas (!). O que poderia ser uma reação parou no terceiro gol (outro de Grolli) após uma bola levantada na área do Sport…
Agora é juntar os cacos e fazer mais um check-in no aeroporto, novamente sem pontos na mala…
A inconstância do Santa Cruz custou caro em Curitiba.
O setor ofensivo trabalhou na partida, com gols de Wescley e Léo Gamalho e um tento mal anulado de Pingo, no finzinho. Lá atrás, uma velha preocupação se fez presente durante 90 minutos, com o sistema defensivo apagadíssimo, dando espaço para a construção de jogadas e sem pegada para matar contragolpes. Resumindo: errou tudo neste sábado.
Os corais ficaram em vantagem duas vezes no Durival de Britto, mas o time acabou vazado em momentos decisivos. O primeiro gol paranaense foi antes do apito para o intervalo, quando o Santa controlava bem a partida. Adailton avançou do meio campo, passou por três adversários sem sofrer e falta e com tamanha liberdade mandou para as redes.
No segundo tempo, os volantes corais até deram combate. Mas bastava uma jogada mais rápida para envolver o meio-campo pernambucano. Apesar disso, o Santa Cruz voltou a ficar em vantagem com LG9 concluindo uma jogada com a participação de Natan e Bileu. A vitória parcial durou um minuto.
Com o novo empate, o time da casa enfim cresceu e se impôs, com o visitante tentando ter mais cuidado. A palavra “tentando” resume o que a defesa fez aos 38 minutos, com Jean pedindo passagem sem qualquer bronca até a finalização precisa no canto esquerdo de Tiago Cardoso.
Foi o gol da vitória do Paraná Clube por 3 x 2, que ficou ainda mais dolorosa para o Santa – novamente empacado na luta pelo acesso – após a bandeirinha levantada anulando o gol legal de Pingo aos 44 minutos.
O sucesso defensivo construído por Dado Cavalcanti no Náutico na mesma Série B só aumenta a pressão sobre o trabalho de Sérgio Guedes no Arruda…
O primeiro marcou 32 gols nos Estadual de juniores daquele ano. O outro foi o vice-artilheiro, com 30 gols. Mal se conheciam, mas já escreviam uma história bem parecida…
No mesmo ano o futebol pernambucano realizou a sua melhor campanha no Brasileiro Sub 20, organizado anualmente no Rio Grande do Sul. O Clássico dos Clássicos foi uma das semifinais da competição. Nos dois times, Lessa e Ciro eram as principais atrações, ambos com contratos bem amarrados, até dezembro de 2012 e agosto de 2013, respectivamente.
Claro, foram negociados. Estão entre os 24 atletas vendidos no estado por pelo menos um milhão de reais. O primeiro a sair foi o alvirrubro, em 2010, com destino ao Cruzeiro, por R$ 2,6 milhões. Na temporada seguinte foi a vez do rubro-negro, por R$ 4,1 milhões, ao Fluminense.
Se mandaram ao eixo principal do futebol no país. Pra mudar de vida. Ganharam oportunidades, mas nunca deslancharam.
Escassez de gols, lesões, falta de confiança, transferências para clubes menores…
…e seis anos depois, hoje aos 25 anos, tentam voltar às suas primeiras casas.
Lessa foi dispensado do ASA e Ciro está encostado no Figueirense.
Ambos deram entrevistas ao Globo Esporte, em momentos distintos, relatando a falta de cabeça nos primeiros anos de estrelato. É quase uma regra diante da brusca mudança da base, sem o lastro da estrutura familiar.
Certamente, estão mais maduros. Devem ter aprendido com os erros.
Uma nova chance nos Aflitos e na Ilha do Retiro? Houve quase um pedido por isso.
Antes de uma oportunidade em campo, Anderson e Ciro poderiam ajudar repassando as suas histórias aos jovens ainda sem fama e dinheiro no Sub 15, Sub 17 e até Sub 20 nos grandes clubes pernambucanos.
Afinal, os dois atacantes não foram os primeiros a cair nesta armadilha do futebol. Porém, o fato de duas vidas terem sido tão parecidas diz muito sobre o rápido processo de profissionalização que o mercado exige…