Aos poucos, a CPI do Futebol começa a ganhar corpo em Brasília. Na primeira audiência sobre o assunto no Senado, em 2015, foram ouvidos os jornalistas Juca Kfouri, José Cruz e e Jamil Chade, com depoimentos sobre os contratos da CBF, sobretudo o acordo para a realização de amistosos internacionais, com a empresa ISE. Após os documentos apresentados, o senador Romário, presidente da comissão parlamentar de inquérito, já disparou.
“Pelas provas trazidas, fica evidente que a ISE, que controla os amistosos da Seleção é uma empresa fantasma, que só existe para a CBF.”
A empresa tem apenas uma caixa postal, nas Ilhas Cayman, subcontratando outra empresa para a operacionalização dos jogos. Espera-se que a comissão investigue a fundo a estrutura do futebol no país, do topo à base. A lista é encabeçada pelo ex-presidente da CBF, José Maria Marin, preso na Suíça após a investigação do FBI sobre as ações da Fifa. A médio prazo, o foco deve ir além da confederação. Ainda não há data, mas os 27 presidentes de federações estaduais serão chamados ao Congresso. Inclusive Evandro Carvalho, da FPF.
“Eu acredito que todos eles (presidentes das federações) virão aqui bastante satisfeitos, pois eles vão nos ajudar, vão mostrar um pouco o que eles vem fazendo no futebol e pelo futebol nos últimos anos”.
O Baixinho justifica que como se trata de um convite, ninguém é obrigado a ir…
Vale lembrar que esta é segunda CPI do Futebol. Em 2001, a investigação focou o contrato de US$ 160 milhões entre CBF e Nike, assinado em 1996. Só que a apuração se transformou num papelão, tendo tempo até, em um dos interrogatórios, para questionar a marcação em Zidane na final do Mundial de 1998. Relembre o episódio, e o autor da pergunta, clicando aqui.